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Reencarnação e Tradição Judaica | ||||
Por
Yaakov Astor (trecho de “Soul Searching”, Targum Press) |
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O
Judaísmo Acredita em Reencarnação? Notas: 1. Maimônides, Melachim 11:3 2. Comentário sobre a Mishná, Sanhedrin 10:1; cf Sanhedrin 99a 3. Maimônides, Melachim 11:3, 12:5 4. Sanhedrin 91b, 99a, Berachot 34b, Pesachim 68a; Shabat 63a; Maimonides, Teshuvá 9:2, Melachim 12:2. 5. Tosafot, Rosh Hashaná 16b, s.v. leyom din; Emunos V’deyos 6:4(final), Raavad, Hilchos Teshuvá 8:8; Kesef Mishná, Teshuvá 8:2; Derech Hashem 1:3:11 6. Ramban (Nachmanides) Shaar HaGemul. Segundo o Ramban e outras autoridades, o :Mundo das Almas” é freqüentemente mencionado como o Jardim do Éden. 7. Sanhedrin 99a. 8. Ramban, Shaar HaGemul. Citando fontes talmúdicas e midráshicas, o Ramban escreve que há três dias de julgamento, i.e., três vezes a alma é julgada. 1) Rosh Hashaná, quando revisa o ano que passou e determina as circunstâncias materiais para o ano vindouro; 2) Dia da morte, quando revisa a vida que passou e determina o que precisa para continuar a experiência de mais revisão ou está pronta para o Paraíso. 3) O Grande Dia do Julgamento, que é quando todos que viveram são ressuscitados, os justos para a vida eterna (num mundo físico espiritualizado, segundo o Ramban) e os perversos por aquilo que falta para terminar (segundo outros haverá uma categoria intermediária daqueles que são dignos de continuar num espírito desencarnado, mas não na forma física mais rara do corpo ressuscitado num mundo ressuscitado). Haverá também aparentemente diferentes graus de recompensa (i.e., vivenciando a presença de D’us) neste Mundo Renovado após o Grande Dia de Julgamento, tudo dependendo das ações da pessoa durante a vida. Tem sido questionado: Se uma pessoa é julgada após a sua morte quanto ao seu status no Mundo Vindouro, qual é o propósito do Grande Dia do Julgamento? Uma das respostas diz que depois que uma pessoa morre, todos os filhos, as boas e as más ações e a influência que ela teve sobre os outros ainda “estão em movimento”. Somente ao final da história pode ser feita a “contagem final”, então, quanto ao impacto que a pessoa teve em sua vida. 9. Derech Hashem 1:3:13. 10. Shaar HaGilgulim, cap. 8; Derech Hashem 2:3:10. 11. Muitos ficam surpresos ao descobrir que a reencarnação era uma crença aceita por muitas das grandes mentes da civilização ocidental. Embora o Judaísmo, obviamente, não concorde necessariamente com todos os pensamentos e filosofias dele, apesar disso Platão, por exemplo, (em Meno, Faedo, Timeus, Fedrus e na República), defende a crença na doutrina da reencarnação. Ele parece ter sido influenciado por mentes gregas clássicas anteriores como Pitágoras e Empédocles. No Século Dezoito, a Idade do Iluminismo e do Racionalismo, pensadores como Voltaire (“Afinal, não é mais surpreendente nascer duas vezes do que nascer uma vez”) e Benjamin Franklin expressaram uma afinidade pela noção da reencarnação. No Século dezenove, Schopenhauer escreveu (na obra: Parerga e Paralipomena): “Se um asiático me pedisse uma definição da Europa, eu seria forçado a responder-lhe: ‘É aquela parte do mundo que é assombrada pela incrível ilusão de que o o nascimento da pessoa é sua primeira entrada na vida’…” Dostoevsky (em sua obra: Irmãos Karamazov) refere-se à ideia, ao passo que Tolstoy parece ter bem definido o fato de que vivemos antes. Thoreau, Emerson, Walt Whitman, Mark Twain e muitos outros reconheceram e/ou defenderam alguma forma de crença na reencarnação. Deve-se notar, porém, que algumas autoridades clássicas da Torá, mais especificamente Saadia Gaon, do Século Dez, negava a reencarnação como dogma judaico. Emunos V’Deyot 6:3. 12. O Talmud relata que o sábio do segundo século, Rabi Shimon bar Yochai e seu filho Elazar esconderam-se numa gruta para escapar da perseguição romana. Durante treze anos eles estudaram dia e noite sem distração. Segundo a tradição cabalista (Tikunei Zohar) foi durante aqueles treze anos que ele e seu filho compuseram os principais ensinamentos do Zohar. Oculto por muitos séculos, o Zohar foi publicado e disseminado por Rabi Moshê de Leon no século Treze. 