Leite ou groselha?  
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Rabino David Azulay
 

"Este é o estatuto da Lei que ordenou o Eterno: ‘Fala aos filhos de Israel que tomem uma vaca vermelha perfeita, na qual não haja defeito…’ (Bamidbar XIX:1)."

O que é esta "vaca vermelha"?

A lei da vaca vermelha desperta enorme curiosidade. Os ouvintes se espantam, exclamando: "Vaca vermelha? Como ela ficou vermelha? Impossível! É lenda!"

Em primeiro lugar, vamos explicar do que se trata: na Torá há 613 mitsvot (preceitos); 248 positivas e 365 proibitivas. Dividem-se em três categorias:

a) Mishpatim: preceitos lógicos, como não matar, não roubar, honrar os pais, etc.

b) Edut (literalmente, "testemunha"): mandamentos que lembram fatos históricos, como Shabat, festas judaicas, etc.

c) Chukim: leis ilógicas, como a proibição de vestir roupa que contenha mistura de lã e linho (shaatnez), de ingerir crustáceos, etc.

A purificação ritual de uma pessoa que se encontrava em estado de impureza máxima, aspergindo as cinzas da vaca vermelha, é um preceito totalmente ilógico. Abatia-se a vaca, queimava-se o couro e a carne; suas cinzas, misturadas à água eram aspergidas sobre quem desejava purificar-se. Shoen (pronto), a pessoa tornava-se pura.

Qual é a lógica? Nenhuma.

Porém, existe um objetivo nos preceitos ilógicos de nos educar a cumprir os mandamentos Divinos não somente porque os entendemos, mas sim porque Ele assim deseja que façamos. E desta maneira, cumpriremos Sua Vontade pura e sinceramente.

Se você é daqueles que entendem de tudo, certamente não compreende como é possível a matriarca Sara gerar um filho em idade tão avançada. Mas não é algo tão fora do comum já que a ciência avança e permite a uma romena de 66 anos dar à luz em Bucareste.

Porém, resta um problema: "Será que existe ou existirá tal vaca?"

"Sim" – responderam nossos sábios. Dizem que até agora já surgiram nove vacas vermelhas e a décima virá na Era Messiânica.

Lembram anos atrás que foi publicado artigo com foto na imprensa sobre o nascimento de uma vaca vermelha em Israel? Isto só para nos demonstrar que devemos sempre acreditar na Torá e em nossos sábios… por mais que a razão não permita.

     
     
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