O 2º REBE – Rabi Dovber - O Miteler Rebe
     
 

Rabi Dovber
O Miteler Rebe


Filho de Rabi Schneur Zalman de Liadi
9 de Kislev, 5534 (1773) - 9 de Kislev, 5588 (1827)

Os Primeiros Anos
Bem-Estar Econômico dos Judeus
Encarceramento
Genealogia
Obras publicadas
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Os Primeiros Anos

Rabi DovBer, filho do fundador de Chabad, conhecido popularmente como o Miteler Rebe (Rabi intermediário, i.e., o do meio entre três gerações dos patriarcas de Chabad), expandiu a filosofia de seu pai e interpretou o significado e implicações de todas as suas intrincadas fases da maneira mais lúcida

Seus comentários sobre os textos originais do pai estão repletos de discussões detalhadas da ideologia e conceitos filosóficos de Rabi Shneur Zalman, e pelo seu volume, precisão e clareza, atestam a grande estatura mental do autor.

É interessante destacar que quando a notícia do falecimento de Rabi Shneur Zalman chegou a S. Petersburgo, o Ministro da Guerra convocou uma sessão especial do Gabinete para enviar uma mensagem de condolências à família enlutada.

O discurso oficial foi levado a Rabi DovBer em Krementchug por representantes dos governadores de Poltava, Tchernigow e Odessa, com uma pergunta: de que maneira a Rússia poderia retribuir ao Rebe o apoio e o encorajamento prestados por Rabi Shneur Zalman ao Czar durante a Guerra Napoleônica.

O filho e sucessor do primeiro líder de Chabad nada pediu para si mesmo, mas solicitou uma atitude benevolente por parte do governo russo para com os judeus, e a melhoria de suas condições econômicas.

Quando solicitado a dar sugestões específicas, ele pediu a cooperação do governo no assentamento de numerosos judeus no país, um projeto que seu pai tinha começado pouco antes de irromper a guerra Franco-Russa. Assim, surgiram os famosos assentamentos judaicos de Kherson.
Rabi DovBer continuou a obra iniciada por seu ilustre pai, seguindo o caminho aberto por ele. Além de explicar as doutrinas e filosofia de Chabad, ele se devotou às atividades comunitárias e sociais iniciadas pelo seu pai. Intelectualmente, ele era superdotado e também um orador fluente e inflamado.

Inevitavelmente, a Guerra Napoleônica tinha sido um desastre para a vida judaica. No entanto, durante os dias de Rabi DovBer, houve um renascimento do Chassidismo, e uma notável busca por sua sabedoria entre os estudantes jovens.

O Rebe tinha instruído que os jovens deveriam estudar Chassidut ao menos por três horas diárias, e com o tempo a comunidade chassídica produziu um número crescente de jovens eruditos. Mais tarde, muitos desses jovens se tornaram professores em diferentes comunidades. Isso teve um efeito marcante nos chassidim locais, pois o estudo e conhecimento da Chassidut cresceu e se
expandiu.

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Bem-Estar Econômico dos Judeus

O Miteler Rebe esforçou-se para persuadir as massas judaicas a abandonar os empregos precários nos quais estavam engajados. Insistia com eles para que fossem viver nas aldeias e assentamentos onde poderiam aprender a cultivar o solo, ou adquirir ofícios e profissões que lhes proporcionariam uma renda honesta e segura. Isso eliminaria a constante preocupação e insegurança que acompanhava as profissões que exerciam.

Era muito importante que este modo de vida não interferisse com sua prática sincera e completa do judaísmo. A esse respeito, o Miteler Rebe enviou uma carta à comunidade, conforme consta abaixo na íntegra:

Tenho a seguinte proposta a fazer, a respeito do decréscimo nos ganhos e o aumento no número daqueles sem fonte de renda e que sofrem extrema pobreza nas cidades, e os péssimos resultados do desemprego e das energias mal dirigidas dos jovens que realmente desejam trabalhar.

Somente uma pequena minoria está empregada nas lojas e outros negócios, e um número ainda menor pratica ofícios manuais. Aqueles que possuem capital o estão perdendo gradualmente, e vemos multidões de judeus num estado cada vez maior de empobrecimento.

Minha sugestão, dirigida aos mais inteligentes e que entendem o problema, é que sejam introduzidos regulamentos severos nas comunidades judaicas, para que mulheres e crianças, meninos e meninas, aprendam algum ofício básico, como tecelagem, costura e artes similares que são utilizadas nas fábricas.

O treinamento de artesãos deveria também ser organizado e adequadamente estabelecido para os filhos dos pobres e também da classe média. Eles deveriam ter professores e instrutores pagos e supervisionados pela comunidade.

