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"Prove-me
que D’us existe" é um desafio tão antigo quanto
a própria religião. A religião é definida
como a crença na existência de um poder controlador sobre-humano,
e quando declaramos o Judaísmo como nossa religião, nossa
crença em D’us é axiomática. Apesar disso,
muitos judeus ainda questionam este próprio alicerce. Além
disso, qualquer resposta geralmente é seguida por uma torrente
de protestos questionando estas crenças, como as perguntas "se
há um D’us, onde estava Ele durante o Holocausto?" e
ainda "Por que acontecem coisas más às pessoas boas?"
Muitos
judeus recitam diariamente os Treze Princípios da Fé, baseados
no comentário de Maimônides à Mishná Sanhedrin
10:1. Os primeiros quatro princípios são:
1 – Creio com fé total que o Criador, bendito seja Seu nome,
é o Criador e Amo de todos os seres criados, e que somente Ele
fez, faz, e fará todas as coisas.
2 – Creio com fé total que o Criador, bendito seja Seu nome,
é Um e somente Um; que não há unicidade como Ele;
e que somente Ele é nosso D’us – foi, é, e será.
3 – Creio com fé total que o Criador, bendito seja Seu nome,
é incorpóreo; que Ele está isento de todas as propriedades
antropomórficas; e que Ele não tem qualquer semelhança.
4 – Creio, com fé total que o Criador, bendito seja o Seu
nome, é o princípio e o fim.
Sempre
que um judeu recita o Shemá, ele dá testemunho da
existência do único D’us, uma existência
experimentada pelos nossos ancestrais e transmitida a nós
através de uma linha ininterrupta de tradição.
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Provar
a existência de D’us? Na verdade devemos analisar a pergunta
antes de tentar respondê-la. O que se considera prova? Como se prova
que algo existe? Vejamos, por exemplo, um cego. A cor existe para o cego?
Ele não pode ver a cor, porém ela existe. Este fato é
estabelecido por outros que podem ver. O cego acredita e confia que os
outros podem ver que a cor existe, embora esteja além de sua experiência
pessoal.
Ainda um outro exemplo: a eletricidade. Quando acendemos uma luz, podemos
ver a eletricidade? A resposta é não, podemos apenas ver
o seu efeito. A gravidade. Quando um objeto cai, não podemos ver,
sentir, provar ou cheirar a gravidade – vemos apenas seu efeito.
Todos concordam que a gravidade é um fato indiscutível da
natureza – pois observamos seu efeito. Ainda hoje os cientistas
ficam desconcertados para explicar "exatamente" o que é
a gravidade.
Em resumo, a prova da existência de qualquer coisa não significa
necessariamente que temos de senti-la, seja da maneira que for. Ela existe
porque vemos seu efeito ou, no caso do homem cego, acreditamos em outros
que podem vê-la.
D’us não tem um corpo ou forma de corpo. Ele está
em toda parte e cria o tempo e o espaço. Por definição,
não podemos transcrever qualquer descrição física
de D’us. Por definição, o homem na verdade não
pode ver D’us. Portanto, para provar a existência de D’us,
devemos confiar nós mesmos em Seus efeitos, ou em outros que viram
Seu efeito (como o homem cego).
Para resumir, provar a existência de D’us pode ser feito em
duas maneiras. Primeiro, examinando se alguém realmente testemunhou
algo Divino ou, em segundo lugar, por uma prova irrefutável da
existência de Seus efeitos. Para expressar isso de maneira um pouco
diferente, por tradição ou por prova metafísica,
devemos também examinar a prova de existência estudando a
História Judaica e o cumprimento da profecia.
Antes de examinarmos todos estes caminhos, deve-se mencionar que os filósofos
mais notáveis do Judaísmo discordam sobre qual é
a prova mais forte. Rabi Yehuda Halevi em seu livro Kuzari (2:26) argumenta
que: "A fé mais elevada é aquela derivada somente da
tradição, em cujo caso a prova metafísica deveria
apenas ser usada como um último recurso para impedir a descrença."
Maimônides (Moreh Nevuchim 3:51) discorda. Ele argumenta que "nossa
fé começa com as tradições que nos foram transmitidas
por nossos ancestrais e em nossa sagrada literatura. Isso é mencionado
no versículo: ‘Ouve, ó Israel, o Eterno é nosso
D’us, o Eterno é Um.’
No entanto,
o grau mais elevado de fé vem da prova filosófica, e aqueles
que têm capacidade são exigidos para provar os fundamentos
da nossa fé."
Neste ensaio, examinaremos todos os caminhos. Nossa abordagem é
que, ao combinar provas tradicionais, filosóficas e históricas,
qualquer judeu pensante será levado a uma fé firme na existência
de D’us.
O Talmud refere-se aos judeus como "Crentes, Filhos de Crentes".
É quase como se a crença em D’us fosse hereditária.
Na verdade, porém, a crença inata surge no próprio
âmago da alma judaica. Job descreve a alma como "uma parte
do Divino". A fé simples de um judeu vem daquilo que ele sente
como a própria fonte de sua alma – sua própria essência.
Aquela essência pode muitas vezes se tornar oblíqua por meio
das insensibilidades e indulgências do corpo.
No entanto, o ponto principal permanece para sempre intacto e, naquelas
ocasiões muito especiais em que a alma reluz, o judeu sente sua
verdadeira fonte, sua própria essência.
