|  | Não sendo 
        um especialista militar, vou me abster de julgar se os bombardeios israelenses 
        sobre Gaza poderiam ter sido mais bem mirados, menos intensos.
 Não tendo, há décadas, jamais me decidido a distinguir 
        entre os bons e os maus mortos, ou como dizia Camus, entre "vítimas 
        suspeitas" e "carrascos privilegiados", evidentemente eu 
        também estou abalado pelas imagens de crianças palestinas 
        mortas.
 
 Dito isso, e levando em conta o vento de loucura que parece, mais uma 
        vez, como sempre quando se trata de Israel, tomar conta de certas mídias, 
        eu gostaria de relembrar alguns fatos.
 
 1. Nenhum governo do mundo, nenhum outro país fora esse Israel 
        vilipendiado, arrastado na lama, endemoniado, tolera ver milhares de mísseis 
        caírem, durante anos, sobre suas cidades: o mais notável 
        na questão, o verdadeiro motivo de espanto, não é 
        a "brutalidade" de Israel - é, literalmente, seu longo 
        castigo.
 
 2. O fato de que os Qassam do Hamas e agora seus mísseis Grad tenham 
        feito tão poucos mortos não prova que eles sejam artesanais, 
        inofensivos etc., mas que os israelenses se protegem, que eles vivem isolados 
        nos porões de seus prédios, abrigados: uma existência 
        de pesadelo, em condicional, ao som de sirenes e de explosões - 
        eu estive em Sderot, eu sei.
 
 3. O fato de que os mísseis israelenses fazem, por outro lado, 
        o mesmo tanto de vítimas, não significa, como bradariam 
        os manifestantes de plantão, que Israel se entrega a um "massacre" 
        deliberado, mas que os dirigentes de Gaza escolheram a atitude inversa 
        e expõem suas populações: velha tática do 
        "escudo humano" que faz com que o Hamas, assim como o Hezbollah 
        há dois anos, instale seus centros de comando, seus estoques de 
        armas, seus bunkers, nos subsolos de prédios, de hospitais, de 
        escolas, de mesquitas - eficaz, mas repugnante.
 
 4. Entre a atitude de uns e de outros existe, qualquer que seja, uma diferença 
        importante e que não pode ser ignorada por aqueles que se consideram 
        justos, e a tragédia, e os meios de terminá-la: os palestinos 
        atiram sobre cidades, ou seja, sobre civis (o que em direito internacional 
        se chama "crime de guerra"); os israelenses apontam para alvos 
        militares e fazem, sem mirar, terríveis estragos civis (o que em 
        jargão de guerra leva um nome - "estrago colateral" - 
        que, mesmo que seja horrível, remete a uma verdadeira assimetria 
        estratégica e moral).
 
 5. É preciso colocar os pingos nos "is": lembremos ainda 
        um fato que estranhamente a imprensa francesa pouco repetiu, e sobre o 
        qual não conheço, no entanto, nenhum precedente, em nenhuma 
        outra guerra, da parte de nenhum outro exército: as unidades de 
        Tsahal telefonaram de forma sistemática (a imprensa anglo-saxã 
        fala de 100 mil chamadas), durante a ofensiva aérea, aos habitantes 
        de Gaza que vivem perto de um alvo militar para convidá-los a evacuarem 
        o local; é claro que isso não muda em nada o desespero das 
        famílias, suas vidas destruídas, o massacre; mas que as 
        coisas se passem assim não é, entretanto, um detalhe totalmente 
        sem sentido.
 
 6. E quanto ao famoso bloqueio integral, enfim, imposto a um povo esfomeado, 
        desprovido de tudo e lançado a uma crise humanitária sem 
        precedentes (sic), ele também não é factualmente 
        exato: os comboios humanitários nunca deixaram de passar, até 
        o início da ofensiva terrestre, no ponto de passagem Kerem Shalom; 
        só para a jornada do 31 de dezembro, foram 100 caminhões 
        de mantimentos e remédios que puderam, segundo o New York Times, 
        entrar no território; e só estou puxando pela memória 
        (pois é desnecessário dizer - ainda que, lendo e ouvindo 
        alguns, talvez isso fique melhor dito...) o fato de que os hospitais israelenses 
        continuam, neste momento em que escrevo, a receber e cuidar, todos os 
        dias, dos feridos palestinos.
 
 Muito em breve, é o que esperamos, os combates cessarão. 
        E muito rápido, é o que também esperamos, os comentadores 
        se recuperarão. Eles vão descobrir, nesse dia, que Israel 
        pode ter cometido erros ao longo dos anos (chances perdidas, longa recusa 
        da reivindicação nacional palestina, unilateralismo), mas 
        os piores inimigos dos palestinos são esses dirigentes extremistas 
        que nunca quiseram a paz, nunca quiseram um Estado e nunca conceberam 
        outro estado para seu povo que não fosse de instrumento e de refém 
        (imagem sinistra de Khaled Mechaal que, no sábado 27 de dezembro, 
        enquanto se determinava a iminência do contra-ataque israelense 
        tão desejado, só sabia incitar sua "nação" 
        a "oferecer o sangue de outros mártires" - e isso a partir 
        de seu confortável exílio, seu esconderijo, em Damasco...).
 
 Hoje, de duas coisas, uma: ou os Irmãos Muçulmanos de Gaza 
        restabelecem a trégua que eles romperam e, na sequência declaram 
        inválida uma carta baseada sobre a pura recusa da "entidade 
        sionista": eles reunirão esse vasto partido do acordo que 
        não cessa, graças a D'us, de progredir na região 
        - e a paz se fará. Ou senão eles teimarão em só 
        ver no sofrimento dos seus um bom combustível para suas paixões 
        requentadas, seu ódio louco, niilista, sem palavras - e não 
        é somente Israel, mas os palestinos, que deverão ser libertados 
        da sombria influência do Hamas.
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    |  | De 
        olho na mídia publicou
 Desproporcional? E Desde Quando Guerra Virou Prova De Aritmética?
 Desde o início da ofensiva de Israel contra o Hamas, na Faixa de 
        Gaza, no último sábado, dia 27 de dezembro, a mídia 
        ocidental vem relatando as operações israelenses com base 
        em pressupostos flagrantemente aparvalhados. Coincidentemente, estes pressupostos 
        são os mesmos que pautaram as primeiras manifestações 
        oficiais de condenação moderada lançadas contra Israel, 
        por governos de nações importantes, logo no primeiro dia 
        ofensiva, quando pouca ou quase nenhuma informação sobre 
        a real dimensão das operações israelenses eram conhecidas. 
        As manifestações da França, Rússia, Japão 
        e China, logo exortavam Israel a interromper suas ações 
        em Gaza. Ao invés de condenarem os ataques do Hamas, que iniciaram 
        ainda em novembro e quebraram o cessar-fogo, a retórica destes 
        países partia de duas premissas equivocadas: Israel estava respondendo 
        aos ataques de forma desproporcional e, por isso, elevando o número 
        de vítimas civis. Assim, a linguagem protocolar criava o mantra 
        da desproporcionalidade, adotado também pelo Secretário 
        Geral da ONU, o senhor Ban Ki-moon, na última segunda-feira, dia 
        29. Ki-moon convocou a imprensa mundial para expressar seu repúdio 
        ao uso da “força excessiva” por parte de Israel em 
        seus ataques à Faixa de Gaza. O secretário-geral da ONU 
        foi mais longe: ele apelou “às partes” para que interrompessem 
        as hostilidades e reiniciassem negociações para um novo 
        cessar-fogo.
 
