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Tendo crescido num
lar judaico, eu não estava preparado para passar dez anos de minha
vida numa prisão estadual em Nova York. Não creio que muitos
de nós o estejam, qualquer que seja a nossa formação.
Cometi um crime e de acordo com a lei tinha de ser punido. Compreendo
isso muito bem, mas o castigo mesmo assim foi assustador.
Em Rikers Island durante meu confinamento, conheci outros internos judeus
e encontrei uma certa camaradagem. E mais ainda, fui reintroduzido ao
Judaísmo. Eu tinha me afastado depois de meu casamento, e embora
sempre fosse à sinagoga em Rosh Hashaná e Yom Kipur, esse
era todo meu envolvimento na vida religiosa. Comecei a ir com mais freqüência
na prisão, e também a rezar regularmente. O consolo que
encontrei tornou a prisão mais tolerável.
É claro que eu tinha amigos e família que me davam apoio
moral, mas a comunidade judaica em geral e a Organização
Lubavitch em particular se tornaram a maior fonte de consolo. Eu não
conhecia pessoalmente qualquer membro da comunidade Lubavitch, mas fui
aceito porque eu era judeu, e recebi ajuda e apoio simplesmente por este
motivo. A filosofia Lubavitch parece ser de que qualquer judeu merece
ajuda.
Durante meu tempo na prisão, comecei a conduzir os serviços
no Shabat, e todos os serviços dos Dias Festivos, pois eu lia em
hebraico e tinha um pouco de conhecimento sobre os costumes. Percebi que
o tempo devotado a estas atividades eram mais que um estímulo;
fui mais que reintroduzido ao Judaísmo. Encontrei um despertar
espiritual e um renascimento que me disseram que não somente eu
conseguiria passar por meu tempo na prisão, mas poderia passar
por qualquer coisa. E foi isso o que aconteceu.
Fui diagnosticado com câncer e minha crença em D’us,
minhas preces e o aconselhamento e cartas de Rabi Shmuel Sptritzer de
Lubavitch, bem como o apoio de outros internos judeus me ajudaram a passar
por isso. Eu era efetivamente uma nova pessoa, colocando o passado de
minha transgressão do Judaísmo para trás.
Estou livre agora, e sigo a religião ainda mais que quando estava
preso. Caminho até a sinagoga e acendo velas no Shabat, recito
a bênção "borê pri hagafen" sobre
o vinho e "hamotzê" sobre o pão todas as semanas
em minha casa, e não deixo que entre alimento algum que não
seja casher. Estou me mantendo casher fora de casa, também, e isso
é novo para mim. Ainda mantenho contato com Rabi Spritzer, que
fez um arranjo para que eu freqüentasse aulas semanais de estudo
de Torá dadas por Lubavitch.
O tempo passado na prisão criou-me muitos obstáculos. Estou
tendo dificuldade para conseguir emprego. Dizem-me que minha experiência
e conhecimento são "o melhor que já vimos", e
assim que vem à tona o fato de que já estive preso, mostram-me
a porta da rua. Descobri que obter uma boa moradia também é
bastante difícil.
Não vou mentir e dizer que não sinto a rejeição.
Sinto. É humano, e esta é uma falha que sempre admitirei.
Sou humano. Para lidar com isso, volto-me para minha fé, para D’us,
e para a comunidade judaica em busca de apoio; embora o céptico
possa rir, eu percebo que estou melhor. Descobri
que posso passar por qualquer coisa, e passo, Não sou de desistir,
mas há vezes em que preciso de forças para continuar a fazer
coisas como procurar emprego, devido à expectativa da rejeição.
Minhas preces matinais me dão o estímulo necessário.
Por que estou escrevendo isso?
Tenho sido ajudado
por tantas pessoas que me levaram de volta ao Judaísmo. Minha vida
tornou-se calma e serena, e mais controlável. Quero retribuir o
amor que tenho recebido. Se conseguir tocar uma pessoa, já me considero
bem sucedido. Tudo que posso dizer é que sou um ofensor, passei
dez anos na prisão e era tão céptico quanto qualquer
pessoa. Sou uma nova pessoa agora: D’us funciona.
Desejo o melhor a quem ler este artigo, e uma rápida libertação.
Não sou incomum. D’us ajuda toda pessoa que se volta para
Ele. Tente. Você não se arrependerá.
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