Revolução  
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  por Yanki Tauber
 

Mais ou menos a cada cem anos, surge uma pessoa que muda a maneira de olharmos para nós mesmos e nosso mundo. Ele, ou ela, dirá algo tão revolucionário, tão novo e inesperado – tão contrário às nossas concepções prévias – que a princípio parecerá impossível que seja verdade. Porém é corroborado por fórmulas matemáticas e experiências clínicas e laboratoriais, e termina por ser aceito como um fato por todos. Até que surge o próximo revolucionário.

Porém há algo mais, que raramente é estático. Talvez aconteça uma vez a cada quinhentos anos, talvez em mil aparece alguém e diz algo tão revolucionário que muda a maneira pela qual enxergamos nós e o mundo.

Mas não é nova, ou, em última análise, inesperada. Pois é algo que já sabemos, e sempre soubemos. Alguma coisa que ressoa profundamente dentro de nós e não exige "provas" para estabelecer sua autenticidade. Algo que a tal ponto faz parte de nossa verdade interior que nossa "busca" pela verdade nos cegou a seu conhecimento – até agora.

Há trezentos e cinco anos, no dia 18 de Elul comemoramos a descida da alma de um indivíduo assim que veio a este mundo. Seu nome era Rabi Israel Báal Shem Tov, e no decorrer de seus 62 anos de existência terrena (1698-1760) ele revolucionou a maneira de vermos a nós mesmos, o mundo e nosso lugar nele.

E estas são algumas das coisas que ele ensinou:

  • Que tudo aquilo que fazemos é significativo. Toda ação nossa, cada palavra que falamos, até um único pensamento que temos, tem um efeito que reverbera em todos os mundos e por toda a história.
  • Que tudo aquilo que acontece no mundo de D'us, desde a queda de um império até uma folha que cai na floresta distante, tem um propósito, especificamente guiado e dirigido pelo Todo Poderoso – um propósito que contribui com o propósito geral da Criação.
  • Que nossa fé singela, nosso sincero compromisso de fazer o bem, são mais preciosos aos olhos de D'us que todo o gênio do erudito e toda a espiritualidade do místico.
  • Que D'us está em toda parte e em todas as coisas, o que significa que na essência existe apenas bondade; mal, sofrimento e desespero são apenas véus por trás dos quais Ele Se esconde para que nos disponhamos a rasgá-los em nossa busca por Ele.
  • Que a vida é alegre, e que podemos viver alegremente em todas as situações, sob toda e qualquer circunstância.
  • Que D'us nos ama, a todo e cada um de nós, como se cada um fosse Seu único filho.
  • Que a maneira mais verdadeira de amar a D'us é amar todo e cada um de Seus filhos.

Quando contemplamos nossa própria alma, sabemos que tudo isso é verdadeiro. Porém a vida do ser humano freqüentemente não é orientada a olhar para sua própria alma. Eis por que precisamos de professores – não tanto para nos dizer aquilo que não sabemos (embora este tipo de ensinamento seja útil, também), mas para mostrar-nos aquilo que já sabemos.

 
 

   
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