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Rabi Aryeh Levin
(o “tsadic de Jerusalém", 1885-1969), relatou como ele
certa vez estava caminhando pelo campo com seu mentor, Rav Avraham Yitschak
Kook. No decorrer de uma discussão de Torá, Rabi Levin apanhou
uma flor. Vendo isto, Rav Kook disse:
“Toda a minha vida tenho sido cuidadoso para não arrancar
uma folha de grama ou uma flor sem necessidade, quando ela tinha a capacidade
de crescer ou florescer. Você conhece o ensinamento de nossos Sábios
, de que nem um só folha de grama cresce aqui na terra sem que
haja um anjo acima dela, ordenando-lhe que cresça. Todo broto e
folha diz algo importante, toda pedra sussurra alguma mensagem oculta
no silêncio – toda criação entoa sua canção.”
“Essas palavras de nosso grande mestre,” concluiu Rabi Levin,
“vindas de um coração puro e sagrado, ficaram profundamente
gravadas em meu coração. Desde aquele dia, comecei a ter
uma forte sensação de compaixão por todas as coisas.”
Uma história similar é relatada sobre o Rebe Rayatz e seu
pai, o Rebe Rashab:
… Caminhando, entramos na floresta. Concentrado naquilo que eu tinha
ouvido, empolgado pela gentileza e seriedade das palavras de meu pai,
distraidamente arranquei uma folha de uma árvore próxima.
Segurando-a em minhas mãos, continuei minha caminhada silenciosa,
ocasionalmente rasgando pequenos pedaços da folha e atirando-os
ao vento.
“O Santo Ari,” disse meu pai, “diz que não apenas
toda folha da árvore é uma criação investida
com vida Divina, criada com um propósito específico dentro
da intenção de D'us na criação, mas também
que dentro de toda e cada folha há a centelha de uma alma que desceu
à terra para encontrar correção e plenitude.
“O Talmud”, continuou meu pai, “decreta que ‘um
homem é sempre responsável pelas suas ações,
esteja acordado ou dormindo.’ A diferença entre a vigília
e o sono está nas faculdades interiores do homem seu intelecto
e emoções. As faculdades externas funcionam igualmente bem
durante o sono, apenas as interiores estão confusas. Portanto os
sonhos nos apresentam verdades contraditórias. Um homem acordado
vê o mundo real, um homem adormecido não. Este é o
significado profundo da vigília e do sono: quando alguém
está acordado vê a Divindade; quando está dormecido,
não vê.
“Apesar disso, nossos Sábios afirmam que o homem é
sempre responsável pelas suas ações, esteja desperto
ou adormecido. Somente neste momento falamos sobre a Divina Providência,
e, sem pensar, você arrancou uma folha, brincou com ela em suas
mãos, torcendo-a, apertando-a e rasgando-a em pedaços, e
atirou-a em todas as direções.
“Como pode alguém ser tão rude com uma criação
de D'us? Esta folha foi criada pelo Todo Poderoso com um propósito
específico e está imbuída com uma força de
vida Divina. Tem um corpo e tem uma vida. De que maneira o “Eu”
dessa folha é inferior ao seu “Eu”? |