Eles não devem deixar a agricultura de lado. Podem adquirir terra boa e fértil, áreas grandes ou pequenas, e trabalharem o solo; certamente D’us enviará Sua bênção para o solo, para que eles consigam ao menos alimentar adequadamente os filhos. Não há dúvida de que precisarão contratar mão de obra agrícola experiente não-judaica por uns dois ou três anos, até que se tornem aptos, eles próprios, a fazerem todo o trabalho.

Não devem ter vergonha de trabalhar no campo. Não foram os campos e vinhedos a fonte de nosso sustento na Terra Santa, com o fazendeiro rico usando servos judeus e bons trabalhadores? Por que, então, devemos ser diferente de nossos antepassados, embora vivamos no exílio, desde que haja a oportunidade de seguir nossa antiga ocupação de trabalhar o solo? Talvez tenhamos permissão de comprar terras de imediato, ou então alugá-la a longo prazo. Quando visitei as Estepes Meridionais, vi com meus próprios olhos fazendeiros judeus com suas esposas e filhos trabalhando o solo durante a semana, com zelo e disposição.

Até os treze anos, todos os meninos lá estudam nas escolas primárias (cheder). Se ele demonstra aptidão para se tornar um erudito, continua estudando a Torá; caso contrário, deixa o cheder e trabalha na fazenda. Os judeus de lá são felizes e satisfeitos, livres de preocupações, e permanecem tementes a D’us, pessoas de bem, sustentando-se honesta e decentemente. Embora o trabalho possa não lhes trazer riqueza e luxos, roupas caras e jóias, eles têm todo o necessário. Vendem suas colheitas, a produção diária de laticínios, ou então ovelhas e gado para as províncias vizinhas. Eu observei sua maneira de viver e gostei muito; o solo é fértil naquelas paragens. Nós podemos, se nos esforçarmos, comprar boas terras aqui, algo que ajudará muito os pobres. Já me correspondi com pessoas responsáveis, e creio que D’us abençoará a terra, e nosso povo ganhará aquilo que precisa. Como está escrito: ‘Se comeres com o trabalho de tuas mãos, serás feliz.’ Assim, aqueles que nos caluniam não terão assunto para maledicência, e os nobres e funcionários públicos verão os fazendeiros com bons olhos. Não pode ser de outra forma, pois não há outra esperança; somente a perspectiva de uma pobreza ainda maior para as massas judaicas.

E quem sabe o que há ali na frente? Talvez, D’us não o permita, eles sejam atraídos para terras distantes. Já basta disso, e aqueles que têm inteligência entenderão. Estas palavras vêm de alguém que deseja o melhor para o povo judeu, e só quer a sua prosperidade.

(Assinado) DovBer, filho do grande Gaon
Rabi Shneur Zalman, de abençoada memória


Por esta carta e outras fontes, sabemos o quanto Rabi DovBer se preocupava com a provação econômica dos judeus, e quantos esforços ele envidou em várias tentativas de melhorar a vida deles.
Rabi DovBer estava o tempo todo interessado em promover a colonização na Terra Santa. Em 5583 (1823), ele foi o primeiro a estabelecer uma colônia em Hebron, e continuou a apoiá-la financeiramente. Ele adquiriu pessoalmente uma sinagoga ali, que leva seu nome.

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Encarceramento
Por ocasião do falecimento de seu pai, Rabi DovBer estava em Krementchug na Rússia, e dali foi para estabelecer Lubavitch na Rússia Branca.

Durante a viagem, os chassidim lhe forneceram meios de estabelecer-se no novo lar. Ao chegar, no entanto, ele resolveu distribuir estes fundos aos necessitados, e escreveu a um parente sobre a formação de um comitê de três para supervisionar a distribuição. Nessa carta ele se referiu a uma soma “considerável”.

Anos mais tarde, esta carta chegou às mãos do herdeiro do destinatário, um inimigo inescrupuloso e vingativo de Rabi DovBer. Ele nutria um ódio implacável do Rebe por algum “deslize” pessoal familiar. Com uma engenhosa manipulação dos números na carta, “três ou quatro mil rublos” se tornaram “cento e três ou quatro mil rublos”. De fato, uma soma considerável. Qual seria o objetivo? E como ele conseguiu reunir tal soma numa viagem tão curta? Obviamente ele estava planejando uma revolução!

O dinheiro era destinado aos turcos que então governavam a Terra Santa. Os envios regulares para os eruditos necessitados que lá moravam conferiam um ar de credibilidade às acusações. Outras acusações estapafúrdias foram feitas, sobre as dimensões da sinagoga do Rebe sendo semelhantes às do Templo em Jerusalém, e aquilo significava que ele pretendia ser rei de Israel!

A similaridade das acusações levantadas contra Rabi Shneur Zalman em 5558 (1798) é chocante.

