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Difícil trazer
consolo às famílias que perderam seu bem mais precioso:
a vida.
A rua foi liberada para passagem de pedestres e a vida na cidade do sol
procura retornar ao normal. Mas como varrer a memória?
A tragédia ocorrida no centro do Rio de Janeiro na quarta-feira
, 25 de Janeiro, que continua a mobilizar bombeiros, a Polícia
Civil e a Prefeitura, ainda não encerrou seu capítulo: corpos
precisam ser identificados em meio aos escombros. Restam pilhas de entulhos
recolhidas do desabamento dos três prédios da Avenida Treze
de Maio. Em meio a pedras, poeira resta um infinito vazio.
Muitas famílias ainda não conseguem viver o luto esperando
o resultado da análise do DNA das últimas vítimas
a serem identificadas.: ìAcho que a angústia maior é
o reconhecimento do corpo, para a gente colocar um ponto final.
Roberto Silveira, marido de Ana Cristina, é apenas um dos exemplos.
Aguarda notícias da mulher que trabalhava com ele em um dos escritórios
dos prédios que desabaram. Ele saiu acabou o expediente mais cedo,
na quarta-feira, 25 de Janeiro, mas sua esposa permaneceu trabalhando
no local. Ele desabafa: ìEla sempre dizia, ‘Não vamos
ficar trabalhando, trabalhando, trabalhando. Vamos viver um pouco mais
a vida’. E eu estou convencido disso: a vida é muito frágil.
A gente não tem controle sobre isso. É feito uma lâmpada:
de repente apaga e pronto. E aí?
Leva tempo, uma eternidade para reconstruir. Mas é possível
e certamente é a meta que todas as almas que partiram desejam que
um dia vocês consigam atingir. Que todas as causas e responsabilidades
sejam apuradas para evitar que tragédias como esta ocorram no futuro.
O presente ainda é muito nebuloso.
A cada brasileiro, a cada carioca, que possamos sempre ser solidários
uns com os outros. Expressamos aqui nosso mais profundo pesar pelo ocorrido
e por todas as perdas inestimáveis. Que a luz que elas deixaram
em suas vidas possam iluminar seus caminhos para sempre.
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