Côrach
 
Côrach ressente-se de não ter sido escolhido para um alto cargo Côrach e seus seguidores levantarão na ressurreição dos mortos e terão uma porção no Mundo Vindouro?
A campanha de Côrach para obter seguidores Os judeus queixam-se novamente
Moshê sugere que Côrach e seus seguidores ofereçam incenso Os presentes ofertados aos cohanim
A punição de Côrach, Datan, Aviram e os duzentos e cinqüenta homens A mitsvá de redimir o primogênito
 
 
 
 
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Os judeus queixam-se novamente

Uma atmosfera de choque e depressão pairava no ar na manhã seguinte a morte de Côrach e seus 250 homens. Os judeus perderam muitos de seus grandes homens, dentre esses, membros do San'hedrin (Corte Suprema).

Voltando-se a Moshê e Aharon, os judeus acusaram-nos: "Vocês causaram a morte dessas 250 pessoas. Por que aconselharam-nos a oferecer incenso, que é fatal a qualquer um que o oferece sem o comando Divino explícito? Nadav e Avihu (filhos de Aharon) também foram mortos ao levarem incenso sem serem ordenados a fazê-lo."

As acusações do povo judeu constituíam lashon hará, calúnia. O Todo Poderoso revelou-Se imediatamente na Nuvem da Glória para proteger Moshê e Aharon. Ele enviou o anjo Ketsef para golpear o povo com uma praga.

Moshê e Aharon prostraram-se para implorar a D'us para que não punisse o povo. Contudo, palavras de oração não emanavam de seus lábios. O Todo Poderoso, Que concede ao homem o poder da fala, impediu-os de interceder em favor dos pecadores.

Por conseguinte, Moshê recorreu a um recurso de emergência. Voltando-se a Aharon, ordenou: "Pegue a frigideira sagrada para oferenda de incenso, traga carvões incandescentes do Altar Exterior e ponha sobre eles o incenso. Apresse-se ao acampamento e deixe que a fumaça do incenso suba ao Céu. Assim você deterá a praga."

"Por favor, meu mestre," respondeu Aharon, "como posso levar fogo do altar sagrado para queimar incenso fora do Tabernáculo? Perecerei, exatamente como meus filhos, Nadav e Avihu."

"Rápido," apressou-o Moshê, "você está perdendo um tempo precioso. Enquanto está falando, mais judeus estão morrendo."

Aharon obedeceu, pensando: "Estou pronto a sacrificar minha vida pelo povo."

Moshê, o profeta fiel de D'us, estava imbuído de poderes para tomar medidas excepcionais de emergência. Ordenou que o incenso fosse oferecido em local e momentos não usuais.

Como Moshê sabia que o incenso deteria a praga? Aprendeu este segredo quando ascendeu ao Céu para receber as Tábuas da Lei. Àquela época, os anjos protestaram para D'us contra o fato de confiar Sua sagrada Torá às mãos de seres humanos. Moshê argumentou com eles que D'us formulara as mitsvot da Torá precisamente para as pessoas com yêtser hará (má inclinação). Os anjos, apesar de capazes de estudar segredos da Torá muito além da compreensão humana, não necessitam das mitsvot para aperfeiçoarem-se.

Os anjos reconheceram a sabedoria dos argumentos de Moshê. A fim de expressar seu consentimento, deram-lhe presentes especiais. O Anjo da Morte ensinou a Moshê um segredo: se Moshê queimasse incenso enquanto ficasse de pé perante esse, impediria-o de realizar seu trabalho de destruição.

Aharon levou a frigideira com os incensos incandescentes ao acampamento e rezou. Com o incenso criou uma divisória de fumaça entre os mortos e os vivos.

Aharon encontrou o Anjo da morte:

"Deixe-me completar meu trabalho," disse o anjo, "não me impeça."

"Moshê enviou-me para impedi-lo," replicou Aharon.

O anjo recusou-se a obedecer. Aharon então agarrou o anjo, e levou-o à força ao Santuário e a praga cessou.

O incenso também fora escolhido como meio apropriado de deter a praga porque o povo judeu o detratava. Clamavam: "O incenso age como veneno. Matou Nadav e Avihu, e agora destruiu duzentos e cinqüenta homens."

O Todo Poderoso respondeu: "O incenso agora resgatará os judeus da morte, demonstrando assim que não é responsável pela morte da pessoa, mas sim o são seus pecados." Quando Aharon, ao queimar o incenso, resgatou o povo da praga, sua alegação de que o incenso "matara duzentos e cinqüenta homens" foi refutada.

