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"Há
muitos anos" – relatou o Rabi Israel Báal Shem Tov aos
seus discípulos – "na cidade sagrada de Safed, viveu
um judeu simples mas temente a D’us. Embora não fosse abençoado
com uma mente brilhante nem talentos excepcionais, ele servia a D’us
com sinceridade e espírito humilde.
"Certa noite, muito tarde, alguém bateu à sua porta.
Ali na entrada havia um homem idoso com uma longa barba branca, e uma
face tão radiante quanto o céu. ‘Sou Eliyáhu,
o Profeta’ – disse o visitante. ‘Vim aqui para abrir
sua mente e seu coração, e ensinar-lhe os mais profundos
segredos da Criação.’
"’No dia de seu bar mitsvá’ – continuou
Eliyáhu, ‘você realizou uma ação notável
e maravilhosa, algo que reverberou por todos os universos. Os anjos e
almas que habitam nos Altos todos se perguntaram: o que foi que este homem
fez, para inundar os céus com esta luz tão magnífica,
como não se via há gerações? Porém
sua ação era radiante demais para nós contemplarmos.
"’Diga-me o que você fez’ – disse Eliyáhu
– ‘ e eu revelarei coisas que somente as almas mais especiais
têm o privilégio de saber.’"
"’Aquilo que eu fiz’ – respondeu o morador de Safed
– ‘fiz somente para D’us. Não é para o
conhecimento de nenhuma criatura, seja homem ou anjo.’
"Eliyáhu implorou e adulou, prometendo dons espirituais ainda
maiores. Porém o homem ficou firme em sua recusa, e o profeta-anjo
partiu de mãos vazias.
"Em minha vida anterior" – concluiu o Báal Shem
Tov – "eu fui aquele homem."
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