Chanucá e o General George Washington

  Com permissão de Yossef Zukin e Shmuel Franco, editores do Torah-mail
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Uma história para viver

Israel Solomon estava com frio, mas sua mente não estava nem no inverno congelante do Vale Forge, nem na batalha do dia seguinte. Ele estava tentando acender as velas de Chanucá, sem acordar nem atrair a atenção de ninguém.

"Talvez esta possa ser a minha última festa de Chanucá," pensou para si enquanto aquecia suas mãos de modo que elas pudessem segurar o fósforo. Mas quando o fogo pegou no pavio da vela, de repente ele mudou; estranhamente, sentiu-se muito quente e alegre.

"Obrigado por tudo, D'us!" Ele pensou para si mesmo "Obrigado por tudo!" e alguns segundos depois ele estava fazendo uma benção sob o céu silencioso, claro e frio da Pennsylvania, sobre as quatro velas flamejantes na sua chanukiá em miniatura.

De repente ele foi arrancado do seu sonho; alguém estava em pé na sua frente!

"O que é isso!!? O que você está fazendo, você está maluco!!! Você é um espião?!" Ele olhou para cima e perdeu a respiração; era o comandante das forças revolucionárias, o próprio General Washington, sussurrando nervosamente para ele!

O General não estava conseguindo dormir pois estava preocupado com a batalha que se aproximava, e estava andando entre as fileiras de seus soldados adormecidos, quando percebeu a luz. Ele ficou ereto, mas sem levantar-se, com medo do barulho acordar alguém. "Não, não general! D'us me livre!!", sussurrou. "Sou um judeu religioso. Acredito em D'us e esse é um dos seus mandamentos. Acredite-me, não sou um espião, General Washington."
"Que tipo de mandamento é esse?" Ele tinha se acalmado um pouco e até parecia interessado.

"Há mais de dois mil anos atrás, nós, o povo judeu, estávamos lutando em uma batalha muito parecida com a sua, senhor." Solomon se sentia inspirado; o General olhava profundamente nos seus olhos como se ansiasse pela resposta. Solomon se ergueu e olhou poderosamente nos olhos do general Washington, "General, os judeus venceram essa guerra porque nós lutamos pela verdade. Nós lutamos pela liberdade. Nós também éramos muito poucos comparados com os adversários, muito mais do que vocês são agora. Talvez na proporção de cem para um, mas nós vencemos porque acreditamos em D'us, e Ele nos ajudou."

Solomon sentiu como se estivesse conectado a algo infinitamente certo. "E o senhor vencerá amanhã, senhor! D'us irá ajudá-lo assim como nos ajudou e o senhor vencerá!"

O general ficou um tempo em silêncio, olhando, e examinando incrédulo o rosto do judeu. Finalmente quebrou o silêncio e disse. "Você é um judeu. Você é da nação dos profetas. Considero o que você falou como sendo uma profecia vinda de D'us!" O general cumprimentou Solomon, se virou e continuou a sua ronda.

O que aconteceu no dia seguinte é história: as forças de Washington conseguiram uma vitória inesquecível sobre os ingleses; o que provou ser o começo de uma vitória total e, que resultou na independência dos Estados Unidos da América que se libertava da Inglaterra. Mas a história que não se conhece, é que o Sr. Solomon sobreviveu à guerra e voltou para sua casa em Boston. Um dia, mais ou menos dois anos depois do episódio de vale Forge, ele estava sentado com sua família na mesa de jantar quando ouviu uma batida na porta. Levantou-se e abriu a porta, ficando impressionado em ver um contingente de três oficiais liderados por nada menos que...... o primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington em pessoa!

Eles entraram, e o Presidente foi o primeiro a falar. "Estamos aqui para te presentear com isso". Um deles deu um passo a frente e pegou uma pequena e luxuosa caixinha de veludo de dentro do seu paletó. Sr. Solomon olhou de um rosto para outro para ver se descobria algum sinal do que se passava. Ele calmamente pegou a caixa, a abriu e lá estava um medalhão de ouro; ele o pegou e viu que estava gravado nela um desenho de uma chanukiá com as seguintes palavras inscritas: "Com admiração, General George Washington".

"Sr. Solomon, o senhor não sabe o que o senhor fez naquela noite no Vale Forge. Eu não podia dormir naquela noite porque tinha certeza que não tínhamos a menor chance de vencer. Estávamos sem munição, possuíamos muito menos soldados - dez para um - e estávamos desprovidos de comida e abrigos suficientes. Quando vi os rapazes dormindo naquele frio congelante, fiz a minha sentença: nos entregar.
Mas suas luzes e sua profecia mudaram tudo isso. Sr. Solomon, se não fosse você e a sua chanukiá, eu não sei se poderíamos estar sentados aqui hoje, como homens livres."

De acordo com a história, aquele medalhão ainda existe hoje; um testemunho do poder de Chanucá.

       
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