A Prova Tradicional
Num tribunal, a prova mais forte de que algo aconteceu ou existiu é
a declaração de uma testemunha. Ver é crer. Não
se pode comparar algo visto com algo que se ouviu.
Qualquer fato histórico é provado por aqueles que testemunharam
e registraram o evento. Quanto mais testemunhas para aquele evento, mais
crível é o fato.
Um dos Dias Festivos mais celebrados no calendário judaico é
Pêssach. Nas noites do Sêder, judeus no mundo inteiro se reúnem
em família para relembrar o Êxodo do Egito. A noite está
repleta de ritual e a Hagadá é nosso manual. Algo comum
a todos é o consumo de matsá – o pão da aflição.
O Zohar (uma obra cabalista fundamental) chama a matsá de pão
da fé. Ela nos lembra que os judeus comeram matsá ao deixarem
o Egito. Embora os costumes possam diferir, a história básica
do Êxodo permanece a mesma. Judeus de Bombaim, Birmingham ou Bielo
Rússia – todos relatam a mesma história.
Pergunte a qualquer judeu quantas foram as pragas no Egito e a resposta
será 10. Se alguém sugerisse que foram 11, seria imediatamente
corrigido, não apenas pelo detalhe histórico, como apresentado
na Torá, mas basicamente pela reconstituição anual
das Dez Pragas no Sêder. Temos o costume de derramar um pouco de
vinho à menção de cada praga. Nós teríamos
nos lembrado se fossem 11 pragas. Não, foram 10.
Na verdade, se tivesse havido alguns "mentirosos" distorcendo
a história com o passar das gerações, teríamos
terminado com versões diferentes da história. Todos concordam,
porém, que os judeus deixaram o Egito e, quarenta e nove dias depois,
estavam perante o Monte Sinai e ouviram de D’us os Dez Mandamentos.
Isso é conhecido, não apenas por causa daquilo que um livro
(a Torá) nos relata, mas simplesmente pela tradição
– pelo fato de que geração após geração
de judeus transmitiu esta história, que é baseada na experiência
real de toda uma nação. Portanto, permanece como um fato
histórico incontestável. Os judeus que deixaram o Egito
testemunharam as Dez Pragas, o Êxodo, a revelação
no Sinai, e transmitiram estes eventos de geração em geração.
No decorrer da história judaica nunca houve menos que cerca de
um milhão de judeus a transmitirem esta tradição,
e a história básica permaneceu a mesma mesmo quando os judeus
foram dispersos e espalhados pelos quatro cantos da terra. No Sinai, 600.000
homens entre 20 e 60 anos, além de mulheres e crianças (e
homens abaixo dos 20 anos e acima dos 60) – um total de cerca de
três milhões de pessoas – ouviram os Dez Mandamentos
do Próprio D’us. Este evento, registrado na Torá,
é, ao mesmo tempo, um acontecimento testemunhado da história
e portanto um fato histórico irrefutável. Desacreditá-lo
é altamente não-científico.
Deve-se enfatizar que a revelação no Sinai foi diferente
de qualquer outra revelação alegada por qualquer outra religião.
No Cristianismo, a revelação é atribuída a
um homem ou a um pequeno grupo de discípulos, e o mesmo se aplica
ao Islã (a Maomé) e o Budismo (a um antigo sábio
hindu, Buda – o iluminado – cujos seguidores adotaram seus
ensinamentos e doutrinas e se denominaram budistas). Não foi assim
no Judaísmo – a revelação ocorreu para uma
nação inteira.
Na verdade, um grande rabino, Rabi Shlomo ben Aderet (Rashba), explica
que a parada no Sinai foi necessária porque se a revelação
fosse feita a um homem apenas – Moshê – teria sido controvertida.
Ele explica: imagine Moshê chegando ao Egito e contando aos judeus
que era chegado o tempo de sua redenção. A princípio
eles duvidariam dele, mas assim que começasse a provocar as Dez
Pragas, eles perceberiam que eram poderes sobrenaturais em ação.
Moshê supera os mágicos egípcios e faz surgir pragas
que eles não podem reproduzir. Até eles admitem que era
"o dedo de D’us" em ação. Moshê, em
nome de D’us, constantemente faz uma advertência seguida por
uma praga. Após as Dez Pragas e o Êxodo, e especialmente
após a abertura do mar, a Torá atesta o fato de que as pessoas
"acreditaram em D’us e em Moshê, Seu servo."
No entanto, haveria um problema. Os judeus ouviram aquilo de uma criatura
de carne e osso que D’us tinha enviado com uma mensagem. Ainda havia
espaço para o céptico – especialmente numa geração
posterior – duvidar. Assim, diz Rashba, a reunião no Sinai
foi necessária. Testemunhado por uma nação inteira,
D’us Se revelou no Monte Sinai e outorgou os Dez Mandamentos. Cada
judeu experimentou o mesmo nível de comunicação que
Moshê recebeu. A partir daí, os judeus estavam plenamente
convictos de que quando Moshê transmitiu as palavras de D’us,
era realmente de origem Divina.
Deve-se mencionar que os Filhos de Israel naquela época não
eram escravos incultos que podiam ser facilmente enganados. Dentre eles
havia sábios, sacerdotes, arquitetos e construtores, profissionais
que tinham construído pirâmides e outras estruturas –
maravilhas do mundo – cuja arquitetura ainda assombra os construtores
modernos. Formavam uma geração culta – certamente
argumentativa e teimosa como ficou provado em muitas ocasiões.
