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Rabi
Shalom Dovber Schneersohn –
Rebe Rashab
Filho de Rabi Shmuel
20 de cheshvan, 5621 (1860) - 2 de Nissan, 5680 (1920)
Introdução
Yeshivá Tomchê Temimim
Durante a Revolução
Os judeus de Cáucaso
Genealogia
Obras publicadas
Links no site
Introdução
Um ano antes do nascimento de Rabi Shalom DovBer, conhecido como o Rebe
Rashab, sua mãe, a Rebetsin Rivca, teve um sonho, que se repetiu,
onde viu o primeiro e o segundo Rebe abençoando-a com um filho
e pedindo que um Sêfer Torá fosse escrito antes de seu nascimento.
O Rebe Rashab (1860-1920), foi o quinto Rebe de Chabad-Lubavitch. Era
o filho do meio do Rebe Maharash. Assumiu a liderança aos 22 anos,
depois do falecimento de seu pai, em 13 de Tishrei, 5643 (1882).
Nos dez anos que seguiram o falecimento do pai, o Rebe Rashab não
aceitou oficial¬mente o manto de liderança. Apesar de ter proferido
maamarim (profundos discursos chassídicos), nem sempre aceitava
pessoas para yechidut (audiência particular) e não rezava
no lugar de seu pai. Em Rosh Hashaná de 5654 (1893), ocupou o lugar
de seu pai pela primeira vez. Acredita-se que assim o fez por respeito
ao seu irmão mais velho, Reb Zalman Aharon. Antes de Rosh Hashaná
daquele ano, Reb Zalman Aharon mudou-se para outra cidade.
Yeshivá Tomchê Temimim
Um dos grandes feitos do Rebe Rashab foi a criação da Yeshivá
Tomchê Temimim, em 15 de Elul 5657 (1897). Deu esse nome à
yeshivá, um ano depois, em Simchat Torá de 1899, explicando
que seus alunos e for¬man¬dos seriam chamados de temimim. Apesar
de existirem muitas yeshivot naquela época, o Rebe Rashab explicou
no dia de sua fundação, que esta seria singular.
Todas as outras yeshivot estudavam somente a parte revelada (niglê)
da Torá, i.e., o Talmud e seus comentários, obras de halachá
e outras que discutem e explicam como cumprir as mitsvot e níveis
mais simples do Tanach.
Nessa yeshivá, entretanto, os alunos aprenderíam não
somente Chassidut (por uma terça parte do tempo) e o mesmo currículo
acima (pelo resto do dia), mas também estudaríam ambos os
níveis como um só. A parte revelada da Torá seria
estudada com a mesma reverência do estudo da Chassidut, e os conceitos
mais profundos da Chassidut seriam estudados com a mesma profundidade
de compreensão empenhada no estudo da parte revelada da Torá.
Por esta razão, os alunos eram chamados de temimim (completos):
além de aprender a Torá na sua totalidade, cada aluno deveria
se empenhar para ser tamim, sem falhas. Deveria ter yir’at shamáyim
(temor a D’us) e não a falha de caráter do falso orgulho.
Uma das sichot mais famosas que o Rebe Rashab proferiu aos temimim foi
sua explicação sobre a afirmação talmúdica:
“Todos os soldados de Bet David, antes de partirem para a guerra,
assinaram um divórcio para suas esposas.”
O Rebe explicou que o objetivo de Bet David é trazer Mashiach.
Isto realizar-se-á por meio da difusão de Torá e
mitsvot. Temimim são os “soldados” cuja tarefa é
batalhar pela vinda de Mashiach, descendente do rei David, através
do estudo e disseminação da Chassidut e comportamento compatível
com estes ensinamentos. Para estar à altura desta grande responsabilidade,
cada tamim deveria dedicar-se inteiramente a esta tarefa, assinando um
“divórcio” i.e., afastando-se de quaisquer desejos
materiais e prazeres, os quais pudessem interferir ou desviá-lo
de sua devoção a este propósito.
Esta sichá envolveu os temimim com o espírito de messirat
nêfesh, (devoção total a ponto de auto-sacrifício),
na disseminação e fortalecimento de Torá e judaísmo.
O Rebe Rashab também ensinou seus alunos a se tornarem nerot lehair
(lampiões) para iluminar seus arredores e fazer brilhar a vida
espiritual de outros judeus. Muitos se tornaram rabinos e líderes
comunitários na Rússia e em outros países.
Particularmente depois da revolução comunista de 1917, quando
o novo regime tentou aniquilar todas as religiões, especialmente
o judaísmo, foram somente os alunos de Tomchei Temimim que se mantiveram
irredutíveis, comprometidos com suas responsabilidades e objetivo
de disseminar e manter a luz da Torá e do judaísmo.