 O coro foi reforçado pelo primeiro-ministro inglês Gordon 
        Brown, também no dia 29. “Estou horrorizado (ênfase 
        aqui) com a violência dos bombardeios”, disse. “Reiteramos 
        nosso apelo a Israel e ao Hamas (ênfase aqui) para que declarem 
        o imediato cessar-fogo e prevenir a perda de mais vidas inocentes. Não 
        há uma solução militar para esta situação. 
        É preciso redobrar os esforços internacionais para assegurar 
        que tanto Israel quanto a Palestina tenham terra, direitos e segurança 
        para viverem em paz”, finalizou Brown.
 
 Ao mesmo tempo, seguiram-se manifestações de repúdio 
        previsivelmente mais radicais, vindas de países muçulmanos 
        e grupos extremistas, como o Hezbollah, que passaram a percorrer o planeta: 
        massacre, genocídio, holocausto, crimes de guerra, crimes contra 
        a humanidade. Enfim, surradas acusações disputavam espaço 
        na mídia internacional com cenas de passeatas e aglomerações 
        de rua pipocando na Europa e no mundo islâmico, em protesto contra 
        a nova “barbárie” cometida por Israel. Enquanto isto, 
        a quantidade de vítimas dos bombardeios parecia dar a impressão 
        de amparar a fórmula da desproporcionalidade: já passam 
        de 150 mortos, muitos deles civis, já ultrapassam os duzentos, 
        entre eles mulheres e crianças; agora são mais de 300, entre 
        os quais inúmeros inocentes. Agora, quando escrevo (terça-feira, 
        30 de dezembro), os mortos chegavam a 360. Horrível.
 
 A mídia apropriou-se do mantra protocolar, tomando-o como axioma 
        para sua cobertura. E, por mídia, não estou nomeando nenhuma 
        abstração. Refiro-me à CNN, à BBC, à 
        Sky News, à France 24, para não mencionar a Al-Jazirah em 
        Inglês e os diários New York Times, The Guardian e Le Figaro, 
        que podem ser todos acessados on-line. Também não estou 
        me referindo aos analistas de prontidão, sempre rápidos 
        no gatilho quando se trata de comparar o “desproporcional” 
        confronto entre a potência militar israelense e a pobre capacidade 
        de resistência dos palestinos. Restrinjo-me ao que se chama de “noticiário”, 
        aquele texto informativo que, recomenda-se, deve ser feito com imparcialidade 
        e um mínimo de cautela e caldo de galinha. Pois é nele que 
        constato a desproposital incursão, em nome do imediatismo, no domínio 
        da estupidez e da má fé.
  Ora, o que se espera de um noticiário é 
        que ele informe e não desinforme ou deforme os fatos. E quais são 
        os fatos?Um: no primeiro dia da ofensiva, Israel apenas reiterou publicamente uma 
        decisão que vinha sendo anunciada desde o final do frágil 
        cessar-fogo de seis meses, mediado pelos egípcios, que entrara 
        em vigor em junho último e se encerrara em 19 de dezembro. Por 
        que frágil? Porque o Hamas, há oito anos, vinha despejando 
        diariamente seus foguetes contra Israel. Os ataques diários haviam 
        matado nove pessoas, ferido outras tantas, danificado prédios e 
        vinham configurando uma situação de permanente insegurança 
        nas cidades que se encontram num raio de 20 quilometro da fronteira com 
        Gaza.
 
 Durante oito anos, Israel tentou tratar do problema de modo restrito: 
        incursões rápidas de comandos no norte de Gaza para destruir 
        bases de lançamentos de foguetes instaladas no norte do território, 
        bloqueio marítimo para evitar a entrada de armamento enviado pelo 
        Irã e pela Síria ao Hamas e Jihad Islâmica, bloqueio 
        terrestre, para impedir a infiltração de terroristas suicidas 
        nas grandes cidades israelenses, cortes esporádicos no suprimento 
        de energia elétrica para a Faixa de Gaza (70 por cento desta energia 
        é fornecida por Israel até hoje) com a finalidade de retardar 
        a fabricação dos tais foguetes “caseiros” (na 
        verdade, são foguetes produzidos em fábricas erguidas em 
        meio a bairros densamente povoados da Cidade de Gaza, Dayir al Balah, 
        Khan Yunis e Rafah).
 
 De qualquer modo, findo o cessar-fogo - e diante das saraivadas diárias 
        dos foguetes contra o Sul de Israel-, o governo israelense anunciou que 
        terminaria definitivamente com os ataques que ameaçavam seus cidadãos. 
        Esta decisão foi, inclusive, comunicada, no dia 23 de dezembro, 
        pela ministra do exterior israelense, Tzipi Livni, no Cairo, após 
        um encontro com o presidente Hosni Mubarak. Livni, ainda no Cairo, não 
        deixou dúvidas: Israel desencadearia a operação militar 
        necessária para destruir a capacidade do Hamas de atingir Israel.
 
 Nos últimos dez anos, o Hamas construiu, com o apoio logístico 
        e financeiro do Hesbollah, da Irmandade Muçulmana (baseada no Egito), 
        da Síria e, sobretudo do Irã, uma estrutura policial e militar 
        na Faixa de Gaza, a tal ponto organizada, que lhe permitiu, no primeiro 
        semestre de 2007, dizimar completamente as forças do Fatah (o braço 
        armado da AP) que ainda restavam no território palestino. Com isso, 
        ele consolidou suas instalações militares, estocagem de 
        armas e munição, seus campos de treinamento e suas bases 
        de ataque contra Israel em toda a Faixa de Gaza. Hoje, o Hamas (que é 
        sunita) conta com 15 mil homens no seu “exército regular”, 
        e ainda com cinco mil membros armados da milícia xiita Jihad Islâmica. 
        Esse pequeno exército dispõe, além de armamento pessoal 
        pesado, de mísseis antiaéreos, mísseis antitanques, 
        mísseis de médio alcance do tipo Katiusha e minas espalhadas 
        por toda a fronteira com Israel. Tudo isto é do conhecimento dos 
        chefes de governo que emitiram o mantra protocolar da desproporcionalidade. 
        Os senhores Gordon Brown e Nicholas Sarkozy sabem disto, certamente. Mas 
        a mídia faz de conta que não sabe.
 
 Ora, o panorama é bem nítido: Israel desencadeou a ofensiva 
        para defender a integridade de seus habitantes, ameaçados constantemente 
        pelo movimento fundamentalista militarmente organizado que controla toda 
        a Faixa de Gaza desde junho de 2007. Mais ainda, o Hamas e seus associados 
        menores, como a Jihad Islâmica e outros grupelhos, não representam 
        a Autoridade Nacional Palestina (AP). Eles são terroristas, não 
        aceitam a existência do Estado de Israel e estão comprometidos 
        explicitamente com a sua extinção total. Como então 
        podem os líderes da Inglaterra e da França, ou o Secretário-geral 
        da ONU, apelarem para que “as partes” retornem a um cessar 
        fogo. Que partes? Israel, um estado nacional soberano e membro da ONU, 
        por um lado, e o Hamas, um movimento terrorista que usurpou à força, 
        da AP, o controle sobre a Faixa de Gaza, por outro? Se a China não 
        conversa sequer com o Dalai Lama, líder político e espiritual 
        do Tibet ocupado (exilado, obviamente), por que Israel deve dialogar com 
        o Hamas? Pelo que se sabe, o Dalai Lama defende apenas uma autonomia para 
        o Tibet e jamais pregou a extinção da China. Por que Israel 
        deveria “dialogar” com um movimento que objetiva abertamente 
        a sua destruição? Ou por que o senhor Ban Ki-moon não 
        apela para que a Espanha dialogue com o ETA, a Colômbia dialogue 
        com as FARC, a Turquia dialogue com o PKK curdo, que quer criar um estado 
        independente no Curdistão? Ou para que os Estados Unidos da América 
        deixem o Afeganistão e dialoguem com o Talibã? Ou para que 
        os senhores muçulmanos da guerra que governam o Sudão interrompam 
        imediatamente a carnificina que já matou 300 mil cristãos 
        e animistas e deslocou quase três milhões de refugiados para 
        a zona de Darfour? Onde estão as passeatas na Europa contra esse 
        massacre? Ou os protestos contra a tirania assassina de Ruanda. Onde estão 
        os apelos para o diálogo entre as trezentas tribos que se entredevoram 
        na muçulmana Somália? O termo médio de comparação 
        é suficiente, para quem possui mais de dois neurônios. Talvez, 
        dois neurônios e meio. Por isso paro por aqui.
 