Se parte da nação tivesse "sonhado" uma história,
certamente esta teria sido rejeitada pelos outros.
O Êxodo e a revelação no Sinai permanecem fatos históricos
inegáveis. Como foi mencionado previamente, as testemunhas são
a prova de maior peso num tribunal – e muito mais, quando a testemunha
ocular é uma nação inteira! Esta certamente é
uma prova científica da existência de D’us. Embora
não possamos vê-Lo – como o cego que não consegue
ver as cores – nossos ancestrais testemunharam esta revelação
e transmitiram o fato como tradição oral e escrita. Talvez
seja por este motivo que no primeiro mandamento D’us diz: "Eu
sou o Eterno teu D’us que te tirou da terra do Egito." A criação
do mundo é um fenômeno muito mais complexo e assombroso que
o Êxodo do Egito, então por que D’us não diz,
"Eu sou o Eterno teu D’us que criou o céu e a terra"?
Uma resposta possível é que os cientistas ainda hoje questionam
a origem do cosmos e alguns ignoram a D’us. Quando D’us Se
comunicou com os judeus, tornou a comunicação muito pessoal.
"Eu sou o D’us que você viu te tirando do Egito, e que
agora está falando contigo." O povo não precisava de
quaisquer provas filosóficas. Viram com seus próprios olhos
e ouviram com seus próprios ouvidos. Foram testemunhas que estiveram
no Sinai. Esta é a maior das provas!
A prece mais conhecida no Judaísmo é o Shemá. Num
Sêfer Torá ou Mezuzá a letra ayin da palavra Shemá
e a letra dalet da palavra Echad estão escritas em grandes letras
em negrito. Juntas, elas grafam a palavra hebraica Ed que significa testemunha.
Sempre que um judeu recita o Shemá, ele dá testemunho da
existência do único D’us, uma existência experimentada
pelos nossos ancestrais e transmitida a nós através de uma
linha ininterrupta de tradição.
Provas Filosóficas
Além da prova tradicional, podemos agora examinar outras provas
filosóficas. Muitas provas têm sido citadas e devemos nos
limitar neste capítulo às mais conhecidas e mais freqüentemente
mencionadas.
1 – A obra clássica Chovot Halevovot (1:6) menciona uma linda
parábola.
Certa vez um rabino entrou no palácio de um rei e recebeu uma audiência
com o soberano. Este lhe fez a pergunta: "Como sabe da existência
do Criador?" O rabino pediu respeitosamente ao rei para deixar a
sala por alguns instantes. Sobre a mesa havia uma pena, um tinteiro e
papel. Enquanto o rei estava fora do aposento, o rabino escreveu um bonito
poema no papel. Quando o rei voltou, viu o poema e ficou surpreso pelo
seu estilo poético. A tinta ainda estava úmida e o rei elogiou
o rabino por escrever poema tão bonito. O rabino respondeu que
não tinha escrito o poema, mas sim que tinha pegado o tinteiro,
derramado a tinta sobre o papel e que as letras tinham se formado por
si mesmas. O rei ridicularizou tal sugestão, dizendo que era impossível
a tinta se arranjar sozinha numa única letra, que dirá uma
palavra, muito menos uma frase, e certamente não num lindo poema!
O rabino respondeu: "Aqui está sua resposta. Se a tinta de
um tinteiro não pode formar um poema sem a mão de um poeta,
então certamente o mundo, infinitamente mais complexo que o poema,
não teria se formado sem a mão de um Criador!"
Uma história fictícia semelhante – embora mais contemporânea
– é relatada sobre os americanos, russos e chineses que se
reuniram e decidiram enviar uma nave tripulada a Marte. Após gastar
milhões de dólares, rublos e yuans, além de anos
de preparação, finalmente uma espaçonave é
lançada rumo a Marte. Pouco mais tarde um astronauta dá
um pequeno passo para o homem mas um grande salto para a humanidade, e
pisa na superfície de Marte. As câmeras enviam cada movimento
seu para a Terra. De repente, após dar alguns passos, o mundo é
surpreendido pela visão de uma lata de Coca-Cola pousada numa rocha
próxima. O astronauta apanha a lata, vê que é de verdade,
pois sobre ela estão as palavras "Coca-Cola é marca
registrada – fabricada nos EUA". Os russos e os chineses estão
revoltados – os americanos obviamente os enganaram, enviando uma
nave antes daquela ocasião. Os americanos negam aquela alegação,
mas estão desconcertados pela aparição da lata de
Coca-Cola. Finalmente, a imprensa entrevista um professor da Universidade
de Oxford. Este explica o enigma sugerindo que no decorrer de bilhões
e bilhões de anos, é possível que, através
da evolução, uma lata de Coca tenha se formado, chegando
a ter as palavras "fabricada nos EUA"!
Seus comentários são ridicularizados. Mesmo após
bilhões de anos, a probabilidade matemática das palavras
se formarem é nula. E muito mais a criação deste
mundo, tão complexo!
Mesmo atualmente, os cientistas concordam que até agora só
descobriram a ponta do iceberg na complexidade do universo. Como é
possível que tenha se formado por si mesmo, sem um supremo arquiteto
e projetista?