Maamarim – Discursos Chassídicos
Depois de ter estabelecido Tomchei Temimim, os maamarim que o Rebe Rashab
costumava proferir eram ditos em novo formato. Começou a dizê-los
em série, explicando assuntos correlatos. Antes disso, o maamar
geralmente não era relacionado àquele dito antes ou depois.
Os maamarim do Rebe Rashab são notáveis por sua profundidade
e objetividade. Tratam da matéria com muita riqueza de detalhes
de todos os ângulos, com explicações lógicas
e claras, bem como conclusões claríssimas. É por
isso que o Rebe Rashab é tido como o “Rambam da Chassidut”.
O Rebe Rashab também escreveu quatro ensaios especiais sobre como
um judeu deve servir a D’us.
O Rebe Rashab estava profundamente envolvido com atividades comunitárias
relacionadas a judeus russos e de todo o mundo. Mas não só
lamentava as situações difíceis; procurava soluções.
Por exemplo, à época de dificuldades financeiras terríveis,
as quais afetaram especialmente a comunidade judaica, o Rebe Rashab foi
de vital importância na fundação de uma tecelagem
que trouxe amplo sustento para 2.000 famílias.No vigésimo
dia do mês de Marcheshvan é o aniversário de nascimento
de um grande líder judeu que, pela sua vida e obra, tem inspirado
largamente nosso povo. Seu nome é Rabi Shalom Dovber Schneersohn,
quinta geração, em linha direta de sucessão, de Rabi
Shneur Zalman, autor da famosa obra Tanya e fundador do chassidismo Chabad.
Rabi Shalom Dovber (conhecido como o Rebe Rashab) foi o filho de Rabi
Shemuel (o Rebe Maharash) e pai do Rebe Anterior de Chabad, Rabi Yossef
Yitschac Schneersohn (o Rebe Rayats).
A história da vida de Rabi Shalom Dovber está registrada
em detalhes no diário de seu filho. A seguir, alguns fatos interessantes
sobre um sonho que se torna realidade e sobre a vida de um menino que
iria tornar-se um grande Rebe e líder.
Rivca, a esposa do Rabi Shemuel (que também era sua prima), era
uma mulher de charme e graça incomuns; era temente a D us e tinha
um belo caráter. Conhecia e apreciava as santas qualidades de seu
marido. Uma ocasião, quando estava saindo do estúdio dele,
a bainha de seu vestido ficou presa na porta. A porta podia apenas ser
aberta pelo lado de dentro, e para soltar seu vestido teria que bater
na porta para o marido abri-la. Ela não queria interrompê-lo
e tirá-lo de sua escrivaninha, Então lá ficou , em
pé, silenciosamente, por muito tempo, até que seu marido,
o Rebe, por acaso abrisse a porta. Assim eram os pais de Rabi Shalom Dovber.
Uma noite, no décimo dia do Kislêv (um dia após o
aniversário, bem como o yahrzeit de Rabi Dovber, (2º Rebe de Chabad,
filho de Rabi Shneur Zalman), Rivca teve um sonho, onde viu sua mãe
e seu avô sorridentes. Sua mãe lhe disse: “Rivca, você
e seu marido deveriam mandar escrever um Rolo da Torá . E o avô
completou: “Vocês serão abençoados com um ótimo
filho.” Rivca acordou assustada.
Durante todo o dia pensou a respeito do sonho, mas decidiu não
mencioná-lo a seu marido. Então, na décima nona noite
de Kislêv (dia no qual o bisavô, Rabi Shneur Zalman, foi liberado),
o sonho se repetiu. Desta vez apareceu também seu bisavô.
Uma vez mais Rivca foi aconselhada a escrever o Sêfer Torá,
e avisada sobre o nascimento de um ótimo filho. Então a
mãe voltou-se para o ancião, seu avô: “Zeide,
abençoe minha filha.” O Alter Rebe assim o fez, e Rivca respondeu
em voz alta e clara, “Amên”, o que a acordou.
Seu marido então perguntou por que dissera “Amên”.
Rivca primeiro abluíu as mãos e depois contou a seu marido
os dois sonhos que tivera. Uma vez ouvira seu marido dizer que havia duas
opiniões sobre sonhos, uma que acreditava neles, e outra que não;
mas que um bom sonho sempre vale a pena que se materialize. Agora ela
se perguntava o que ele diria.
“Esse é um sonho bom” – disse o marido –
“e deveria se realizar.” Arranjos foram feitos para conseguir
o mais fino pergaminho para o Sêfer Torá, e um piedoso escriba
foi contratado para escrevê-lo. Antes de Rosh Hashaná, o
Sêfer Torá foi completado, e no dia após Yom Kipur
o siyum (conclusão festiva) foi celebrado. Quarenta dias depois,
no vigésimo dia de Marcheshvan, no ano 5621 (1860), Rivca deu à
luz um menino, que foi chamado Shalom Dovber.
