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A história
a seguir ouvi de um bom amigo e senti a responsabilidade de passá-la
a vocês.
Na cidade de Emmanuel em Israel, vivia um casal idoso, olim (imigrantes)
da Rússia, que não tinham filhos. Viveram ali por muitos
anos, calmos e sozinhos, sem qualquer contato real com outros membros
da comunidade. No ano passado, o homem faleceu. Exceto pela pequena comunidade,
não havia muitos que o conheciam e portanto no funeral havia apenas
um minyan (dez homens) presente, com a ajuda da Chevra Kadisha (sociedade
funerária).
Na hora do enterro, a mulher do falecido pediu que alguém fizesse
a eulogia do marido. Todos permaneceram quietos porque nenhum deles realmente
o conhecera. A mulher disse: “Ninguém está falando,
portanto eu falarei!”
Todos ficaram em silêncio enquanto ela dizia as seguintes palavras:
“Hirshel, quando você subir ao céu e lhe for perguntado
por que não trouxe filhos a essa terra, explique a eles que na
Rússia não havia micvê. Quando chegamos a Eretz Yisrael,
já éramos velhos demais!”
Todos os presentes choraram. Até os membros da Chevra Kadisha acostumados
a lidar com a morte, também choraram.
Essa história ouvi de Matisyahu Kubalkin, morador de Emmanuel.
Estou certa de que este mesirat nefesh (auto-sacrifício) dos assim
chamados judeus “simples” deve ser divulgado a fim de fortalecer
outros nessa área.
Depoimento anônimo
Gila falou conosco sobre as leis de Taharat Hamishpacha. Falou de maneira
sensível e franca sobre essas leis e a santidade e proximidade
especiais que essa observância traz a um casal. Ela nos levou num
tour pelo micvê e explicou como era usado. Meu marido e eu lemos
os livros que Gila sugeriu e assumimos um compromisso de observar essas
leis.
Malky também contou-me que Taharat Hamishpacha é o segredo
da sobrevivência da família judaica no decorrer da nossa
história. Traz paz, harmonia e tranquilidade ao casal.
Não posso descrever adequadamente a beleza e a santidade que a
observância de Taharat Hamishpacha trouxe à minha vida. Talvez
este trecho da pece sugerida, recitada antes da imersão, possa
dar-lhe uma ideia: “Mestre do mundo, com um coração
inspirado, me aproximo do cumprimento da imersão em nome da pureza…
Que seja Tua vontade que nossa casa seja uma casa de paz, amor e proximidade.
Que Tua graça nunca se afaste de nós, e que eu seja sempre
merecedora da pureza apropriada às mulheres da Tua nação,
a Casa de Israel. Amem.”
“Meu marido aceita que eu use o micvê, e concordou em observar
as leis judaicas da Pureza Familiar. Isso mostra como a santidade dessa
mitsvá realmente o tocou. Ele ainda é contra eu ficar “religiosa
demais”, porém com a ajuda da Sra. Shaffer, tenho conseguido
elevar a espiritualidade do meu lar sem aborrecê-lo.
“Você não pensaria que usar o micvê, fazer um
jantar especial uma vez por semana para o Shabat ou acender velas poderia
fazer você sentir-se melhor, mas de alguma forma, realmente faz.
“Não sou totalmente observante, mas espero ansiosamente todo
mês para ir ao micvê em busca de uma experiência comovente.
Restaura minha espiritualidade, reconectando-me a judeus em toda parte
e em todos os tempos. Creio que o micvê é um dos maiores
presentes que D'us deu ao povo judeu. Então me ocorreu. Sarah,
Rivca, Rachel, Leah, Miriam, Esther – todas essas mulheres da nossa
história fizeram o que eu tinha acabado de fazer… Eu tinha
feito uma conexão com todas as mulheres antes de mim, durante milhares
de anos, que rezaram no micvê. De repente percebi que elas rezavam
da mesma maneira."
Milagre no Mar
Eu estava em Bangcoc, Tailândia, quando Ronit, prima do meu marido,
contou-me sua história pessoal. Antes de haver um micvê em
Bangcoc, as mulheres tinham de viajar até o litoral e mergulhar
no mar. Há mais de 20 anos, o Rebe de Lubavitch tinha instruído
as famílias judias vivendo na Tailândia a construírem
um micvê. Demoraram um longo, longo tempo, para obedecer aos desejos
dele, porque argumentavam: “Quem desejaria ir ao micvê num
país estrangeiro?” Atualmente, graças a D'us, o pequeno
micvê no Beit Chabad em Bangcoc é usado por imigrantes, visitantes
judeus e muitas famílias israelenses.
