O
Shabat é um presente Divino, um dia destinado a renovação
de nossas forças e energias e diretriz da semana que irá
começar. Para alcançar essa inspiração, e
descanso espiritual, a Torá instituiu uma série de trabalhos
(melachá, pl., melachot), os quais somos proibidos de fazer no
Shabat.
A tarefa proibida de realizar no Shabat não é necessariamente
um trabalho pesado. Pode ser o simples ato de apertar o botão do
interruptor para acender uma luz, que não requer muito esforço.
Na maioria dos casos, é um trabalho por meio do qual cria-se algo
que não existia antes, como uma nova faísca de eletricidade.
Assim como D’us terminou a Criação em seis dias e
"descansou" no sétimo, nós, que nos espelhamos
n'Ele, nos privamos de "criar" no dia de Shabat, demonstrando
claramente que acreditamos que só Ele é o Criador.
Não existe na Torá uma descrição explícita
dos trabalhos proibidos no Shabat. Porém, nossos sábios
chamam a atenção para o fato de que o mandamento de cuidar
para não fazer trabalho no Shabat antecede imediatamente a ordem
da construção do Santuário no deserto. Como cada
detalhe na Torá foi projetado para nos transmitir uma lição
de vida, nossos sábios concluíram que o Shabat antecede
os trabalhos necessários para a construção e funcionamento
do Mishcán. Portanto, a intençnao da Torá é
nos ensinar que no Shabat não devemos realizar estas tarefas especÌficas,
exceto em caso de risco de vida, pois salvar uma vida precede qualquer
proibição de Shabat.
O Santuário foi construído de madeira, revestido de ouro,
coberto por fora com peles de animais e internamente por cortinas costuradas
com fios de pelo de cabrito. Assim, todos os trabalhos ligados ao plantio,
tecelagem, costura, curtimento, construção, escrita, cozimento
e transporte de objetos de um local a outro, dispensado na construçã
do Santuário, são proibidos no Shabat.
Os trabalhos no Mishcán eram destinados às seguintes tarefas:
onze para o feitio do pão (desde semear o trigo até assar
o pão); treze para a confecção dos tecidos (desde
a extração da matéria-prima à tecelagem);
sete para o preparo dos couros (desde o abate do animal ao curtimento);
sete relativos à montagem do Santuário; e um ao carregamento
de suas partes e objetos.
Somam-se no total 39 trabalhos, denominados "trabalhos matrizes"
("avot melachot"). Nossos sábios, identificaram o caráter
básico de cada um - por sua finalidade ou pelo modo como é
feito - e apontaram uma série de outros atos aos quais esses aspectos
se aplicam; consequentemente, estão incluídos nos trabalhos
proibidos pela Torá, sendo derivados e/ou ramificações
dos trabalhos matrizes. Além disso, há vários trabalhos
que nossos sábios nos restringiram de fazer, para ter no Shabat
uma atmosfera menos ligada ao cotidiano e também para não
transgredir qualquer proibição da Torá. Vale notar
que os acréscimos dos sábios às leis da Torá
têm aprovação Divina, pois a própria Torá
nos ordena obedecer os sábios.
Os 39 trabalhos matrizes proibidos no Shabat estão enumerados a
seguir, acompanhados de exemplos práticos para ilustrar como e
onde se aplicam hoje em dia:
1.
"Arar" - cavar a terra, tornando-a mais propícia ao plantio.
Exemplos práticos desta proibição: revolver
a terra com ajuda de animal, arado ou trator; arrastar um banco pesado
ou brincar com bolas de gude sobre o solo.
2.
"Semear" - ato para estimular o crescimento da planta.
Exemplos práticos desta proibição: jogar
sementes frutíferas na terra; dispor flores num vaso com água;
colocar adubo ou inseticida numa planta.
3.
"Colher" - desenraizar uma planta do local onde cresceu.
Exemplos práticos desta proibição: cortar
grama; colher frutas. Nossos sábios proibiram subir em àrvores
ou embalar-se numa balança pendurada num galho.
4.
"Agrupar a colheita" - agrupar cereais, frutos ou vegetais no
local onde cresceram.
Exemplos práticos desta proibição: agrupar
laranjas que caíram da àrvore; fazer um buquê de flores.
Esse trabalho só se aplica a derivados da terra e no local onde
nasceram. Portanto, é permitido juntar livros no jardim ou maçãs
espalhadas na cozinha.