A
surpreendente quantidade de informação genética
contida nas cadeias de DNA humano deixa a mente perplexa. Estas
cadeias super complexas poderiam ter se formado por si mesmas?
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Uma história
semelhante é relatada sobre um homem que entrou numa fábrica
de carros totalmente automatizada e, ao ver um carro inteiro sendo produzido
por uma máquina, do começo ao fim, chegou à conclusão
que os carros se fabricavam por si mesmos! Como é ridículo
pensar que uma fábrica assim não tenha sido projetada por
um mestre em Engenharia Mecânica!
2 – Rabino Aryeh Kaplan escreve (Manual do Pensamento Judaico 1:1)
A existência de um Criador proposital é indicada pelo fato
de que o universo inorgânico contém todo ingrediente necessário
para tornar possível a vida orgânica. O mundo existe como
uma arena para a vida, e a probabilidade de que isso se deva inteiramente
ao acaso é infinitesimal. A essência do argumento é
que matematicamente, quanto mais complexa uma estrutura organizada, menor
a probabilidade de esta estrutura ser devida ao acaso. A química
da vida é o processo mais complexo em nossa experiência,
e apesar disso achamos que a matéria inorgânica do universo
pode apoiar este processo. Como existe apenas um tipo de matéria
orgânica no universo, as chances de ele ter todas as propriedades
químicas e físicas necessárias para suportar a vida
são infinitamente pequenas, a menos que levemos em conta um Criador
proposital.
3 – O Talmud declara que o homem é um microcosmo. Sem sequer
olhar para o cosmos, vemos pelas maravilhas do corpo humano que esta é
a obra de um Mestre Criador, pois nem mesmo em bilhões de anos,
algo tão complexo como isso jamais teria surgido.
Vejamos o exemplo do olho humano. Os olhos de um bebê, que começam
a se formar no embrião de dezenove dias, terão mais de doze
milhões de pontos por centímetro quadrado; a retina, ou
porção do olho sensível à luz, terá
mais de cinqüenta bilhões desses pontos. O quadro que os olhos
registram é homogêneo porque estes pontos sensíveis
à luz se misturam num só todo.
Pegue uma lente de aumento e examine qualquer foto num jornal. Você
verá que é composta de centenas de pontos, alguns escuros
e outros claros, que juntos formam a foto quando você a olha de
uma certa distância. Isso é exatamente o que o olho faz,
somente com detalhes muito mais apurados.
De onde vêm estes bilhões de células no sistema nervoso?
Do óvulo fertilizado, que ainda está se dividindo depois
de um mês, para formar os tecidos e órgãos que uma
criança precisa. Foi estimado que todos os dois bilhões
de células nervosas específicas que formam um indivíduo
estão localizadas na cobertura externa do cérebro, o córtex,
e que estes dois bilhões de células poderiam ser guardadas
num dedal. O desenvolvimento continua em certas partes do cérebro,
mesmo após o nascimento. Ao final do primeiro mês do desenvolvimento
embriônico, nenhuma dessas partes do cérebro, cordão
espinhal, nervos ou órgãos do sentido está completamente
formado, mas o alicerce para eles foi colocado.
O desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso, e sua regra
de integração de todos os sistemas permanece um dos mistérios
mais profundos da embriologia.
Somente os olhos mostram um planejamento tão inteligente a ponto
de deixar estupefato alguém que os estude. No estágio embriônico,
os olhos são formados dos lados da cabeça e estão
preparados para a conexão com os nervos ópticos crescendo
independentemente do cérebro. As forças que permitem esta
integração até agora não foram descobertas,
mas devem ser de fato formidáveis, pois mais de um milhão
de fibras ópticas nervosas devem enredar-se em cada olho.
Pense por um momento sobre aquilo que é considerado um feito da
engenharia humana – a escavação de túneis a
partir dos dois lados dos Alpes, e que devem se encontrar exatamente e
se juntarem numa auto-estrada contínua. Apesar disso, qualquer
uma das milhares de coisas que um feto deve fazer como parte da rotina
de desenvolvimento é muito mais assombrosa.
O mesmo pode ser dito sobre a maravilha que é a primeira respiração
do bebê. Após receber oxigênio durante nove meses através
do cordão umbilical, numa questão de segundos os pulmões
milagrosamente se abrem sem qualquer problema. Antes da primeira respiração,
os tubos estavam inoperantes, e uma respiração faz funcionar
todo o sistema. Isso é realmente fenomenal.
Estes são apenas dois entre milhares de exemplos das maravilhas
da natureza, para demonstrar que estes sistemas são tão
complicados que é quase impossível terem se formado por
si mesmos, e não projetados por um Criador. Não admira que
os cabalistas digam que é possível enxergar a alma através
dos olhos, e o Rei David tenha escrito nos Salmos que deve-se louvar a
D’us por toda respiração.
Esta percepção é reforçada pela recente decodificação
do genoma – a cadeia do DNA humano. A surpreendente quantidade de
informação genética contida nessas cadeias deixa
a mente perplexa. Estas cadeias super complexas poderiam ter se formado
por si mesmas?
Conclusão
Podemos concluir pela própria existência da vida e pela complexidade
do universo que tudo deve ter sido projetado e sustentado por um Mestre
Criador. Foi nosso Patriarca Avraham que, por meio desta dedução
lógica, chegou à conclusão monoteísta –
a crença em um único D’us; uma força unificada
que cria um universo diversificado. Avraham converteu metade da civilização
em seu tempo a esta crença e a transmitiu aos seus descendentes.