Quando Shalom Dovber tinha três anos, foi trazido ao chêder,
que encontrava-se na sinagoga de seu avô, Rabi Menachem Mendel,
3º Rebe de Chabad (o famoso autor da obra “Tsêmach Tsêdek”).
O menino visitava seu avô todos os dias, e o Rebe arrumava tempo
para brincar com ele e questioná-lo sobre o que havia aprendido
no chêder naquele dia. O garoto amava ternamente o pai e o avô,
e quando o último faleceu, ele sofreu muito e tornou-se ainda mais
apegado ao pai.
Muitas são as histórias sobre a piedade e singulares qualidades
do jovem Shalom Dovber. Uma dessas, quando tinha mais ou menos quatro
anos, vale a pena ser lembrada.
O menino estava com a mãe quando um alfaiate trouxe uma roupa que
havia confeccionado para ela. O menino se ocupou em volta do alfaiate
e, sem malícia alguma, puxou um pedaço de tecido de seu
bolso. O homem corou e começou a gaguejar uma explicação
de que, na verdade, tivera a intenção de devolver o pedaço
de tecido que havia sobrado, mas que havia esquecido.
Quando se foi, a mãe disse ao garoto: “Veja o que você
fez ao pobre homem; envergonhou-o e o fez infeliz. Deve ser cuidadoso
e nunca envergonhar alguém, mesmo que sua intenção
seja boa.”
O menino ficou muito sentido e chorou amargamente. Por algumas semanas
carregou o fardo do pecado, até que um dia perguntou ao pai: “Pai,
como pode alguém reparar o pecado de envergonhar uma pessoa?”
O pai disse-lhe o que fazer, e perguntou o que acontecera. “Queria
apenas saber” – o menino respondeu.
Mais tarde, sua mãe perguntou-lhe por que não quis contar
ao pai o ocorrido, ao que o menino respondeu gravemente: “Não
é suficiente que eu tenha pecado, envergonhando alguém?
Queria que eu errasse novamente falando mal dele?” Contar o caso
todo ao pai teria significado mencionar também a desonestidade
do alfaiate, e isso ele não queria fazer.
Shalom Dovber amava o estudo de Torá, e à época de
bar-mitsvá, já era um grande erudito. Quanto mais velho
ficava, mais tempo dedicava aos estudos, pelos quais tinha insaciável
apetite.
No ano 5640, aos 19 anos, seu pai começou a pedir-lhe ajuda em
suas funções públicas. Havia muito a fazer, pois
a posição dos judeus sob os czares russos era muito delicada.
Era freqüentemente necessário visitar pessoas influentes,
tanto dentro como fora do país, para ter alguém que protegesse
a vida e propriedade judaicas e aliviasse seu fardo econômico. Nessa
época, seu filho, Rabi Yossef Yitschac, que viria a sucedê-lo,
nasceu (no 12º dia de Tamuz, 5640).
Após o falecimento do pai (em 5643), Rabi Shalom Dovber isolou-se
por um ano inteiro em estudo e oração. Por muitos anos depois,
precisou de tratamento médico em estâncias fora do país,
porque sua saúde ficou abalada. Durante essas viagens ao exterior
teve oportunidade de encontrar-se com pessoas importantes e servir à
causa de seus irmãos oprimidos. Também continuou a escrever
literatura chassídica, muitos volumes dos quais foram publicados,
e que ainda são consultados por estudiosos de Chabad.
Apesar da saúde frágil, se devotou ao serviço público,
ajudando seus irmãos material e espiritualmente, mas aceitou a
liderança oficial do Movimento Chabad, sucedendo seu pai, somente
dez anos mais tarde. Em 5657, fundou a famosa Yeshivá Tomechê
Temimim, na cidade de Lubavitch, na Rússia, mais tarde transferida
para a Polônia e os Estados Unidos, com muitas ramificações
e filiais em várias partes do mundo. No segundo dia de Nissan,
no ano 5680, Rabi Shalom Dovber faleceu, e foi colocado a descansar na
cidade de Rostov, na Rússia.
Muitos de seus seguidores e alunos, em todas as partes do mundo, que se
inspiram na sua devoção altruísta a seu povo, sua
piedade e santidade, tentam continuar a cadeia dourada de tradições
que aceitavam sob sua orientação como rabinos e líderes,
cada qual em sua comunidade. São as “velas brilhantes”
ou “lampiões”, iluminando os cantos escuros da Terra,
como o ilustre Rabi Shalom Dovber, o Rebe Rashab, havia desejado que fossem.
Traduzido de Talks and Tales
© Merkaz Le’Inyanei Chinuch, Brooklyn, N. Y.
