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  Como (não) Reagir à Fúria
  Por Sara Chana Radcliffe
 

As emoções são “capciosas”. Quando alguém está calmo e contente, melhoram o humor de todos que estão por perto. Da mesma forma, quando alguém está agitado, deixa todos nervosos. É compreensível portanto que alguém possa reagir da mesma maneira à fúria de outra pessoa. Se uma mulher, por exemplo, começa a gritar com o marido, provavelmene ele vai “pegar” aquele estado de espírito e expressar raiva com ela. O estilo de raiva dele pode diferir do dela; talvez ele se cale em vez de gritar. Mesmo assim, é o humor dela que ele estará refletindo.

E mesmo assim, as pessoas podem superar a tendência natural a adotar o humor do outro, se elas quiserem. Um incentivo importante para “querer” é conseguir criar um lar pacífico. “A paz é inestimável, pois o nome de D'us é ‘Shalom’” (Bamidbar Rabah 11:18).

Conseguir shalom bayit, um lar pacífico, não é uma questão de “sorte”. Em vez disso, é uma questão de constante atenção. É estar vigilante contra tudo aquilo que pode interferir com isso. Mesmo quando o cônjuge está interferindo, a pessoa que deseja sinceramente a paz deverá criar maneiras de preservá-la.

Portanto, quando um cônjuge expressa raiva, aquele que procura a paz pode aprender a não absorver a emoção. Uma excelente estratégia é reagir à fúria de alguém com sincero interesse e curiosidade (desde, é claro, que a raiva não tenha ido para um lado violento e a segurança física não esteja ameaçada!) A pessoa, por exemplo, pode dizer: “Você está tão aborrecido! O que está acontecendo para você sentir tanta fúria [ou sofrimento]?”

Tenha em mente que cônjuges ficam furiosos por coisas estranhas – uma pequena bagunça num canto da sala, um item esquecido numa lista de compras, uma pasta de dente destampada, um recado de um telefonema que não foi dado. Quanto mais furiosa a pessoa fica, mais provável é que haja alguma coisa embutida nisso, algo que foge aos olhos. Na verdade, quanto mais ira a pessoa sente, mais provável é que o assunto esteja relacionado com sofrimentos passados e traumas da infância, sendo atualmente desencadeados por negligências sem importância (ou às vezes, por graves erros conjugais).

Tentar aprender sobre a frustração ou sofrimento subjacente pode aproximar marido e mulher. Por outro lado, reagir ao assunto superficial de modo defensivo – “Cheguei apenas dez minutos atrasado Pare de reclamar!” – somente agrava ainda mais a situação e continua a mascarar importantes linhas de comunicação e sentimentos.

Às vezes as conversas mais profundas sobre fúria e aborrecimentos precisam esperar até que as emoções estejam acalmadas. Mesmo assim, levar o cônjuge a sério o suficiente para investigar as causas de sua ira – seja imediatamente ou dali a alguns dias – é uma boa maneira de chegar a um entendimento mútuo mais profundo e uma excelente forma de prevenir mais discussões e disputas.

Não reaja. Em vez disso, encontre uma forma de tentar entender. Se essa abordagem não for suficiente para terminar um ciclo de desentendimento conjugal, procure ajuda profissional – isso realmente pode ser muito útil!

       
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