 Dois: Israel não está, como apregoa aos berros Hassan Nasrallah 
        (em vídeo e de seu bunker em Beirute), cometendo um “genocídio” 
        em Gaza. Ao contrário, é o líder do Hesbollah, hoje 
        quase um segundo exército dentro do Líbano, abastecido e 
        financiado pelo Irã, que repete incansavelmente o objetivo político 
        de seu partido: destruir, sem deixar pedra sobre pedra, Israel. A voz 
        de Nasrallah é amplificada nas ruas de todo mundo árabe 
        e encontra acolhida em alguns analistas ocidentais procurados pela mídia 
        para que “possamos (nós, o público) entender o trágico 
        cenário da Faixa de Gaza”.
 
 Pensemos: se desejasse destruir a população de Gaza (isto 
        é um despropósito descomunal naturalmente, mas só 
        assim teríamos base para falarmos em genocídio) - e estou 
        admitindo essa possibilidade apenas (ênfase aqui) para argumentar-, 
        Israel o teria feito durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, (lembram, 
        ela ocorreu!), ou durante a Guerra do Yom Kypur, em 1973 (lembram, ela 
        também ocorreu), ou durante a ocupação israelense 
        de Gaza, que se estendeu de 1967 a 2000, ano em que unilateralmente (ou 
        seja, sem qualquer pré-condição) Israel deixou a 
        Faixa de Gaza na sua totalidade.
 
 O que é fato: a ofensiva israelense tem objetivos militares e políticos 
        definidos. Os militares estão sendo plenamente atingidos, até 
        agora. E com um baixíssimo custo em termos de vidas humanas. É 
        isso mesmo. Baixíssimo! Afinal, depois de quatro dias de centenas 
        de incursões aéreas e marítimas, depois de ter despejado 
        sobre Gaza mais de 500 toneladas de explosivos, apenas, repito, apenas, 
        360 pessoas morreram! E destas, cerca de 60, segundo as informações 
        do próprio Hamas e da ONU, são civis. Ora, isto quer dizer 
        que o restante fazia parte do exército terrorista, logo um alvo 
        militar.
 
 A operação israelense impressiona, mas não pelas 
        razões do senhor Nasrallah ou dos desavisados apedeutas de boa 
        fé (admitamos), que usam a palavra “genocídio” 
        sem saber o que ela significa. O conceito se aplica quando um governo 
        deliberadamente promove o extermínio de povos ou populações 
        inteiras, encontrem-se elas em seu próprio país ou em outros. 
        Os turcos foram genocidas com relação aos armênios, 
        os nazistas, com relação aos judeus, os comunistas stalinistas 
        com relação aos russos, os maoístas com relação 
        aos chineses, os japoneses com relação aos chineses e, hoje, 
        os sudaneses muçulmanos com relação aos sudaneses 
        não muçulmanos. Nem os cubanos castristas, que nos primeiros 
        cinco anos após a revolução de 59, exterminaram 95 
        mil pessoas, praticaram um genocídio. Eles cometeram assassinatos 
        em massa, uma ação sem dúvida abjeta e execrável, 
        um crime contra a humanidade. Mas não cometeram genocídio. 
        E atentarmos para as diferenças ainda é fundamental.
 
 Por que a operação israelense impressiona? Por duas constatações 
        que saltam aos olhos. A primeira: a ofensiva está se processando 
        em uma das áreas mais densamente povoada do planeta (1,5 milhão 
        de habitantes em 360 quilômetros quadrados); a segunda: o Hamas 
        ergueu intencionalmente toda a sua infra-estrutura policial e militar 
        nos centros urbanos, justamente os locais mais densamente povoados deste 
        território já muito densamente povoado (a hipérbole 
        é proposital). Ora, se é para destruir alvos militares, 
        é preciso atingi-los onde se encontram. E Israel está fazendo 
        isto, de forma quase milimétrica, cirúrgica, mesmo correndo 
        o risco, inevitável nesta situação, de atingir civis. 
        Repito: e o faz de forma impressionante, pois as baixas civis, nesse contexto, 
        são aquém de mínimas.
 
 Como a aviação e a marinha israelenses conseguem fazer isto? 
        Empregando altíssima tecnologia, mísseis inteligentes e 
        alvos previamente selecionados. Caso contrário, estaríamos 
        diante de um massacre. E. É necessário que se reafirme: 
        não estamos sequer a milhões de milhas próximos disto. 
        O Secretário-geral da ONU, que jamais reuniu uma conferência 
        de imprensa para falar sobre a situação no Sudão, 
        deveria saber disto. Ele, desta forma, ficaria calado. Obviamente, eu 
        não esperaria que o senhor Ki-moon aplaudisse a operação 
        de Israel. O Secretário-geral da ONU deve, por princípio, 
        lamentar todas as guerras. Mas ele deveria, também por obrigação, 
        calar-se, porque esta é uma guerra legítima, sobretudo defensiva, 
        com objetivos militares e políticos claros, de um país soberano 
        contra um grupo terrorista que prega o seu aniquilamento e contra os governos 
        que apóiam este grupo.
 
 Três: Falei que a guerra possui objetivos políticos claros. 
        Ei-los: Israel quer expulsar o Irã da Faixa de Gaza. O Irã? 
        Isso mesmo, o Irã. O Hamas e a Jihad Islâmica nada mais são 
        do que uma extensão do governo de Teerã e de seu potencial 
        bélico virtualmente no interior de Israel. E todos sabem o quê 
        mais almejam os aiatolás iranianos: destruir o que eles chamam 
        de entidade sionista. Assim, ao eliminar a capacidade do Hamas de atacar 
        seu território, Israel, além de retomar o controle sobre 
        sua segurança imediata, desfere também um golpe mortal nas 
        pretensões iranianas de penetrar em sua fronteira sul. Com isso 
        ainda pretende isolar política e militarmente o Irã, travestido 
        de Hezbollah, na sua fronteira norte. Ao mesmo tempo, forja uma situação 
        mais favorável para negociar com a Síria, também 
        enfraquecida com a derrota do Hamas, um tratado de paz entre os dois paises. 
        Esta é uma meta de médio prazo.
 
 Por essa razão o senhor Nasrallah esbraveja contra o Egito de Mubarak 
        e a AP, de Machmud Abas, chamando-os de traidores do Islã. Nasrallah 
        sabe que, sem o Hamas e a Jihad Islâmica em Gaza, o Hezbollah, ou 
        seja, o Irã, se enfraquece, enquanto o Egito, a AP e a Jordânia 
        se fortalecem e, pior (para o Irã), Israel recupera a posição 
        geopolítica decisiva para sua existência na região.
 