De qualquer forma, voltando à sua história, Ronit tinha
de se preparar em casa, viajar com o marido até a cidade litorânea
mais próxima, chamada Pattaya, distante cerca de duas horas, e
com o marido dirigindo o “scooter aquático”, entrar
no mar e mergulhar, depois fazer a jornada de duas horas na volta.
Isso ocorreu durante alguns anos, até que um dia algo surpreendente
aconteceu.
Chegara a hora de Ronit ir ao micvê. Como de costume ela se preparou
em casa, e com o marido, foi até a costa. Ali alugaram um scooter
aquático e entraram no mar, a uma boa distância para garantir
privacidade. Ronit mergulhou no mar, e então subiu no scooter.
O marido girou a chave do scooter, mas o motor não “pegou”.
Ele tentou mais uma vez, outra, muitas vezes, até que ambos perceberam
que o motor estava morto, totalmente!
Decidiram tentar ir nadando até a praia com grande apreensão,
pois quem já nadou no Mar Andaman sabe que a corrente é
muito forte, e carrega a pessoa de volta para o mar sem que ela sequer
perceba isso. “Ainda não tinha ‘caído a ficha’”,
disse-me ela, “de que iríamos morrer!” De repente,
vimos que a corrente estava nos levando na direção de uma
enorme formação rochosa no mar. Percebemos que aquilo basicamente
era o nosso fim. Tudo que eu conseguia pensar era como ficaria a face
da minha mãe quando dissessem a ela que sua filha tinha sido feita
em pedaços pelas rochas!”
Confrontando a morte certa, eles ergueram o rosto, elevaram a voz e em
uníssono, instintivamente gritaram a Hashem: “SALVA-NOS HASHEM!
NÃO DEIXA AS PESSOAS DIZEREM QUE MORREMOS CUMPRINDO A TUA MITSVÁ!”
De repente uma forte onda veio do nada e os levou de volta em segurança
até a praia! Hashem ouvira os seus gritos e os tinha salvo!
“Aquele foi o mês em que concebi”, disse-me Ronit baixinho
e com emoção. “Após dois anos agonizantes tentando
ter um bebê, Aquele mês Hashem finalmente me deixou conceber.
O filho que tive recebeu o nome de Doron, “um presente”. Quanto
maior o sofrimento, maior o ganho.
Graças a D'us, hoje não temos de ir até águas
perigosas, com medo do desconhecido, ou viajar duas horas todo mês
para cumprir a vontade de Hashem. Podemos ir a um micvê quente,
limpo, seguro, com águas convidativas preparadas para nós,
com todas as conveniências modernas e até um ambiente luxuoso.
Porém mesmo se tivéssemos de ir a um buraco barrento no
chão, faríamos isso para cumprir a vontade de Hashem, porque
Ele é nosso Criador e Ele sabe o que precisamos e o que beneficia
a nós e ao nosso relacionamento com nosso cônjuge, nossos
filhos e com Ele.
Um Casamento Salvo
Há alguns anos, ocorreu essa história. Havia um jovem casal
que tinha um casamento muito infeliz, e decidiram se divorciar. A mãe
da esposa, que morava em Erets Yisrael, ficou desolada por essa decisão,
e foi até Nova York falar pessoalmente com o casal. Eles estavam
determinados a se separar, pois não sentiam amor nem respeito um
pelo outro.
Levei a mãe ao 770 para a prece de Minchá com o Rebe, Rabi
Menachem Mendel Schneerson. Isso foi antes dos anos em que o Rebe distribuía
“dólares”. Escrevi uma carta pelo jovem casal, dizendo
que eles estavam querendo o divórcio, e enviei-a ao escritório
do Rebe antes da hora da Minchá. Ficamos no saguão do 770,
e pudemos ver o Rebe entrar e sair do escritório para rezar. Ao
término das orações, eu disse à mãe
que iríamos para casa, quando de repente a porta que levava à
sala do Rebe se abriu, e Rabino Groner (secretário do Rebe) apareceu
e disse: “Sra Karmely, há uma resposta para o seu bilhete.”
Ele mostrou-me a sagrada caligrafia do Rebe no bilhete que eu tinha escrito.
