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  A luz do Shabat
   
 

A Torá é um Guia de Vida que orienta o homem a como se conduzir desde o momento em que acorda até a hora em que irá dormir. É o plano Divino do mundo, antes mesmo de ele ter sido criado.

A Torá é dividida em 5 livros: Bereshit (Gênesis), Shemot (Êxodo), Vayicrá (Le-vítico), Bamidbar (Números) e Devarim (Deuteronômio).

Bereshit, "No princípio", descreve a Criação do Mundo. D’us criou os Céus e a Terra, o dia e a noite, as plantas e os animais e, assim por diante, durante cada dia até chegar no sexto dia. Quando tudo estava pronto e perfeito, D’us criou o homem. Soprou em suas narinas o sopro da vida, a alma, e fez o mesmo com a mulher, criada para ser sua companheira. E ao final do sexto dia criou D’us o sétimo, o Shabat, para o homem descansar.

O Shabat foi feito para que o homem não se julgar entre todas as criaturas a mais importante, a essência do mundo ou o centro do Universo e esquecer a quem deve sua própria existência. Este dia foi feito para que o homem dedique seus pensamentos em assuntos mais profundos ligados ao espírito.


Este dia torna-se a força que renova as "baterias" do homem para que ele possa enfrentar uma nova semana renovado e feliz. Hoje, mais do que nunca, onde todos mergulham em uma luta incessante pela conquista de bens materiais, prestígio, status, conforto, vem o Shabat e o manda parar para pensar: aonde queremos chegar?


O Shabat é comparado a uma ilha no meio do oceano.

O Shabat é comparado a uma ilha no meio do oceano. Já pensou depois de uma semana atribulada, atendendo mil telefonemas, respondendo e-mails, atendendo compromissos e enfrentando horas perdidas preso no trânsito chegar ao pôr-do-sol do último dia da semana (sexta-feira) e cair direto em um oásis? Este é o mar turbulento da atualidade. Não se tem tempo para nada, vira-se escravo do relógio e da agenda. Quando chega o final do sexto dia, o homem tem a
opção de cair em uma ilha, desligar-se de tudo, e a conexão é uma só: observa-se a Criação como um presente Divino onde o Rei é o próprio Criador.

O homem de fato foi criado no sexto dia para entrar imediatamente no sétimo; era uma ponte entre os seis dias seculares e o sétimo sagrado, porque esta aparente dicotomia é o propósito de sua existência. A intenção de D’us e Sua obra se completam mutuamente: uma expressa a missão do homem, a outra se refere às condições de sua vivência.

De todas as criaturas no Universo, somente o homem é capaz de conceber santidade. As formas de vida material e animal podem tornar-se sagradas, mas só o homem pode consagrá-las. O Shabat é na verdade o selo de D’us, mas só o homem pode imprimir esta imagem sobre o Universo.

Guematria é o valor numérico atribuído a cada letra ou palavra. A Guematria da palavra Shabat é 702. Quando o Shabat é totalmente observado, há 39 tipos de trabalhos proibidos. Um Shabat permeado de tal observância nos dá 702 divididos por 39=18. Dezoito é a Guemátria de Chai, Vida. Portanto, observar as mitsvot do Shabat é como se estivéssemos observando a Torá inteira – o Guia de Vida.


Afinal quem é o homem verdadeiramente livre? Àquele que não se torna escravo de seu tempo, mas o domina.

Em um nível mais profundo, as letras shin e beit podem ser lidas como Shav significando "retornar" e a letra Tav, a última do alfabeto hebraico é também a última da palavra "Emet", verdade. Assim, o Shabat faz "retornar" o povo judeu, semana após semana, à verdadeira conclusão: D’us criou o mundo.

O desligamento do grande mundo e o recolhimento para o ambiente íntimo criado pelo Shabat e sua atmosfera, por um dia, podem assegurar a liberdade espiritual do indivíduo. Afinal quem é o homem verdadeiramente livre? Àquele que não se torna escravo de seu tempo, mas o domina.

A "lojinha" pode ser fechada no Shabat, mas está nas mãos de seu dono o fazer ou não. Mas se as portas realmente se fecharam Shabat, quem disse que não haverá lucros maiores e maiores recompensas?

   
       
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