Dois Baguels

  Por Tuvia Bolton
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Na manhã seguinte ao dia em que Napoleão tinha vencido uma de suas batalhas mais importante, ele convocou os comandantes de suas várias legiões para uma pomposa cerimônia em seu salão de guerra, para recompensá-los pela bravura em batalha.

O comandante das tropas bávaras deu um passo à frente, ajoelhou-se perante seu rei e declarou: "Peço a autonomia da Bavária!"

"Assim será!" gritou Bonaparte.

E o mesmo ocorreu com os generais da Arábia e da Ucrânia. "Por D’us, autonomia e status de nação para a Arábia e aos ucranianos!" anunciou Napoleão.

Finalmente, o chefe da legião judaica deu um passo à frente. "E quanto a você, meu amigo leal?" perguntou Napoleão. "Que recompensa pede por sua coragem?"

"Eu gostaria de um copo de café quente com leite e sem açúcar, dois baguels com queijo cremoso e um pouco de salmão defumado."

Sem hesitar, Napoleão enviou um dos oficiais para trazer o pedido do judeu, fez uma continência a todos os presentes, e saiu da sala. Enquanto isso, chegava o desjejum, e o general judeu lavou as mãos para o pão, sentou-se e começou a comer, enquanto os outros generais observavam tudo de olhos arregalados.

"Seu tolo!" gritou um deles. "Por que fez um pedido tão idiota? Poderia ter pedido um país, riquezas e poder! Por que desperdiçou seu desejo por causa de dois baguels?"

O judeu parou de comer por um momento, contemplou-os com um sorriso e respondeu: "Pelo menos consegui aquilo que eu pedi.


"Um popular professor, músico e contador de histórias, Rabino Tuvia Bolton é co-diretor e palestrante senior na Yeshivá Ohr Temimim em Kfar Chabad, Israel.
       
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