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A guerra contra Sichon, rei dos emoreus O povo judeu chegou às fronteiras do reino dos emorim. Enviaram mensageiros a Sichon, seu rei: "Por favor, deixe-nos passar. Não causaremos danos, não passaremos pelos campos, e utilizaremos só a estrada principal. Sequer beberemos de tua água." Mas Sichon negou a autorização. Os reis de Canaã pagavam tributos a Sichon, em troca de proteção. Sichon decidiu destruir o povo judeu. Sichon era um dos gigantes que sobrevivera ao Dilúvio, ele e seu exército eram mais temidos que o Faraó e seu exército. Sabendo o quanto D'us valoriza a paz, Moshê pretendia enviar mensageiros do acampamento israelita a Sichon para tentar selar um acordo de paz e pedir permissão para passar pela terra emorita, pagando por toda a água e alimento que o povo necessitaria durante a travessia. Porém, D'us falou a Moshê: "Se Eu lhe disse categoricamente para travar guerra com ele, por que você ainda procura fazer a paz?" Moshê respondeu: "Aprendi com Você a buscar primeiro uma solução pacífica. Quando quis tirar os judeus do Egito, inicialmente Você me enviou ao Faraó para pedir-lhe permissão. Com um só raio, Você certamente poderia ter atingido o Faraó e sua nação inteira, mas não escolheu este caminho. Primeiro me enviou-me para pedir licença ao Faraó, para que ele libertasse os judeus de boa vontade. Quando pretendia dar a Torá a Seu povo, primeiro Você procurou todas as nações e ofereceu-lhes a Torá, sabendo muito bem que elas recusariam a oferta. É por isso que também tentei aproximar-me de Sichon pacificamente." D'us alegrou-se com esta resposta e disse: "Moshê, Meu filho, você Me agrada. Realmente, é sempre preferível começar pacificamente. Diga aos judeus que se lembrem disto em todas as guerras futuras. Antes de começar qualquer ataque, eles devem dirigir-se ao inimigo com uma oferta de paz." Moshê assim fez, ensinando aos judeus este princípio valioso, a ser lembrado sempre antes de uma batalha. Os mensageiros foram a Sichon com o seguinte pedido: "Permita-nos atravessar sua terra. Nós avançaremos sempre, sem virar à direita ou à esquerda. Compraremos todas as provisões diretamente de vocês e pagaremos até a água que bebermos. Estamos dispostos a pagar qualquer preço que vocês pedirem; permita apenas que atravessemos a sua terra para podermos alcançar à nossa terra." Sichon retrucou: "Apresentarei minha resposta a seu pedido com a seguinte parábola: "Um homem contratou um guarda para vigiar sua vinha, pagando generosamente por seus serviços. Certa vez, um sujeito aproximou-se do guarda e perguntou se podia entrar na vinha e colher algumas uvas. O guarda ficou perplexo: 'Como você espera que eu lhe permita entrar na vinha? O meu dever é justamente não deixar ninguém entrar! É para isso que recebo um salário tão alto! E no entanto você anuncia abertamente que quer colher as mesmas uvas que eu sou contratado para vigiar!' Assim", prosseguiu Sichon, falando aos mensageiros de Moshê, "eu e Og, rei de Bashan, temos a função de guardar a terra dos reis cananeus. Recebemos somas enormes para impedir que nações estrangeiras atravessem as terras deles. Como vocês podem anunciar tão atrevidamente que têm a intenção de fazer exatamente aquilo que nós somos pagos para impedir? Como eu poderia permitir-lhes a passagem?" Em resposta, o rei dos emoritas concentrou suas tropas em um dos cantos de sua terra e iniciou o ataque contra os judeus. D'us pôs na cabeça de Sichon a estratégia de concentrar todos os seus soldados num único lugar, ao invés de dividi-los em pelotões. Assim os judeus puderam lutar com o exército emorita inteiro ao mesmo tempo facilitando sua derrota. Novamente D'us ajudou o povo judeu. Moshê pronunciou o Nome Completo de D'us, e Sichon caiu morto. Enquanto os judeus lutavam, o sol se punha. Eles não podiam lutar na escuridão. D'us então deteve o sol nos céus, e a batalha continuou até o que os judeus vencessem. Assim, eles conquistaram o reino de Emor. Ao ouvirem sobre a vitória, as nações do mundo tremeram. Sichon tinha um meio-irmão, o gigante Og, que governava o reino vizinho de Bashán. Ao saber da morte de Sichon, preparou seu exército para lutar contra o povo judeu. A guerra contra Og, rei de Bashán Moshê temia a luta contra Og, mas não porque era o gigante mais forte do mundo, pois sabia que com a ajuda de D'us poderia vencer o inimigo mais poderoso. Então por que tinha medo? Moshê estava preocupado. Og tinha mais de 500 anos. Com certeza, essa longevidade era devida a um mérito especial. Moshê sabia que quando Lot, sobrinho de Avraham foi capturado (ver Bereshit, 14:12, 13), Og correu para contar a Avraham. Avraham então salvou Lot. Sua grande mitsvá foi ajudar ao tsadic Avraham. Talvez por isso D'us não permitiria que os judeus derrotassem Og. Ao ver o exército de Israel, vangloriou-se: "Vencerei! Meu mérito me ajudará". D'us tranqüilizou Moshê: "Não tema! Estou do teu lado. Og não agiu com boas intenções ao informar Avraham sobre o cativeiro de Lot. Na verdade, queria que Avraham fosse morto ao tentar resgatar Lot, para casar-se com Sara. Ele não é um homem santo, na verdade, é um perverso." Os judeus prepararam-se para a luta. Moshê, ele próprio, matou o gigante Og. e os judeus destruíram os filhos de Og e seus soldados. O poderoso reino de Bashán foi agora conquistado. Como Moshê matou o gigante Og Og disse: "Pegarei uma rocha do tamanho do acampamento do povo judeu, jogarei sobre eles e destruí-los-ei de um golpe só." Ele encontrou uma rocha do tamanho de uma montanha, levantou-a e preparou-se para jogar sobre o povo judeu, como uma bomba mortal. Mas D'us fez com que um exército de formigas corroesse a rocha. Quando Og levantou-a, a parte interior desintegrou-se, e a parte exterior caiu sobre sua cabeça, como um anel ao redor de seu pescoço. Og tentou libertar-se, mas seus enormes dentes fincaram-se na rocha. Não podia mover-se sem que seus dentes quebrassem. Entretanto Moshê - que tinha uma altura de10 amot (cerca de 5 metros) - pegou um machado de 10 amot de comprimento e saltou mais de 10 amot. Assim, alcançou o crânio de Og, a trinta amot do chão. Moshê jogou o machado nos pés de Og, que caiu para trás e morreu. Na época do Talmud, ainda se sabia com que rocha Og tentou destruir o povo judeu. Sempre que um judeu passava por ela, dizia uma bênção: "Bendito És D'us, Rei do Universo, que realizaste um milagre para o povo judeu neste local." Os seguintes locais também eram conhecidos pelos judeus, que diziam uma bênção ao passar por eles: O lugar onde atravessaram o Mar Vermelho. O vale onde os emorim tentaram destruir o povo judeu. A pedra sobre a qual Moshê sentou-se durante a guerra contra Amalec. A coluna de sal em que se transformou a esposa de Lot. Os muros de Jericó, que caíram por terra na época de Yehoshua. |
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