5. "Debulhar" - separar a parte utilizável (desejada)
dos produtos da terra da inutilizável (indesejada), usando força
ou pressão. Antigamente, para separar a semente da casca do cereal,
usava-se uma tábua especial amarrada a um animal, que arrastava-a
sobre os grãos, separando-os.
Exemplos práticos desta proibição: fazer
suco de uva; ordenhar vaca; espremer suco de fruta cítrica; tirar
ervilha da casca (se a casca não for comestível).
É permitido espremer suco de limão diretamente sobre salada
ou peixe para temperá-los, se estes não contêm nenhum
líquido.
6.
"Dispersar o grão ao vento" - jogar sementes ao vento
para separar a parte utilizável (desejada) da não utilizável
(indesejada). Mais uma forma que usava-se antigamente para separar as
cascas dos grãos era jogar o cereal ao vento; assim a palha que
é mais leve voava enquanto os grãos caíam no solo.
Exemplos práticos desta proibição: cuspir
em direção ao vento; assoprar em amendoins para que as cascas
voem e se separem.
7.
"Selecionar e separar" alimento não utilizável
(indesejado) do utilizável (desejado) ou separar de acordo com
diferentes tipos.
Exemplos práticos desta proibição: separar
a cebola (que não se quer comer) da salada; separar uma fruta estragada
das demais; usar um descascador; descascar frutas ou legumes (mesmo com
faca ou a mão) com antecedência; selecionar alimento sólido
de uma sopa por meio de escumadeira; classificar utensílios, brinquedos
ou livros de acordo com tamanhos e tipos.
É permitido descascar frutas ou legumes com faca ou a mão
(não com descascador), desde que seja pouco tempo antes ou durante
a refeição.
8.
"Moer" - desfazer algo sólido em pedaços
muito pequenos.
Exemplos práticos desta proibição: ralar
legumes, picar verduras em pedaços pequenos, amassar batata cozida
com amassador; amassar banana ou abacate com garfo; serrar madeira com
interesse na serragem. Nossos sábios proibiram tomar remédios
ou vitaminas em Shabat, exceto em caso de doença.
É permitido amassar com garfo alimento que não cresce na
terra (como ovo cozido) ou esfarelar pão ou bolo.
9.
"Peneirar" - separar alimento utilizável (desejado)
do não utilizável (indesejado) por meio de peneira, coador
ou similar.
Exemplos práticos desta proibição: peneirar
farinha; coar vinho num coador especial; peneirar areia.
10.
"Fazer massa" - formar massa consistente, misturando
ingredientes.
Exemplos práticos desta proibição: fazer
mingau (cereal em pó + leite), gelatina (pó + água),
creme de chocolate (cacau ou chocolate em pó + margarina) ou cimento
(cal + água); misturar purê de batata com manteiga ou margarina;
misturar maionese com ketchup, formando consistência pastosa (se
for líquida, é permitido).
É permitido misturar cereal em flocos com leite. Ao fazer mingau
de cereal em pó para beber, deve-se colocar primeiro o leite no
prato e depois acrescentar o cereal, formando uma massa líquida
(não sólida).
11.
"Assar/cozinhar/fritar" - colocar alimento sobre fogo ou qualquer
fonte de calor, como chama aberta, chapa elétrica, brasa, chapa
de metal pré-aquecida ou até em banho-maria na panela que
já esteve por cima do fogo ou da chapa. Exige-se muita prudência
ao aquecer alimentos no Shabat para não chegar a transgredir esta
proibição, que inclui inúmeros detalhes.
Exemplos práticos desta proibição: esquentar
alimento sobre fogo; misturar alimento que ainda está na panela
onde foi cozido (exceto água); tampar panela (que está sobre
a chapa) se a comida não estava totalmente cozida na entrada do
Shabat; abrir torneira de água quente.
Para ter comida quente no Shabat, deve-se deixar previamente os alimentos
por cima de um fogo coberto por uma chapa de metal ou numa chapa elétrica
(costuma-se cobrir os botões para não regulá-los
distraidamente); É permitido aquecer alimento sólido(sem
molho ou gordura) por cima (mas não dentro) de panela que se encontra
nesta chapa. É permitido cozinhar diretamente no calor do Sol,
mas não sobre algo que foi previamente aquecido pelo Sol; portanto,
pode-se esquentar um ovo no calor dos raios do Sol sobre prato, panela
ou frigideira fria (se o utensílio foi previamente esquentado no
Sol, é proibido), mas é proibido utilizar água quente
de aquecedor solar.
12.
"Tosquiar" - aparar pelos que cresceram no corpo do animal ou
do homem.