No outono de 5587 (1826), Rabi DovBer foi instruído a aparecer em Vitebsk, a capital da província. Isso foi feito de maneira respeitosa, através de funcionários do alto escalão, e foram feitos arranjos que conviessem ao Rebe. Centenas o acompanharam na saída de Lubavitch, e em cada aldeia os anciãos o encontravam com o tradicional pão e sal. As homenagens prestadas a ele por judeus e por gentios impressionou os funcionários do governo.

O Governador Geral Chavanski, um homem severo que tinha pouca estima por Rabi DovBer, conduziu a investigação. Importantes dignitários intercederam em seu favor. Ele foi tratado cortesmente e mais tarde pôde rezar publicamente e fazer uma palestra sobre Chassidismo. Ele foi oficialmente informado de que estava exonerado de todas as suspeitas, e libertado no dia 1º de Kislêv, uma data que desde então é celebrada entre os chassidim.

Sua morte, um ano depois, a 9 de Kislêv, exatamente aos cinqüenta e quatro anos, assinalou o fim de um capítulo importante na história de Chabad. Rabi DovBer tinha mergulhado nas profundezas dos ensinamentos de seu pai, explorado suas implicações e desenvolvido as doutrinas em detalhes e profundidade. Seu pai foi o pensador original, criativo, o fundador de um Movimento. Rabi DovBer fez sua consolidação e desenvolveu as múltiplas atividades de Chabad.

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Genealogia

5534(1773): Nasce o Mitteler Rebe a 9 de Kislêv
5548 (1788): Seu casamento
5550-51 (1790-91): É encarregado de dirigir os chassidim mais jovens
5573 (1813): No mês de Tevet, aceita o cargo de Rebe. A 18 de Elul se estabelece em Lubavitch, Província de Mogilev.
5574 (1814): Designa um comitê especial para reconstruir as comunidades judaicas na Rússia Branca que foram destruídas durante a guerra.
5575 (1815): Esforça-se com sucesso para que oficiais do governo separem lotes de terra na Província de Kherson e lá estabelece assentamentos judaicos.
5576-7 (1816-7): Cria o assentamento dos Chassidim de Chabad em Hebron (Terra Santa).
5577 (1817): Visita assentamentos no exterior, e lá permanece de Pêssach e Elul.
5587 (1826): Preso por calúnia, libertado a 10 de Kislêv. Quando o decreto do Czar para recrutar jovens judeus para o serviço militar torna-se de conhecimento público, viaja ao túmulo de seu pai em Haditz. Na quarta-feira, 9 de Kislêv de 5588 (1827), morre em Niezhin, Província de Chernigov, enquanto retorna do local onde seu pai está sepultado, e é enterrado lá.
Sua esposa foi Rebetzin Sheina.
Seus filhos:
1 – Harav Hakadosh Harav Hachassid R. Menachem Nachum
2 – Harav hachassid Rav baruch.
Suas filhas: 1 – Rebetzin Sara, que faleceu na juventude.
2 – Rebetzin Reila, cujo marido foi Harav Hachassid R. Yekusiel Zalman
3 – Rebetzin Chaya Mushka, cujo marido foi Hod K'vod K'dushat Admur o Rebe, autor de Tzemach Tzedek.
4 – Rebetzin D'vora Leah, cujo marido foi Harav Hatzadik Harav Hakadosh R. Yaakov Yisrael.
5 – Rebetzin B'racha, cujo marido foi Harav Hachassid Rav Yona.
6 – Rebetzin Menucha Rochel, cujo marido foi Harav Hachassid Rav Yaakov kuli.
7 – Rebetzin Sara, cujo marido foi Harav Hachassid Rav Aharon de Shklov.

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Obras publicadas:
1) lmrei Biná. 2) Shaar HaEmuná. 3) Shaar Hayichud — encadernado junto com Shaar Haemuná. 4) Shaar HaTeshuvá VeHaTefilá, 3 vol. 5) Shaarei Orá. 6)Ateret Rosh. 7)Kuntres HaHitpaalut. 8) Peirush HaMilot. 9) Hossafot leTorá Ór. 10) Torat Chayim, Bereshit-Shemot. 11) Maamarei Admur HaEmtsaí, Vayicrá -2 vol. -, Bamidbar -3 vol. -, Devarim -2 vol. -. 12) Shnei HaMeorot. 13) Guevia HaKesef. 14) Pokeach lvrim. 15) Yiún Tefilá. 16) lnyán HaHishtatchut. 17) Bad Kodesh. 18) Maamar: Mizmor Shir (yidish). 19) Maamar: Atá Echad. 20) Maamar: Atém Nitsavim. 21) Maamar: Veiassfú Anavim. 22) Maamar: Yafe Shaá Achat. 23) Maamar: Lehain Maamar Razal Mipnei Ma etc. 24) Piskei Diním, Yoré Deá. 25) Piskei Diním, Even HaEzer. 26) Igrot Kodesh.

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