 A ofensiva ainda torna explicita a disposição de Israel 
        de não tolerar que o iranianos consigam obter armamento nuclear. 
        Ou seja, Israel está preparando o terreno para uma intervenção 
        direta no Irã. Como Barak Obama assume a presidência dos 
        EUA em janeiro, Israel envia uma mensagem inequívoca para Washington: 
        não há diálogo com o Hamas, nem com Teerã. 
        Os Estados Unidos devem se preparar para apoiar irrestritamente a ação 
        militar direta de Israel contra os iranianos. E essa ação 
        não deve tardar, pelo que se depreende do palco desenhado por Jerusalém. 
        Quer dizer: trata-se de uma ação já planejada e montada 
        pela inteligência militar israelense, que deve ser deflagrada em 
        breve. Pergunta oportuna: o que é “breve”? Resposta: 
        Israel certamente sabe. E, creio agora, Barak Obama também. No 
        fim das contas, Israel não está fazendo mais do que colocar 
        seu destino em suas próprias mãos. E isto ele sempre fez, 
        sob o preço de simplesmente deixar de existir. Dúvidas? 
        Consultem a História.
 
 Finalizando: e a mídia com relação a esse quadro? 
        Nada informa, nada analisa, nada investiga. Pelo contrário, submete-se 
        ao superficialismo, mistifica, embrulha-se toda no mantra da desproporcionalidade 
        e mergulha de cabeça no noticiarismo demagógico e pretensamente 
        humanitário. É um crime contra a lucidez e a razão. 
        Mas, que diabos, isso lá importa?
 
 Escrito por: Luis Milman, Jornalista e Doutor em Filosofia
 Publicado no site em: 05/01/2009
 
 Ação Militar Israelense é Legítima
 A ação militar israelense em Gaza é totalmente justificada 
        de acordo com o direito internacional, e Israel deveria ser elogiado por 
        seus atos de defesa contra o terrorismo internacional. O Artigo 51 da 
        Carta da ONU reserva às nações o direito de agir 
        em defesa própria contra ataques armados. A única limitação 
        é a obediência ao princípio de proporcionalidade. 
        As ações de Israel certamente atendem a esse princípio.
 
 Quando Barack Obama visitou a cidade de Sderot no ano passado viu as mesmas 
        coisas que eu vi em minha visita de março. Nos últimos quatro 
        anos, terroristas palestinos dispararam mais de 2 mil foguetes contra 
        essa área civil, na qual moram, na maior parte, pessoas pobres 
        e trabalhadores. Os foguetes destinam-se a fazer o máximo de vítimas 
        civis. Alguns por pouco não acertaram pátios de escolas, 
        creches e hospitais, mas outros atingiram seus alvos, matando mais de 
        uma dúzia de civis desde 2001. Esses foguetes lançados contra 
        alvos civis também feriram e traumatizaram inúmeras crianças.
 
 Os habitantes de Sderot têm 15 segundos, desde o lançamento 
        de um foguete, para correrem até um abrigo. A regra é que 
        todo mundo esteja sempre a 15 segundos de um abrigo. Os abrigos estão 
        em toda parte, mas idosos e pessoas com deficiências muitas vezes 
        têm dificuldade para se proteger. Além disso, o sistema de 
        alarme nem sempre funciona. Disparar foguetes contra áreas densamente 
        povoadas é a tática mais recente na guerra entre os terroristas 
        que gostam da morte e as democracias que amam a vida. Os terroristas aprenderam 
        a explorar a moralidade das democracias contra os que não querem 
        matar civis, até mesmo civis inimigos.
 
 Em um incidente recente, a inteligência israelense soube que uma 
        casa particular estava sendo usada para a produção de foguetes. 
        Tratava-se evidentemente de alvo militar. Mas na casa morava também 
        uma família. Os militares israelenses telefonaram, então, 
        para o proprietário da casa para informá-lo de que ela constituía 
        um alvo militar e deram-lhe 30 minutos para que a família saísse. 
        O proprietário chamou o Hamas, que imediatamente mandou dezenas 
        de mães com crianças no colo ocupar o telhado da casa.
 
 Nos últimos meses, vigorou um frágil cessar-fogo mediado 
        pelo Egito. O Hamas concordou em parar com os foguetes e Israel aceitou 
        suspender as ações militares contra os terroristas. Era 
        um cessar-fogo dúbio e legalmente assimétrico. Na realidade, 
        era como se Israel dissesse ao Hamas: se vocês pararem com seus 
        crimes de guerra matando civis inocentes, nós suspenderemos todas 
        as ações militares legítimas e deixaremos de matar 
        seus terroristas. Durante o cessar-fogo, Israel reservou-se o direito 
        de empreender ações de autodefesa, como atacar terroristas 
        que disparassem foguetes.
 
 Pouco antes do início das hostilidades, Israel apresentou ao Hamas 
        um incentivo e uma punição. Israel reabriu os postos de 
        controle que haviam sido fechados depois que Gaza começou a lançar 
        os foguetes, para permitir a entrada da ajuda humanitária. Mas 
        o primeiro-ministro de Israel também fez uma última e dura 
        advertência ao Hamas: se não parasse com os foguetes, haveria 
        uma resposta militar em escala total. Os foguetes do Hamas não 
        pararam, e Israel manteve sua palavra, deflagrando um ataque aéreo 
        cuidadosamente preparado contra alvos do Hamas.
 
 Houve duas reações internacionais diferentes e equivocadas 
        à ação militar israelense. Como era previsível, 
        Irã, Hamas e outros que costumam atacar Israel argumentaram que 
        os ataques do Hamas contra civis israelenses são totalmente legítimos 
        e os contra-ataques israelenses são crimes de guerra. Igualmente 
        prevista foi a resposta da ONU, da União Européia, da Rússia 
        e de outros países que, quando se trata de Israel, veem uma equivalência 
        moral e legítima entre os terroristas que atingem civis e uma democracia 
        que responde alvejando terroristas.
 
 A mais perigosa dessas duas respostas não é o absurdo alegado 
        por Irã e Hamas, em grande parte ignorado pelas pessoas racionais, 
        e sim a resposta da ONU e da União Europeia, que coloca em pé 
        de igualdade o assassinato premeditado de civis e a legítima defesa. 
        Essa falsa equivalência moral só encoraja os terroristas 
        a persistir em suas ações ilegítimas contra a população 
        civil.
 
 Proporcionalidade
 Alguns afirmam que Israel violou o princípio da proporcionalidade 
        matando um número muito maior de terroristas do Hamas do que o 
        de civis israelenses vitimados. Mas esse é um emprego equivocado 
        do conceito de proporcionalidade, pelo menos por duas razões. Em 
        primeiro lugar, não há equivalência legal entre a 
        matança deliberada de civis inocentes e a matança deliberada 
        de combatentes do Hamas. Segundo as leis da guerra, para impedir a morte 
        de um único civil , é permitido eliminar qualquer número 
        de combatentes.
 
 Em segundo lugar, a proporcionalidade não pode ser medida pelo 
        número de civis mortos, mas pelo risco de morte de civis e pelas 
        intenções dos que têm em sua mira esses civis. O Hamas 
        procura matar o maior número possível de civis e aponta 
        seus foguetes na direção de escolas, hospitais, playgrounds. 
        O fato de que não tenha eliminado tantos quanto gostaria deve-se 
        à enorme quantidade de recursos que Israel destinou para construir 
        abrigos e sistemas de alarme. O Hamas recusa-se a construir abrigos, exatamente 
        porque quer que Israel mate o maior número possível de civis 
        palestinos, ainda que inadvertidamente.
 
 Enquanto ONU e o restante da comunidade internacional não reconhecerem 
        que o Hamas está cometendo três crimes de guerra - disparando 
        contra civis israelenses, usando civis como escudos e buscando a destruição 
        de um país membro da ONU - e Israel age em legítima defesa 
        e por necessidade militar, o conflito continuará. Se Israel conseguir 
        destruir a organização terrorista Hamas, poderá lançar 
        os alicerces de uma verdadeira paz com a Autoridade Palestina. Mas se 
        o Hamas se obstinar a tomar como alvo cidadãos israelenses, Israel 
        não terá outra opção senão persistir 
        em suas operações de defesa. Nenhuma outra democracia do 
        mundo agiria de maneira diferente.
 
