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Pergunta:
Descobri que meu sócio está planejando fazer algo que possivelmente
é ilegal, mas de uma maneira que evita cair qualquer responsabilidade
sobre ele. Tenho permissão de continuar a sociedade?
Resposta:
Por Tzvi Freeman
As leis da prática de ética nos negócios são
complexas, dependem de muitas variáveis detalhadas, e exigem a
assistência de um rabino especialmente qualificado para saber como
agir adequadamente.
Para Porém, para lhe introduzir ao assunto, seguem alguns pontos
gerais a considerar:
A Torá proíbe um judeu de “colocar um obstáculo
na frente de um cego.” Nossa tradição generaliza essa
proibição para incluir todo aquele que está no mal
caminho. Em outras palavras: se alguém está a ponto de tropeçar
no pecado, não seja o sujeito que coloca a pedra na frente para
ele tropeçar. Segundo a estrita letra da lei, este princípio
não se aplica em casos em que a outra pessoa pode cometer o pecado
sem ajuda.
Apesar disso, os Sábios acrescentaram uma ressalva chamada “endireitar
a mão dos pecadores”. Ora, mesmo num caso em que a outra
pessoa poderia ter pecado sem a nossa ajuda, estamos proibidos de prover
materiais ou outra ajuda quando sabemos que serão usados para um
fim pecaminoso. Não temos permissão de fornecer armas a
pessoas perigosas, por exemplo, mesmo sabendo que podem consegui-las em
outra parte.
Você deve considerar o que se aplica ao seu caso. Sua sociedade
com essa pessoa está ajudando-o a fazer algo não ético?
Como é difícil ser objetivo, há outro bom motivo
para discutir com um rabino experiente.
E aqui está outro ângulo a considerar: A Torá nos
diz para não atrair suspeitas sobre nós simplesmente por
causa da “profanação do nome do Céu.”
Em outras palavras: Judeu = representante de D'us neste mundo; Judeu que
age errado = reflete mal sobre D'us. Certo, é o trabalho de todo
ser humano cuidar dos negócios com respeito a D'us e à humanidade.
Um judeu deve dar o exemplo – e certamente não ser suspeito
de fazer o oposto.
Pense por um minuto: O que um judeu está fazendo nos negócios,
de qualquer forma? Se devemos ser “uma nação sagrada”,
o que estamos fazendo ali fora no mercado? Deveríamos estar na
sinagoga e na yeshivá, e sermos sagrados ali. Porém não,
o propósito do judeu é trazer santidade ao mundano, e descobrir
a sabedoria e espiritualidade de D'us ali, criando o verdadeiro valor
no mundo.
Na verdade, o principal em seu negócio não é ganhar
dinheiro – há muitas outras maneiras de D'us prover isto.
O principal de seu negócio é “santificar o nome de
D'us.”
Saber realmente de que trata o negócio também é bom
para o negócio. Pense em seu ramo como uma taça gigante
– um receptáculo no qual D'us derrama bênçãos
de lucro e sustento. Assim como lavamos ou limpamos nosso copo de kidush
antes de derramar o vinho na noite da sexta-feira, também precisamos
assegurar que nossos negócios sejam limpos de qualquer abuso de
outra pessoa e de sua propriedade, a fim de recebermos as bênçãos
de D'us em toda a plenitude.
Espero que você mantenha contato com um rabino local qualificado
para lidar com as minúcias destas questões. Meus melhores
votos para enormes lucros no sentido de levar sua vida como um negócio
sagrado, que esta atitude lhe traga grande sucesso, material e espiritualmente.
Fontes:
Vayicrá 19:14; Talmud Avodá Zará 6b e Yoma 86a; Sifri
de Devarim 15:18; Tosefot de Talmud Shabat 3a; “BeBah”; Rambam,
Hilchot Yesodei HaTorah 5:11; Igrot Moshê, Yorê De’ah
1:72. |