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Imagine
esta cena: um homem não se sai muito bem em seu sustento e o de
sua família não ganhando nada para viver. Decide então
tentar a sorte em outro lugar e resolve navegar para uma terra distante;
lá tentará fazer fortuna, talvez tenha mais sorte e poderá
voltar para casa como um homem rico. Assim, ele sai para o mar.
Em algum lugar do oceano, seu barco é pego por uma tempestade,
naufraga e ele flutua e vai parar numa ilha. Descobre que ela é
coberta de diamantes. Até onde a vista alcança, os diamantes
estão por toda a parte. Ele começa a recolhê-los,
pondo-os em sua camisa e sai correndo para a cidade, em direção
ao melhor hotel; pede um quarto. Quando vai pagar, apresenta um diamante.
O rapaz atrás do balcão olha-o como se estivesse louco e
diz: "Você tem de pagar pelo quarto."
O homem responde: "Você pode ficar com o diamante. É
todo seu."
O outro diz: "De onde você é? Obviamente não
é daqui. Estas coisas não têm valor aqui. Estão
por toda a praia. Não os usamos. Com que você vai pagar?"
O homem pergunta: "O que vocês usam?" O outro responde:
"Nesta ilha usamos cebolas. Cebolas são nossa moeda."
O homem pergunta: "Mas como consigo cebolas?"
"O que você quer dizer com 'como'?" - pergunta o outro.
"Arranje um emprego, faça um trabalho honesto e vai receber
algumas cebolas."
O
homem arranja um emprego humilde, pois o que ele sabe fazer? Não
é especializado; é um desconhecido, um estrangeiro ilegal.
Começa a trabalhar. Os anos passam e ele é bem sucedido.
Depois de algum tempo é um verdadeiro ceboleiro, começando
a perceber que já é hora de voltar para casa. Ele manda
construir um lindo barco especialmente para a viagem, carrega-o com toda
sua riqueza e começa a navegar de volta para casa.
A viagem demora alguns meses e as cebolas começam a brotar. Quando
chega ao porto de sua cidade natal, o cheiro das cebolas está insuportável.
Ele desembarca e corre para sua família. Quer cumprimentá-los
e se vangloriar de sua riqueza e sucesso. Mas ninguém quer chegar
a menos de três metros dele. De repente, as cebolas não são
mais valiosas. Na verdade, são ofensivas. Aqui, diamantes são
valiosos e ele tem de reaprender o que sabia quando era criança.
A alma entra no corpo. Ela é uma criatura celestial, um ser Divino,
urna parte de D'us. Vem para este mundo conhecendo apenas a Divindade,
com a inocência de uma criança. A alma diz para o corpo:
"Por que não saímos para catar alguns diamantes?"
E o corpo responde: "Nós não usamos diamantes aqui.
Onde você pensa que está, no Céu?"
Desta forma, a alma tem de se ajustar ao que o corpo acha valioso e concorda
com isso até um certo ponto, passando oitenta anos juntando o que
o corpoconsidera precioso.
Naquele momento a vida termina e a alma volta para o Céu.
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