Acdamot

 

 

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No primeiro dia de Shavuot há um costume em muitas congregações, antes do início da leitura da Torá, de recitar uma liturgia em forma poética chamada Acdamot, que significa Introdução. Este poema é visto de maneira tão sagrada que, em algumas congregações é costume interromper a leitura da Torá após o primeiro versículo, para recitá-lo.

Acdamot foi composto em aramaico pelo Rabi Meir da cidade de Wurms, Alemanha, há mais de 800 anos. Nesse poema, o autor louva a D'us por ter escolhido Israel para serví-Lo e proclamar Seu domínio sobre o mundo. Ele continua, descrevendo a devoção de Israel a D'us, apesar dos constantes esforços de seus inimigos em separá-lo da Torá, continuando inabaláveis em sua fé e esperança pelo dia da Redenção Final.

Rabi Meir tornou-se famoso por sua bela voz na celebração dos serviços religiosos. Durante toda a sua vida escreveu poemas sobre as tristezas e sofrimentos infindos de seu povo e orava por sua redenção e pela vinda do Mashiach. As pessoas diziam que Rabi Meir era um indivíduo que realmente pranteava a perda de Tsiyon (Jerusalém), sendo sua poética alma o violino que tocava por sua memória e pela esperança de sua reconstrução. Não houve ninguém em sua geração que pudesse cantar ao Todo Poderoso de maneira tão especial.

Conta-se, sobre este assunto, que os próprios anjos nas Alturas ouviam seu canto e suas preces e retornavam ao Trono Celestial para entoá-los a D'us. Mas D'us os silenciou, dizendo: "Que todos os anjos e todas as criaturas se aquietem até que Eu tenha ouvido os cânticos de louvor de Meus filhos, o povo de Israel, e especialmente do Rabi Meir." Muitas vezes, entretanto, os anjos tomavam as belas palavras do Rabi Meir de seus próprios lábios e as entoavam perante D'us da maneira que somente os anjos podem cantar. Rabi Meir sabia que os anjos não conheciam o aramaico, antigo hebraico, no qual foram escritos o Talmud e o Zôhar e, portanto, começou a escrever suas obras nesta língua.

Acdamot tornou-se seu poema mais famoso. Ele o escreveu em belos versos, cada um começando com uma letra do alfabeto hebraico. Relata-se que este cântico, em particular, era entoado com muito entusiasmo nas sinagogas de Wurms, e que em uma determinada ocasião o cantor se deixou elevar tanto em seu êxtase ao cantar esta melodia e prece que sua alma se separou do corpo e voou de volta ao seu Criador. Quando os membros da congregação viram o súbito passamento de seu chazan, decidiram que jamais voltariam a incluir este cântico nos serviços da sinagoga.

       
     
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