Sete gerações depois, seus filhos se postaram como uma nação
no Sinai, onde receberam a Torá diretamente de D’us. O fato
histórico inegável do Êxodo do Egito e da estada no
Sinai, além da necessidade de um projetista mestre e arquiteto
do cosmos, "provam" a existência de D’us.
A Prova Histórica
Há uma prova final que devemos examinar. Não é tradição,
nem filosofia; ao contrário, é prova da existência
de D’us como o D’us da história. O povo judeu é
chamado de "Povo Escolhido". Foram escolhidos por D’us
para cumprir um propósito específico – aderência
à Torá e mitsvot, criando assim uma morada para D’us
neste mundo. Um exame em profundidade da história judaica levará
inevitavelmente à fé em D’us como Mestre do Mundo.
É
surpreendente que a única muralha que sobrou do Segundo
Templo – o Kotel Maaravi – o Muro Ocidental –
tenha permanecido de pé e jamais foi destruída.
Os rabinos declararam que a Divina Presença jamais se afastou
do Muro.
E a história ainda não acabou.
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Rabino
Meur Simcha Sokolowsky escreve em seu livro Profecia e Providência
– o Cumprimento das Profecias da Torá no Decorrer da História
Judaica (Publicações Feldheim):
A Torá nos conclama a termos em mente os eventos passados e estudá-los.
Um estudo do passado levará à convicção de
que o rumo da História foi cuidadosamente programado com antecedência,
e que os eventos do mundo e da história judaica se desenrolaram
segundo um plano preconcebido. Obviamente, tanto o plano como sua execução
devem ser a obra do Criador que domina a História e direciona o
seu curso.
Longamente, ele demonstra em seu livro como:
1 – A história da nação judaica até
a época atual tem correspondido totalmente a todas as profecias
da Torá.
2 – Segundo as leis da natureza, a história judaica deveria
ter tomado um rumo diferente daquele que realmente seguiu. Chega-se à
conclusão que somente um Criador, que controla sozinho as forças
do universo, poderia ter determinado de antemão o que o futuro
traria.
3 – Os eventos da história judaica são realmente notáveis
e extraordinários. Além de terem sido previstos com antecedência,
servem como prova intrínseca da orientação singular
e sobrenatural que os judeus sempre desfrutaram como Povo escolhido de
D’us.
Para fazer justiça ao tema, na verdade deve-se ler o livro. No
entanto, daremos aqui um breve resumo que, esperamos, encorajará
o leitor a estudar o assunto com maior profundidade.
Antes de fazê-lo, a título de introdução, vale
a pena citar a famosa declaração de Mark Twain, "Sobre
os Judeus": Em conclusão – se as estatísticas
estão corretas, os judeus constituem apenas um por cento da raça
humana. Isso sugere um grãozinho de poeira perdido na imensidão
da Via Láctea. Respeitadas as proporções, o judeu
mal se faria ouvir; porém ele é ouvido, sempre foi ouvido.
Ele é tão proeminente no planeta como qualquer outro povo,
e sua importância comercial é extravagantemente fora de proporção
à pequenez de seu total. Suas contribuições à
lista de grandes nomes mundiais em literatura, ciência, arte, música,
finanças, medicina e erudição são sempre desproporcionais
à sua quantidade. Ele fez uma luta maravilhosa neste mundo, em
todas as eras; e fê-la com as mãos atada às costas.
Ele poderia se envaidecer, e ser desculpado por isso. Os egípcios,
os persas, os babilônios, surgiram, encheram o planeta com seu esplendor,
depois perderam força e se desvaneceram; os gregos e os romanos
os seguiram, fizeram muito barulho, e se foram; outros povos brotaram
e ergueram sua tocha durante algum tempo, mas ela se apagou, e agora todos
estão num crepúsculo, ou desapareceram. O judeu viu a eles
todos, e agora é aquilo que sempre foi, não exibindo decadência,
enfermidades da idade, enfraquecimento de seus membros, nenhuma diminuição
de suas energias, nenhuma apatia em sua mente alerta.Todas as coisas são
mortais, exceto o judeu; todas as outras forças passam, mas ele
permanece. Qual é o segredo da sua imortalidade?
(Harper’s
Magazine, junho de 1899)
Um dos
princípios da fé judaica é que D’us concede
o dom da profecia ao homem. Quando um profeta prevê o futuro, e
tudo que ele prediz ocorre com surpreendente exatidão, podemos
estar certos de que esta era a palavra de D’us. Em nenhum outro
lugar isso é demonstrado de maneira tão notável como
nos Cinco Livros de Moshê. Há três passagens em particular
nas quais Moshê diz aos Filhos de Israel o que lhes acontecerá
no futuro. Em Profecia e Providência, Rabino Sokolovsky demonstra
longamente como toda e cada profecia foi acurada e como ocorreu no desenrolar
da história judaica. Neste capítulo procuraremos resumir
essa tese.
