Ki Tissá
 
A contagem do povo de Israel A defesa de Moshê em nome do povo de Israel
A ordem de fazer um lavatório Moshê quebra as tábuas
Betsal'el é designado construtor do Tabernáculo e Aholiav, seu assistente Moshê salva o povo de Israel da destruição
Depois de quarenta dias no Céu, Moshê recebe duas tábuas de safira Moshê pede para entender os caminhos Divinos
O pecado do bezerro de ouro Moshê permanece no Céu por quarenta dias para receber as segundas tábuas
   
 
 
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Moshê permanece no Céu por quarenta dias para receber as segundas tábuas

D'us ordenou a Moshê que esculpisse um segundo par de tábuas. "Já que você quebrou as primeiras tábuas, é seu dever de esculpir as novas.", disse-lhe D'us.

D'us lhe revelou uma jazida de safira dentro da terra abaixo de sua tenda. Moshê usou aquela safira para esculpir as novas tábuas. D'us presenteou Moshê com o material restante. Moshê ficou muito rico. Ele não coletara nenhum dos despojos do Egito na hora do Êxodo; em vez disso, estava ocupado localizando o caixão de Yossef e preparando-o para a jornada no deserto. Por isso, agora foi recompensado por D'us com riquezas.

Moshê se tornou um homem muito rico. Mas ele não considerava as riquezas importantes. Sabia que o dinheiro acompanha a pessoa apenas enquanto vive (e às vezes, até o perde antes). Porém, há uma forma de riqueza que permanece junto a uma pessoa para sempre: seu conhecimento da Torá. Esta é a verdadeira riqueza que Moshê valorizava.

D'us ordenou a Moshê que subisse ao cume do monte Sinai cedo pela manhã, sozinho, dizendo: "As primeiras tábuas foram dadas ostensivamente, em meio a uma demonstração pública. Por isso foram quebradas. Estas segundas tábuas devem ser dadas de forma discreta e sem alarde."

Moshê subiu ao monte Sinai no primeiro dia de Elul e permaneceu no campo Celestial por quarenta dias. Esta foi a sua terceira estadia no Céu (perfazendo um total de cento e vinte dias).

Durante estes quarenta dias no Céu, D'us ditou para ele toda a Torá e lhe ensinou sua explicação oral.

No dia 10 de Tishrei, D'us perdoou o povo de Israel pelo pecado do bezerro, dando a Moshê as segundas tábuas nas quais Ele escrevera tudo novamente. D'us designou este dia como um dia de perdão para todas as futuras gerações: o chamado Yom Kipur.

O rosto de Moshê resplandece

Quando Moshê regressou do Monte Sinai em Yom Kipur com as segundas tábuas, os judeus se afastaram dele, temerosos. Pois seu rosto brilhava com um resplendor tão forte como se emitisse raios de sol. As pessoas não se atreviam a aproximar-se. "Talvez Moshê seja um anjo de D'us", exclamaram.

Seu receio era por conta do pecado do bezerro; antes do seu pecado, eles eram capazes de visualizar o fogo de glória Divino no Monte Sinai sem medo. Tendo pecado, no entanto, eles tremiam mesmo diante dos raios que brilhavam na face de Moshê.

Moshê chamou os anciãos, e lhes disse: "D'us os perdoou pelo pecado do bezerro de ouro e lhes deu novas tábuas. Os anciãos perguntaram a Moshê por que seu rosto brilhava, e descobriram que Moshê nada sabia sobre isso. Nem sequer percebera que lhe havia acontecido algo de especial. Quando o povo viu os anciãos falarem com Moshê, finalmente se atreveram a chegar perto.

Por que D'us fez o rosto de Moshê resplandecer?

D'us queria mostrar ao povo como Moshê era especial. Haviam pecado terrivelmente ao buscar um novo guia quando Moshê demorou a descer do Monte Sinai. O povo deveria ter permanecido fiel a Moshê, pois era um homem tão nobre que os raios da Shechiná resplandeciam sobre seu rosto.

Moshê viu-se forçado a cobrir sua face fulgurante com um véu, somente descobrindo-a ao falar com D'us ou ao ensinar as palavras de D'us para o povo de Israel.

Quando o povo de Israel dedicava-se ao estudo da Torá, eram imbuído de força para suportar a visão dos raios de glória. Esta é uma demonstração da grandeza à qual o estudo da Torá é capaz de elevar um ser humano.

 
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