Côrach
 
Côrach ressente-se de não ter sido escolhido para um alto cargo Côrach e seus seguidores levantarão na ressurreição dos mortos e terão uma porção no Mundo Vindouro?
A campanha de Côrach para obter seguidores Os judeus queixam-se novamente
Moshê sugere que Côrach e seus seguidores ofereçam incenso Os presentes ofertados aos cohanim
A punição de Côrach, Datan, Aviram e os duzentos e cinqüenta homens A mitsvá de redimir o primogênito
 
 
 
 
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Côrach e seus seguidores levantarão na ressurreição dos mortos e terão uma porção no Mundo Vindouro?

Originalmente, D'us excluiu-os do Mundo Vindouro, como todos os que negam os princípios fundamentais da Torá.

Entretanto, gerações depois, a mãe do profeta Shemuel, Chana, suplicou ao Todo Poderoso que revivessem na ressurreição dos mortos. Sabendo que um importante fator que fez com que Côrach pecasse era sua previsão de que o profeta Shemuel descenderia dele, Chana rezou para que ela e seu filho não fossem responsáveis pela punição eterna de Côrach.

O Todo Poderoso aceitou esta oração e concordou em ressuscitar Côrach e seus seguidores, e conceder-lhes uma porção no Mundo Vindouro.

O fator decisivo foi que sua punição constituiu uma santificação pública do Nome de D'us. Fortaleceu a fé dos judeus na Torá e na veracidade da missão de Moshê.

O que aconteceu aos duzentos e cinqüenta homens que estavam à entrada do Santuário segurando os recipientes? Um fogo desceu do céu e os consumiu.

Contudo Côrach, ele mesmo, recebeu castigo em dobro. Primeiro, sua alma foi consumida por um fogo do Céu, então seu corpo rolou em direção ao desfiladeiro na terra sob sua tenda.

Os duzentos e cinqüenta homens viram como o corpo de Côrach, uma verdadeira bola de fogo, rolou em direção à abertura na terra e lá desapareceu.

Assim que os pecadores e seus pertences foram lançados às profundezas, a terra fechou a fenda. A superfície parecia tão macia e plana como antes; não se via a menor irregularidade. Ninguém poderia ser levado a pensar erroneamente que um terremoto ocorrera, uma vez que após um acontecimento natural detecta-se fendas. Aqui, a terra miraculosamente agiu como uma criatura viva, abrindo a boca para devorar o que desejava, e então fechou-a novamente.

Quando a terra se abriu, os judeus foram tomados de pânico, com medo de que também fossem engolidos. Mesmo depois que a rachadura foi selada, as pessoas continuaram apavoradas, fugindo em todas as direções, pois ouviram os pecadores gritarem das profundezas da terra: "Socorro! Moshê nosso mestre, salve-nos!"

O fato de Aharon ter sobrevivido e os duzentos e cinqüenta homens terem sido queimados prova que Aharon fora escolhido para a kehuná. O milagre da terra de ter engolido Côrach, Datan, Aviram e toda a sua casa e pertences provaram a veracidade das palavras de Moshê.

Aqueles que foram salvos da destruição

• Os filhos de Côrach

Quando Côrach foi tragado pelo abismo, seus três filhos, Assir, Elcana e Aviassaf também rolaram para baixo. Contudo, não foram arrastados às profundezas do Inferno, mas milagrosamente foram descansar sobre elevadas plataformas que o Todo Poderoso ergueu para eles, desta forma, permaneceram vivos. Os filhos de Côrach estavam entre os leviyim que, mais tarde, cantaram no Templo Sagrado.

Por qual mérito sobreviveram?

Em seus corações, os filhos de Côrach estavam cientes da verdade.

Moshê foi visitar Côrach em sua tenda, enquanto a família estava sentada à mesa, pensaram: "Se nos levantarmos para Moshê, ofenderemos nosso pai. Por outro lado, se ficarmos sentados, transgrediremos a mitsvá de levantar-se perante um Sábio. Não devemos violar o mandamento da Torá, mesmo se nosso pai ficar enraivecido." Por isso, levantaram-se em honra a Moshê.

Quando a destruição de Côrach e seus seguidores começou, os filhos de Côrach fizeram teshuvá em seus corações. Ao testemunharem a terra se abrindo e engolindo seu pai e seguidores, ficaram paralisados de medo, e incapazes de confessar seus pecados oralmente. O Todo Poderoso, contudo, Que conhece os pensamentos da pessoa, viu que mudaram de idéia. Por isso, Ele lhes permitiu sobreviver.

O versículo diz: "Para o Condutor, sobre rosas, para os filhos de Côrach, um cântico de afeto." (Tehilim 45:1). Por que denomina os filhos de Côrach "rosas"?

Pessoas que os viram costumavam dizer: "São 'espinhos', exatamente como seu pai."

Na hora da destruição, todavia, D'us protegeu as rosas de serem queimadas junto com os espinhos.

Os filhos de Côrach compuseram diversos salmos no Livro dos Salmos, dentre esses um que descreve como foram quase confinados ao Inferno: "Minha vida foi arrastada próxima ao inferno, fui ostracisado junto com os que desceram ao fundo do poço..." (Tehilim 88:4-5).

