Perdendo Sangue | |||||
por Bella Schapiro | |||||
À medida que o sangue escoa de meu corpo, fico
pensando sobre o quanto sou inconsciente dos rios vitais que fluem dentro
de mim. Estas correntes intricadas trazem-me tudo que preciso para viver,
mesmo assim fazem seu trabalho de maneira tão eficiente que sua
presença mal se faz notar. Apenas ocasionalmente, durante momentos
de extremo terror ou empolgação, sinto o bater de meu coração
e penso nas ramificações daquela batida – sangue para
o cérebro, sangue para minhas pernas, e sangue para cada célula
do meu corpo, para que esteja pronto a reagir a tudo que se apresente
em seu caminho. Mas esta conscientização é rara;
minha vida diária me permite ser alegremente ignorante daquilo
que é mais vital.
Estou quase terminando. A bolsa está enchendo,
repleta do líquido vermelho profundo que rodopia dentro dela. Quando
comecei, meu corpo tinha oito quartilhos de sangue para nutri-lo; agora
tem sete. Mas eu sei que mesmo agora, as células que permanecem
estão trabalhando febrilmente para recuperar-se. Quando me levantar,
sentirei tontura por alguns instantes, e então o sangue fluirá
para meu cérebro e sairei da sala ereta e orgulhosa. E amanhã,
meu corpo estará saltitante outra vez, o sangue novo percorrendo
suas veias, e me sentirei mais saudável que nunca, mais viva que
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