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Por
Ronald S. Lauder, Presidente do World Jewish Congress em www.worldjewishcongress.org.
A notícia da semana passada na Alemanha de que dois indivíduos
serão julgados sob acusação de ajudar e promover
assassinato em massa em Auschwitz traz à mente a famosa frase de
Faulkner: “O passado nunca morre. Nem sequer é passado.”
Essas pessoas, um ex-médico nazista com 93 anos e uma ex-guarda
do campo, são típicos daqueles que fugiram à punição
após a Segunda Guerra Mundial: não eram nazistas importantes
ou notórios (embora muitos desses tenham escapado à lei,
também), mas funcionários de baixo nível encarregados
de cumprir o trabalho sujo da Solução Final. Milhares de
pessoas como essas simplesmente foram para casa após a guerra e
caíram no esquecimento.
Como tem sido amplamente documentado, logo após a guerra, os exaustos
vencedores aliados estavam mais interessados em reconstruir a Europa que
em promover justiça. Os estados alemães sucessores, que
se viram num nível zero com a Guerra Fria, também tinham
pouco interesse em levar os criminosos nazistas à justiça.
É por isso que os julgamentos anunciados esta semana, mesmo sendo
69 anos depois da guerra, cumprem um propósito social importante,
e eu publicamente elogio as autoridades alemãs por não relaxarem
em sua busca desses dois criminosos. As autoridades devem ser firmes.
Como eu disse aos repórteres, o julgamento daqueles que participaram
em crimes terríveis envia uma mensagem clara de que a justiça
deve ser feita, não importa o quanto demore. Não pode haver
um estatuto de prescrição por crimes contra a humanidade,
e assassinos em massa e seus ajudantes - mesmo os muito velhos - devem
continuar a viver com medo do longo braço da lei.
Estes julgamentos, mesmo que décadas após o crime, são
espetáculos edificantes: reafirmam as normas da sociedade civilizada
e os vínculos em comum da humanidade - coisas que muitas vezes
aceitamos como irrelevantes. Eles promovem a memória do Shoah.
A Segunda Guerra terminou, e os bons venceram. Toda vez que um membro
presumido da máquina nazista assassina é julgado, os bons
vencem novamente.
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