 Alan Morton Dershowitz é advogado, jurista 
        e professor da Universidade Harvard
 Sim Ou Não À Existência de Israel? Essa É 
        A Primeira Questão.Eu Digo ''Sim''
 O Hamas rompeu a trégua com Israel — a rigor, nunca integralmente 
        respeitada —, e aqueles que ora clamam pelo fim da reação 
        da vítima — e a vítima é Israel — fizeram 
        um silêncio literalmente mortal. Hipócritas, censuram agora 
        o que consideram a reação desproporcional dos israelenses, 
        mas não apontam nenhuma saída que não seja o conformismo 
        da vítima. É desnecessário indagar como reagiria 
        a França, por exemplo, se seu território fosse alvo de centenas 
        de foguetes. É desnecessário indagar como responderia o 
        próprio Brasil. O Apedeuta e seus escudeiros no Itamaraty — 
        que vive o ponto extremo da delinqüência política sob 
        o comando de Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães — aceitam, 
        de bom grado, que Evo Morales nos tungue a Petrobras, mas creio que defenderiam 
        uma resposta militar se o Brasil passasse a ser alvo diário de 
        inimigos. Há dias, Lula afirmou que o Brasil precisa ser uma potência 
        militar se quiser ser respeitado no mundo. Confesso que, dada a moral 
        ora vigente no Planalto e na diplomacia nativa, prefiro que o país 
        tenha, no máximo, aqueles fogos Caramuru, os únicos que, 
        no nosso caso, não podem dar xabu... Lula merece, no máximo, 
        ter um rojão ou aqueles fósforos coloridos de São 
        João para brincar.
 
 É dever de todo governo defender o seu território e a sua 
        gente. Mas, curiosamente (ou nem tanto), pretende-se cassar de Israel 
        o direito à reação. Por quê? O que grita na 
        censura aos israelenses é a voz tenebrosa de um silêncio: 
        essa gente é contra a existência do estado de Israel e acredita 
        que só se obteria a paz no Oriente Médio com a sua extinção. 
        Mas falta a essa canalha coragem para dizer claramente o que pretende. 
        Nesse estrito sentido, um expoente do fascismo islâmico como Mahamoud 
        Ahmadinejad, presidente do Irã, é mais honesto do que boa 
        parte dos hipócritas europeus ou brasileiros. Ele não esconde 
        o que pretende. Aliás, o Hamas também não: o fim 
        da Israel é o segundo item do seu programa, sem o qual o grupo 
        terrorista julga não cumprir adequadamente o primeiro: a defesa 
        do que entende por fé islâmica.
 
 Será que exagero? Que outra consideração estaria 
        na origem da suposição de que um país deve se quedar 
        inerme diante de uma chuva de foguetes em seu território? “Não, 
        Reinaldo, o que se censura é o exagero, a reação 
        desproporcional”. Tratarei desse argumento, essencialmente mentiroso 
        e de ocasião, em outro post. Neste artigo, penso questões 
        mais profundas, que estão na raiz do ódio a Israel. Como 
        se considera que aquele estado é essencialmente ilegítimo, 
        cobra-se dele, então, uma tolerância especial. Aliás, 
        exigem-se dos judeus duas reações particulares, de que estariam 
        dispensados outros povos.
 
 Como os hipócritas do silêncio consideram que a criação 
        de Israel foi uma violência, cobram que esse estado viva a pedir 
        desculpas por existir e jamais reaja. Seria uma espécie de suicídio. 
        Israel faria por conta própria o que várias nações 
        islâmicas — em grupo, em par ou isoladamente — tentaram 
        sem sucesso em 1956, em 1967 e em 1973: eliminar o país do mapa. 
        Dói na consciência e no orgulho dos inimigos do país 
        a constatação de que ele adquiriu o direito de existir na 
        lei e na marra, na diplomacia e no campo de batalha.
 
 A segunda reação particular guarda relação 
        com o nazismo. Porque os judeus conheceram o horror, estariam moralmente 
        proibidos de se comportar como senhores: teriam de ser eternamente vítimas. 
        Ao povo judeu seria facultado despertar ódio ou piedade, mas jamais 
        temor. Franceses, alemães, espanhóis, chineses, japoneses 
        e até brasileiros cometeram ou cometem suas injustiças e 
        violências — e todos esses povos souberam ou sabem ser impressionantemente 
        cruéis em determinadas ocasiões e circunstâncias. 
        Mas os judeus?! Eles não!!! Esperam-se passividade e mansidão 
        pouco importa se são tomados como usurpadores ou vítimas. 
        O anti-semitismo ainda pulsa, eis a verdade insofismável.
 
 Tudo seria mais fácil se as posições fossem aclaradas. 
        Acatar ou não a legitimidade do estado de Israel ajudaria muitas 
        nações e muitas correntes político-ideológicas 
        a se posicionar e a se pronunciar com clareza: “Sim, admito a existência 
        de Israel e penso que aquele estado, quando atacado, tem o direito de 
        se defender”. É o que pensa este escriba. Ou: “Não! 
        Fez-se uma grande bobagem em 1948, e os valentes do Hamas formam, na verdade, 
        uma frente de resistência ao invasor; assim, quando eles explodem 
        uma pizzaria ou um ônibus escolar ou quando jogam foguetes, estão 
        apenas defendendo um direito”. Mas os hipócritas não 
        seriam o que são se não cobrissem o vício com o manto 
        da virtude. Como não conseguem imaginar uma solução 
        para alguns milhões de israelenses que não o mar — 
        e, desta feita, sem Moisés para abri-lo —, então disfarçam 
        o ódio a Israel com um conjunto pastoso de retóricas vagabundas: 
        “pacifismo”, “antimilitarismo”, “reação 
        proporcional”, “direito à resistência”, 
        etc.
 
 Na imprensa brasileira, um jornalista como Janio de Freitas chegou a chamar 
        o ataque aéreo a Gaza de “genocídio”, dando 
        alguma altitude teórica à militância política 
        anti-Israel — embora o próprio Hamas admita que a maioria 
        das vítimas seja mesmo composta de militantes do grupo. Trata-se, 
        claro, de uma provocação: sempre que Israel é acusado 
        de “genocida”, pretende-se evocar a memória do Holocausto. 
        Em uma única linha, sustenta-se, então, uma farsa gigantesca:
  A) maximiza-se a tragédia presente dos palestinos;
 B) minimiza-se a tragédia passada dos judeus:
 
 C) apaga-se da história o fato de que o Hamas é a força 
        agressora, e Israel, o país agredido;
 
 D) equiparam-se os judeus aos nazistas que tentaram exterminá-los, 
        o que, por razões que dispensam a exposição, diminui 
        a culpa dos algozes;
 
 E) cria-se uma equivalência que aponta para uma indagação 
        monstruosa: não seria o povo vítima do Holocausto um tanto 
        merecedor daquele destino já que incapaz de aprender com a história?
 
 E pouco importa se os que falam em genocídio têm ou não 
        consciência dessas implicações: o mal que sai da boca 
        dos cínicos não vira virtude porque na boca dos tolos.
 
 Em junho de 2007, esse mesmo Hamas foi à guerra contra o Fatah 
        na Faixa de Gaza. E venceu. O grupo preferiu não fazer prisioneiros. 
        Os que eram rendidos ou se rendiam eram executados com tiros na cabeça 
        — muitas vezes, as mulheres e filhos das vítimas eram chamados 
        para presenciar a cena. “O que ocorreu no centro de segurança 
        [as execuções] foi a segunda liberação da 
        Faixa de Gaza; a primeira delas foi a retirada das tropas e dos colonos 
        de Israel da região, em setembro de 2005", disse então 
        Sami Abu Zuhri, um membro do Hamas. “Estamos dizendo ao nosso povo 
        que a era do passado acabou e não irá volta. A era da Justiça 
        e da lei islâmica chegou", afirmou Islam Shahawan, porta-voz 
        do grupo. Nezar Rayyan, também falando em nome dos terroristas, 
        não teve dúvida: “Não haverá diálogo 
        com o Fatah, apenas a espada e as armas". Desde 2006, quase 700 palestinos 
        foram assassinados por rivais... Palestinos.
 