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Yeshivá Tomchê
Temimim
Um dos grandes feitos do Rebe Rashab foi a criação da Yeshivá
Tomchê Temimim, em 15 de Elul 5657 (1897). Deu esse nome à
yeshivá, um ano depois, em Simchat Torá de 1899, explicando
que seus alunos e for¬man¬dos seriam chamados de temimim. Apesar
de existirem muitas yeshivot naquela época, o Rebe Rashab explicou
no dia de sua fundação, que esta seria singular.
Todas as outras yeshivot estudavam somente a parte revelada (niglê)
da Torá, i.e., o Talmud e seus comentários, obras de halachá
e outras que discutem e explicam como cumprir as mitsvot e níveis
mais simples do Tanach.
Nessa yeshivá, entretanto, os alunos aprenderíam não
somente Chassidut (por uma terça parte do tempo) e o mesmo currículo
acima (pelo resto do dia), mas também estudaríam ambos os
níveis como um só. A parte revelada da Torá seria
estudada com a mesma reverência do estudo da Chassidut, e os conceitos
mais profundos da Chassidut seriam estudados com a mesma profundidade
de compreensão empenhada no estudo da parte revelada da Torá.
Por esta razão, os alunos eram chamados de temimim (completos):
além de aprender a Torá na sua totalidade, cada aluno deveria
se empenhar para ser tamim, sem falhas. Deveria ter yir’at shamáyim
(temor a D’us) e não a falha de caráter do falso orgulho.
Uma das sichot mais famosas que o Rebe Rashab proferiu aos temimim foi
sua explicação sobre a afirmação talmúdica:
“Todos os soldados de Bet David, antes de partirem para a guerra,
assinaram um divórcio para suas esposas.”
O Rebe explicou que o objetivo de Bet David é trazer Mashiach.
Isto realizar-se-á por meio da difusão de Torá e
mitsvot. Temimim são os “soldados” cuja tarefa é
batalhar pela vinda de Mashiach, descendente do rei David, através
do estudo e disseminação da Chassidut e comportamento compatível
com estes ensinamentos. Para estar à altura desta grande responsabilidade,
cada tamim deveria dedicar-se inteiramente a esta tarefa, assinando um
“divórcio” i.e., afastando-se de quaisquer desejos
materiais e prazeres, os quais pudessem interferir ou desviá-lo
de sua devoção a este propósito.
Esta sichá envolveu os temimim com o espírito de messirat
nêfesh, (devoção total a ponto de auto-sacrifício),
na disseminação e fortalecimento de Torá e judaísmo.
O Rebe Rashab também ensinou seus alunos a se tornarem nerot lehair
(lampiões) para iluminar seus arredores e fazer brilhar a vida
espiritual de outros judeus. Muitos se tornaram rabinos e líderes
comunitários na Rússia e em outros países.
Particularmente depois da revolução comunista de 1917, quando
o novo regime tentou aniquilar todas as religiões, especialmente
o judaísmo, foram somente os alunos de Tomchei Temimim que se mantiveram
irredutíveis, comprometidos com suas responsabilidades e objetivo
de disseminar e manter a luz da Torá e do judaísmo.
Maamarim – Discursos Chassídicos
Depois de ter estabelecido Tomchei Temimim, os maamarim que o Rebe Rashab
costumava proferir eram ditos em novo formato. Começou a dizê-los
em série, explicando assuntos correlatos. Antes disso, o maamar
geralmente não era relacionado àquele dito antes ou depois.
Os maamarim do Rebe Rashab são notáveis por sua profundidade
e objetividade. Tratam da matéria com muita riqueza de detalhes
de todos os ângulos, com explicações lógicas
e claras, bem como conclusões claríssimas. É por
isso que o Rebe Rashab é tido como o “Rambam da Chassidut”.
O Rebe Rashab também escreveu quatro ensaios especiais sobre como
um judeu deve servir a D’us.
O Rebe Rashab estava profundamente envolvido com atividades comunitárias
relacionadas a judeus russos e de todo o mundo. Mas não só
lamentava as situações difíceis; procurava soluções.
Por exemplo, à época de dificuldades financeiras terríveis,
as quais afetaram especialmente a comunidade judaica, o Rebe Rashab foi
de vital importância na fundação de uma tecelagem
que trouxe amplo sustento para 2.000 famílias.No vigésimo
dia do mês de Marcheshvan é o aniversário de nascimento
de um grande líder judeu que, pela sua vida e obra, tem inspirado
largamente nosso povo. Seu nome é Rabi Shalom Dovber Schneersohn,
quinta geração, em linha direta de sucessão, de Rabi
Shneur Zalman, autor da famosa obra Tanya e fundador do chassidismo Chabad.
Rabi Shalom Dovber (conhecido como o Rebe Rashab) foi o filho de Rabi
Shemuel (o Rebe Maharash) e pai do Rebe Anterior de Chabad, Rabi Yossef
Yitschac Schneersohn (o Rebe Rayats).
