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Testemunhas
e o Bet Din
A Torá ordena: "O Bet Din pode punir uma pessoa somente mediante
duas testemunhas oculares que o viram cometendo o pecado."
O que acontece se ele só for visto por uma testemunha?
D’us é quem punirá o pecador; o Bet Din não
tem poder neste caso. Na verdade, se uma só pessoa vir alguém
cometendo um pecado, é errado ir reportar o caso ao Bet Din. Porém,
se duas testemunhas viram um pecado sendo cometido, é uma mitsvá
ir reportar ao Bet Din. Elas não podem ignorar isto.
Edim zomemim / testemunhas falsas
Um tribunal judaico não pode basear seu veredicto em evidências
circuntanciais, boatos, testemunho escrito, ou o testemunho de uma só
pessoa. Só é aceito o testemunho oral de duas testemunhas
oculares e válidas que aparecem na corte.
Elas são submetidas a um minucioso interrogatório feito
pelos juízes.
No caso de as testemunhas terem apresentado um falso testemunho tão
convincente que até o interrogatório dos juízes não
pode provar nada contra, a Torá não responsabilizará
os juízes por fatores ocultos que eles possivelmente não
tenham trazido à luz. Se alguém fosse executado como resultado
disso, D’us teria causado sua morte desta maneira, porque ele provavelmente
já era culpado por outro pecado.
Se dois pares de testemunhas se autocontradizem em relação
a determinado assunto, o testemunho de ambos é anulado. Porém,
se o segundo par prova que o primeiro par não estava presente na
hora que eles afirmam ser a hora do crime, o testemunho deste último
par é que é aceito.
Por exemplo:
Testemunhas A e B: "Nós observamos fulano assassinar seu vizinho
no nosso pátio de trás (especificando a localização)
em tal lugar, no Shabat à noite, às onze horas."
Testemunhas C e D contradizem: "Era impossível vocês
terem visto isso em tal lugar às 11 horas da noite, pois nós
dois vimos vocês deixarem a casa de sicrano no outro lado da cidade
exatamente a esta hora!"
A Torá decretou que o último par de testemunhas - contanto
que eles tenham passado o exame dos juízes satisfatoriamente -
devem ser acreditados. O primeiro par é declarado como "edim
zomemim - testemunhas conspiradoras".
Qual é a punição dos conspiradores?
Eles recebiam aquilo que planejaram para a sua vítima. Se acusaram-na
de assassinato e ela receberia a pena de morte, eles são condenados
à morte em seu lugar.
A Torá termina, porém, que se a fraude é descoberta
somente após a execução da vítima, a falsa
testemunha não é punida. Presumimos que se D’us deixou
isto acontecer, havia uma razão; a vítima possivelmente
era culpada de alguma crime ou pecado anterior.
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