 Ódio a Israel
 O ódio a Israel espalhado em várias correntes de 
        opinião no Ocidente é caudatário da chamada “luta 
        contra o Império”. O apoio ao país nunca foi tão 
        modesto — em muitos casos, envergonhado. Não é coincidência 
        que assim seja no exato momento em que se vislumbra o que se convencionou 
        chamar de “declínio americano”. Israel é visto 
        como uma espécie de enclave dos EUA no Oriente Médio. As 
        esquerdas do mundo caíram de amores pelos vários sectarismos 
        islâmicos, tomados como forças antiimperialistas, de resistência. 
        Eu era ainda um quase adolescente (18 anos)— e de esquerda! — 
        quando se deu a revolução no Irã, em 1979, e me perguntava 
        por que os meus supostos parceiros de ideologia se encantavam tanto com 
        o tal aiatolá Khomeini, que me parecia, e era, a negação, 
        vejam só!, de alguns dos pressupostos que deveriam nos orientar 
        — e o estado laico era um deles. Mas quê... A “luta 
        antiimperialista” justificava tudo. O que era ruim para os EUA só 
        poderia ser bom para o mundo e para as esquerdas. No poder, a primeira 
        medida de Khomeini foi fuzilar os esquerdistas que haviam ajudado a fazer 
        a revolução...
 
 É ainda o ódio ao “Império” que leva 
        os ditos “progressistas” do mundo a recorrer à vigarice 
        intelectual a mais escancarada para censurar Israel e se alinhar com as 
        “vítimas” palestinas. Abaixo, aponto alguns dos pilares 
        da estupidez.
 
 Mas o que é terrorismo?
 Pergunte a qualquer “progressista” da imprensa ou de seu círculo 
        de amizades se ele considera o Hamas um grupo “terrorista”. 
        A resposta do meliante moral virá na forma de uma outra indagação: 
        “Mas o que é terrorismo?” A luta “antiimperialista” 
        torna esses humanistas uns relativistas. Eles dirão que a definição 
        do que é ou não terrorismo decorre de uma visão ideológica, 
        ditada por Washington, pela Otan, pelo Ocidente, pelo capitalismo, sei 
        lá eu...
 
 Esses canalhas são capazes de defender o “direito” 
        que os ditadores islâmicos têm de definir os seus homens viciosos 
        e virtuosos — “democracia não se impõe”, 
        gritam —, mas, por qualquer razão que não saberiam 
        explicar, acreditam, então, que Washington, a Otan, o Ocidente 
        e o capitalismo não podem fazer as suas escolhas. E essas escolhas, 
        vejam que coisa!, costumam ser justamente aquelas que garantem as liberdades 
        democráticas. Se você disser que explodir bombas num ônibus 
        escolar ou num supermercado, por exemplo, é terrorismo, logo responderão 
        que isso não é diferente da ação de Israel 
        na Faixa de Gaza, confundido a guerra declarada (e reativa!!!) Com a ação 
        insidiosa contra civis. Para esses humanistas, a ação contra 
        Dresden certamente igualou os Aliados aos nazistas... Falei em nazistas? 
        Ah, sim: os antiisraelenses gostam de comparar as ações 
        do Hamas, do Hezbollah ou das Farc aos atos heróicos dos que lutaram 
        contra o nazismo. Ao fazê-lo, não só igualam, então, 
        os vários “terrorismos” como também os vários 
        “estados da ordem”. No caso, o nazismo não se distinguiria 
        dos governo de Israel, da Colômbia ou de qualquer outro estado que 
        sofra com a ação terrorista.
 
 Só querem a paz
 Aqui e ali, leio textos indignados em nome da “paz”. E penso 
        que o pacifismo pode ser uma coisa muito perigosa. Chamberlain e Daladier, 
        que assinaram com Hitler o Acordo de Munique, que o digam. Como observou 
        Churchill, entre a desonra e a guerra, escolheram a desonra e tiveram 
        a guerra. Argumentos que remetem ao nazismo, sei disto, costumam desmoralizar 
        um tanto o debate porque apelam sempre a uma situação extrema, 
        que se considera única, irreproduzível. A questão, 
        então, é como Israel pode fazer a paz com quem escolheu 
        o caminho da guerra e só aceita a linguagem das armas e da morte. 
        O Hamas é o inimigo que mora ao lado — e, com freqüência, 
        dentro de Israel. Mas há os que estão um pouco mais distantes, 
        como o Irã por exemplo. O que vocês acham que acontecerá 
        quando (e se) os aiatolás estiverem prestes a ter uma bomba nuclear? 
        Em nome da paz, senhores pacifistas, espero que Israel escolha a guerra. 
        E ele escolherá, fiquem certos, concordem os EUA ou não.
 
 A ação de Israel só fortalece o Hamas
 Israel deixou o Sul do Líbano, e o Líbano foi entregue — 
        sejamos claros — aos xiitas do Hezbollah. Israel deixou a Faixa 
        de Gaza, e o Hamas expulsou de lá os corruptos moderados da Fatah, 
        não sem antes fuzilar todos os que foram feitos prisioneiros na 
        guerra civil palestina. Isso indica um padrão, pouco importa a 
        vertente religiosa dos sectários. A guerra desastrada contra a 
        facção xiita no Líbano, muito mais poderosa do que 
        o inimigo de agora, significou, de fato, uma lição amarga 
        aos israelenses: se a ação militar não cumpre o propósito 
        a que se destina, ela, com efeito, só fortalece o inimigo. Na prática, 
        é o que pedem os que clamam pela suspensão dos ataques à 
        Faixa de Gaza: querem que Israel dispare contra a sua própria segurança.
 
 O argumento de que os ataques só fortalecem o Hamas porque fazem 
        do grupo heróis de uma luta de resistência saem, não 
        por acaso, da boca de intelectuais palestinos ou de esquerda. Cumpre perguntar 
        se, no status anterior, havia algum sinal de que os palestinos de Gaza 
        estavam descontentes com os terroristas que os governam. Mais uma vez, 
        está-se diante de uma leitura curiosa: a única maneiras 
        de Israel não fortalecer o Hamas seria suportar os foguetes disparados 
        pelo... Hamas! Como se vê, os argumentos passam pelos mais estranhos 
        caminhos e todos eles cobram que os israelenses se conforme com os ataques.
 
 A volta a 1948
 Aqui e ali, leio que o estado de Israel só é defensável 
        se devolvido à demarcação definida pela ONU em 1948. 
        Digamos, só para raciocinar, que se possa anular a história 
        da região dos últimos 60 anos... Os inimigos do país 
        considerariam essa condição suficiente para admitir a existência 
        do estado judeu? A resposta, mesmo diante de uma hipótese improvável, 
        é “NÃO”. Mesmo as facções ditas 
        moderadas reivindicam a volta do que chamam “os refugiados”, 
        que teriam sido “expulsos” de suas terras — terras que, 
        na maioria das vezes, foram compradas, é bom que se lembre. Tal 
        reivindicação é só uma maneira oblíqua 
        de se defender que Israel deixe de ser um estado judeu — e, pois, 
        que deixe de ser Israel. E isso nos devolve ao começo deste texto.
 