Ele tinha escrito para o casal “cumprir Taharat Hamishpacha Bidiuk.”
(Manter meticulosamente a Pureza Familiar). Fiquei tão entusiasmada!
Fui imediatamente até a casa de Chana (nome da esposa) e disse
a ela o que o Rebe tinha aconselhado. :”Oh, não, é
tarde demais” respondeu ela desesperançada. “Já
decidimos que é melhor nos separarmos.”
Consegui convencê-los a pelo menos tentar ouvir a instrução
do Rebe, dizendo que valia a pena, e que não havia mal algum em
tentar. Ela veio aprender comigo. Ensinei todas as leis, e ela prometeu
ir ao micvê e fazer o que deveria. Dois dias antes da sua noite
no micvê, ela telefonou e me fez uma pergunta: “Posso ir ao
micvê com unhas postiças? Coloquei unhas postiças
e realmente não quero removê-las. Posso ir com elas ainda
em mim?”
Obviamente, eu poderia ter respondido que ela certamente teria de retirá-las,
pois formavam uma “chatzitza”, uma interposição
entre ela e as águas do micvê. No entanto, disse a ela que
poderia perguntar a um Rav competente, que a aconselharia sobre o quê
fazer.
“Por favor, você perguntaria por mim?” disse ela, e
assim fiz. Contei ao Rav sobre sua situação em particular,
que ela nunca tinha cumprido a mitsvá de Taharat Hamishpacha, e
agora queria cumpri-la. Após alguma deliberação,
o Rav considerou tudo e ela poderia, por esta vez, ter permissão
de ir ao micvê com as unhas postiças, mas deveria limpá-las
bem, e remover qualquer esmalte que houvesse nelas. “Essa dispensa
especial é porque caso contrário ela não iria, e
também porque quando começar a cumprir essa mitsvá,
ela desejará continuar a fazê-lo,” disse o Rav. Obviamente,
é imperativo enfatizar que esse “heter”, permissão,
é apenas para este caso específico e par mais ninguém.
Somente um rabino competente pode dar permissão para algo assim.
Contei a Chana a decisão do Rav e também informei à
senhora que atende no micvê que ela não deveria questionar
o assunto. Passou-se o tempo, e a senhora do micvê perguntou-me
um dia: “Sra. Karmely, por que me falou sobre aquela senhora que
tinha permissão para ir ao micvê com unhas postiças?
Sabia que ela na verdade as retirou antes de ir ao micvê?”
Fiquei surpresa, para dizer o mínimo, e perguntei a Chana o que
acontecera para ela tirar as unhas. “Você tinha me perguntado
se podia ficar com elas, e consegui permissão para isso, e então
você as tirou. Por que fez isso?” perguntei curiosa. A resposta
dela me deixou muito feliz! “Você me disse que o Rebe falou
que eu deveria cumprir Taharat Hamishpacha BIDIUK”, disse ela francamente.
“Portanto decidi que se iria cumprir essa mitsvá, deveria
fazê-lo corretamente, caso contrário não seria certo.
O Rebe sabe mais do que eu.”
Essa é uma história real. Chana é minha prima, e
sei realmente que seu casamento era um desastre. Porém, a mudança
total em seu casamento depois que ela começou a cumprir a mitsvá
de Taharat Hamishpacha é dramática e impressionante! Ela
não apenas não se divorciou, como ela e o marido se tornaram
totalmente observantes, guardando o Shabat, Cashrut e Taharat Hamishpacha.
Ela usa peruca cobrindo seus cabelos e se veste recatadamente. Ele deixou
crescer a barba e estuda Torá com entusiasmo e alegria. Eles fizeram
aliyá pouco depois e têm um casamento exemplar, cheio de
respeito e amor. E o mais importante, Chana finalmente concebeu, e tem
quatro lindos filhos. Um dos problemas que ela tinha era o fato de serem
incapazes de ter filhos antes de ela começar a cumprir Taharat
Hamishpacha.
Embora essa mitsvá seja um “chok”, algo que não
podemos entender com nosso conhecimento limitado, as recompensas são
óbvias – melhora no shalom bayit (harmonia familiar), e atrai
bênçãos de filhos saudáveis. Certamente essa
mitsvá é um presente de Hashem aos Seus filhos, dada a nós
por Sua grande bondade e sabedoria. É um projeto para um casamento
Divino, um casamento que é verdadeiro e duradouro.
Esta história foi enviada por Sara Karmely, Kew
Gardens, Nova York |