|
Parashá
Behar
O dinheiro pode ser uma coisa engraçada. Num minuto nós
o temos, e no seguinte já se foi.
No decorrer de nossa vida, podemos passar pela montanha russa financeira
– diversas vezes. Na porção desta semana da Torá,
lemos sobre as aparentemente estranhas leis de Shemitá, que basicamente
exige dos fazendeiros que deixem suas terras incultas durante um ano inteiro.
À primeira vista, isso parece ridículo. Por que razão
um fazendeiro bom da cabeça concorda em deixar sua terra, sua única
fonte de renda, por todo um ano?
Muitos comentaristas concordam que uma das maiores lições
que podem ser aprendidas das leis de
Shemitá é a habilidade de reconhecer que tudo provém
de D’us. Na verdade, tudo que temos pertence ao Criador. Somos depositários,
apenas cuidando das coisas durante nossa estada neste mundo. Se D’us
nos diz para deixar em paz a nossa terra por um ano e não trabalhar
nela, então é imperativo que respeitemos Sua ordem, pois
definitivamente é Ele que decide quão produtiva a terra
será.
Assim que conseguimos entender que não somos os verdadeiros proprietários
de nossos pertences, nossa riqueza e nosso dinheiro, então devemos
fazer-nos uma importante pergunta. Se este dinheiro realmente é
meu por empréstimo Divino, então como Ele deseja que eu
gaste? Deseja que eu compre um carro de R$ 150.000? É para isso
que Ele me deu tanto dinheiro? Deveria eu despender o salário de
um ano numa festa de Bar- Mitsvá ou adquirindo outros bens de consumo?
Em chinês, os caracteres para a palavra "desafio" são
muito similares aos da palavra "oportunidade". A prosperidade,
seja moderada ou do tipo que nos permita ter um carro para cada dia da
semana, é um tremendo desafio.
Saber aquilo que D’us deseja que façamos com nosso dinheiro
às vezes pode parecer extremamente difícil. Mesmo assim,
este desafio traz consigo a oportunidade. Podemos doar para causas de
Torá, ajudar instituições educacionais, e cuidar
dos necessitados. D’us está nos proporcionando uma incrível
chance de cumprir uma mitsvá – não perca esta oportunidade!
|