Imagine que você é um repórter acompanhando a história
do Êxodo dos judeus do Egito. Você esteve no local, testemunhou
as Dez Pragas e a abertura do mar. Viajou com o povo durante 40 anos no
deserto e agora estão a ponto de entrar na Terra Prometida. Você
conseguiu marcar uma audiência com Moshê – uma entrevista
coletiva – na qual Moshê, antes de morrer, manifestará
sua última vontade e testamento ao mundo. Você está
esperando que Moshê abençoe o povo com boa sorte, desejando-lhe
sucesso na chegada e conquista da terra. Você talvez espere que
ele os admoeste, como um pai que adverte os filhos a continuarem no caminho
certo. No entanto, esta entrevista coletiva é um pouco diferente
do esperado. Moshê começa a desenrolar um documento no qual
– em nome de D’us – ele profetisa exatamente o que acontecerá
com esta nação a partir do momento em que entrar na Terra
Prometida até o Final dos Tempos.
Você fica chocado – como Moshê poderia saber com tanta
riqueza de detalhes os três mil anos seguintes da História
Judaica, especialmente quando ele revela uma história tão
de mau agouro alguém poderia considerar sua narrativa como um enredo
de pesadelo, que não poderia acontecer na vida real? Como um ser
humano, nas planícies de Moab, poderia ter tamanho conhecimento
sobre as futuras crônicas de seu povo? Você, como céptico,
talvez tivesse deixado de lado as previsões de Moshê, considerando-as
fantasiosas.
No entanto, na época atual, tendo a vantagem de poder olhar para
trás e contemplar esta entrevista coletiva, você vê
que Moshê falou a verdade, e sua Torá é verdadeira.
Tudo aquilo que Moshê falou veio a ocorrer. Como isso é possível?
Há apenas uma resposta e somente uma conclusão. Moshê
foi um verdadeiro profeta, recebeu e transmitiu a palavra de D’us.
Somente o Mestre Criador poderia conhecer esta história e somente
Ele poderia tecer o fio da história para fazê-la acontecer.
Uma revisão sincera da história judaica aponta inexoravelmente
para a existência de D’us.
Um último ponto antes de começarmos brevemente a examinar
aquelas profecias. Durante sua formação como nação
o povo judeu teve a orientação da Divina Providência.
A intervenção Divina nos assuntos humanos foi manifesta
e tangível. A nação inteira viu claramente que havia
um D’us em Israel. Porém, quando os judeus começaram
a se afastar dos caminhos da Torá, a orientação Divina
do seu destino mudou para um estilo diferente; tornou-se oculta e encoberta
– como nos diz a Torá (Devarim 31:17): "E Minha ira
se erguerá contra eles naquele dia e Eu os abandonarei e ocultarei
Minha face deles." Quando "aquele dia" chegou, o aspecto
miraculoso da intervenção aberta de D’us na nossa
história cessou, sendo substituído por uma intervenção
encoberta no destino do homem. Esta Providência disfarçada
deixa espaço para dúvida e erro, pois às vezes faz
parecer que, D’us não o permita, Ele abandonou Seu povo.
Assim começaram os dois modos oscilantes da manifestação
Divina. Às vezes Sua presença estaria manifesta e em outras
oculta. Este é, na verdade, um dos pontos mais conflitantes do
Calendário Judaico e ciclo anual. Em Pêssach, Shavuot e Sucot
celebramos o fato de que D’us nos libertou do Egito, nos deu a Torá,
e nos concedeu a proteção Divina com as Nuvens da Glória.
Em Chanucá celebramos a vitória sobre os gregos e acendemos
a Menorá para simbolizar a vitória espiritual sobre as forças
de assimilação do Helenismo. Em Purim, celebramos a frustração
da "Solução Final de Haman." Em todos estes dias
a presença de D’us é clara. E mesmo assim, em Tishá
B’Av choramos e pranteamos a destruição dos Templos.
Em outros dias nacionais de jejum lamentamos os eventos que levaram àquela
destruição e outras catástrofes na História
Judaica. Nesta geração ainda estamos todos abalados pelo
cemitério da História Judaica, o Holocausto. Nestas ocasiões,
a presença de D’us estava encoberta.
Porém o judeu celebra e pranteia simultaneamente. Ele sabe que
seu destino vai muito além das leis da natureza e que as provações
e tribulações da Providência encoberta não
se devem meramente ao acaso, mas sim a uma meticulosa percepção
da vontade premeditada e pré-calculada de D’us. É
esta mesma fé que permite ao judeu navegar pelas ondas do anti-semitismo
e zombar de seus inimigos. O judeu sabe que ele é eterno –
conhece seu segredo de imortalidade. D’us lhe prometeu (Yirmiyáhu
5:18): "Até naqueles dias devastadores, diz D’us, Eu
não darei um fim completo em vocês" e (Vayicrá
26:44): "Eu não os rejeitarei, nem os abominarei, para destruí-los
totalmente."
Examinemos agora mais de perto aquelas profecias. Em duas passagens da
Torá, Moshê nos dá uma Tochachá (admoestação)
- Vayicrá cap. 26 e Devarim cap. 28.
Nachmânides, em seu comentário sobre a Torá, explica
que estas duas passagens foram ambas cumpridas consecutivamente. Vayicrá
cap. 26 pela destruição do Primeiro Templo, e Devarim cap.
28 pela destruição do Segundo Templo e pelo árduo
exílio subseqüente. Uma terceira passagem em Devarim cap.
30 fala sobre o arrependimento definitivo e a redenção do
povo judeu.
Vayicrá cap. 26
"E eu os dispersarei entre as nações." –
o primeiro exílio para a Babilônia.
