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Há alguns anos,
um notável cientista fez uma palestra em uma Conferência
de Ciência Espacial sobre os aspectos mais amplos do Programa Nacional
de Administração do Espaço e da Aeronáutica
(NASA). Entre outras coisas, o conferencista tentou estabelecer um paralelo
entre os problemas com que irão se defrontar os futuros exploradores
do espaço e nossa condição atual aqui naTerra.
Usando como exemplo uma hipotética viagem espacial tripulada até
a estrela mais próxima, Alfa Centauro, ele enfatizou os extraordinários
problemas de engenharia, biológicos e sociológicos que seriam
encontrados durante a realização deste empreendimento.
Uma vez que a estrela está a anos luz de distância, uma nave
espacial viajando a 1600 quilômetros por segundo levará,
ainda assim, mais de 800 anos para chegar lá e, é claro,
mais 800 anos para voltar. Logo, qualquer que fosse a tripulação
original da época do lançamento, ela não poderia
sobreviver nem mesmo a uma pequena fração do tempo de duração
da missão. Em vez disso, teríamos que tripular a cápsula
com homens e mulheres que teriam filhos, os quais cresceriam e amadureceriam
a fim de que pudessem então ter filhos também, e assim sucessivamente,
por 1600 anos.
Cada
geração seria responsável pela seguinte,
obrigando-se a manter o meio ambiente propício à
vida.
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Em última análise,
depois de todas essas gerações, a remota descendência
da tripulação original poderia completar a missão,
iniciada há tanto tempo por seus ancestrais. Aliás, a primeira
série de instruções à tripulação
poderia muito bem ser parecida com o primeiro mandamento cronologicamente
mencionado na Torá: "Crescei e multiplicai-vos"- para
reequipar a cápsula.
Esta nave espacial deveria ser absolutamente capaz de se autoprover e
sustentar. Nenhum material de qualquer espécie poderia ser desperdiçado.
Cada geração seria responsável pela seguinte, obrigando-se
a manter o meio ambiente propício à vida. Tudo deveria ser
reutilizado e reciclado: a água, o alimento, o oxigênio,
etc. Sem dúvida, uma grande parte do trabalho feito pelos cientistas
da NASA hoje em dia está diretamente relacionada com esses problemas:
como evitar a poluição do nosso meio ambiente; como converter
refugos em matéria-prima reutilizável; como regenerar oxigênio
a partir do dióxido de carbono, etc.
O conferencista chamou a atenção para a óbvia analogia
com a nossa Terra: "Esta esfera... sobre a qual habita a humanidade,
não tem nenhum suporte no espaço: é isolada e completa
em si mesma... É uma nave espacial com seis bilhões de passageiros,
arremetida através do vácuo... precisa ser capaz de se autoprover
e sustentar. Não devemos, de fato, não podemos desperdiçar
nada..."
Ele então prosseguiu, demonstrando que os problemas técnicos
e de engenharia são, na verdade, apenas um lado da moeda. Na nave
os membros da tripulação deveriam aprender a tolerar um
ao outro, geração após geração. De
maneira similar, nós, na Terra, devemos de alguma forma aprender
a conviver uns com os outros. Em nossa cápsula de seis bilhões
de passageiros existem muitos dedos perto de muitos botões de "destruição".
Seria melhor que aprendêssemos, e rápido, que não
se faz explodir apenas "uma parte isolada de uma espaçonave".
Então, o conferencista mencionou um tópico-chave: será
que a qüinquagésima geração, depois de um milênio,
ainda compartilhará das mesmas aspirações de seus
antepassados, peregrinos de tanto tempo atrás? De fato, como podem
ser transmitidas, de geração a geração, informações
sobre de onde vieram, para onde vão, como chegaram lá e
como voltarão?
Para um judeu, esta história não é apenas um vôo
fantástico da imaginação. Há mais de três
mil anos, no Monte Sinai foi feito o nosso "lançamento"
- com instruções específicas e mapas adequados. Durante
mais de cem gerações soubemos de onde viemos, para onde
estávamos indo, porque estávamos viajando, quem era o Comandante
do Projeto e como poderíamos regressar. E não tínhamos
nenhuma dificuldade real em transmitir este conhecimento ininterruptamente,
de geração a geração, por causa da Torá,
nosso Manual de Instruções, que contém não
só orientação cósmica sobre a missão
em geral (e sobre como resolver problemas sociológicos e políticos
e enfocar a questão técnica da sobrevivência e do
bem-estar físico), como também as próprias instruções
sobre como isto pode ser ensinado e transmitido aos jovens e idosos.
Na
nave os membros da tripulação deveriam aprender
a tolerar um ao outro. De maneira similar, nós, na Terra,
devemos de alguma forma aprender a conviver uns com os outros.
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Apesar de todos os
problemas e filosofias, explicações e racionalizações,
este Manual de Instruções veio de encontro ao único
critério dos cientistas empíricos: funcionou. Nossa própria
presença demonstra que deu resultado.
Só existe um guia verídico para indicar este caminho para
as gerações que nos precederam, e para as que seguirão
viagem depois de nós. Assim realizaremos uma viagem especial, cujo
destino nos guiará a uma nova era. Sem guerra e conflitos, sem
fome e dor. Uma era de paz e verdade. Através de nosso Manual de
Instruções poderemos economizar "anos luz" de
buscas e atingir um universo ilimitado e ao mesmo tempo paupável:
o da Torá.
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