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No decorrer da história
humana, muitas pessoas têm sido testadas, mas poucas tiveram o altruísmo
para atingir a verdadeira grandeza.
Hoje acompanhamos diariamente e rezamos e nos mobilizamos pelo povo japonês,
não apenas pelos estragos causados pela “Natureza em Fúria”,
mas assistimos, nos impressionamos e nos identificamos com a reação
de toda uma nação de se manter unida e solidária,
uns com os outros. Esta disciplina, força e vontade de continuar,
de se reerguer e reconstruir removendo as cinzas nos é bastante
familiar.
O povo japonês diante do desastre que atinge proporções
ainda incalculáveis já nos deixou várias lições.
Abaixo segue a história de um casal que, quando confrontados pelo
mal, escolheram obedecer a D'us e desafiar as ordens de um governo indiferente.
Que possamos nos unir em preces para que não ocorram mais perdas
e que o apoio humanitário ajude a aplacar um pouco ao menos a enorme
dor. Em março de 1939, o Cônsul Geral do Japão, Chiune
Sugihara e sua esposa Yukiko mal tinham se instalado em seu novo posto
na Lituânia quando os nazistas invadiram a Polônia.
Em 1940, a maior parte do mundo livre tinha barrado a
imigração de refugiados judeus da Europa, encurralando a
população judaica europeia numa situação desesperada
de vida ou morte.
Neste cenário terrível, os Sugihara se tornaram peças-chave
num frenético plano de sobrevivência.
Certa manhã no final de julho de 1940, Chiune Sugihara e sua família
acordaram com uma imensa multidão de refugiados judeus agrupados
do lado de fora da casa.
Desesperados para fugir dos nazistas que se aproximavam, os refugiados
sabiam que sua única esperança de fuga estava no oriente.
Se Sugihara lhes conseguisse vistos japoneses de trânsito, eles
poderiam deixar a Europa. Era a única chance possível para
escapar da morte certa.
Sugihara ficou comovido com o sofrimento deles, mas não tinha autoridade
para emitir tantos vistos sem permissão do Ministério do
Exterior em Tóquio.
Depois que seus pedidos para emitir os vistos foram negados, Sugihara
tinha uma difícil decisão a tomar. Ele sabia que se desafiasse
as ordens de seus superiores, seria despedido e cairia em desgraça.
Ele e a esposa também temiam pelas próprias vidas e pelas
vidas dos filhos.
“Mas,” disseram os Sugihara, “obedecer ao nosso governo
seria desobedecer ao nosso D'us.”
Os vistos, eles decidiram, seriam assinados.
Durante 29 dias seguidos, os Sugihara sentaram-se para escrever e assinar
vistos à mão. Escreviam mais de 300 vistos por dia, um quantidade
que normalmente seria um mês de trabalho para o cônsul.
Sugihara não parava nem mesmo para comer – em vez disso,
sua esposa o alimentava para que ele não perdesse um só
minuto.
As centenas de candidatos aos vistos se transformaram em milhares, à
medida que ele trabalhava para garantir o máximo possível
de vistos, antes de ser forçado a deixar a Lituânia.
O Cônsul Sugihara continuou a emitir os documentos da janela de
seu trem até o momento em que o trem partiu de Kovno rumo a Berlim
em 1º de setembro de 1940. E enquanto o trem saía da estação,
Sugihara atirou para fora da janela o selo do visto de cônsul para
um refugiado que o usou para salvar ainda mais judeus.
Devido ao inacreditável auto-sacrifício dos Sugihara, mais
de cinquenta mil judeus estão vivos hoje, filhos e netos dos refugiados
pelos quais os Sugiharas arriscaram a vida.
Talvez você seja um deles.
Até aonde você está disposto a ir para salvar outra
pessoa?
Leia história completa:
Os Sobreviventes de Sugihara
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