O Que Há de Errado Com os Políticos?
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  Por Elisha Greenbaum
 

Há muitos homens e mulheres notáveis que se distinguiram no serviço público. O que lhes permite serem bem-sucedidos enquanto outros falham? Para dar uma pincelada geral, pode-se sugerir que há dois tipos diferentes de políticos.

O primeiro tipo é o vilão por excelência, que não tem vergonha de encher o próprio bolso. Eles podem falar bonito em público; podem fazer todos os barulhos certos sobre transparência e responsabilidade enquanto tentam ser eleitos. Mas se os conhecer pessoalmente, você logo verá que não existe uma só fibra de altruísmo neles.

Um subconjunto dessa primeira classe é o sujeito incompetente que é esperto o suficiente para abrir caminho na política apesar de sua incapacidade, e tem astúcia bastante para permanecer lá durante décadas, assaltando o bolso público. Eles jamais sobreviveriam no mundo comercial, onde as pessoas são julgadas pelos resultados e onde o fracasso é recompensado com a demissão, não com uma pensão vitalícia.

O segundo tipo de político falho é o indivíduo honesto, bem intencionado, realmente dedicado, que deseja fazer uma diferença e deixar uma influência positiva no mundo. Eles trabalham bastante pela causa comum, e sacrificam família e saúde em sua dedicação aos constituintes. Certamente são bem intencionados, mas dificilmente atingem a longevidade. Como mariposas consumidas pela chama do próprio altruísmo, eles tendem a se queimar rapidamente e, muito depressa, desaparecem da vida pública, tendo ficado sem ideias e achando impossível manter seus altos padrões.

Um verdadeiro líder está acima da divisão de uma dessas duas opções. Seu foco é servir aos outros, mas não se esquece da necessidade de auto-realização e auto-melhoramento no processo.

Certa vez ouvi o secretário do Rebe, Rabi Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória, descrever a rotina do Rebe. Ele enfatizou que juntamente com todos os seus esforços comunitários, estratégias internacionais, pronunciamentos públicos e atenção a indivíduos e grupos, mesmo assim o Rebe reservava a maior parte de seu dia, diariamente, para estudo privado. Fomos apresentados a Moshê, o maior líder da história e o homem que por si só inspirou uma nação e nos levou do sofrimento à oportunidade. A Torá registra que a partir do momento em que ele nasceu, “ele era bom”. Os comentaristas explicam que esta “bondade” essencial poderia ser observada em duas maneiras diferentes: 1) Ele nasceu circuncidado, e 2) quando ele nasceu a casa inteira ficou repleta de luz.

Eu sugeriria que esses dois milagres representam a grandeza que foi Moshê, e demonstram suas qualidades essenciais como líder dos homens. Um líder é uma luminária, enchendo o aposento com a luz de sua personalidade. Liderança é o ato de estar ali para os outros, e causar impacto em suas vidas para o melhor. Mesmo quando jovem, Moshê foi marcado como embaixador da bondade e gentileza, e para sempre seu brilho reluziu na vida de seu povo.

Porém um líder não pode apenas falar com outros; ele tem de se tornar um modelo de excelência por direito próprio. Quando circuncidamos nossos filhos os transformamos em judeus completos, tanto física quanto espiritualmente. O fato de Moshê ter nascido circuncidado demonstra que ele tinha atingido sua própria medida de perfeição, e assim teve o direito de tentar influenciar os outros.

Todos nós temos a capacidade de realização, e a responsabilidade e capacidade de liderar. Nosso maior propósito na vida é fazer contato e levar a luz do Judaísmo ao coração e mente de todos.

No entanto, temos uma responsabilidade concomitante de assegurar que nossa própria casa espiritual esteja em ordem e que façamos jus aos ideais que abraçamos publicamente. Se pudermos operar nessas duas frentes como uma, então correspondemos aos padrões de nosso líder Moshê, e estamos trilhando seu caminho de bondade.

 

 

 
   
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