Um par de tefilin para Sandy Koufax

 

Por Dovid Zaklikowski

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Dia 6 de outubro de 1965, o primeiro jogo do 65’ World Series, o Dodgers de Los Angeles versus o Twins, de Minesota. É noite de Yom Kipur no Metropolitan Stadium, 47.797 expectadores. Sandu Koufax, principal lançador dos LA Dodgers, se recusa a jogar.

A recusa de Koufax em fazer um arremesso em Yom Kipur granjeou-lhe o respeito e a admiração de inúmeros judeus. Sua coragem deu a muitos judeus a força de não se envergonharem de seu Judaísmo.

No dia seguinte a Yom Kipur, Koufax recebeu em seu quarto do Hotel St. Paul a visita de Rabi Moshe Feller, diretor regional da Merkot L’Inyonei Chinuch – o ramo educacional do Movimento Chassídico de Lubavitch. Feller congratulou Koufaz por não ter jogado em Yom Kipur e pela "grande ajuda que deu aos rabinos e educadores judeus em todo o mundo".

Rabi Feller também levou a Sandy um par de tefilin. "Como você bate com a direita e atira com a esquerda" – disse ele ao lançador – "eu não sabia ao certo que tipo trazer para você." [Os tefilin são colocados no braço mais fraco – pessoas destras os enrolam no braço esquerdo, e pessoas que utilizam mais o braço esquerdo o colocam no direito.] "mas considerando o que seu braço esquerdo tem realizado, decidi lhe trazer o tipo que se coloca no braço direito."

Koufax aceitou o presente e agradeceu a Rabi Feller pela visita. "O Talmud diz que tefilin é representante de todas as mitsvot da Torá" – explicou Feller mais tarde. "Portanto, não pude pensar numa maneira melhor de homenagear uma pessoa por destacar os valores judaicos, que presenteando-a com um par de tefilin."

Duas semanas depois, numa reunião de Simchat Torá, o Rebe falou sobre o lançador judeu que se recusara a jogar em Yom Kipur (segue-se uma tradução livre do yidish). "A primeira condição para influenciar um filho" – disse o Rebe – "é que o filho deve ver um exemplo vivo dado pelos pais. Se a criança vir seu pai estudando Torá numa hora em que de outra forma estaria envolvido com os negócios, portanto abrindo mão de algum lucro, e talvez fazendo que não seja relacionado como um dos empresários de maior destaque – este é um exemplo de auto-sacrifício para a criança.

"Ou então quando o pai abre mão de assistir TV por meia hora, ler o jornal ou discutir política…
embora ele pense que sabe o que o Presidente deveria fazer, e se o Presidente perguntasse a ele, diria para fazer assim ou assado… Quando ele abre mão de tudo isso, e não sabe sequer o que é o World Series, este é um exemplo para seu filo… (Aqueles que não sabem o que é o World Series – sorte deles, eu gostaria de não saber…)

"Havia um homem jovem, e na verdade ele tinha barba, e foi ver o arremessador que não arremessava em Yom Kipur e disse a ele que também não jogava beisebol em Rosh Hashaná. O jovem disse ao arremessador que gostaria de lhe dar um presente, e lhe entregou um par de tefilin.
O arremessador disse-lhe que ainda se lembrava de tefilin, no entanto, não queria colocá-los naquela ocasião. O jovem saiu, e naquele dia o arremessador perdeu a partida… Porém no final ele venceu o World Series, e em cima de sua mesa estavam os tefilin. Por fim, até um indivíduo distante não ficará distante e merecerá colocá-los, e um outro judeu será acrescentado àqueles que colocaram tefilin…" acrescido àqueles que praticam a mitsvá de tefilin,


Dovid Zaklikowski é membro da equipe editorial de Chabad.org
       
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