|
O que você faz
quando está preso no trânsito?
Escuta música, talvez. Ou então escuta uma entrevista no
rádio. Política, esquerda ou direita. Conselhos. Notícias.
Esportes. Talvez fale no celular. Resolvendo negócios, fazendo
planos, falando com as crianças, adiantando seu trabalho, relatando
o atraso que o trânsito causou, justo agora que você está
perto da saída da avenida, o que de qualquer forma não ia
adiantar, porque você está na pista mais distante. Ou talvez
você apenas fique ali sentado, deixando a mente vagar a princípio,
mas depois ficando mais e mais frustrado, em seguida mais e mais furioso.
E quando você fica preso no consultório médico?
Na verdade, a questão aplica-se a qualquer escritório onde
às vezes ficamos presos – repartição pública,
comercial, legal – mas certamente onde mais ficamos presos é
no consultório médico. Você lê revistas (antigas,
já lidas e relidas, populares demais, técnicas demais, assuntos
entediantes – e sempre faltando a última página da
história? Você assiste a TV (perguntando-se por que ninguém
muda de canal para algo mais interessante? Você observa os peixes
no aquário? Ou você tenta dormir (geralmente entreouvindo
as conversas ao seu redor)?
O que você faz quando está preso numa fila? (Você sabia
que isso estava vindo.) Leva consigo um livro onde quer que vá,
caso precise (ficar na fila do banco, no supermercado, no balcão
de serviços, esperando uma licença e, é claro, no
correio)? Leva um CD-Player e o liga? Ou fica olhando ao redor do aposento,
contando isso (quantas tábuas no teto) ou aquilo (quantos telefonemas
aquele funcionário fará antes de atender um cliente?) para
passar o tempo? Tenta falar com a pessoa à sua frente, atrás
de você ou o último da fila? Ou fica lá, a mente vagando
a princípio, mas aos poucos ficando mais e mais frustrado, depois
mais e mais furioso porque depois de cada cliente o funcionário
desaparece por cinco minutos. Puf.
Passamos um tempão esperando, um tempão em compasso de espera
(não me fale sobre telefones) um tempão parados em ponto
morto – como um carro com o motor ligado, mas sem marcha engatada.
Os minutos vêm, os minutos vão, os minutos passam.
Às vezes nós os usamos bem, às vezes não.
Mas o tempo livre não precisa ser tempo desperdiçado, tempo
vazio – ou mesmo tempo de negócios. Há uma maneira
de transformar o tempo livre em tempo judaico.
Leia um capítulo de Tehilim. São curtos. Estão traduzidos.
E cada versículo reverbera através dos reinos espirituais.
Leia uma mishná, ou duas. Também estão traduzidas,
com comentários. Frequente um shiur (há tantos com diferentes
temas: será que nenhum desperta seu interesse? Ou todos? Arrume
tempo!)
Quando começamos a recitar o Shemá à noite? Se duas
pessoas encontram um talit, pegam-no e dizem que ambos o acharam, quem
fica com ele? Como se cumprimenta outra pessoa? Leia uma Lei Judaica do
Mishnê Torá. Maimônides nos transforma todos em eruditos.
Leia um pouco do Tanya. Dê um download, imprima-o e carregue-o consigo.
Aprenda sobre suas duas almas, o que significa amar seu próximo
como a si mesmo, como lutar contra a preguiça ou depressão.
Descubra a anatomia da alma. Chame-o de Judaísmo de "Um Minuto",
ou se preferir, "Judaísmo Pronto para Usar".
|