 Aceita-se ou não a existência de um estado judeu? Israel 
        está muito longe, no curtíssimo prazo, dos perigos que, 
        com efeito, viveu em 1967 e em 1973. Não obstante, sustento que 
        nunca correu tanto risco como agora. Desde a sua criação, 
        jamais se viu tamanha conspiração de fatores que concorrem 
        contra a sua existência:
 
 - a chamada “causa palestina” foi adotada pela imprensa ocidental 
        — mesmo a americana, tradicionalmente pró-Israel, mostra-se 
        um tanto tímida;
 
 - o antiamericanismo, exacerbado pela reação contra a guerra 
        no Iraque, conseguiu transformar o terrorismo em ação de 
        resistência;
 
 - os desastres da era Bush transferem para os aliados dos EUA, como Israel, 
        parte da reação negativa ao governo americano;
 
 - os palestinos dominam todo o ciclo do marketing da morte e se tornaram 
        os “excluídos” de estimação do pensamento 
        politicamente correto: o que são 300 mil mortos no Sudão 
        e 3 milhões de refugiados perto de 500 mortos na Faixa da Gaza, 
        a maioria deles terroristas do Hamas? A morte de qualquer homem nos diminui, 
        claro, claro, mas a de alguns homens excita mais a fúria justiceira: 
        a dos sudaneses não excita ninguém...;
 
 - um estado delinqüente, como é o Irã — que tem 
        em sua pauta a destruição de Israel —, busca romper 
        o isolamento internacional aliando-se a inimigos estratégicos dos 
        EUA;
 
 - a Europa ensaia dividir a cena da hegemonia ocidental com os EUA sem 
        ter a mesma clareza sobre o que é e o que não é aceitável 
        no que concerne à segurança de Israel;
 - atribui-se ao próprio estado de Israel o fortalecimento dos seus 
        inimigos, num paradoxo curioso: considera-se que o combate a seus agressores 
        só os fortalece, ignorando-se o motivo por que, afinal, ele decidiu 
        combatê-los...
 
 Sim ou não à existência de Israel? Sem essa primeira 
        resposta, não se pode começar um diálogo. Ou romper 
        de vez o diálogo. Sem essa resposta, o resto é conversa 
        mole.
 
 Sobre a dita reação desproporcional
 De todas as coisas estúpidas que se podem dizer na censura a Israel, 
        a maior é a que aponta a chamada “reação desproporcional”. 
        Então é preciso definir o que é “proporcionalidade”. 
        O que deveria fazer um estado organizado? Jogar alguns foguetes em Gaza? 
        Dada a densidade demográfica da região, um único 
        mataria certamente mais palestinos do que todos aqueles disparados pelo 
        Hamas contra Israel, fazendo quatro vítimas. A guerra viraria uma 
        espécie de jogo de salão. E Israel seria sempre um caudatário 
        das escolhas dos terroristas. E o mundo, incluindo o Brasil, ficaria em 
        silêncio. Quatro mortos aqui? Quatro lá. Cinco aqui? Cinco 
        lá. O estado agredido ficaria sempre à espera do recrudescimento 
        da ação do adversário. Bem, há uma lógica 
        implícita aí, não? Adivinhem quem morreria primeiro.
 
 Não fosse o veto dos EUA, a ONU teria emitido uma resolução 
        cobrando de Israel a imediata suspensão da ação militar. 
        O texto, acreditem, não fazia menção aos foguetes 
        disparados cotidianamente pelo Hamas. Nessas circunstâncias, parece 
        que os críticos da chamada “reação desproporcional” 
        censuram menos os quase 500 mortos da Faixa de Gaza do que os poucos mortos 
        do lado Israelense. Para essa gente — incluindo o governo brasileiro 
        —, uma guerra justa precisa ter mais judeus mortos do que os havidos 
        até agora. Mais ainda: censuráveis parecem ser a competência 
        de Israel para se defender e a incompetência do Hamas para atacar. 
        Na prática, pedem que Israel permita primeiro que seu inimigo cresça 
        o bastante para poder matar com mais eficiência. E tudo seria ético 
        e justo.
 
 Quimioterapia em Gaza
 Jornalista Osias Wurman
 O terror é como um câncer social. Como tal, deve ser tratado 
        da mesma forma que a doença: terapia radical com os indesejáveis 
        efeitos colaterais. O objetivo principal é salvar o paciente, mesmo 
        que, durante o tratamento, tenha que sofrer perdas físicas, algumas 
        definitivas e mutilantes.
 
 No caso do ataque de Israel contra o Hamas, muitos tem falado em desproporcionalidade, 
        mas cabe esclarecer : 1- O Estado Soberano de Israel está respondendo, 
        em apenas uma semana, aos 8 anos de ataques de foguetes do Hamas contra 
        sua população civil, num desrespeito à sua soberania, 
        fato que não seria tolerado por nenhum dos governos que criticam 
        atualmente o Estado de Israel.
 
 2- Para sermos justos, temos que considerar o número acumulado 
        de baixas israelenses neste período, além dos danos morais 
        a sua população atingida. Não podemos ignorar que 
        crianças de 12 anos, que sofreram choque na explosão dos 
        foguetes Qassam, urinam à noite na cama e recusam-se a ir à 
        escola. São muitas as pessoas que necessitaram de tratamento psiquiátrico 
        para tentar voltar ao normal.
 
 3- Vale lembrar que Ariel Sharon retirou, em 2005, todos os 7.500 colonos 
        que habitavam em Gaza e cerca de 20 mil soldados israelenses. Em resposta, 
        Israel recebeu foguetes e ataques terroristas em seu território, 
        inclusive com o seqüestro do soldado Gilad Shalit, preso há 
        cerca de 900 dias em cativeiro. O DNA do corpo terrorista do Hamas é 
        o mesmo dos que atacaram as Torres Gêmeas em Manhattan, os trens 
        em Madrid, o metrô em Londres, e mais recentemente, a cidade de 
        Bombaim na Índia. Assim como na quimioterapia, matam-se células 
        sadias para alcançar as malignas. No final, quando bem sucedido 
        o tratamento, salva-se o mais importante de tudo : a vida da vítima. 
        No caso de Gaza, muitas mortes deploráveis, mas para salvar o corpo 
        e a alma de todo o povo palestino.
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    |  | O mundo do terror que Israel está enfrentando não é 
        apenas físico mas ocorre, principalmente, em duas áreas 
        distintas: a da psicologia e a da educação, que estão 
        intimamente ligadas. Em um mundo pluralista, com raízes, cultura 
        e interesses próprios, cada opinião é emitida de 
        acordo com valores prévios, informações convenientes 
        e modismos efêmeros. O desafio está em explicar o diferente; 
        em conciliar com o desconhecido; em negociar com o estranho.
 
 Mas quando lidamos com o mundo gago, repetitivo, que fala em genocídio 
        e desproporcionalidade, de maneira tão constante quanto hipócrita; 
        tão convincente quanto cínica, e que reluta em ouvir as 
        palavras paz e justiça, ele se transforma no mundo surdo, mais 
        pela inércia e pelo desconhecimento, do que pela deturpação 
        proposital da inegável racionalidade. Que apelida o terrorismo 
        de resistência, e qualifica a morte como bênção 
        divina. É o verdadeiro mundo míope. Vencer a guerra é 
        conseguir fazer com que o mundo da paz acorde o mundo consciente e, juntos, 
        eliminem o mundo irracional.
 Mundo míope: educação para o terror
 
 Alguns questionamentos sobre o conflito
 Com quem Israel deve negociar a paz? Com o Hamas... que não reconhece 
        a sua existência, ou com o Irã, que quer “apagá-lo 
        do mapa” ? Você já presenciou uma negociação 
        do presidente Lula com narcotraficantes de alta periculosidade no Palácio 
        do Planalto? Enquanto representantes brasileiros tentam "importar" 
        a guerra para o mundo pacífico, o diplomata brasileiro Sergio Vieira 
        de Melo é explodido em um atentado com um caminhão-bomba 
        islamita na embaixada da ONU e outro brasileiro, o engenheiro João 
        José Vasconcelos, foi sequestrado e assassinado covardemente pelos 
        êmulos do Hamas - apenas para citar dois exemplos recentes. O justo 
        seria terrorismo de estado ou terrorismo contra estados legitimamente 
        constituídos, como o Brasil e Israel?
 
