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Mais ou menos a cada
cem anos, surge uma pessoa que muda a maneira de olharmos para nós
mesmos e nosso mundo. Ele, ou ela, dirá algo tão revolucionário,
tão novo e inesperado – tão contrário às
nossas concepções prévias – que a princípio
parecerá impossível que seja verdade. Porém é
corroborado por fórmulas matemáticas e experiências
clínicas e laboratoriais, e termina por ser aceito como um fato
por todos. Até que surge o próximo revolucionário.
Porém há
algo mais, que raramente é estático. Talvez aconteça
uma vez a cada quinhentos anos, talvez em mil aparece alguém e
diz algo tão revolucionário que muda a maneira pela qual
enxergamos nós e o mundo.
Mas não é nova, ou, em última análise, inesperada.
Pois é algo que já sabemos, e sempre soubemos. Alguma coisa
que ressoa profundamente dentro de nós e não exige "provas"
para estabelecer sua autenticidade. Algo que a tal ponto faz parte de
nossa verdade interior que nossa "busca" pela verdade nos cegou
a seu conhecimento – até agora.
Há trezentos e cinco anos, no dia 18 de Elul comemoramos a descida
da alma de um indivíduo assim que veio a este mundo. Seu nome era
Rabi Israel Báal Shem Tov, e no decorrer de seus 62 anos de existência
terrena (1698-1760) ele revolucionou a maneira de vermos a nós
mesmos, o mundo e nosso lugar nele.
E estas são algumas das coisas que ele ensinou:
- Que
tudo aquilo que fazemos é significativo. Toda ação
nossa, cada palavra que falamos, até um único pensamento
que temos, tem um efeito que reverbera em todos os mundos e por toda
a história.
-
Que tudo aquilo que acontece no mundo de D'us, desde a queda de um império
até uma folha que cai na floresta distante, tem um propósito,
especificamente guiado e dirigido pelo Todo Poderoso – um propósito
que contribui com o propósito geral da Criação.
-
Que nossa fé singela, nosso sincero compromisso de fazer o bem,
são mais preciosos aos olhos de D'us que todo o gênio do
erudito e toda a espiritualidade do místico.
-
Que D'us está em toda parte e em todas as coisas, o que significa
que na essência existe apenas bondade; mal, sofrimento e desespero
são apenas véus por trás dos quais Ele Se esconde
para que nos disponhamos a rasgá-los em nossa busca por Ele.
-
Que a vida é alegre, e que podemos viver alegremente em todas
as situações, sob toda e qualquer circunstância.
-
Que D'us nos ama, a todo e cada um de nós, como se cada um fosse
Seu único filho.
-
Que a maneira mais verdadeira de amar a D'us é amar todo e cada
um de Seus filhos.
Quando
contemplamos nossa própria alma, sabemos que tudo isso é
verdadeiro. Porém a vida do ser humano freqüentemente não
é orientada a olhar para sua própria alma. Eis por que precisamos
de professores – não tanto para nos dizer aquilo que não
sabemos (embora este tipo de ensinamento seja útil, também),
mas para mostrar-nos aquilo que já sabemos.
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