Nem tudo são rosas…  
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Há obras no cinema, no teatro, nos livros e na vida que tentam ocultar, ou maquiar ou simplesmente eliminar as informações que marcaram a história do holocausto no plano terra-terra.
A vida não é tão bela quanto a mídia as vezes nos tenta passar, fazer "engolir", transmitindo uma visão cor de rosa para ocultar o cinza. Poupar o sofrimento, a verdade, é uma ironia, uma falsa proteção numa fórmula distorcida que apenas serve para aumentar a dor. E quando se descobre por si a crua realidade, o choque é muito maior.

kristallnacht

Documentar a memória é uma das maiores obrigações que o ser humano leva sob seus ombros, seja ela branca, negra ou púrpura, coberta de glória, conquistas, sangue e injustiças. É preciso retratá-la, na linguagem correta, que pode ser lenta, gradual, mas franca.

Desconectar e alienar-se da realidade para uns pode parecer o caminho mais fácil, mas não o é para a humanidade, a medida que ela cresce e avança. Muitas vezes o passado vem ensinar que no presente, ele se repete e as lições são para ficar.

Nem tudo são rosas…há os espinhos e eles causam dor, muita dor, mas ao mesmo tempo cicatrizam. Seja com o tempo, através do surgimento de novas vidas criadas em novas perspectivas que vão dando sequência às gerações que aprendem as lições, entre erros e acertos da história.

Os sobreviventes e as obras possuem os registros e nos fazem gravar: o que foi o nazismo, o anti-semitismo, o holocausto, como vivemos, como morremos e como sobrevivemos ultrapassando tudo isto e ainda, e apesar de tudo, estamos aqui, graças a D’us!

O episódio chocante da fatídica kristall nacht apenas precipitou o que já estava montado. Quando as vitrines das lojas judaicas foram quebradas, transformadas em milhares de minúsculos cristais despedaçados, com eles nosso coração e dignidade foram esmagados. De repente nos vimos cara a cara com o mau em toda sua crueza. Se não juntarmos as peças retratando a história a nossos filhos, estaremos sujeitos a deixá-los desamparados, com peças que não se encaixam, como num quebra-cabeça que jamais se completa pela razão de algumas terem sido extraviadas.
Na educação é preciso compromisso, sem ocultar os espinhos. Transmitir segurança, coragem e orgulho de tudo que se fez e se faz, nosso sofrimento, crescimento, contribuições e destino deve fazer parte do currículo de toda escola judaica. Desta forma, mesmo que não estejamos aptos a explicar a razão do por quê D’us permite que certos fatos tenham ocorrido, Ele jamais nos abandonou. Simplesmente os fatos amargos de nossa história ocorreram por uma razão muito acima de nossa limitada lógica.

Portanto, se você é um educador, avô, pai ou professor, tenha fé e seja um exemplo: não tenha medo de ensinar; tenha medo apenas de se tornar responsável pelo esquecimento!

       
   
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