Exemplos práticos desta proibição: depenar
ave; cortar cabelo; cortar ou roer unhas; passar pente ou escova nos cabelos
(que podem arrancar os cabelos) tirar sobrancelhas.
13.
"Lavar" - tornar tecido ou roupa mais limpo.
Exemplos práticos desta proibição: tirar
qualquer mancha; deixar tecido de molho; colocar roupa na máquina;
torcer pano molhado; pendurar roupa molhada para secar.
É permitido jogar água sobre objeto de couro sem esfregá-lo.
14.
"Desembaraçar a lã não trabalhada". A lã
extraída do carneiro quando tosado encontra-se embaraçada
e repleta de elementos estranhos como terra e areia. Antigamente passava-se
uma espécie de pente para retirar impurezas e desembaraçá-la.
Exemplos práticos desta proibição: pentear
fios de lã, linho ou algodão.
15.
"Tingir" - alterar ou fortificar a coloração.
Exemplos práticos desta proibição: tingir
tecidos; alterar cores através de recursos químicos; pintar
qualquer objeto com rolo, pincel ou spray; passar batom nos lábios
ou maquiagem nos olhos ou no rosto; enxugar as mãos num tecido
com sujeira que pode acabar coloridindo o tecido como alimentos entre
os quais morango, vinho, etc.
É permitido alterar a coloração de alimentos para
melhorar seu sabor. Pode-se usar guardanapos de papel para enxugar as
mãos.
16.
"Fiar" - esticar e enrolar manual ou mecanicamente
lã ou outra matéria prima já penteada e tingida.
Exemplo prático desta proibição: enrolar
fios do tsitsit.
17.
"Esticar o fio para prepará-lo para tecer" - esticar
os fios entre os dois extremos da roca (máquina de fiar).
Exemplo prático desta proibição: esticar
fios (numa direção) em moldura de tear manual, como para
iniciar a tecer um tapete.
18.
"Passar o fio entre dois anéis". No tear, os fios são
passados por vários anéis que se alternam entre si, subindo
e descendo, para compor o tecido.
Exemplos práticos desta proibição: fazer uma
peneira; entrelaçar cesta de vime ou cadeira de palha.
19.
"Tecer" - entrelaçar fios no sentido horizontal por entre
fios esticados verticalmente. Com este trabalho confecciona-se o tecido
propriamente dito.
Exemplos práticos desta proibição: fazer
tricô ou tapeçaria; trançar corda ou fios.
20.
"Desfazer os fios a fim de retocá-los".
Exemplos práticos desta proibição: puxar fio
solto na roupa; retirar tapete da moldura onde foi confeccionado.
21.
"Atar" - dar nó que não se desfaz facilmente.
Exemplos práticos desta proibição: fazer nó
de marinheiro; apertar nó de tsitsit; fazer nó duplo; trançar
dois fios para formar corda; juntar dois cordões com um nó,
formando um só cordão.
É permitido fazer nó de gravata ou amarrar o sapato (mesmo
se não for desfeito dentro de 24 horas), pois na verdade trata-se
de laço, que não é considerado nó.
22.
"Desatar" - desfazer um nó (o qual não teria sido
permitido fazer no Shabat).
Exemplos práticos desta proibição: desatar fio
que junta par de meias novas; desfazer nó duplo; desatar corda,
separando os fios individualmente.
Se um laço no sapato complicou-se e acabou formando um nó,
é permitido desfazê-lo de forma não usual (com shinui)
se tiver que tirá-lo.
23.
"Costurar" - unir dois tecidos ou materiais em geral.
Exemplos práticos: fazer bainha de roupa; colar papéis
com fita adesiva ou cola; puxar e/ou enrolar fio de botão que está
caindo para torná-lo mais firme.
Zíper ou velcro não são considerados costura e, portanto,
é permitido abrir ou fechá-los no Shabat.
24.
"Rasgar intencionando suturar" - rasgar qualquer material para
uni-lo depois.
Exemplos práticos desta proibição: descoser
a fim de costurar novamente; abrir envelope colado ou lacrado.
É permitido rasgar saquinho de papel ou plástico para retirar
o alimento de maneira que o saquinho não será reaproveitado
(com cuidado para não rompê-lo no meio de letras impressas
nem descolá-lo).
25.
"Caçar" - aprisionar um animal vivo e impedir que se
livre.
Exemplos práticos desta proibição: perseguir animais
com cachorro de caça; tampar uma garrafa onde um mosquito entrou;
espalhar ratoeira.