A história da vida de Rabi Shalom Dovber está registrada
em detalhes no diário de seu filho. A seguir, alguns fatos interessantes
sobre um sonho que se torna realidade e sobre a vida de um menino que
iria tornar-se um grande Rebe e líder.
Rivca, a esposa do Rabi Shemuel (que também era sua prima), era
uma mulher de charme e graça incomuns; era temente a D us e tinha
um belo caráter. Conhecia e apreciava as santas qualidades de seu
marido. Uma ocasião, quando estava saindo do estúdio dele,
a bainha de seu vestido ficou presa na porta. A porta podia apenas ser
aberta pelo lado de dentro, e para soltar seu vestido teria que bater
na porta para o marido abri-la. Ela não queria interrompê-lo
e tirá-lo de sua escrivaninha, Então lá ficou , em
pé, silenciosamente, por muito tempo, até que seu marido,
o Rebe, por acaso abrisse a porta. Assim eram os pais de Rabi Shalom Dovber.
Uma noite, no décimo dia do Kislêv (um dia após o
aniversário, bem como o yahrzeit de Rabi Dovber, (2º Rebe de Chabad,
filho de Rabi Shneur Zalman), Rivca teve um sonho, onde viu sua mãe
e seu avô sorridentes. Sua mãe lhe disse: “Rivca, você
e seu marido deveriam mandar escrever um Rolo da Torá . E o avô
completou: “Vocês serão abençoados com um ótimo
filho.” Rivca acordou assustada.
Durante todo o dia pensou a respeito do sonho, mas decidiu não
mencioná-lo a seu marido. Então, na décima nona noite
de Kislêv (dia no qual o bisavô, Rabi Shneur Zalman, foi liberado),
o sonho se repetiu. Desta vez apareceu também seu bisavô.
Uma vez mais Rivca foi aconselhada a escrever o Sêfer Torá,
e avisada sobre o nascimento de um ótimo filho. Então a
mãe voltou-se para o ancião, seu avô: “Zeide,
abençoe minha filha.” O Alter Rebe assim o fez, e Rivca respondeu
em voz alta e clara, “Amên”, o que a acordou.
Seu marido então perguntou por que dissera “Amên”.
Rivca primeiro abluíu as mãos e depois contou a seu marido
os dois sonhos que tivera. Uma vez ouvira seu marido dizer que havia duas
opiniões sobre sonhos, uma que acreditava neles, e outra que não;
mas que um bom sonho sempre vale a pena que se materialize. Agora ela
se perguntava o que ele diria.
“Esse é um sonho bom” – disse o marido –
“e deveria se realizar.” Arranjos foram feitos para conseguir
o mais fino pergaminho para o Sêfer Torá, e um piedoso escriba
foi contratado para escrevê-lo. Antes de Rosh Hashaná, o
Sêfer Torá foi completado, e no dia após Yom Kipur
o siyum (conclusão festiva) foi celebrado. Quarenta dias depois,
no vigésimo dia de Marcheshvan, no ano 5621 (1860), Rivca deu à
luz um menino, que foi chamado Shalom Dovber.
Quando Shalom Dovber tinha três anos, foi trazido ao chêder,
que encontrava-se na sinagoga de seu avô, Rabi Menachem Mendel,
3º Rebe de Chabad (o famoso autor da obra “Tsêmach Tsêdek”).
O menino visitava seu avô todos os dias, e o Rebe arrumava tempo
para brincar com ele e questioná-lo sobre o que havia aprendido
no chêder naquele dia. O garoto amava ternamente o pai e o avô,
e quando o último faleceu, ele sofreu muito e tornou-se ainda mais
apegado ao pai.
Muitas são as histórias sobre a piedade e singulares qualidades
do jovem Shalom Dovber. Uma dessas, quando tinha mais ou menos quatro
anos, vale a pena ser lembrada.
O menino estava com a mãe quando um alfaiate trouxe uma roupa que
havia confeccionado para ela. O menino se ocupou em volta do alfaiate
e, sem malícia alguma, puxou um pedaço de tecido de seu
bolso. O homem corou e começou a gaguejar uma explicação
de que, na verdade, tivera a intenção de devolver o pedaço
de tecido que havia sobrado, mas que havia esquecido.
Quando se foi, a mãe disse ao garoto: “Veja o que você
fez ao pobre homem; envergonhou-o e o fez infeliz. Deve ser cuidadoso
e nunca envergonhar alguém, mesmo que sua intenção
seja boa.”
O menino ficou muito sentido e chorou amargamente. Por algumas semanas
carregou o fardo do pecado, até que um dia perguntou ao pai: “Pai,
como pode alguém reparar o pecado de envergonhar uma pessoa?”
