Não Suporta “Não” Como Resposta

 
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Por Sara Chana Radcliffe
 

Tali é uma garotinha que não consegue aceitar um “não” como resposta. Quando pede um biscoito à mamãe, a resposta tem de ser “sim, aqui está um que acabei de assar para você,” porque se for diferente, Tali tem um ataque.

Chegou ao ponto em que seus pais têm medo de desapontar sua garotinha – eles simplesmente não conseguem suportar a cena que se segue.

“Mas por quê? Por que não posso ganhar um só? Prometo que vou comer no jantar! Prometo! Puuurfa!!! Só dessa vez e nunca mais peço! Por favooooor mesmo?” Mais uma vez, a menos que os pais tenham rapidamente uma mudança de ideia, eles vão passar por uma situação bem desagrádavel. É difícil para seus nervos. É mais fácil dizer sim.

Porém, se eles cederem, Tali tem uma grande chance de crescer e se tornar uma jovem bem antipática. Pode infernizar e insistir para obter aquilo que deseja em outros relacionamentos, incluindo amizades, casamento e com os pais. Ela terá aprendido a lição de que a maioria das pessoas não consegue tolerar uma cena e usará isso em proveito próprio.

Expressar fúria desse tipo é antiético à personalidade de Torá, o oposto da pessoa humilde que respeita a todos, especialmente os pais. O que os pais podem fazer para ajudar Tali a aprender a demonstrar mais respeito e consideração, aceitando graciosamente a resposta “não”?

Para começar, eles podem ajudar se preparando para o inevitável confronto. Podem imaginar a cena que ocorrerá, respirando profundamente enquanto a “veem” se desenrolar. Eles deveriam assistir a este “filme” tantas vezes quanto for possível, especialmente quando estão quase pegando no sono (a mente entorpecida é um estado particularmente receptivo) e ao acordar (a mesma coisa) e algumas vezes durante o dia. Isso ajudará a dessensibilizá-los para o conflito que ocorrerá assim que disserem a palavra “não”.

Em seguida, eles devem criar um novo roteiro para o filme interior – no qual os pais dizem “não” baixinho e calmamente, e se recusam a abandonar aquela posição. Não importa o quanto a criança tem ataques naquele filme, os pais devem permanecer firmes. “Não” significa “não”. O filme termina quando a criança está exausta e não consegue mais continuar.

Então, os pais devem ter um pequeno encontro com Tali. Devem explicar a ela que estão mudando suas táticas e que a partir de agora, quando dizem “não”, isso quer dizer “não”, e que não mudarão de ideia. Devem explicar que entendem que isso causará frustração na filha, mas esperam que ela abaixe o tom de voz e diga apenas uma frase – algo do tipo: então eu não estou contente”. Deve parar por aí. Eles devem também dizer a ela que quando ela fizer isto, vão lhe dar um adesivo e quando ela colecionar cinco desses adesivos, poderá ir à loja de $1,99 e comprar um presentinho. Os pais devem então esperar pela próxima oportunidade de dizer “não”.

Se ela esquecer do que tem de fazer e chorar, implorar, tiver ataques ou usar outras formas de manipulação e intimidação, os pais esperarão até que ela termine seu “show” e então a lembrarão daquilo que tinha de fazer; manter-se calma e responder com educação, da forma correta, a fm de merecer um adesivo. Não devem expressar raiva ou desapontamento. Devem simplesmente encorajá-la a sair-se melhor da próxima vez.

Usando essa forma de disciplina positiva e agradável, os pais podem ajudar seus filhos a aceitarem a realidade do “não”.

   
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