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Você conhece
alguém exigente em relação à comida? A maioria
de nós conhece. Na verdade, é muito provável que
tenhamos um deles em casa. Uma criança parece sobreviver apenas
de macarrão com queijo, leite e flocos de milho, ou pizza, até
chegar aos catorze anos. Nada de comer carne até chegar aos anos
da adolescência. Um outro gosta de tudo temperado. Coloca molhos
apimentados praticamente em tudo que come.
É claro que as meninas também podem ser complicadas na hora
de comer. Uma filha tem aversão a ervilhas, ou tudo que se pareça
com elas, como feijão verde. Outra come frutas somente se lhe forem
servidas de maneira especial: a laranja deve estar descascada e todos
os cordõezinhos brancos têm de ser removidos. A maçã
precisa ser cortada em quatro partes. Eu próprio tenho uma ou duas
aversões. Não gosto de cogumelos ou bananas.
Nossos gostos parecem ser quase genéticos, uma parte daquilo que
somos, como cor do cabelo, altura, talento musical.
Mesmo aquelas pessoas com gostos ecléticos, que parecem dispostas
a tentar de tudo, têm suas preferências. Já descobriram
alimentos dos quais não gostam e receitas que jamais testariam
(não importa o quanto sejam alteradas).
Por mais que tentemos, não podemos alterar nossos gostos básicos.
Certo, podemos nos acostumar a certos alimentos – não me
pergunte sobre os cogumelos (você deveria ver o que Maimônides
diz a respeito deles). Mas quando se trata de gosto, não há
o que dizer. Não é uma opção lógica.
Na verdade, nem chega a ser uma opção. Gosto de sorvete
de baunilha, meu irmão gosta de chocolate. Isso não pode
ser explicado. Nossos gostos parecem ser quase genéticos, uma parte
daquilo que somos, como cor do cabelo, altura, talento musical. Algo que
D’us nos dá por intermédio de nossos pais.
O gosto expressa a essência
Há mais alguma coisa a respeito dos alimentos que comemos. Pais,
cônjuges e amigos com freqüência tentam nos experimentar
alguma coisa, apenas experimentar. Às vezes eles disfarçam
a comida que odiamos, cortando-a em pedacinhos pequenos e "escondendo"
no prato. Quando dizemos como aquilo é bom, eles declaram, triunfantes:
"Aquele prato que você gostou tinha cogumelos, e você
não sabia." A isso, a resposta só pode ser: "Se
não posso sentir o gosto, e se não posso vê-lo, então
na verdade não está ali."
Nossos
gostos parecem ser quase genéticos, uma parte daquilo que
somos, como cor do cabelo, altura, talento musical.
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Não há
problema algum com a comida pela qual nossa aversão parece irracional
e infundada. Simplesmente eu não gosto porque não gosto.
Então os pais, cônjuge ou amigos bem intencionados tentam
fazer com que "ampliemos nossos horizontes" – culinariamente
falando.
Mas e se nossa aversão não for uma simples questão
de gosto? E se tivermos uma alergia alimentar? Alguém esconderia
aquilo em nossa comida, alegando que só um pouquinho, melhoraria
o sabor e não faria mal algum? Evidentemente que não.
A alma tem "papilas gustativas".
Eis aqui uma história real. Certa noite de sexta-feira alguns amigos
nossos tinham um convidado para o Shabat. O convidado tinha explicado
que era tremendamente alérgico a nozes. O menor traço poderia
fazê-lo inchar e ter dificuldades com a respiração.
A anfitriã tomou nota desse detalhe e certificou-se para que nada
daquilo que fosse servido contivesse nozes. Exceto a sobremesa. Ela se
esqueceu que o bolo tinha algumas nozes esmagadas. Não estavam
visíveis; o sabor não era perceptível. A menos que
se fosse alérgico a elas, você não saberia que estavam
ali.
Antes que o convidado engolisse a primeira mordida, ele estava a caminho
do hospital.
Felizmente, na maior parte do tempo nossa sensibilidade não se
expressa de maneira tão dramática. Porém o gosto
expressa a essência. Mesmo que não tenhamos uma violenta
reação física, consideramos a comida "ruim"
porque num determinado nível de nosso ser, somos alérgicos
a ela. Simplesmente não é boa para nós.
A
alma tem "papilas gustativas".
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Aquilo de que gostamos
ou não, revela quem somos.
Isso é verdadeiro no sentido físico. E também espiritualmente.
A alma tem "papilas
gustativas", por assim dizer. Tem suas preferências e aversões.
Estas são as alergias alimentares da alma, espiritualmente falando.
Portanto, seja um gourmet exigente. Mantenha-se casher. É "apenas"
por sua saúde. Sua saúde espiritual.
Veja:
Cashrut
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