O pai disse-lhe o que fazer, e perguntou o que acontecera. “Queria
apenas saber” – o menino respondeu.
Mais tarde, sua mãe perguntou-lhe por que não quis contar
ao pai o ocorrido, ao que o menino respondeu gravemente: “Não
é suficiente que eu tenha pecado, envergonhando alguém?
Queria que eu errasse novamente falando mal dele?” Contar o caso
todo ao pai teria significado mencionar também a desonestidade
do alfaiate, e isso ele não queria fazer.
Shalom Dovber amava o estudo de Torá, e à época de
bar-mitsvá, já era um grande erudito. Quanto mais velho
ficava, mais tempo dedicava aos estudos, pelos quais tinha insaciável
apetite.
No ano 5640, aos 19 anos, seu pai começou a pedir-lhe ajuda em
suas funções públicas. Havia muito a fazer, pois
a posição dos judeus sob os czares russos era muito delicada.
Era freqüentemente necessário visitar pessoas influentes,
tanto dentro como fora do país, para ter alguém que protegesse
a vida e propriedade judaicas e aliviasse seu fardo econômico. Nessa
época, seu filho, Rabi Yossef Yitschac, que viria a sucedê-lo,
nasceu (no 12º dia de Tamuz, 5640).
Após o falecimento do pai (em 5643), Rabi Shalom Dovber isolou-se
por um ano inteiro em estudo e oração. Por muitos anos depois,
precisou de tratamento médico em estâncias fora do país,
porque sua saúde ficou abalada. Durante essas viagens ao exterior
teve oportunidade de encontrar-se com pessoas importantes e servir à
causa de seus irmãos oprimidos. Também continuou a escrever
literatura chassídica, muitos volumes dos quais foram publicados,
e que ainda são consultados por estudiosos de Chabad.
Apesar da saúde frágil, se devotou ao serviço público,
ajudando seus irmãos material e espiritualmente, mas aceitou a
liderança oficial do Movimento Chabad, sucedendo seu pai, somente
dez anos mais tarde. Em 5657, fundou a famosa Yeshivá Tomechê
Temimim, na cidade de Lubavitch, na Rússia, mais tarde transferida
para a Polônia e os Estados Unidos, com muitas ramificações
e filiais em várias partes do mundo. No segundo dia de Nissan,
no ano 5680, Rabi Shalom Dovber faleceu, e foi colocado a descansar na
cidade de Rostov, na Rússia.
Muitos de seus seguidores e alunos, em todas as partes do mundo, que se
inspiram na sua devoção altruísta a seu povo, sua
piedade e santidade, tentam continuar a cadeia dourada de tradições
que aceitavam sob sua orientação como rabinos e líderes,
cada qual em sua comunidade. São as “velas brilhantes”
ou “lampiões”, iluminando os cantos escuros da Terra,
como o ilustre Rabi Shalom Dovber, o Rebe Rashab, havia desejado que fossem.
Traduzido de Talks and Tales
© Merkaz Le’Inyanei Chinuch, Brooklyn, N. Y.
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Durante a Revolução
Em 5699 (1909) Rabi Shalom DovBer estava cada vez
mais perturbado pelas inovações introduzidas em determinadas
instituições, chamadas de Torá, na Terra de Israel.
Seguem-se trechos extraídos de uma carta que ele escreveu para
Israel naquela época:
“Há um número crescente de distintos reformadores,
cuja única meta é destruir a fé judaica e privá-la
de seu caráter sagrado. Certamente astutos, eles persuadem pais,
e mais ainda mães, que têm o coração mais mole,
são mais facilmente convencidas e prontas a ceder às seduções
de novas idéias, a entregar seus filhos à destruição
certa…
“A experiência tem demonstrado que a menos que sejamos capazes
de implantar a luz da santidade de Torá nos corações
das crianças enquanto ainda são jovens e moldáveis,
há pouca esperança de que elas venham a seguir o caminho
da justiça. Aquele que deseja assegurar que seu filho crescerá
no verdadeiro espírito da Torá e Judaísmo deve fazer
tudo para que a criança não seja exposta à tentação
destas novas idéias que são alheias a nossos antepassados.
“É difícil para qualquer pessoa permanecer calma face
a agressões tão graves ao próprio coração
do Judaísmo. Elas quebraram e cortaram em pequenos fragmentos a
grandiosa estrutura da Torá, a mesma Torá que é a
vida e alma de nossa nação, e por cuja preservação
nossos ancestrais estiveram prontos a morrer, aos milhares, como mártires.”
