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O
zodíaco é um cinturão imaginário no firmamento
celeste, representando doze grupos de estrelas (constelações),
através do qual o sol e os planetas principais se movem no decurso
do ano. Cada constelação, ocupando 30 graus, é representada
por um signo. Quase todos os signos do zodíaco são chamados
pelo nome de um animal, daí o nome "zodíaco",
do grego "zoon", uma criatura viva.
Os antigos caltícus, babilÔnios, egipcios, etc., acreditavam
que o sol, a lua, os planetas, as estrelas, fossem deuses, e os adoravam.
Isto era até natural, considerando o tremendo poder do sol e da
lua, na sua influência direta sobre a terra e toda a vida terrestre.
As estações do ano, o tempo atmosférico, as marés,
as colheitas, as fontes de água - tudo parecia estar sob o controle
desses corpos. Todo rei ou regente tinha os seus observadores de estrelas,
astrólogos, adivinhos e mágicos, de quem se esperava que
predissessem o futuro. Eles calculavam debaixo de que astro ou constelação
uma pessoa nasceu, e qual seria o seu destino; que tempo lhe seria favorável,
e assim por diante. Os doze signos do zodíaco formavam a base mais
importante para tais predições, ou astrologia. Eles acreditavam
que uma pessoa podia fazer muito pouco, se é que podia de todo,
para modificar seu próprio fado.
Não é preciso dizer que a adoração de estrelas,
ou qualquer forma de idolatria, e tudo o que está relacionado com
isso, é repugnante ao judaísmo. Os judeus acreditam num
só D’us Criador único do universo, incluindo os corpos
celestes, Aquele que criou tudo sem quaisquer parceiros, e Que é
o único Senhor e Dono do mundo inteiro.
Quando D’us criou o sol, a lua, as estrelas e os planetas, Ele arrumou
os astros e planetas nas suas órbitas e constelações,
incluindo, evidentemente, as doze constelações do assim
chamado zodíaco. Mas na nossa Língua Sagrada (lashón
hakódesh) eles não são chamados de zodíaco,
mas simplesmente mazalot. O nome mazal é derivado do verbo "nazal",
pingar, escorrer. Um planeta, ou grupo de planetas, é chamado mazal,
porque por meio dele D’us faz uma corrente constante de vida pingar
Dele para a terra. (É um pingar, porque D’us é infinito
e Sua bondade é infinita, e necessariamente tem que descer em um
fluir relativamente mínimo, ou pingar, para cada criatura de acordo
com a sua capacidade de recebê-la.) Por exemplo, a água que
uma pessoa usa em sua casa para encher um pequeno copo precisa primeiro
atravessar muitos canos, ligados a um grande reservatório nas montanhas.
Os doze planetas são corpos físicos, mas como tudo o mais
que foi criado por D’us, esses corpos têm "almas",
as almas sendo o verbo e o poder de D’us que os criou e lhes dá
existência, movimento, e seus poderes particulares e influência
sobre a terra.
Quando
D’us criou o universo, Ele o "moldou" de acordo com a
Torá e o povo judeu que deveria recebê-la e viver segundo
ela. A primeira palavra da Torá, "Bereshit", indica isto,
como explica o Rashi. Assim, D’us criou o mundo em seis dias e "descansou"
no sétimo, e fê-lo sagrado, porque ele deveria ser o santo
Shabat do povo judeu. Ele também criou doze constelações
especiais no céu, porque o povo judeu deveria observar doze luas
novas, cada uma o começo de um novo mês – os doze meses
lunares que são a base do nosso calendário judaico. Foi
assim que cada mês ganhou o seu mazal, constelação.
Desde que D’us conhecia, naturalmente, a História futura
do povo judeu, o mazal de cada mês era apropriado para os acontecimentos
que deveriam ocorrer na História judaica em cada um dos meses.
Por exemplo, o mês de Nissan tem o seu "rnazal
VIé", um "cordeiro" (correspondendo ao signo de
Aires, o carneiro), que se relacionava com o sacrifício pascal,
oferecido pela primeira vez no Egito na véspera do Êxodo,
como a expressão da negação total da idolatria egípcia,
que incluia o cordeiro como uma divindade sagrada.
O mês de Sivan tem o seu mazal em te'omim",
(correspondendo ao signo de Genuni, os gêmeos), que é relacionado
às duas Tábuas com os Dez Mandamentos, base e "raiz"
de toda a Torá, que foi outorgada no Sinai no mês de Sivan.
Tishrei tem o seu "mazál moznáim",
balanças (correspondendo a Libra, a balança), relacionada
ao Dia do Juízo (Rosh Hashaná), quando D’us dispensa
justiça ao mundo. E assim são os mazaiót dos outros
meses hebreus, relativos a eventos na História judaica, nos seus
meses particulares, com o seu significado eterno e a mensagem para nós
através das eras até hoje.
O mazal de Kislêv nos transporta ao "mazal
keshet", o arco (correspondendo a Sagitarius, o arqueiro). Arco e
flecha eram as armas principais do homem para a caça e a guerra
desde os tempos mais antigos até a invenção da pólvora
(ao redor do ano 1300). A espada era usada em combates corpo-a-corpo,
mas o arco e a flecha podiam ferir à distância.
Para disparar uma flecha, o arqueiro segura o arco afastado do seu corpo,
enquanto puxa para trás a corda para soltar a flecha. Quando queria
indicar que vinha em paz, ele voltava o arco em direção
a si mesmo. Quando D’us contou a Noé, depois do Dilúvio,
que o arco-íris seria o sinal de paz de D’us com a humanidade,
ele apareceu no céu na posição "pacífica"
- isto é, com o arco em direção ao céu, não
para a terra, como aparece naturalmente sempre. Entretanto, para as nações
da terra, o arco e a flecha eram as mais importantes armas de guerra.
Infelizmente, seus arcos e flechas eram freqüenternente dirígidos
contra o povo judeu. Este era o caso quando os sírios e os gregos,
debaixo do rei Antioco, dominaram a Terra Santa e tentaram impôr
sua cultura idólatra e seu modo de vida ao povo judeu. O punhado
de Macabeus resistiu e lutou, e com a ajuda de D’us, de um modo
miraculoso, venceu o inimigo, libertou Jerusalém, e reconsagrou
o Beit Hamiicdash. Isto aconteceu no 25 de Kislêv, que nos deu o
festival de Chanucá.
Outros arcos e flechas foram apontados contra o nosso povo no mês
de Kislêv através da nossa História, mas isto de nada
serviu aos nossos inimigos porque, citando as palavras da profetisa Hanna,
"os arcos dos poderosos estavam partidos". É certo que
os judeus tiveram de lutar e se defender com arco e flecha, mas eles sempre
souberam que sua verdadeira defesa, sua arma secreta, era a sua ligação
com D’us, e suas preces e súplicas a Ele nos tempos de tribulação.
Na verdade, quando nosso Pai Yaacov se referiu a "minha espada e
meu arco", (Gên. 48:22), ele realmente quiz dizer "minha
prece e súplica", como explica o Targum. É por esse
motivo também que o aniversário da vitória dos Macabeus,
que celebramos em Chanucá, não é por nós comemorado
com parada militar e exibição de armas, mas da maneira pela
qual os primeiros Macabeus comemoraram a sua vitória: acendendo
a Menorá, o símbolo da Torá e DA vitória da
luz sobre a escuridão.
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