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A
reunião tinha sido marcada há vários meses e o grupo
de cinco mulheres estava esperando por quase vinte minutos na sala de
recepção do escritório da deputada do Knesset (Parlamento),
Sra.
Sara Doron.
Mas elas tiveram uma surpresa. A Sra. Doron saiu do seu escritório,
e rapidamente anunciou que tinha uma outra reunião e não
poderia atendê-las.
Depois de ouvir as queixas por alguns minutos, a secretária calmamente
respondeu:
"As senhoras são do movimento Lubavitch, certo? Eu conheço
o Rebe de Lubavitch!"
As
mulheres ficaram paradas a observá-la: estaria fazendo alguma brincadeira
sem graça? Minha esposa estava no grupo, olhou para a secretária
e perguntou num tom aturdido. "Me diga, a senhora está brincando?
E isso não é engraçado!"
"Não, Não! Certamente não!" Ela respondeu.
Deixe-me explicar."
As mulheres não estavam no clima de ouvir histórias, mas,
por outro lado... porque não? Elas se entreolharam e concordaram.
A secretária começou se desculpando. "Vocês percebem
que eu não sou muito religiosa, mas acreditem, desde que essa história
aconteceu, eu só como casher e respeito o Shabat.
“Aconteceu assim; cinco anos atrás eu visitei alguns amigos
nos Estados Unidos, na Califórnia. Num final de tarde eu estava
dirigindo para uma festa num carro conversível, sozinha, numa rodovia,
olhando para o pôr-do-sol, ouvindo música e me sentindo ótima,
quando eu tive a sensação que algo estava errado. Olhei
o meu relógio, e percebi o que estava errado: Já eram mais
de oito horas da noite. A festa era supostamente a vinte minutos de carro
de onde eu estava, e eu estava dirigindo há mais de uma hora! Estava
cada vez mais escuro lá fora e, apesar dos faróis do meu
carro estarem bem acesos e altos, eu só enxergava........o deserto.
“Imaginei que eu devia ter perdido alguma saída então
retornei com o meu carro mas quanto mais eu tentava corrigir o meu erro
mais e mais eu me perdia e, não só isso, a estrada estava
vazia e nenhum carro passava por mim de nenhum dos dois lados. No começo
não estava preocupada, mas depois de mais uma hora dirigindo no
escuro e vendo que eu não chegava em nenhum lugar, e estava ficando
sem gasolina, comecei a ficar nervosa.
“De qualquer modo, eu decidi que não estava perdida; e podia
sempre acenar para um carro me socorrer, certo? Então parei no
acostamento, acendi a luz interna do carro para as pessoas me verem e
comecei a jogar o farol nos carros que passavam. Mas isso também
não adiantou. Primeiro, tinham muito poucos carros, segundo, os
que passavam não paravam, e finalmente, quando esse grande caminhão
parou, dois homens grandes saltaram rindo e gritando palavras obscenas.
Então eu arranquei com o carro e corri o mais que eu pude.
Agora eu estava realmente com medo, petrificada, até comecei a
chorar e rezar alto por ajuda.
“Mas também não ajudou, alguns minutos depois, eu
fiquei sem gasolina alguma e encostei o carro, completamente sozinha no
meio do deserto.
Então, mais ou menos meia hora depois, começou a esfriar.
Não sei se vocês já estiveram no deserto de noite,
é como o inverno; depois de um tempo, sem aquecimento no carro,
eu estava tremendo, sozinha, terrificada e com pelo menos oito horas até
a aurora. Comecei a chorar de verdade, perdi o controle completamente,
eu tinha a certeza que era o meu fim. Eu não tinha cobertor, os
assentos não tinham forros ou algo com que eu pudesse me cobrir.
Eu simplesmente me encolhi no banco como uma bola e comecei a dizer, ‘Por
favor me ajude, alguém me ajude.’