"E Eu levarei desolação à terra." –
a ruína da Terra de Israel.
"E Eu levarei desolação aos seus santuários."
A destruição do Primeiro Templo.
"E Eu não aspirarei o perfume de seus suaves odores."
A cessação do sacrifício no Primeiro Templo.
"Então a terra será compensada pelos seus anos sabáticos."
A duração do primeiro exílio – 70 anos –
foi proporcional ao número de anos sabáticos que não
foram previamente observados.
"E comereis a carne de vossos filhos e de vossas filhas." Uma
profecia cumprida, conforme descrito por Yirmiyáhu no Livro das
Lamentações (2:20) quando da destruição do
Primeiro Templo.
Alguém poderia perguntar: "Como foi possível para Moshê
saber que, mais de 800 anos depois de os judeus entrarem na Terra de Israel
sob a liderança de Yehoshua, os babilônios destruiriam o
Primeiro Templo e exilariam o povo por 70 anos? Como ele sabia sobre a
cessação das oferendas e que comeriam a carne? Somente a
dissonância cognitiva permitiria que o céptico negasse que
esta foi uma profecia vinda do D’us verdadeiro; o D’us vivo
que cria, sustém e governa o rumo do mundo.
Devarim cap. 28
E sereis arrancados da terra." - O segundo exílio.
"Vossos filhos e filhas serão dados a uma outra nação…
e servireis ao vosso inimigo… em fome e sede." - Antes do exílio.
"O Eterno trará sobre vós uma nação vinda
de longe, dos confins da terra." - Uma referência a Roma.
"… que vos arrebatarão como uma águia."
- Uma referência às legiões romanas cujos estandartes
tinham o desenho de uma águia.
"E haverá um cerco a todos os vossos portões, até
que suas muralhas altas e fortificadas…
venham abaixo." - A terra é conquistada, haverá um
cerco, e as muralhas caem.
"O estranho que está em vosso meio montará sobre vós
cada vez mais alto." - Uma referência a Herodes.
"Vocês tomarão uma esposa, e outro homem se deitará
com ela." - Um decreto romano.
"E D’us vos dispersará entre todos os povos, de um canto
a outro da terra." - O judeu é exilado aos quatro cantos da
terra.
"E dentre aquelas nações não tereis descanso,
e não haverá repouso para a sola de vossos pés…
e tereis medo dia e noite." - A situação dos judeus
no exílio.
"Vossa vida estará pendurada em dúvida perante vós."
- Nenhuma segurança financeira.
"E quanto àqueles que sobrarem entre vós, Eu enviarei
uma fraqueza no coração… e não tereis força
de enfrentar vossos inimigos." - Os judeus são facilmente
dominados.
"A maldição de cada dia será maior que a do
dia anterior." - Os eventos ocorrerão tão rapidamente,
que o judeu mal conseguirá se recuperar de um incidente antes que
outra calamidade se abata sobre ele.
"Sereis afligidos por doenças e pragas nem sequer mencionadas
na Torá." - Os muitos sofrimentos do exílio.
"Vós servireis a deuses… madeira e pedra ali."
- Uma referência ao fato de que, no decorrer de seu longo exílio,
o judeu estará sujeito ao deus de madeira – a cruz –
queimado na fogueira com conversões forçadas, e ao deus
de pedra de Meca e Medina.
"Eu levantarei a espada para vós… e perecereis entre
as nações e a terra de vossos inimigos vos devorará."
(veja Vayicrá 26:33-38) - decretos de conversão forçada
e pogroms.
"E sereis poucos em números entre as nações
aonde D’us os levará." - De fato, é surpreendente
que, especialmente durante a Idade das Trevas, os judeus não tenham
desaparecido completamente.
"E vos tornareis motivo de assombro." - Os judeus se tornarão
um tópico de discussão para todos.
"… um provérbio e um apelido." - O judeu errante
será o símbolo do sofrimento e perseguição.
"E eles colocarão sobre vós um sinal para espantar."
- Os distintivos que muitas vezes tivemos de usar para nos identificar
como judeus.
Com riqueza de detalhes, Moshê profetizou a destruição
do Segundo Templo e o exílio subseqüente com impressionante
exatidão. Ele estava falando sobre eventos que ocorreram 1.500
anos após seu falecimento. Como ele poderia ter sabido? E mesmo
assim o judeu sobrevive – e prospera.
"Pois Eu sou D’us, não mudo, portanto vós, filhos
de Yaacov, não são consumidos." (Malachi 3:6) –
a eternidade do povo judeu.
"Somente se o sol, a lua e as estrelas desaparecerem, a semente de
Israel cessará de ser uma nação." (Yirmiyáhu
31:35)
Em meio a grande perseguição, sofrimento e exílio,
o estudo de Torá floresceu. Sempre houve academias talmúdicas
produzindo eruditos de Torá que levaram adiante o bastão
do estudo de Torá e o transmitiram à geração
seguinte. Isso cumpre a profecia: "Pois ela, a Torá, não
será esquecida da boca de sua semente." (Yeshayáhu
59:20-21)
O tempo todo, o judeu guardou o Shabat.
"O Shabat será um pacto eterno entre D’us e Israel."
(Bamidbar 31:16)
"É um sinal entre Eu e os Filhos de Israel." (ibid.)