Foi neste espírito que Rabi Shalom DovBer lutou contra as forças
da reforma e assimilação e que tinham feito progressos dentro
de alguns círculos de nosso povo. Quando a revolução
bolchevique derrubou o regime czarista na Rússia, o país
foi proclamado uma república, com o lema: “Liberdade para
todos.” Rabi Shalom DovBer temia que o desejo de libertar-se de
todos os vínculos e amarras tradicionais pudesse também
invadir o mundo judaico e induzir as massas de judeus a jogarem fora as
tradições de nossa fé e fazer o que bem entendessem
em matéria de religião. Ele sugeriu que um forte corpo judaico
fosse organizado por todos os judeus fiéis em cada cidade e aldeia
da Rússia, para trabalhar como uma força unificada, deixando
de lado “interesses individuais egoístas” para fortalecer
a causa da Torá e do judaísmo em toda parte.
Uma atenção especial deveria ser prestada no sentido de
encorajar a observância do Shabat, abatimento casher, pureza familiar
e outras facetas vitais da vida judaica. Ele sugeriu ainda que estes grupos
deveriam se consultar mutuamente sobre os problemas que encontrassem,
e planejar suas atividades.
Rabi Shalom DovBer estava o tempo todo consciente de que o futuro do Judaísmo
dependia inteiramente dos jovens, das futuras gerações.
Portanto, ele enfatizou a importância de fortalecer o estudo de
Torá, especialmente para crianças pequenas.
A liderança de Rabi Shalom DovBer, cobrindo um período de
grande conflito político na Rússia e no mundo em geral,
ilustrou claramente como os líderes de Chabad, cada qual em sua
geração, levaram adiante a cadeia dourada da sagrada obra
em prol da educação de Torá e a divulgação
do conhecimento de Torá entre os jovens, onde quer que vivessem
os judeus.
Eles trabalharam incessantemente para fortalecer todos os pontos fracos
na fortaleza da religião judaica. Enfrentaram sem temor as forças
que se atravessaram no caminho de sua obra sagrada ou que ameaçasse
minar a nossa fé.
top
Os judeus
de Cáucaso
A abordagem fundamental dos líderes de Chabad foi
o caminho seguido por Rabi Shalom DovBer, o quinto Rebe de Lubavitch,
e filho de Rabi Shmuel. Como seus predecessores, ele devotou grande parte
de seu tempo ao incremento da educação judaica, e enviou
seus representantes e delegados a todas as partes do país com este
propósito.
Rabi Shalom DovBer tinha um interesse pessoal nos “judeus montanheses”,
que viviam nas montanhas do Cáucaso e em outras partes remotas
do país. Ele investigou sua situação e soube que
eles não tinham professores ou líderes espirituais, e que
seus jovens estavam crescendo sem qualquer conhecimento da Torá.
Além disso, devido à falta de estudo, muitos já tinham
se afastado bastante da fé de seus antepassados. A situação
estava se deteriorando rapidamente,. E a perspectiva era de que em pouco
tempo, no máximo uma ou duas gerações, o último
vestígio de Judaísmo teria desaparecido destes elementos
isolados da nação.
Rabi Shalom DovBer planejou uma campanha determinada a salvar estes grupos
de judeus extraviados antes que se tornassem totalmente alienados da fé
judaica. Para liderar esta campanha, ele selecionou o ilustre erudito
e chassid, Rabi Shmuel Halevi Levitin, que tinha sido rabino da comunidade
judaica de Rakshik até então, e designou-o como seu representante
pessoal com total autoridade para organizar escolas religiosas e seminários
talmúdicos nas províncias dos Cáucasos. Rabi Shmuel
Levitin viajou a este canto longínquo do país e devotou
todo seu tempo e esforços a esta sagrada missão, a ele confiada
por seu querido Rebe.
Os judeus naquelas áreas totalizavam mais de cem mil. A maioria
era de ascendência sefaradita, e a princípio Rabi Shmuel
Levitin descobriu que a imensa quantidade de trabalho a ser feito estava
prejudicada porque estes judeus sefaraditas achavam difícil aceitar
a autoridade e ensinamentos de rabinos ashkenazitas. No entanto, a sinceridade
dos representantes de Chabad impressionou tanto os sefaraditas que eles
logo superaram os preconceitos iniciais.
As metas de Chabad na região eram duas. Primeiro, ação
imediata para salvar as crianças e levá-las de volta à
Torá e ao temor a D’us. Em segundo, estabelecer instituições
para o treinamento de rabinos, professores, abatedores e cantores, para
que no seu devido tempo os sefaraditas produzissem seus próprios
líderes espirituais para levarem adiante esta obra.
Os sefaraditas enviaram seus filhos a estas escolas, e o nome de Chabad
ganhou fama e causou ótima impressão entre estes milhares
de judeus das províncias caucasianas.
O princípio básico dos líderes do Movimento Chabad
em seu trabalho pela educação era que os ensinamentos de
Torá e mitsvot deveriam ser conduzidos no puro espírito
da tradição, na maneira que nos foi transmitida através
dos séculos, originada na Divina revelação no Monte
Sinai.
