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  Retorno: como abracei o judaísmo
 
Entrevista realizada por Fani Rosenbaum – em julho de 2005 / Tamuz 5765, com Ziv
 

Meu nome é Ziv. Nasci em 1982. Pretendo me formar rabino. Meus pais são de Buenos Aires.

Meu pai quando jovem,após terminar o segundo grau,trabalhou no comércio de calçados e gostava de viajar. Minha mãe,estudava no segundo grau e frequentava grupos judeus.

Quando eles se conheceram,concordaram em ficar noivos pelo fato de ambos serem judeus. Após o casamento civil e religioso, em 1979, viajaram para o Brasil. Foram morar num sítio que meu pai tinha alugado três meses antes do casamento. Ficava numa pequena cidade do Sul de Minas Gerais.

No ano 1981 nasceu minha irmã Samantha (hoje casada e morando em Buenos Aires, trabalhando numa escola judaica).No ano seguinte eu nasci.Como o parto foi prematuro,meu brit mila foi feito dois meses depois em S. Paulo pelo rabino Begun.

Ao voltar para casa minha mãe escreveu pedindo orientação e material pedagógico na escola onde o rabino Begun realizou o brit.Seu pedido foi atendido.


O judaísmo em minha família teve mudanças muito grandes. Não é da noite para o dia que as pessoas se transformam.

A família cresceu com a chegada da Wendy (atualmente em Israel). Grande foi a surpresa quando um día, nos pastos que só andava o gado do vizinho, apareceram dois chassidim: eram o rab. Adi Binjamini e o aluno da yeshivá de Petrópolis, Gabriel Aboutbul (atualmente rabino).Eles chegaram para imprimir o Tanya. Essa cordial visita se repetiria anualmente, acompanhada pela Sra. Dina e os filhos.(família Binjamini ).

Em 1987 nasceu Shabsi,cujo brit milá foi realizado na nova casa na cidade de S. Lourenço.O rabino Begun chegou de ônibus, e os alunos da yeshivá de Petrópolis também estiveram presentes trazidos pelo rabino Adi, além de turistas judeus acompanhados de Adolfo e Leila (nossos amigos judeus da cidade).

A família se completou com a chegada de Mylenda,hoje com14 anos. Eu estava estudando na cidade e nas férias, com 12 anos, fui convidado a participar da colônia em Petrópolis.

Voltando disse para meus pais que estudaria lá nem que fosse andando...

Meus pais disseram que eu iria de ônibus, e apoiaram minha decisão.

Em um de meus retornos à minha casa falei que comeria somente casher. Providenciamos um pequeno fogão e minha alimentação em casa era láctea e parve: trazia leite e queijos do Rio de Janeiro.

Aos poucos, todos em casa foram incorporando a alimentação casher, até a cozinha principal virar casher com alimentos trazidos de SP ou RJ.

Estudei na Yeshivá Machané Israel de Petrópolis até completar o segundo grau e mais um ano. Nessa época, meu irmão Shabsi também estudava na yeshivá.

Conversei com meus pais e manifestei o desejo de continuar estudando numa yeshivá. Conseguí um lugar em Torat Emet em Yerushalaim.Foi um ano muito bom de estudos. Fui então para a Yeshivá do "770" onde permaneci estudando por mais um ano.

Atualmente estudo numa yeshivá em Rehovot, onde pretendo tirar minha Smichá (diploma rabínico),e trabalho numa outra yeshivá, em Nathania.

A Providência Divina quis que no ano de 1981,estando meus pais num ônibus no Rio,um bachur da yeshivá entregasse nas mãos de minha mãe uma revistinha do Chabad, coincidentemente editada no mês de kislêv, Festa de Chanuca, o que ajudou a iluminar nosso caminho.

Agradeço ao Beit Chabad pela orientação e atenção. E agradeço também à família Binjamini ,que sempre estiveram presentes em cada passo da nossa familia.

Ziv

     
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