Chucat
 
Três categorias de mitsvot Moshê e Aharon pecam em Águas de Discórdia
As leis da vaca vermelha Moshê envia mensageiros ao rei de Edom
Alusões acerca da mitsvá da Vaca Vermelha Aharon falece em Hor Hahar
Algumas leis de pureza ritual Amalec ataca o povo judeu
O passamento de Miriam e o desaparecimento do Poço de Miriam A guerra contra Sichon, rei dos emoreus
 
 
 
 
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Amalec ataca o povo judeu

Durante a vida de Aharon, as Nuvens de Glória protegiam o povo judeu, pelo seu mérito. Quando ele faleceu, as Nuvens desapareceram. Por não terem mais a proteção das Nuvens, a arca preenchia a função das Nuvens, matando as cobras e escorpiões por onde os judeus passavam.

Enquanto as Nuvens cercavam o Acampamento de Israel, as outras nações temiam atacá-los. Os amalequitas eram antigos inimigos de Israel, que esperavam uma oportunidade para atacar. Diziam: "Ataquemos os judeus. Moshê e Elazar estão de luto, os judeus choram, e já não há Nuvens de Glória para protegê-los."

Os amalequitas mobilizaram seu exército e atacaram o povo judeu.

Amalec é derrotado

Amalec temia que os judeus rezassem a D'us para que o derrotasse; por isso, resolveram enganar os judeus.

Eles falaram entre si no idioma canaaneu, esperando que o povo judeu pensasse que eram canaanitas. Assim, rezariam para que D'us os salvasse dos canaanitas, enquanto que eles, os amalequitas, é que atacariam.

Mas o estratagema não logrou. Apesar de falarem o idioma canaaneu, os judeus reconheceram sua indumentária amalequita.

Os amalequitas tiveram êxito em seu ataque, e capturaram uma escrava. Os judeus assustaram-se e recuaram oito posições. Eles rezaram: "Por favor, D'us, entregue esta nação em nossas mãos." Não citaram o nome da nação, pois não estavam certos de contra quem lutavam. Também prometeram: "Se vencermos esta guerra, não usufruiremos dos despojos, doaremos tudo a D'us."

D'us aceitou a oração do povo judeu. Eles venceram os amalequitas, e santificaram a D'us com todos os pertences de Amalec.

Os judeus altercam-se sobre a maná

Quando os judeus chegaram às terras de Edom, encontravam-se tão perto de Israel que bastaria atravessá-las que chegariam à Israel imediatamente. Mas o rei de Edom não permitiu que os judeus atravessassem o país. Por isso, Moshê e o povo judeu ainda andariam muito para chegar até lá.

O êrev rav e os que não eram tsadikim reclamaram: "Quando terminará esta peregrinação pelo deserto? Já dura quase trinta e oito anos Moshê, por que você nos tirou do Egito para morrer no deserto? Aqui só tem maná! Está certo que o sabor é ótimo, mas a aparência é sempre a mesma. Que monotonia! A maná é muito leve, não fica em nossos estômagos, e não há desperdício. Como isto pode ser saudável?"

D'us disse: "Tudo o que faço por este povo é o melhor para eles, mas são mal-agradecidos. Falaram mal até da maná." Ouviu-se uma voz do céu: "Escutem! Tirei o povo judeu do Egito e dei-lhes a maná. Podem ter na maná o sabor que quiserem. Vejam o exemplo da serpente! Tudo o que ela come tem sabor de pó, mas ela nunca protesta. Que a serpente puna os que reclamam da maná, que possui tantos sabores diferentes."

O deserto estava repleto de serpentes venenosas. Até agora, as Nuvens e a arca haviam protegido o povo das serpentes milagrosamente, ninguém havia sido picado por elas. A partir desse momento, D'us permitiu que as serpentes os picassem. Elas mordiam os pecadores. Alguns ficaram doentes por causa do veneno, outros morreram.

O povo judeu percebeu seu erro, e dirigiu-se a Moshê: "Erramos ao falar contra você e contra D'us. Por favor, peça a D'us que elimine as serpentes."

Moshê orou pelo povo e perdoou-o imediatamente por tê-lo criticado.

A cobra de cobre

D'us disse a Moshê: "Faça uma serpente de cobre e coloque-a no alto de um mastro. Quem for mordido por uma cobra olhará para a cobra de cobre e será curado." Moshê assim fez. Todo judeu que olhava para a cobra de cobre fazia teshuvá e curava-se das picadas venenosas.

Olhar para a cobra lembra ao povo: "Façam teshuvá pelo seu lashon hará (maledicência). Não façam como a serpente do Paraíso, que falou contra D'us!"

Os grandes milagres ocorridos no rio Arnon e o cântico de louvor

Quando souberam que os judeus estavam acampados às margens do Arnon, um riacho que corria ao longo da fronteira, os emoritas tramaram destruir seus inimigos com astúcia. O Arnon é flanqueado por duas montanhas íngremes, uma das quais está cheia de cavernas e fendas, e a outra, de formações rochosas salientes exatamente em frente à primeira. Os emoritas armaram uma emboscada, esperando os judeus passarem. Planejavam bombardeá-los com pedras e matá-los com facilidade, pegando-os de surpresa. Os emoritas haviam esquecido, porém, que D'us estava lutando do lado dos judeus e podia frustrar os planos mais elaborados e inteligentes. Ao chegarem ao riacho Arnon, os judeus se encontravam em estado de penitência e retidão, e portanto merecedores da salvação Divina. Aí D'us operou um milagre tão grande quanto o exibido no Mar Vermelho.

Durante os quarenta anos de viagem, a arca sagrada havia aplainado o caminho à frente do acampamento judaico. Agora D'us fez outra coisa: fez as duas montanhas se aproximarem. As rochas salientes de um lado penetraram nas cavernas e fendas do lado oposto, fundindo-se a elas. Os judeus atravessaram os topos das montanhas, sem saber que antes um riacho corria sob seus pés ou que seus inimigos agora jaziam mortos dentro das cavernas, depois de terem sido esmagados e sofrido uma morte torturante. Como não queria que Seu milagre permanecesse em segredo, D'us fez o poço de Miriam entrar nas cavernas e arrastar para fora tudo que havia dentro delas. Os judeus de repente viram uma enxurrada de sangue misturado com membros humanos irrompendo das cavernas abaixo deles e entenderam seu significado, percebendo o perigo do qual tinham acabado de escapar e o milagre que D'us realizara. Não só sua passagem havia sido facilitada, como também seus inimigos haviam sido destruídos, sem que eles sequer tomassem conhecimento disso.

Depois que os judeus atravessaram, as montanhas separaram-se novamente e voltaram a suas posições originais. Agradecidos, os judeus juntaram-se a Moshê num cântico de louvor, semelhante ao Cântico do Mar, exclamando: "D'us nos salvou e operou milagres para nós. Cantemos portanto Seus louvores."

Apenas D'us conhece os milagres que Ele realiza para Suas criaturas. Uma serpente venenosa pode estar se escondendo sob a cama de alguém, este porém não sabe disso. De manhã, quando está prestes a colocar os pés no chão, a serpente recua de repente, e foge. Ele foi poupado da morte, mas não sabe dos milagres de D'us. Por isso, o versículo diz: "A Ele, Que sozinho realiza grandes maravilhas." (Tehilim 136:5). Apenas Ele sabe acerca das grandes maravilhas que Ele realiza constantemente para nós.

 
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