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  O Mundo Precisa de Uma Alma
  Por Tzvi Freeman
 

A Alma de Joe
Na escola, desde pequeno, Joe aprendeu como as coisas funcionam. Joe aprendeu como as rodas giram, como os circuitos elétricos funcionam, como as células se dividem e como os neurônios processam os pensamentos. Aprendeu que o mundo inteiro é uma grande máquina, e que somos todos pequenas máquinas dentro dele.

Joe formou-se na faculdade, arrumou um emprego, casou-se, teve filhos.

Então Joe teve uma crise. Precisava de ajuda. Arrumou livros do gênero mais popular atualmente – auto-ajuda. Muitos deles. Os livros lhe disseram que ele tem uma alma, que tem um objetivo, que há algo além de ser apenas uma máquina em busca do prazer. Joe sentiu-se melhor. Conseguiu voltar ao trabalho, manter seu casamento, e curtir os filhos.

Joe precisava saber que tem uma alma.

O Planeta de Julie
Julie queria salvar o mundo. Ela não conseguia esquecer os corpos viscosos das gaivotas apodrecendo na praia da cidade onde passara a infância, após serem atingidas por um derramamento de petróleo. Ela amava a vida selvagem, descobria o belo na natureza, e tornou-se obcecada em salvá-la do ataque impiedoso da exploração humana.

Julie estudou ciência ambiental em uma das melhores universidades da América. É uma escritora talentosa. Iniciou um trabalho com uma empresa de relações públicas com clientes importantes no movimento ambientalista. Ela disse às pessoas que temos de salvar a floresta tropical amazônica. Elas quiseram saber por quê. Para Julie, não havia porquê. Era óbvio. Mas Julie tinha de encontrar motivos. Enfatizou que temos de salvar os elefantes, os tigres e os pandas. Elas quiseram saber por quê. Julie ama os elefantes, tigres e pandas. Mas Julie tinha de encontrar motivos.

Julie disse às pessoas que se não limparmos nossas ações, começarmos a fazer grandes sacrifícios e mudar nosso estilo de vida drasticamente, não restará muito do mundo para nossos netos. As pessoas não quiseram ouvir.

Julie contempla uma fotografia do planeta Terra – o clássico, tirado de um satélite anos atrás. Ela vê algo ali, mas não pode dizer o que é. Ela vê algo em cada nuvem e em cada gota de água, nos elefantes, nos tigres e nos pandas. Nos corpos cheios de óleo na praia da sua infância, e nos sistemas e subsistemas ecológicos que a fascinavam na faculdade.

Se Julie pudesse dizer o que é, ela poderia comunicar isso aos outros. Ela poderia salvar o mundo. Mas é um mundo que não deseja escutar. Um mundo que tem medo de reconhecer que tem uma alma.

Os Genes de Sasha
Sasha trabalha num laboratório que faz um tremendo progresso estudando o genoma humano. Ele acredita naquilo que está fazendo, e fica furioso com aqueles que lutam para atrapalhar o progresso biotecnológico. Sasha acredita que em breve poderemos eliminar o envelhecimento, dar um fim a todas as doenças mais graves, e começar a fazer grandes avanços no desenvolvimento neurológico dirigido das espécies humanas. Afinal, diz ele, nenhum órgão se adapta mais rapidamente a mudanças que o cérebro.

Sasha está envolvido em pesquisa que identifica o genótipo 577R, compartilhado por todos os atletas olímpicos de força. Ele tem lido os estudos do genotipo ACE – se você não tem, não tente chegar ao pico do Monte Everest sem oxigênio. Outro genotipo parece estar associado com gênio matemático. Uma pesquisa parece apontar para um genotipo da preguiça, e outro parece codificar a depressão.

Sasha também conhece um pouco de história. Ele sabe que biólogos, neurologistas, psiquiatras e outros recomendaram esquemas para orientar a evolução da humanidade há pouco tempo – e os implantaram insistentemente – através de esterilização forçada, restrições à imigração, testes de inteligência e, por fim, eutanásia. Ele sabe como isso culminou nas câmaras de gás da Alemanha nazista.

É por isso que ele está grato por estas descobertas não terem sido feitas sob o regime totalitário no qual seus pais viveram, ou na Alemanha da primeira metade do século passado – ou nos Estados Unidos naquele tempo, pois isso é importante. A China o preocupa. O Irã também. Mas, diz ele, é melhor que façamos os avanços primeiro, e não eles.

Pergunte a Sasha o que nos salva hoje dos perigos do abuso da tecnologia genômica, e ele respondera de maneira bem simples: o fascismo está morto. Provou o próprio fracasso.

Hoje todos nós concordamos que os seres humanos têm direitos como indivíduos, e que aqueles direitos superam o beneficio da sociedade como um todo. Todos os países modernos garantem aqueles direitos. O movimento dos direitos humanos entranhou em nossa mente a igualdade de todos os seres humanos, e aqueles valores chegaram para ficar.

Mas então Sasha olha para aquele genoma humano. Ele sabe que há diferenças – diferenças que dizem respeito somente a uma pequena porcentagem do genoma, mas apesar disso é significativo. Significativo o suficiente para que alguns considerem determinadas famílias de seres humanos como sendo outras espécies.

Sob o microscópio, parece, não somos todos iguais, Sob o microscópio, os direitos humanos parecem ser um valor vazio, sem sentido, impulsionado por nada mais que a irracional emoção humana.

A menos que haja alguma coisa que o microscópio não possa mostrar. A menos que haja algo além do genoma. A menos que cada um de nós contenha a imagem de D'us.

Nosso Propósito

A necessidade de significado em nossas vidas pessoais, o senso de responsabilidade pela ecologia de nosso planeta e o respeito pela dignidade de toda vida humana – todos esses são sacrossantos atualmente. O que é algo bom, porque sem eles teríamos nos destruído no século que acabou de passar.

Porém eles são inteiramente vazios. Mais que isso: estão em total conflito com o conceito materialista de realidade que aprendemos na escola e praticamos no laboratório. Em resumo, sofremos uma dolorosa desconexão entre nosso cérebro e nossa alma.

Nossa alma acredita que a vida tem propósito e significado, enquanto nosso cérebro considera nosso corpo como nada mais que garrafas ambulantes de água com reações químicas. Ensinamos as crianças a chorarem pelo futuro dos elefantes, dos pandas e da baleia azul, que eles têm a responsabilidade de salvar o planeta e sustentá-lo, e então os ensinamos que tudo isso chegou devido a uma grande explosão, o Big Bang, e uma série de acidentes. Não toleramos qualquer voz que sugere a superioridade de uma família de seres humanos sobre outra, enquanto o tempo todo reduzimos essa criatura a uma cadeia de DNA na qual sérias diferenças já foram descobertas.

Nada poderia ser mais precário.

Portanto, se você busca informações confiáveis que falam sobre a alma do ser humano, a alma do universo, o mundo como uma criação continuamente projetada e o relacionamento do ser humano com seu Criador – se você pensa que tudo isso é legal epositivo – pense novamente. Isso é algo que precisamos saber. Para raciocinar. Para absorvê-lo em nossa vida. Para integrá-lo ao nosso mundo, até que se torne nossa maneira de pensar a respeito de tudo. Até que faça parte de nós mesmos.

 

 

 
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