Ki Tissá
 
A contagem do povo de Israel A defesa de Moshê em nome do povo de Israel 
A ordem de fazer um lavatório Moshê quebra as tábuas 
Betsal'el é designado construtor do Tabernáculo e Aholiav, seu assistente  Moshê salva o povo de Israel da destruição 
Depois de quarenta dias no Céu, Moshê recebe duas tábuas de safira  Moshê pede para entender os caminhos Divinos
O pecado do bezerro de ouro  Moshê permanece no Céu por quarenta dias para receber as segundas tábuas
   
 
 
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A contagem do povo de Israel

Após o pecado do bezerro de ouro, o povo judeu é contado. D'us ordenou a Moshê que contasse o povo de Israel.

A mitsvá de contá-los foi, na verdade, dada a Moshê mais tarde, após o pecado do bezerro de ouro. No entanto, é recordada na Torá antes da narrativa do pecado.

Muitos judeus morreram na praga ocorrida logo após o pecado do bezerro de ouro e D'us queria determinar o número dos sobreviventes.

Um fazendeiro apreciava muito o seu bem cuidado e maravilhoso rebanho. Porém, um dia, uma peste atingiu as ovelhas e muitas delas pereceram. Depois da devastação ter se aplacado, o proprietário ordenou aos seus pastores: "Contem minhas ovelhas para ver quantas sobreviveram!"

Apesar de que D'us certamente sabia o número de sobreviventes e portanto não precisava de um censo, Ele estabeleceu a mitsvá (preceito) para o benefício do povo judeu.

Após o pecado do bezerro de ouro, os povos zombaram: "Vejam esta nação que, quarenta dias após terem pronunciado 'faremos e ouviremos,' no monte Sinai, fabricaram um bezerro de ouro! Seu pecado é imperdoável; D'us nunca mais os aceitará como Seu povo!"

Para refutar esta afirmação, D'us ordenou: "Contem as cabeças do povo de Israel!" D'us empregou a palavra 'seú', que significa também "Levante as cabeças!" Ele explicou a Moshê que através da contribuição de uma moeda para o tesouro do Tabernáculo (através das quais eles seriam contados), os judeus resgatariam suas vidas, que foram perdidas no pecado do bezerro de ouro. Assim, o procedimento de contagem mediante moedas doadas "levantaria suas cabeças" - isto é, concederia a eles o perdão pelo pecado.

Quando Moshê ouviu as ordens de D'us, ficou apreensivo, achando que cada judeu teria de contribuir com uma moeda muito valiosa.

"Não é como você pensa, Moshê", D'us assegurou-lhe. "Vocês não terão que Me pagar com moedas que valem cem, cinqüenta, nem mesmo trinta pedaços de prata. Tudo o que peço de cada judeu é que doe uma pequena moeda que valha meio-shekel!"

D'us produziu uma moeda de meio-shekel, demonstrando a Moshê seu tamanho e sua forma, instruindo-o: "Este é o tipo de moeda que eles devem dar!"

As moedas de meio-shekel deste censo foram fundidas e moldadas como encaixes, que foram usados para suportar as vigas do Tabernáculo.

A doação de meio-shekel de cada judeu não foi uma mitsvá instituída unicamente para aquela vez, em consequência do pecado, mas sim, foi estabelecido como uma doação anual permanente. Destas coletas eram comprados os animais para as oferendas da comunidade, para que todo o povo de Israel pudesse ter uma parte nelas.

Quando o Templo Sagrado existia, era realizada uma proclamação a cada ano no primeiro dia de Adar em todas as cidades de Israel, recordando a todos para que preparassem um meio-shekel para o Templo Sagrado. A coleta em si ocorria entre 1 de Adar e 1 de Nissan.

Por que o mês de Adar foi escolhido como época de coleta dos shekalim do povo de Israel?

D'us previu que o malvado Haman daria para o rei Achashverosh dez mil kikar de prata em troca da permissão para exterminar os judeus em Adar. Disse D'us: "Que as doações dos Meus filhos precedam-no, para que sejam salvos das mãos dele."

Os shekalim atendiam a dois propósitos: como renda para o Tabernáculo e o Templo Sagrado, e como meio de fazer o censo, pois D'us proibiu contar os judeus diretamente, dizendo a Moshê: "Não conte o povo de Israel diretamente, pois a bênção Divina não paira sobre algo que foi contado ou medido."

Quando os reis judeus costumavam fazer o censo da população, cuidavam para não transgredir a proibição de contar pessoas diretamente. O rei Shaul, no começo do seu reinado, quando eram pobres, contou o povo através de pedrinhas. Mais tarde, quando o reinado tornou-se rico, foram substituídas por uma ovelha por cada judeu.

 
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