Você Já Ouviu a Sua Voz?

 
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Por Sara Chana Radclifffe
 

Você tem um gravador à mão? Se tiver, tente ligá-lo às 8 da manhã, às 5 da tarde e às 8 da noite durante alguns dias. Deixe ligado o tempo suficiente para conseguir uma boa amostra de sua voz nessas horas. Como é a sua voz? Musical, harmoniosa e melodiosa? Ou possui aquele tom aflito, áspero ou estridente? Talvez um pouco de tudo, dependendo de quando você dormiu pela última vez.

Seus filhos também são gravadores de som. Sua voz está programada nos pequenos cérebros deles. Daqui a vinte anos, ela surgirá na cabeça deles enquanto cuidam dos filhos pela manhã, após a escola e na hora de dormir. Eles soarão como você. Isso será bom?

A Voz Envia uma Mensagem
O tom e o volume da voz comunicam todos os tipos de coisas. Um murmúrio suave pode indicar contentamento ou afeição. Pelo menos, é pacífico. Uma voz alta e aguda pode transmitir fúria, pânico, histeria, entusiasmo ou alegria – dependendo da altura, do ritmo e, é claro, do conteúdo.

Quando o teor da mensagem é crítico (“Não gosto quando você derruba o cereal na mesa”) e é pronunciado num tom sério, frio (“Eu não gosto quando você DERRAMA seu cereal na mesa!”) então um subtexto também é passado. Pode soar – aos ouvidos da criança – algo do tipo “… e não gosto de VOCÊ quando você faz isso.” O tom severo na voz encerra rejeição e insulto, O ideal seria usá-lo somente em raras ocasiões durante a jornada da criação dos filhos, quando houver comportamentos graves como ameaça de vida, e algo que envolva algo ilegal ou imoral. Para o comportamento regular, do dia-a-dia, como não ouvir, brigar com os irmãos, desobedecer e outros do tipo, um tom de voz regular, oficial, pode ser usado. Os limites podem ser estabelecidos, as expectativas colocadas e a disciplina forçada ao se usar este tom de voz frio, mas sério. Como ensina o Rei Shelomô: “As palavras do sábio são ouvidas gentilmente.” (Cohêlet 9:17). Gemer, chorar, gritar e outros “ataques” transmitidos vocalmente deveriam ser reservados aos bebês da família até que aprendam a se comunicar com palavras.

Usar o Nome de um Filho
O autoconceito de uma criança está relacionado com seu nome. Portanto, é muito importante usar um tom de voz agradável ao prounciar o nome da criança.

No entanto, é tentador para os pais gritar ou berrar o nome de um filho quando ele não está ouvindo ou cooperando. “LEA! Quantas vezes tenho de lhe dizer para não subir naquela cadeira!” De fato, quanto mais vezes um pai chama um filho, mais provável é que o pai logo estará gritando o nome do filho no tom de voz mais desagrádavel. Multiplique a experiência por muitas vezes diárias ou semanais e você pode acabar com um filho que odeia escutar o som do próprio nome. Aquele som começa a significar desprazer, castigo e/ou rejeição . É suficiente até para fazer com que uma pessoa deseje trocar de nome. Uma medida preventiva que os pais podem tomar para não gritar o nome de um filho é jamais se permitir chamar um filho mais de duas vezes. Isso impede o tipo de frustração que leva a uma alteraçnao de voz bastante desagradável. Outro truque é ir direto até o filho que não está cooperando e falar perto do seu rosto. Você não precisará usar qualquer nome. Uma terceira ideia é simplesmente seguir a regra de que você JAMAIS deve usar um tom de voz desagradável ao chamar o nome de seu filho.

Portanto, pratique sua voz agradável (da mesma forma que se dirige com um tom meloso ao seu bebê que chora). Isso fará com que você e todos na casa se sintam muito melhor.

   
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