É permitido prender e/ou matar animais (como cobra ou serpente)
quando são ameaça iminente à vida da pessoa.
26.
"Abater" - Tirar a vida de um animal.
Exemplos práticos desta proibição: fazer o ritual
da shchitá; borrifar inseticida; pescar; espalhar veneno contra
animais ou insetos; causar hematoma; tirar sangue de pessoa ou animal.
É permitido aplicar repelente sobre o corpo, pois não se
está matando os insetos, e sim impedindo que se aproximem.
27.
"Pelar o couro" - retirar pele de animal morto.
Exemplo prático desta proibição: separar couro
em camadas.
É permitido retirar a pele do frango cozido (próximo ou
durante a refeição), pois é considerado parte do
alimento.
28.
"Curtir o couro" - preparar couro, usando sal, cal, ou outros
meios.
Exemplos práticos desta proibição: engraxar
sapato de couro mesmo com graxa incolor; salgar a carne crua após
o abate; colocar legumes para curtir; devolver um pepino azedo meio curtido
para salmoura.
É permitido temperar uma salada, próximo à refeição,
colocando outros temperos antes ou junto com o sal.
29.
"Alisar
o couro" - retirar pêlos e imperfeições do couro.
Exemplos práticos desta proibição: lixar algo;
alisar argila; colar vela com chama de fogo (mesmo nos dias festivos);
passar creme na pele.
Em caso de doença é permitido aplicar pomada (de forma não
habitual – com shinui) numa ferida, sem alisá-la (mesmo que
se alise por si só).
30.
"Demarcar o couro" para cortá-lo.
Exemplos práticos desta proibição: traçar
linhas para escrever sobre elas; fazer pontilhado para saber onde dobrar
ou cortar o objeto.
31.
"Cortar" seguindo uma certa medida.
Exemplos práticos desta proibição: cortar
um desenho seguindo o pontilhado; arrancar folhas de caderno; apontar
lápis; cortar papel higiênico ou saquinho plástico
de um rolo; separar lenço de papel quando um está preso
ao outro; serrar madeira ou metal; cortar pano; separar páginas
de um livro quando estas não foram cortadas na gráfica.
32.
"Escrever" ou esculpir letras, figuras ou sinais que sirvam
como códigos de comunicação.
Exemplos práticos desta proibição: escrever
com dedo sobre líquido que derramou na mesa, num vidro embaçado
ou na areia, carimbar, unir peças de quebra cabeças; bordar
letras ou figuras.
Nossos sábios proibiram uma série de ações
em que é quase automático o uso da escrita, como negociar
(pois implica em fazer contrato); medir ou pesar algo; dar um presente;
trabalhar no Shabat em troca de um salário diário; fazer
contas de matemática; ler no jornal propaganda sobre compra e venda
de móveis ou imóveis.
É permitido medir febre com termômetro.
33.
"Apagar"
- anular qualquer escrita ou código comunicável com a intenção
de reescrever no mesmo local.
Exemplos práticos desta proibição: apagar lousa
escrita com giz; apagar com borracha; cortar embrulho onde há letras
escritas; cortar letras carimbadas ou coladas em frutas.
Nossos sábios proibiram ler listas de qualquer tipo para não
chegar a apagar algo da lista.
É permitido comer alimentos cujas letras são parte do próprio
alimento, como biscoitos (neste caso, as letras e o alimento são
considerados um único elemento). Porém, quando o alimento
e as letras são compostas de materiais diferentes, como letras
escritas com creme sobre um bolo de chocolate, as letras devem ser retiradas
por completo antes de cortar o bolo.
34.
"Construir" - ação ligada à montagem
ou construção.
Exemplos práticos desta proibição: todas as
tarefas relativas à construção, como cavar, encaixar
portas e janelas, furar ou bater prego na parede, etc.; montar tenda;
abrir guarda-chuva; montar qualquer utensílio; fazer queijo; fazer
trança de cabelos; usar spray para fixar penteado.
35.
"Destruir ou demolir" com a intenção de reconstruir
no local.
Exemplos práticos desta proibição: retirar telhas
do telhado; arrancar prego da parede; arrombar porta; desfazer tenda;
desfazer caixa de madeira; desmanchar trança de cabelos.
36.
"Acender fogo" - aumentar, prolongar ou propagá-lo.
Exemplos práticos desta proibição: riscar fósforo;
acender chama de gás; ligar luz elétrica (por isso é
proibido abrir porta de geladeira que automaticamente acende a luz interna;
a lâmpada da geladeira deve ser desativada ou afrouxada antes do
Shabat); acrescentar azeite numa lamparina; ligar motor do carro; acelerá-lo;
obter faíscas através do atrito entre duas pedras; refletir
a luz do Sol em lente de aumento para queimar papel.