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Genealogia
O Rebe Rashab - Shalom Dovber
5621 (1860):
Nascimento do Rebe Rashab a 20 de Cheshvan, Casou-se com sua prima Rebetzin
Shterna Sara após o encerramento do Shabat, a 11 de Elul de 5635
(1875).
5640 (1880): Inicia sua obra em assuntos públicos.
5643 (1883): Começa a guiar os chassidim e aceita
o cargo de Rebe.
5652 (1892): Tenta conseguir que a expulsão de
Moscou seja rescindida, e consegue um adiamento até o verão;
fornece subsídios financeiros substanciais para que os expulsos
possam estabelecer-se em novos locais.
5653 (1893): Reestabelece o comitê de líderes
comunais em Petersburgo.
5654 (1894): Visita os assentamentos na Província
de Kherson.
5657 (1897): Estabelece yeshivot Tomchei T'mimim.
5658 (1898): Viaja no interesse público a Kiev
e Odessa.
5659 (1899): Expressa seu ponto de vista negativo a respeito
do Partido Sionista.
5661 (1901): Visita a Alemanha, França e Holanda
devido a assuntos comunitários.
5662 (1902): Com a ajuda filantrópica dos irmãos
Poliakov e a ajuda da I.C.A., estabelece uma tecelagem e fiação
em Dubrovna, Província de Mogilev. Aproximadamente 2000 judeus
ganham seu sustento trabalhando lá.
5664 (1904): Cria comitês para enviar matsot a
soldados judeus no Extremo Oriente.
5666 (1906): Consegue fazer cessar os pogroms em Petersburgo.
5667 (1907): Prepara um programa detalhado intitulado
Hitagdut Hayerei'im (Sindicato dos Judeus Religiosos), e o transmite a
Harav Rabi Breuer e a Harav Yaakov Roseheim.
5668 (1908): Participa da reunião de líderes
comunais da Alemanha em Berlim.
5669 (1909): Na Conferência de Katowitz, anuncia
sua retirada da Agudat Yisrael.
5671 (1911): Cria a Yeshivá Torá Emet em
Chevron (Hebron, na Terra Santa
5676 (1915): A 17 de Cheshvan, deixa Lubavitch e muda-se
para Rostov, próxima ao Rio Don.
5676 (1916): Durante o verão, cria yeshivot em
Gruzia (Geórgia).
5677 (1917): Consegue isenção legal do
serviço militar para 2382 funcionários religiosos (Rabanim,
chazanim shochtim, etc.).
5680 (1920): Faleceu após o término do
Shabat, parashat Vayikra, véspera de domingo, 2 de Nissan, às
3h30m, e é sepultado em Rostov, perto do Rio Don.
Teve um filho, o Rebe, K'vod K'dushat Admur Harav R.
Yosef Yitschac.
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Obras
publicadas:
1) Sêfer HaMaamarím
— 5643/44. 2) Sêfer HaMaamarím — 5646-5650. 3)
Sêfer HaMaamarím 5651. 4) Sêfer HaMaamarím —
5652-53. 5) Sêfer HaMaamarím — 5654. 6) Sêfer
HaMaamarím 5655-56. 7) Sêfer HaMaamarím — 5657.
8) Sêfer HaMaamarím — 5658. 9) Sêfer HaMaamarím
— 5659. 10) Sêfer HaMaamarím — 5660/62. 11) Sêfer
HaMaamarím — 5663/64. 12) Sêfer HaMaamarím —
5665. 13) Hemshech Yom Tov Shel Rosh Hashaná — 5666. 14)
Sêfer HaMaamarím — 5668. 15) Sêfer HaMaamarim
. 5669. 16) Sêfer HaMaamarím — 5670. 17) Sêfer
HaMaamarím — 5671. 18) Beshaá Shehikdimu — 5672,
3 vol. 19) Sêfer HaMaamarím — 5672-76. 20) Sêfer
HaMaamarím — 5677. 21) Sêfer HaMaamarím —
5678. 22) Sêfer HaMaamarím — 5679. 23) Sêfer
HaMaamarím — 5680. 24) Sêfer HaMaaamarím —
Likut (5644/5680). 25) Sêfer HaSichot — Torat Shalom. 26)
Kuntres HaTefilá. 27) Kuntres Umaayán. 28) Kuntres Ets Hachayim.
29) Kuntres Be'inyanei Kolel Chabad. 30) Kuntres HaAvodá. 31) Chanoch
LaNáar. 32) Hagahot AI haTanya. 33) Hagahot AI Torá Ór.
34) Hagahot AI Likutei Torá. 35) Hagahot AI HaSidur. 36) Hagahot
LePatach Eliyahu — 5658. 37) lgrot Kodesh, 5 vol.
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