13. Embora o Zohar seja geralmente mencionado como uma obra de um único volume, compreendendo Tikunei Zohar e Zohar Chadash, é na verdade uma compilação de vários tratados menores ou sub-seções. 14. Zohar I:131a, 186b, 2:94a, 97a, 100a, 105b, 106a, 3:88b, 215a, 216a; Tikunei Zohar 6 (22b, 23b), 21 (56 a), 26 (72a), 31 (76b), 32 (76b), 40 (81a), 69 (100b, 103a, 111a, 114b, 115a, 116b), 70 (124b, 126a, 133a, 134a, 137b, 138b); Zohar Chadash 33c, 59a-c, 107a; Ruth 89a. 15. O Zohar (I 131a): “Rabi Yossi respondeu: ‘Aqueles corpos que são indignos e não atingem seu objetivo serão considerados como se não tivessem existido…’ Rabi Yitschak [discordou e] disse: Para estes corpos o Eterno fornecerá outros espíritos, e se considerados dignos obterão uma morada no mundo, mas se não forem, serão cinzas sob os pés dos justos.” (Cf. Zohar II 105b. 16. Ex.: Zohar III 216a; Tikunei Zohar 6 (22b), 32 (76b) sugere três ou quatro chances. Tikunei Zohar 69 (103a) sugere que se mesmo um pequeno progresso é feito a cada vez, a alma recebe até mil oportunidades de reencarnação a fim de atingir sua compleição. Zohar III 216a sugere que uma pessoa essencialmente justa que passa pelas agruras de vagar de cidade em cidade, de casa em casa – até mesmo tenta abrir negócios (Zohar Chadash Tikunim 107a) – é com se passasse por várias reencarnações. 17. A resposta é que sim, é uma possibilidade, Zohar II, 106a. 18. “Depois que a alma deixou o corpo e o corpo não respira mais, é proibido mantê-lo insepulto (Moed Katon, 28a; Baba Kama, 82b). Um corpo morto que é deixado insepulto por 24 horas provoca uma fraqueza nos membros da Carruagem e impede que o desígnio de D’us seja cumprido; pois talvez D’us tenha decretado que ele deveria passar pela reencarnação imediata no dia em que morreu, o que seria melhor para a pessoa, mas como o corpo não está enterrado a alma não pode ir à presença de D’us nem ser transferida para outro corpo. Pois uma alma não pode entrar num segundo corpo até que o primeiro seja sepultado…” Zohar III 88b. 19. Tikunei Zohar 70 (133a). Depois os cabalistas detalham as circunstâncias que podem levar à reencarnação em forma vegetal e até mineral. Shaar HaGilgulim, cap. 22 & 29; Sefer Haredim 33, Ohr Chaim 1:26. 20. Bahir 122, 155, 184 e 185 também discutem a reencarnação. 21. Bereshit 38:8, Job 33:30. 22. Ex. comentário sobre Bereshit 34:1; seu Taamei HaMitsvot (16a) diz que a reencarnação é o segredo por trás dos dez sábios talmúdicos que foram abatidos pelos romanos. 23. Comentário sobre Bereshit 4:25, Devarim 33:6. 24. Suas principais obras são Etz Chaim (Árvore da Vida) e Pri Etz Chaim (Fruto da Árvore da Vida), bem como o Shmonê Shaarim (Oito Portões), que tratam sobre tudo que vai do comentário bíblico até inspiração Divina e reencarnação. 25. Sefer HaGilgulim, “O Livro das Reencarnações,” por Chaim Vital é também um livro inteiro dedicado a este tópico. 26. Comentário sobre Niddah 30b. 27. Comentário ao Livro de Jonah, e muitos outros locais. Por exemplo, R. Meir Simcha de Dvinsk em Ohr Somayach, Hilchot Teshuvá 5, s.v. v’yodati; R. Israel Meir HaKohen [o Chofets Chaim] em Mishnah Berurá 23:5 e Shaar HaTzion 702:6; R. Yaakov Yisroel Kanievsky [o Steipler Gaon] em Chayei Olam. 28. Guehinom refere-se, geralmente, a uma experiência com tempo limitado (Edyos 2:10) na vida posterior, onde a alma é purgada de suas culpas num processo, depois que tudo foi feito e dito, descrito como doloroso, embora catártico. Num sentido mais profundo, a pessoa grosseira é recompensada na mesma moeda. Assim como agiu grosseiramente ao pecar, agindo como se D’us não estivesse presente, ele é pago tendo de passar pelo Guehinom, um local diferente do Céu, onde a presença de D’us de certa maneira está oculta, ou pelo menos não aberta e livre. (O nome Guehinom vem do vale ao sul de Jerusalém, conhecido como o vale [Guei] do filho de Hinnom, onde certa vez crianças foram sacrificadas a Molech (II Reis 23:10’; Yirm. 2:23; 7:31-32; 19:6). Por este motivo o vale foi considerado amaldiçoado, e Guehinom assim tornou-se um sinônimo para Purgatório. |
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