|
O que
é
Todos os meses recitamos uma bênção especial para
a Lua chamada Kidush ou Bircat Levaná uma prece de santidicação
da Lua.
Mas de onde surgiu esta prática? Conta o Midrash: Quando D’us
criou o mundo o sol e a lua possuíam intensidade luminosa similar.
“Dois reis não podem reinar com a mesma coroa!”, argumentou
a Lua, na intenção de que D’us diminuísse o
brilho solar para que ela reinasse sozinha. “Sim, você tem
razão!”, disse D’us. “Diminuirei então
a sua luz!” A partir daí, a luz da Lua passou a apenas refletir
o brilho do Sol. Para consolá-la, D’us deu-lhe “ministros”
que são as estrelas que brilham no céu e permanecem a seu
lado. Ele também estabeleceu que o povo judeu guiasse seu calendário
com base no ciclo lunar. Quando Mashiach chegar a Lua voltará a
brilhar como antes de ser diminuída.
Quando recitá-la
A Lua tem que estar totalmente visível no céu no momento
de proferir a bênção.
Kidush Levaná é recitado a partir do 3º dia da lua nova
até exatamente a metade do ciclo lunar, período em que a
Lua se encontra em sua fase crescente. Após este tempo de 72 horas,
a bênção não é mais recitada.
Dizem nossos sábios: “Todo aquele que recita na época
apropriada a Bênção da Lua é como se tivesse
recebido a revelação da shechiná, Presença
Divina”.
Por este motivo deve ser proferida de pé, vestindo roupas especiais
(um momento apropriado é na saída do Shabat, quando escurece
e ainda estamos vestindo roupas festivas) e na presença do maior
número de pessoas possível, já que está escrito
que é glória para o Rei quando Ele é louvado diante
de uma multidão.
Como proceder
Kidush Levaná é recitado apenas por homens (ou meninos que
já sabem recitar as bênçãos). As mulheres são
isentas por tratar-se de uma mitsvá positiva com tempo determinado
para seu cumprimento. Além disto, Chava, a primeira mulher, instigou
a ingestão do fruto proibido e causou a expulsão dela e
de Adam do Paraíso, o que ocasionou a diminuição
do brilho da Lua. Por esta razão as mulheres não cumprem
esta mitsvá.
Ao proferir a bênção devemos olhar uma única
vez para a Lua e depois não deveremos mais olhar para elaindicando
que nossas preces são direcionadas ao Todo Poderoso, e não
à Lua.
Esta prece deve ser pronunciada ao ar livre, sem obstáculos entre
a pessoa e a Lua. Se for muito difícil sair de casa, a pessoa pode
recitar no interior de sua residência, com a janela aberta.
A prece incluí a recitação do capítulo 148
do Tehilim (Salmos). Em seguida é profeirda uma bênção
de louvores a D’us pela criação do universo. Na sequência,
repete-se três vezes a frase: “Baruch iotsrêch, Baruch
ossëch, Baruch conêch e Baruch borêch.”
As iniciais de iotsrêch, ossëch, conêch e borêch
formam o nome do patriarca Yaacov, chamado de “pequeno”, cujos
descendentes guiam-se pelo calendário lunar. É recitado
o trecho de David Melech Israel chai vecaiam três vezes, já
que o restabelecimento do brilho da Lua está relacionado à
restituição do reinado da casa de David, com a chegada de
Mashiach
Também é costume cumprimentar com Shalom Aleichem três
pessoas e estas respondem Aleichem Shalom. O motivo é que D’us
só redimirá o povo judeu através da paz.
Costuma-se balançar os fios do tsitsit ao terminar a prece e as
pessoas dançarem após proferirem Kidush Levaná. Após
o cumprimento desta mitsvá as pessoas devem retornar felizes para
casa como se tivessem presenciado a revelação da Shechiná.
|