Côrach
 
Côrach ressente-se de não ter sido escolhido para um alto cargo Côrach e seus seguidores levantarão na ressurreição dos mortos e terão uma porção no Mundo Vindouro?
A campanha de Côrach para obter seguidores Os judeus queixam-se novamente
Moshê sugere que Côrach e seus seguidores ofereçam incenso Os presentes ofertados aos cohanim
A punição de Côrach, Datan, Aviram e os duzentos e cinqüenta homens A mitsvá de redimir o primogênito
 
 
 
 
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Moshê sugere que Côrach e seus seguidores ofereçam incenso

Moshê enfrentou a multidão e sugeriu: "Se não acreditam em mim, façamos um teste amanhã. Hoje não tenho permissão de realizar este experimento."

Moshê pensou que se adiasse até a manhã seguinte, o efeito da refeição e do vinho de Côrach já teriam se esvanecido, e seus seguidores perceberiam sua tolice, e fariam teshuvá. O teste, então, seria desnecessário. Moshê, contudo, não revelou a verdadeira razão para adiar o teste, por temer provocar uma contra-rebelião.

"Qualquer um que reivindique ter sido escolhido para o Serviço poderá vir aqui amanhã de manhã, com um recipiente cheio de incenso, e oferecê-lo sobre o altar. Vocês sabem que um não cohen que oferece incenso é passível de morte pelo Céu. Assim, se forem poupados da morte, sua reivindicação de que todos vocês são merecedores de ocuparem posições no Santuário provará estar certa. Contudo, devo adverti-los de que este é um teste suicida. Apenas a pessoa mais santa sobreviverá, e todo o resto perecerá."

Ao ouvir estas palavras, Côrach presumiu que certamente sobreviveria, uma vez que estava destinado a tornar-se progenitor de grandes descendentes.

Os duzentos e cinqüenta homens estavam, a esta altura, tão consumidos pelo desejo de realizar o serviço Divino que estavam dispostos a arriscarem suas vidas por isso.

Datan e Aviram não estavam interessados no discurso de Moshê nem em sua sugestão. Retornaram às suas tendas enquanto esse ainda falava. Não participaram do teste no dia seguinte.

Moshê continuou a dirigir-se a Côrach com palavras gentis, esperando encerrar a discussão.

Temendo que toda a tribo de Levi fosse levada a seguir Côrach, Moshê apelou a seus membros: "Por favor, ouçam-me, filhos de Levi! Satisfaçam-se com a honra de cantar e realizar outras tarefas no Santuário. Por que desejam tornarem-se cohanim? Você, Côrach, e seus seguidores, não clame contra Aharon, pois o Todo Poderoso concedeu-lhe a kehuná. Na realidade, você está se opondo a D'us. Se Aharon aspirasse à kehuná você teria motivo para reivindicar. Contudo, ele não desejou seu ofício. O que ganhou com isso? Enterrou seus dois filhos, Nadav e Avihu."

Côrach não elaborou resposta alguma, porém permaneceu em silêncio. Pensou: "Moshê é muito sábio, culto e instruído. Não importa que argumentos eu apresente, refutará com contra argumentos mais fortes. Se continuar o debate, persuadirá meus seguidores a almejarem a paz." Portanto, não continuou a discussão, mas insistiu em sua reivindicação.

Moshê tenta reconciliar-se com Datan e Aviram

Moshê viu que Côrach não podia ser controlado. Por isso, tentou reconciliar-se com Datan e Aviram, enviando-lhes mensageiros convocando-os ao Santuário. Contudo, Datan e Aviram receberam os mensageiros zombando deles livremente.

"Não acatamos ordens do filho de Amram," anunciaram. "Não nos apresentaremos! Já é suficiente que você nos tirou do Egito, uma terra onde fluía o leite e o mel, verdadeiramente um segundo paraíso, e nos trouxe ao deserto, onde decretou nossa morte? Será que você e seu irmão também se proclamarão nossos governantes?"

Datan e Aviram descreveram o Egito com termos gloriosos porque prefeririam permanecer lá após a redenção.

"Você, Moshê," escarneceram, "estabeleceu-se como rei, e seu irmão tornou-se Sumo-sacerdote. Aos leviyim, deu trabalho como portadores dos utensílios de seu irmão. Ao iniciá-los no Serviço, estragou-lhes a aparência raspando-lhes o cabelo todo. Prometeu levar-nos a uma Terra onde flui o leite e o mel, e dar-nos campos e vinhedos. Jamais o fez. Em vez disso, ensinou-nos todas as proibições referentes à Terra: "Não semeie duas espécies no campo ou vinhedo," "Não are o campo com um boi e um burro atrelados ao mesmo jugo," "Não cultive seu campo durante o ano sabático!" Todavia, nenhum de nós jamais recebeu um campo ou vinhedo! Você acha que suas promessas podem obscurecer a verdade?"

Moshê ficou profundamente desgostoso com a reação de Datan e Aviram à sua mensagem.

Voltando-se a D'us, Orou: "D'us, eu Lhe imploro, não lide com eles de acordo com Sua qualidade de Misericórdia, porém com Severidade. (A não ser que os puna imediatamente, sua influência perniciosa é uma ameaça ao povo inteiro.)

Você sabe a verdade, D'us, que eu nunca me impus como rei sobre eles, como dizem.

"Um rei cobra impostos de seus súditos, enquanto eu nem aceitei remuneração pelo meu trabalho no Santuário, ou em prol da comunidade. Tampouco pedi ao povo que reembolsasse qualquer de minhas despesas, nas quais incorri por eles. Quando aluguei um burro para viajar de Midyan para o Egito a fim de redimir o povo, tinha o direito de pedir-lhes reembolso, porém paguei com meu próprio dinheiro.

"Jamais enganei alguém dando veredicto de julgamento injusto. Não puni Datan e Aviram, apesar de terem delatado ao Faraó que matei um egípcio.

"Você sabe que sempre que lido com a comunidade, ajo apenas em Sua honra."

Moshê terminou repetindo a Côrach: "Você e seus duzentos e cinqüenta seguidores poderão vir amanhã à entrada do Santuário, cada um portando um recipiente cheia de incenso. Veremos então o incenso de quem o Todo Poderoso aceitará como sinal de que Ele o escolheu para o Serviço."

 
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