Liquidação total!  
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A cidade esvaziou! As ruas estão tranquilas, o trânsito flui como nunca (somente em nossos sonhos...) e a vida na grande capital de nosso país está maravilhosamente "desafogada". Logo após os feriados, já podemos sentir que poucos sobrarão aqui, para testemunhar e usufruir das ofertas atraentes. As vitrines já começam a anunciar as pechinchas, queimando a mercadoria que não escoou.

Não há nada de errado com a procura por pechinchas. Ao término de uma estação, algumas sobras de mercadorias de boa qualidade podem ser postas em liquidação, ou modelos fora de linha podem estar disponíveis a uma fração do preço original. Tudo que tem valor vem com uma etiqueta de preço, e se algo é dado de graça, podemos suspeitar de que pode não ter valor algum.

As pessoas relutam em aceitar algumas coisas como verdadeiras. Nos dias de hoje, um milênio e meio após o Talmud ter sido escrito, ainda ansiamos por coisas grátis, ou se não completamente grátis, pelo menos ao menor custo possível. Devemos ser cautelosos para não estendermos este pendor por pechinchas a áreas onde isso possa ser destrutivo, tais como relacionamentos ou outras coisas de valor espiritual.

O Talmud explica que uma pessoa que causar um dano a outra deverá pagar pelo prejuízo e que isto inclusive se aplica ao campo referente à saúde: uma pessoa ao sentir-se prejudicada em sua saúde por outra, deverá cobrar pelo dano causado. Se a pessoa causadora do dano oferecer um médico de graça, a fim de pagar pelo dano causado, a pessoa que receberá a assistência poderá contestar e exigir um médico que tenha um determinado valor de consulta. (Observação: isto não desqualifica de forma alguma o médico que não cobra por consulta; o que o Talmud tenta mostrar é que, para questões relevantes, devemos estar sempre dispostos a pagar um preço justo.)

Relacionamentos que valham a pena podem custar caro. Se não estivermos dispostos a sacrificar nosso conforto por um relacionamento, mas procuramos somente por amigos ou cônjuges que nada exigirão de nós, o Talmud ensina que este relacionamento valerá exatamente o que nele investirmos: nada.

Da mesma forma, se procuramos metas espirituais que nos virão facilmente, sem qualquer esforço ou privação de nossa parte, conseguiremos metas sem valor algum.

O Talmud utiliza o exemplo da assistência médica gratuita para nos ensinar que, para coisas realmente importantes, tais como nossa saúde, devemos estar dispostos a arcar com os custos, mesmo sabendo que estaremos isentos de fazê-lo. Devemos aplicar esta lição também a outros itens de valor.

 

 

 
   
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