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A Torá é
um livro aberto que possui a "assinatura" de D’us. Este
é o princípio judaico baseado no fato histórico da
outorga da Torá no Monte Sinai, quando o povo inteiro foi testemunha
deste acontecimento e que marcou para sempre o rumo e história
do povo judeu e da humanidade.
Através dos ensinamentos éticos e morais da Torá
fomos orientados de que forma devemos agir neste mundo, qual é
nossa verdadeira e genuína missão na vida e a dimensão
de nossa capacidade em manter o equilíbrio entre os dois mundos:
material e espiritual.
No entanto, quando estamos livres para escolher nosso destino, nem sempre
fazemos a escolha certa, aquela que D’us, o Criador do mundo, apontou:
Torá e vida. A insaciável natureza humana, que aliás
tem se manifestado ininterruptamente desde Adão e Eva, e se convertido
na busca de respostas em propostas distantes e momentaneamente atraentes,
são provas diárias que buscamos lá no horizonte o
que é palpável a um palmo de onde nos encontramos. E muitas
vezes estes passos de insensatez conduz o homem a fazer exatamente o oposto
do que lhe foi determinado, mas que deveria ser escolha pessoal, exclusivamente
sua, no exercício pleno de seu direito aliás, outro legado
Divino, de exercer sua livre escolha.
Porém
quando tive de responder à pergunta "Por quê?",
minha única resposta foi "porque assim D’us nos
ordena." |
Os infratores, sejam
eles acidentais, premeditados ou circunstanciais, acabam pagando o preço,
abrindo mão de sua liberdade, e tendo que refletir sobre seus atos:
atrás das grades. O filme não volta atrás, não
dá para ser rebobinado. Na vida, ele somente segue adiante, pronto
para a próxima, e próxima sessão.
A única forma de resgatar seu legado, sua dignidade, amor próprio
e amor a Quem ele deve tudo, é partir para um retorno sincero,
teshuvá, onde o arrependimento e decisão positiva para o
cumprimento de bons atos, mitsvot, passe a ocupar sua mente e tome conta
de seu coração promovendo mudanças. Este é
seu trabalho e desafio.
As cartas que seguem são apenas duas, entre centenas, que relatam
o processo de retorno de judeus americanos presos que foram enviadas ao
Departamento de Prisões. Eles estão sendo reabilitados pelo
processo de teshuvá através do programa "Fazendo Contato",
da organização Jovem Lubavitch.
"Gostaria de lhe agradecer por acrescentar meu nome a suas listas
de correspondência, bem como pelo presente da mais recente edição
de ‘Fazendo Contato’.
Gostei de suas opiniões e apresentação da Torá,
Rabino. Hoje mesmo eu estava falando sobre me manter casher com um companheiro,
e descobri que minha capacidade de transmitir por que sentimos que isso
é importante estava bem falha. Não tive problemas para descrever
a proibição de misturar laticínios com carne, e enfatizando
por que não comemos mariscos, etc.
Porém quando tive de responder à pergunta "Por quê?",
minha única resposta foi "porque assim D’us nos ordena."
Seu comentário foi bastante esclarecedor. Eu estava familiarizado
com a explicação cabalística de que tudo aquilo que
consumimos torna-se uma parte de nós, tanto física quanto
espiritualmente. No entanto, eu jamais tivera este tema explicado de maneira
que fizesse sentido para mim.
O senhor conseguiu.
Fiquei especialmente interessado no relacionamento entre o animal que
rumina e a pensarmos duas vezes antes de falar. Tenho estudado os conceitos
e leis do discurso adequado como foi formulado pelo Chafetz Chayim, e
entendi a necessidade de guardar as próprias palavras. Tenho testemunhado
o dano irreparável de alguém que fala lashon hará
(maledicência), e comprometi-me a repensar em todas minhas palavras
antes de me expressar.
Admito que não estou onde gostaria de estar, mas aprendi que ‘uma
mitsvá conduz a outra, e um pecado leva a outro pecado.’
Estou tentando cumprir mais mitsvot e cometer menos pecados.
Aguardo ansiosamente sua resposta em breve."
Ariel
Presídio Estadual de Paducah, New Jersey |
"Caro Rabino,
Hoje o carcereiro contou-me ter conversado com o senhor ontem. O senhor
deve ter feito alguma mágica. Ele me disse, e mais tarde o Capelão
confirmou, que uma sucá será construída. Estranho
que eu tenha precisado ir para a solitária por três vezes
para cair na real. Mais uma vez, se eu não tivesse passado por
isso, não o teria conhecido. D’us nos dá presentes
em estranhos pacotes, pois o senhor tem sido um presente muito especial
para mim.
Hoje, eles também aprovaram que eu tenha um shofar em meu armário,
e deixaram que eu o toque todos os dias. Também me deram permissão
para jejuar em Yom Kipur. Conseguiram-nos maçãs e mel para
Rosh Hashaná, e o lulav e etrog já foram encomendados. Disseram
que serão trazidos folhagens para cobrir a sucá e também
teremos frutas e chalá para cumprir a mitsvá de comer na
sucá.
Sem sua ajuda, nada disso teria sido possível. O senhor realmente
realiza a obra de D’us. Obrigado mais uma vez por sua ajuda, e por
seu apoio espiritual.
Com a sucá atrás de mim, posso concentrar-me no meu caso
e estudar Torá, Talmud e Tanya. Sem sua ajuda, nada disso teria
sido possível."
Gershone
Instituto Correcional Federal Sandstone, Minnesota |
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