“Perdi a noção do tempo, mas deve ter passado uma
hora até que... de repente, vi um carro chegando! Comecei a piscar
o farol como uma louca e rezando para dar tudo certo. O carro parou. Parou
distante do meu carro. A porta se abriu e... três homens sairam
do carro, todos vestidos de preto e um deles tinha na mão uma arma!
Eles ainda estavam longe. Meu coração disparou como um tambor.
Eu ainda tinha uma chance. Pulei do carro e pensei em correr, mas tudo
o que eu consegui foi gritar, ‘Shemá Israel!’ O homem
com a arma gritou de volta rapidamente, ’Shemá Israel, HaShem
Elo-kenu, HaShem Echad!’
“Eles eram Chabad, da Califórnia, e estavam viajando para
uma convenção marcada para de manhã cedo, mas receberam
um telefonema urgente do escritório do Rebe de Lubavitch para partirem
imediatamente. Eles pensaram que era estranho começar uma viagem
à noite, especialmente sem dormir e chegar oito horas antes na
convenção...mas obviamente obedeceram as ordens do Rebe.
Tenho certeza que o Rebe os mandou para me salvar. Quero dizer, não
existe outra explicação. Eles me deram gasolina do tanque
deles, me escoltaram até a minha casa e me acalmaram. Eles foram
maravilhosos. Mas então eu comecei a pensar, como o Rebe poderia
saber de mim? E porque ele iria se preocupar comigo? Eu nem fazia uma
única mitsvá.
“Então decidi que não tinha nenhuma outra explicação
a não ser que o Rebe era uma pessoa excepcional, com uma missão
especial. Ele de alguma forma sentiu que eu estava com problemas e se
preocupava com todos. Então escrevi uma carta ao Rebe agradecendo
e ele me respondeu pedindo para eu reforçar o judaísmo das
pessoas a minha volta e o meu próprio, fazendo algumas das mitsvot.
Então eu fiz."
Então a secretária respirou fundo, olhou para as senhoras
e deu um grande sorriso... "Uau! Obrigado por ouvirem a minha história!"
O grupo de senhoras tinham então entendido o motivo que as conduziu
até o Knesset.A Parashá dessa semana também se chama
"No Deserto" e é a preparação para a festa
de Shavuot "A entrega da Torá".
O Midrash
dá várias razões para D'us ter dado a Torá
para os judeus no deserto.
Uma é porque o deserto é um território neutro, qualquer
um pode viver lá.
Nos ensinando que devemos ser otimistas, porque a Torá é
igualmente livre para todos que a querem.
Outra razão é que o deserto é todo de areia, nos
ensinando que devemos ser humildes como a terra, de modo a aprender a
Torá.
Uma terceira razão é que, embora o deserto seja uma terra
árida, entretanto D'us forneceu comida, água, roupa e casa,
nos dizendo que, de modo a estudar a Torá, devemos confiar em D'us
para ter o nosso sustento.
Uma quarta razão foi que, assim como o deserto está cheio
de cobras e escorpiões, os estudiosos da Torá devem tomar
cuidado com seus impulsos negativos e nunca ser confiantes demais.
Essas quatro razões, entretanto, não são tão
claras. D'us poderia ter nos dado a Torá no Egito, ou em Israel,
por exemplo, e os judeus poderiam ter aprendido todas as lições
morais lá mesmo. Por que somente no deserto?
A resposta é que somente no deserto D'us podia ensinar os judeus
a devoção a Moshé. Sem a devoção a
Moshé é impossível aos judeus observarem a Torá
e suas mitsvot de coração (de fato percebemos que no momento
em que pensaram que Moshé tivesse partido, eles construíram
o bezerro de ouro e esqueceram as lições de Hshem). No Deserto,
os judeus estavam isolados e completamente dependentes de Moshé,
como seu líder.
De fato, o Zohar nos diz que cada geração deve ter um líder
como Moshê.
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