No capítulo 49, eles apelam a toda a humanidade que aprenda a lição moral do destino de seu pai:

"Os que se fiam em suas forças e de suas riquezas imensas se vangloriam, nem mesmo a seus irmãos podem eles redimir, nem a D'us oferecer resgate por sua morte. Não inveje nem tema ao homem que enriquece e alcança glórias pois, ao morrer, nem sua glória nem nada mais levará consigo. O homem que se engrandece e não tem entendimento para seguir as sendas traçadas por D'us, parecem-se com os animais que perecem e não deixam sequer lembrança."

• On

Outro seguidor de Côrach, On, também escapou da morte. Era membro da tribo de Reuven, vizinho da família de Côrach, e, como tal, participou da rebelião. Ao voltar para casa da primeira reunião, contou à esposa que estava tomando parte numa rebelião. Ela argumentou: "O que você ganha com isso? Sua posição será a mesma, quer Aharon quer Côrach seja o Sumo-sacerdote." Reconheceu a lógica de suas palavras, mas explicou que já não podia mais desligar-se do partido de Côrach, uma vez que jurara oferecer incenso na manhã seguinte.

"Não se preocupe" - disse a esposa - "cuidarei disso." Naquela noite, a esposa de On misturou um vinho muito forte à sua bebida. On caiu imediatamente num sono muito pesado. Enquanto isso, sua esposa sentou-se à entrada da tenda, e fez algo que nenhuma esposa judia faria: descobriu seus cabelos.

Logo chegaram os mensageiros de Côrach para chamar On para a reunião. Porém, viram a esposa de On, com os cabelos descobertos! Deram meia-volta e foram embora.

Côrach enviou outros mensageiros. Eles também não se aproximaram da mulher de On. Os mensageiros iam e voltavam. Assim, On nunca apareceu ante o Santuário.

Côrach falou bem ao descrever os judeus como uma "congregação sagrada em meio a qual está a Shechiná." O nível de recato da Torá era aceito pela geração inteira. Era lógico e natural que nem mesmo os mensageiros de Côrach se dirigissem a uma mulher casada cujos cabelos estivessem descobertos.

Quando a morte golpeou os perversos, a cama onde On dormia começou a escorregar em direção ao abismo. A esposa de On agarrou a ponta e rezou: "Mestre do Universo, On desligou-se da corja de Côrach. Ele jurou em Seu Grande Nome que não é seguidor de Côrach. Se alguma vez violar sua palavra, então Você poderá puni-lo."

On foi poupado, e logo sua esposa censurou-o: "Agora, vá a Moshê e peça desculpas!"

"Estou envergonhado demais para encará-lo," replicou On.

A esposa de On, então, foi a Moshê, soluçando amargamente e relatando o que acontecera a seu marido.

Ao receber o relato, Moshê caminhou até a tenda de On e falou com ele de maneira encorajadora, dizendo: "Saia! Que o Todo Poderoso o perdoe!"

Pelo resto de sua vida, On não parou de lamentar-se e fazer teshuvá por uma vez ter ficado ao lado de Côrach. Seu nome indica isso:

On - ele estava em estado de luto (oninut - luto).

Filho de Pelet - um filho (homem) que foi resgatado da destruição através de um milagre (Pelet refere-se a Pele - milagre).

"A sábia entre as mulheres constrói sua casa." (Mishlê 9:1)

O versículo refere-se à esposa de On, cuja sabedoria resgatou seu lar da destruição.

"Mas a mulher perversa o demole com suas próprias mãos." Refere-se à esposa de Côrach, que arruinou seu marido e todo o seu lar.

Quando se trata de assuntos práticos, o marido deve ouvir os conselhos da esposa.

Os recipientes de Côrach e seus seguidores foram transformados em cobertura para o altar

Os recipientes nos quais Côrach e seus 250 seguidores ofereceram incenso não podiam mais ser utilizados para propósitos profanos, pois foram consagrados ao serviço Divino.

De acordo com o mandamento de D'us, Moshê instruiu Elazar, filho de Aharon, a recolher todos os recipientes das cinzas, aplainá-los e fazer deles uma cobertura para o Altar Exterior.

Por que D'us incumbiu da tarefa de recolher os recipientes da cena do desastre Elazar em vez de Aharon?

Côrach contestou não apenas a posição de Aharon como Sumo-sacerdote, mas também a de Elazar, filho de Aharon como cohen. Elazar recolheu os recipientes como demonstração de seu chamado Divino como cohen e, eventualmente, como sucessor de seu pai como Sumo-sacerdote.

Qual era o propósito de transformar os recipientes dos rebeldes em cobertura para o altar?

Esta nova cobertura impediria as futuras gerações de contestarem a posição de kehuná. Qualquer um que alegasse que um judeu da família de um não cohen deveria ser escolhido como cohen seria advertido: "Olhe para a cobertura do Altar de Cobre! É feito dos recipientes dos homens que disputaram a kehuná e por isso, foram queimados."

 
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