Não é fascinante que, quando as duas outras principais religiões
separaram um dia para seu repouso, uma pegasse o domingo e a outra a sexta-feira,
mas o Shabat permaneceu como o dia de repouso para os judeus? Isso não
foi profetizado? Mais esclarecedoras são as profecias sobre a Terra
de Israel durante o tempo em que seu povo estaria no exílio:
"E teus inimigos que habitarão a Terra de Israel ficarão
desolados nela." (Vayicrá 26:32)
A terra pertence a nós, mesmo quando estamos no exílio.
Em nossas preces dizemos "por causa dos nossos pecados fomos exilados
de nossa terra". Não é fascinante que, antes da destruição
dos Templos, a terra fosse populosa e fértil, e depois da destruição,
tenha se tornado uma terra desolada, de pântanos? Mark Twain, numa
visita à terra, expressou sua surpresa – quem poderia dizer
que esta é a Terra Prometida, uma terra fluindo leite e mel? O
maior número de pessoas que habitou a terra desde o tempo do segundo
exílio até a virada do século vinte foi 300.000 –
na época dos turcos – e mesmo então a população
diminuiu devido aos terremotos. Hoje, após o retorno de muitos
judeus ao país, sua população chega aos milhões.
Aquilo que era pântano foi reclamado, e hoje é novamente
pasto verde. Era uma terra que estava esperando pela volta de seu povo.
É surpreendente que a única muralha que sobrou do Segundo
Templo – o Kotel Maaravi – o Muro Ocidental – tenha
permanecido de pé e jamais foi destruída. Os rabinos declararam
que a Divina Presença jamais se afastou do Muro.
E a história ainda não acabou. Há uma passagem em
Devarim cap. 30 que descreve o retorno completo e a redenção
da nação judaica:
"E quando vierem sobre ti todas estas coisas, a bênção
e a maldição que pus diante de ti, e te recordares delas
em teu coração, estando entre as nações para
onde o Eterno, teu D’us, te houver lançado, e voltares para
o Eterno, teu D’us, e ouvires a Sua voz, segundo tudo que Eu hoje
te ordeno, tu e teus filhos, com todo teu coração e com
toda tua alma e te trará o Eterno teu D’us com Ele de volta
do cativeiro e Se compadecerá de ti, e te fará voltar juntando-te
de todas as nações para onde te espalhou o Eterno teu D’us.
Ainda que o teu desterro esteja na extremidade dos céus, dali te
ajuntará o Eterno e dali te tomará. O Eterno teu D’us
te levará à terra que herdaram teus pais e a herdarás;
Ele te fará bem e te fará mais numeroso que teus antepassados.
O Eterno teu D’us circuncidará teu coração
e o coração de teu descendente, para amar o Eterno teu D’us,
com todo teu coração e com toda tua alma, para que vivas.
"O Eterno teu D’us colocará todas estas maldições
sobre teus inimigos e aqueles que te odeiam, que te perseguem. Tu retornarás
e escutarás a voz de D’us, e cumprirás todos os Seus
mandamentos que Eu te ordeno hoje. D’us te fará abundante
em toda a tua obra – no fruto do teu útero, o fruto de teus
animais, e o fruto de tua terra – para o bem, quando o Eterno retornar
para Se rejubilar contigo pelo bem, como Ele Se rejubilou com os teus
antepassados, quando ouviste a voz do Eterno teu D’us, para cumprir
Seus mandamentos e Seus decretos, que estão escritos neste Livro
da Torá, quando retornares ao Eterno teu D’us, com todo teu
coração e toda tua alma.
"Pois este mandamento que Eu te ordeno hoje – não está
oculto de ti nem está distante. Não está no céu,
dizer ‘aquele que sobe ao céu por nós e o tomará
para nós, para que possamos ouvi-lo e cumpri-lo?’ Nem está
do outro lado do mar para dizeres ‘quem pode cruzar para o outro
lado do mar por nós e tomá-lo para nós, para que
possamos ouvi-lo e cumpri-lo?’ Ao contrário, o tema está
muito perto de ti – em tua boca e teu coração para
cumpri-lo.
"Vê – Eu coloquei diante de ti hoje a vida e o bem, e
a morte e o mal, aquilo que Eu te ordeno hoje, amar ao Eterno teu D’us
para seguires os Seus caminhos, cumprir Seus mandamentos, Seus decretos
e Suas ordens; então tu viverás e te multiplicarás,
e o Eterno teu D’us te abençoará na terra que possuíres.
Mas se teu coração se afastar e não escutares, e
se te afastares, e se te prostrares perante deuses estrangeiros e os servires,
Eu te digo hoje que tu certamente estará perdido; teus dias não
se alongarão na terra que cruzaste o Jordão para lá
chegar, para possuí-la. Conclamo céu e terra hoje para testemunhar
contra ti; Eu coloquei vida e morte perante ti, bênção
e maldição; E ESCOLHERÁS VIDA, para que vivas tu
e teus descendentes – para amar o Eterno teu D’us, para escutares
a Sua voz e te apegares a Ele, pois Ele é tua vida e a duração
dos teus dias, para habitares a terra que o Eterno prometeu a teus antepassados,
a Avraham, a Yitschac e a Yaacov, para dar a eles."
O Talmud está repleto de surpreendentes previsões que ocorrerão
ao Final dos Dias. Estas estão agora completamente documentadas
para o leitor. Estamos nos referindo ao livro Mashiach por Rabino J. I.
Schochet.
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