37.
"Apagar fogo" ou diminui-lo.
Exemplos práticos desta proibição:
apagar fogo através de vento (abrindo janela), areia
ou sopro; abaixar fogo ou chama de gás; desligar luz elétrica;
retirar azeite de uma lamparina; desligar motor do carro.
Nossos sábios proibiram ler à luz de azeite, pois estando
concentrada na leitura a pessoa pode esquecer que é Shabat e mexer
no pavio ou no azeite para enxergar melhor.
38.
"Terminar a manufatura de qualquer objeto" (denominado "bater
com martelo", pois o ferreiro termina sua obra com uma última
martelada) - dar o "toque final" para que um objeto possa ser
utilizado.
Exemplos práticos desta proibição: afiar faca;
desentortar garfo; colocar cordão num sapato novo; retirar fios
deixados por costura; cortar uma lasca de madeira para usar como palito
de dentes; encaixar pé que se soltou da cadeira; apertar parafuso
para recolocar lente de óculos.
Nossos sábios proibiram mergulhar qualquer utensílio no
micve; nadar; remar; tocar instrumentos musicais.
39.
"Transportar de propriedade particular para pública e vice-versa"
- transportar, jogar, entregar, empurrar ou fazer qualquer tipo de transferência
de uma área de propriedade pública para uma de propriedade
privada ou vice-versa, a não ser vestir roupas e outros adornos
como kipá, óculos de grau, jóias, etc. Também
é proibido carregar qualquer objeto num perímetro equivalente
à distância de 1,92 m, em área de propriedade pública.
Exemplos práticos desta proibição: sair para
a rua com lenço ou chave no bolso; mastigando bala ou chiclete;
com botão solto na roupa; com óculos de leitura ou de sol;
entregar ou jogar um objeto pela janela ou porta de residência particular
para alguém que se encontra na rua ou vice-versa.
Se a pessoa encontra-se numa propriedade pública e se dá
conta que está com algum objeto no bolso, não deve parar;
se o objeto não for de valor, deve deixá-lo cair enquanto
continua andando (sem dar uma parada); se for de valor, deve continuar
andando até voltar à propriedade particular de onde saiu
com o objeto no bolso, sem parar no caminho.
É permitido levantar um grampo de cabelo que caiu na rua e recolocá-lo
no cabelo se não ultrapassar 1,92 m ao fazê-lo.
Além destes 39 trabalhos matrizes há outras tarefas proibidas
por ordem rabínica para que o Shabat seja completamente diferente
de um dia comum da semana. A seguir veremos alguns exemplos:
a.
A proibição de transformar um sólido em líquido;
assim, não se pode desmanchar gelo na mão para beber o líquido
que se forma, embora seja permitido colocar gelo num copo com água
para gelar a água; não se pode usar um sabonete sólido,
pois se transforma em líquido. É permitido usar sabonete
líquido.
b. A proibição de manusear objetos proibidos,
como máquina fotográfica, instrumento musical, caneta, vela,
fósforo, tesoura, etc. Também é proibido manusear
animais em geral.
c. A proibição de fazer algo que, embora
não seja proibido por si só, pode parecer proibido aos olhos
do observador; por exemplo, ligar um aparelho num timer antes do Shabat
(quando usualmente não é usado assim), como para forno de
microondas, aparelho de televisão, rádio, etc. (é
permitido usar um timer para luz elétrica, aquecedor ou ar condicionado.)
d. A proibição de realizar no Shabat tarefas
que destoam da santidade do dia; por exemplo um moÌnho cujo dono
é judeu não pode funcionar no Shabat; não é
permitido assistir TV, ao passar por um aparelho que esteja ligado mesmo
que este não nos pertença.
e. A proibição de falar no Shabat sobre
assuntos mundanos; por exemplo, programar no Shabat um trabalho que será
feito durante a semana (se esta é tarefa proibida de se realizar
no Shabat).
Neste artigo colocamos apenas um pequeno resumo das leis que regem os
trabalhos proibidos no Shabat. Para conhecê-los mais detalhadamente
é necessário um estudo mais profundo. Um rabino deve sempre
ser consultado.
Sentir e cumprir o Shabat é algo ímpar e incomparável,
sobre o qual está escrito que o Shabat é chamado "um
gostinho do Olám, Abá, Mundo Vindouro".
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