O milagre da vara que floresceu

Depois que a terra engoliu Côrach, Datan e Aviram, ficou claro, sem qualquer sombra de dúvida que Moshê era o líder Divinamente escolhido.

O chamado Divino de Aharon como Sumo-sacerdote também manifestou-se quando os duzentos e cinqüenta homens que contestaram sua posição pereceram.

Não obstante, algumas pessoas continuaram insistindo que Moshê não deveria ter desqualificado os primogênitos da realização do serviço Divino, designando os leviyim em seu lugar. Desejavam que todas as tribos participassem do Serviço através de seus primogênitos. Por isso D'us realizou um milagre que demonstrou claramente Sua escolha da tribo de Levi, colocando, desta forma, um fim a essas reivindicações. O milagre também reafirmou a escolha Divina de Aharon como Sumo-sacerdote.

D'us ordenou a Moshê: "Pegue doze varas. Escreva em cada uma o nome do líder de cada tribo. Na vara de Levi escreva o nome de Aharon.

"Coloque as varas para pernoitarem no Santuário. O cajado da tribo escolhida para Meu serviço florescerá milagrosamente."

A fim de evitar possíveis alegações de que uma das varas tinha mais umidade que as outras, e por isso florescera, Moshê cortou doze varas idênticas de um grande cepo. Ordenou que cada líder marcasse seu nome em uma vara.

Moshê colocou as varas no Santuário com a de Aharon no centro, para que ninguém afirmasse: "O cajado de Aharon brotou porque ficou do lado que fica mais próximo à Shechiná."

Quando Moshê entrou no Tabernáculo no dia seguinte, a vara de Aharon brotara folhas, flores e amêndoas. (Este milagre contém outro, pois as florescências não caíram após o aparecimento dos frutos, como geralmente acontece.) Mais que isso, o Nome de Quatro Letras de D'us estava milagrosamente entalhado na vara de Aharon, como se encontrava entalhado sobre o tsits (adereço de testa) do Sumo-sacerdote. Isto demonstrou que Aharon era o escolhido como Sumo-sacerdote, o portador do tsits.

Por que a vara de Aharon brotou?

Este milagre indicava a presença da Shechiná, que imbui vida até mesmo em objetos inanimados, e faz com que esses brotem.

Amêndoas, no que se refere a profecia ou milagre, simbolizam que o Todo Poderoso concretizará Seu decreto rapidamente. (A palavra "shekedim" - amêndoas - deriva de shaked - pressa. As flores desta árvore surgem antes que a de outras.) D'us sinalizara que qualquer um que usurpe a kehuná será punido instantaneamente.

Finalmente, após a série inteira de sinais e milagres, todos os judeus convenceram-se de que a profecia de Moshê era verdadeira em todos os seus detalhes.

O cajado de Aharon jamais feneceu. Sua haste, flores e amêndoas permaneceram eternamente verdes. D'us ordenou a Moshê que o colocasse perto da arca como testemunho para as futuras gerações de que, dentre todas as tribos, a de Levi foi escolhida tanto para a kehuná quanto para a leviyá.

Os reis judeus ficaram incumbidos de preservar o cajado de Aharon. Antes da destruição do Primeiro Templo Sagrado, o rei Yoshiyahu escondeu-o junto com outros objetos que serviram como testemunho e com utensílios sagrados.

Os cohanim e leviyim devem impedir que os judeus realizem o serviço do Santuário

Após terem vivenciado as diversas mortes que ocorreram em conexão com o Serviço do Santuário, os judeus estavam muito amedrontados. Exclamaram: "O Santuário é uma fonte de tragédia. A morte estabeleceu-se na congregação de Côrach, e eventualmente golpeará todos nós."

"É sua tarefa impedir a entrada de qualquer pessoa não autorizada a qualquer área do Santuário que lhe seja proibida." Advertiu D'us tanto aos cohanim quanto aos leviyim. "Se falharem, serão punidos."

A mitsvá de guardar o Santuário e o Templo

D'us ordenou aos cohanim e leviyim que vigiassem o Santuário e o Templo Sagrado todas as noites.

D'us, Que guarda o mundo, não necessita de guardas humanos para proteger Seu palácio. Ele ordenou que uma guarda de honra fosse colocada à sua volta a fim de incutir sua grandeza nos judeus. Visitantes aproximam-se de um edifício guardado com temor, pois é considerado distinto, como o palácio de um rei.

Vinte e quatro guardas eram postados toda noite em diferentes locais ao redor do Templo Sagrado. Os cohanim montavam guarda em três locais no Pátio, e os leviyim em vinte e um locais fora deste. Um inspetor fiscalizava a vigilância de todos os guardas.

 
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