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O mestre chassídico
Rabi Simchah Bunem de Pszcyscha (1767-1827) começou a vida como
farmacêutico, porém mais tarde se tornou um rebe (líder
chassídico) e gostava de discutir Torá com seus discípulos.
Um
dia ele estava falando sobre a cobra que seduziu Eva no Jardim do Éden.
A Torá relata que D'us amaldiçoou a cobra. "Sobre teu
ventre te arrastarás, e poeira comerás, todos os dias de
tua vida" (Bereshit 3:14).
Rabi Bunem ponderou: "Será esta uma maldição
tão terrível? O pó está em toda parte; portanto
a mesa da cobra está sempre repleta, não importa aonde vá.
Agora olhe para o povo de nossa aldeia e em outros lugares; eles ganham
o pão com dificuldade, muitas famílias são pobres,
crianças passam fome e alguns nunca sabem de onde virá sua
próxima refeição. Como seria conveniente para nós
se pudéssemos viver do pó!"
"Porém a vida como ser humano", explicou o mestre chassídico,
"significa que estamos constantemente clamando a D'us por ajuda:
mulheres no parto, crianças famintas, pais sem trabalho…
Então a humanidade tem uma conexão, uma conexão muito
forte com D'us que a serpente não tem. Ela de nada precisa, e nada
pede. E isto é realmente uma maldição. Porém
somos como crianças com nosso pai. D'us é nosso Pai, a quem
nos voltamos incontáveis vezes por dia para cuidar de nós
e nos proteger…"
"Um homem pobre está sempre consciente dessa bênção.
O homem rico, também, é abençoado, porém para
ele é um pouco mais difícil saber disso. O desafio da riqueza
é que a pessoa deve sempre ter isso em mente, e voltar-se para
D'us todo dia por ajuda e orientação."
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