 Por que o mundo não apela para que a Espanha dialogue com o ETA, 
        a Colômbia com as FARC, a Turquia com o PKK curdo, os EUA com Bin 
        Laden...
 
 Em quem Israel deve confiar?
 No Hamas, que ainda não cumpriu o acordo feito sob as bênçãos 
        da ONU para devolver o soldado Gilad Shalit, sequestrado há mais 
        de dois anos na fronteira com Gaza?
 
 Ou no Hamas que, durante os seis meses do cessar-fogo, continuou disparando 
        milhares de foguetes contra cidades israelenses, leia-se civis, e que 
        não aceitou prorrogar a trégua?
 
 Ou no Hamas, que nunca teve piedade ao explodir restaurantes e ônibus 
        lotados em Tel-Aviv, Haifa e Jerusalém e que também é 
        inimigo de inocentes cidadãos palestinos e dos árabes moderados 
        - que são impingidos a não concretizar a paz com Israel 
        ?
 
 Interesses eleitorais na guerra? O que os dirigentes de um país 
        de bom senso devem fazer quando cerca de um milhão de cidadãos 
        estão diariamente, há vários anos, sob a mira de 
        milhares de foguetes? Quais são os interesses eleitorais que podem 
        existir quando o governo e a oposição estão em consenso 
        quanto à importância de silenciar o terror imediatamente? 
        Quando o mundo vai perceber que, quando se trata de Israel, a única 
        política que vigora é a preservação do único 
        Estado Judeu, aprovado pela ONU há apenas 60 anos? Como dizia David 
        Ben Gurion, “Israel pode ganhar 50 guerras e nada acontecerá 
        a seus inimigos. Mas, perdendo uma, esta será a última”.
 
 Interesses comerciais com a guerra?
 Israel gasta US$ 560 milhões por semana com o conflito. E perde 
        outros milhões com o turismo. Outros milhões com a segurança. 
        E tudo isto em plena crise financeira internacional... Mais: Israel perde 
        vidas, o que é para ele é inconcebível. Por outro 
        lado, a indústria do terror produz uma infinidade de mártires, 
        ganha milhares de adeptos com o pseudo-marketing, mobiliza bilhões 
        de dólares em todo o mundo, enche o bolso de líderes corruptos...
 
 Um Holocausto?
 Só se for de críticas orquestradas contra Israel. Será 
        que, ao realizar experiências mórbidas e exterminar milhões 
        de inocentes, apenas para criar a suposta “raça pura”, 
        a Alemanha nazista realmente estava apenas se defendendo - como Israel 
        faz hoje? Você soube de algum judeu que lançou um foguete 
        sequer contra cidades alemãs antes, durante ou depois da ascensão 
        do nazismo? Conheceu algum judeu que, algum dia, declarou que tinha como 
        objetivo exterminar todo o povo alemão? Ou que pretendia doutrinar 
        as crianças judias para terem ódio mortal e eterno dos alemães? 
        Ou que atacou algum alemão em qualquer lugar do mundo? Alemão 
        é diferente de nazista!
 
 Por que, quando se fala de palestinos, a mídia não distingue 
        claramente cidadãos inocentes de terroristas sanguinários, 
        mas fala sempre em “causa palestina”? A “causa” 
        é um legítimo Estado seguro e em paz, ou é a constante 
        matança gratuita, ordenada por seus líderes, e ainda não 
        condenada pelo mundo, com o único propósito de eliminar 
        Israel? Palestino é diferente de terrorista!
 "O bom Deus, que limitou a inteligência humana, bem que poderia 
        ter limitado também a estupidez"
 Konrad Adenauer, ex-primeiro-ministro alemão.
 
 Quanto tempo os judeus tiveram que esperar para o mundo dito civilizado 
        se mobilizar durante a II Guerra Mundial?
 O tempo necessário para exterminarem 6 milhões de inocentes 
        vidas judaicas. É “proporcional” esperar de novo este 
        tempo? É “proporcional” que civis israelenses esperem 
        ainda quanto tempo para que os foguetes que hoje atingem suas casas acertem 
        seu coração - apenas para o jogo terminar empatado ? É 
        “proporcional” que o Exército israelense invista bilhões 
        em armamentos de precisão cirúrgica e avise previamente 
        sobre os ataques que vai realizar, tentando com isto evitar a morte de 
        civis palestinos, enquanto os sádicos terroristas aproveitam estas 
        mesmas informações para enfileirar propositadamente inocentes 
        na frente dos canhões, guardar bombas em quartos de hospitais, 
        armamentos em mesquitas e granadas em cheches? É “proporcional” 
        que Israel eduque seus filhos para o futuro, enquanto os terroristas construam 
        o futuro de mais uma geração... de suicidas?
 
 Você sabia que 10 mil projéteis foram lançados pelo 
        Hamas contra cidades israelenses desde 2001? E que, desses, 6,5 mil foram 
        disparados depois de Israel ter saído totalmente da Faixa de Gaza, 
        em 2005, na esperança de obter a paz ? Como crescerão as 
        crianças israelenses que, sob tensão, tiveram que aprender 
        a usar pagers para serem alertados várias vezes por dia sobre um 
        iminente ataque de foguetes? Quanto tempo ainda milhares de civis israelenses, 
        muitos dos quais bebês e idosos, vão correr apavorados para 
        tentar chegar em 15 segundos aos bunkers e rezar por sua sobrevivência 
        ? Quantos civis israelenses serão obrigados a abdicar do trabalho, 
        do estudo, do lazer, da normalidade do dia-a-dia para poderem ser chamados 
        pela mídia de vítimas, pelo menos esporadicamente, ao invés 
        de serem os permanentes vilões? Israel deve aceitar quantas mortes 
        e sequestros de civis para começar a reagir? E quantos foguetes 
        devem cair, mesmo sem vítimas fatais, para ser o momento de se 
        manifestar... com justiça?
 
 Por que até agora nenhum país que critica Israel abriu suas 
        portas para acolher, com todo carinho, estes “indefesos” terroristas? 
        Alô, Hugo Chavez!
 
 Por que o Egito, quando assinou o tratado de paz com Israel, não 
        aceitou o território de Gaza como parte do acordo?
 
 Por que os palestinos não aceitaram a oferta de Israel de um Estado 
        independente, com o controle total de Gaza, proposto por Ehud Barak a 
        Yasser Arafat?
 
 Por que o mundo custa tanto a admitir que Israel não inicia guerras, 
        mas mesmo assim está sempre disposto a negociar e a ceder – 
        como fez com o Egito e com os próprios palestinos liderados por 
        Arafat?
 
 Por que o mundo não contabilizou diariamente quantos civis palestinos 
        e membros do oposicionista Fatah foram torturados e assassinados brutalmente 
        quando o Hamas assumiu o poder em Gaza? E quantos membros do Hamas - acusados 
        de traição - são assassinados ainda hoje pelos seus 
        próprios companheiros, sem a contagem aritmética pela mídia?
 
 O que o Hamas faz com os milhões de dólares despejados em 
        Gaza, já que sua população não possui condições 
        mínimas de sobrevivência? Adquire mais e mais armamentos 
        e premia as famílias dos homens-bomba?
 
 Quando a mídia vai perceber que jornalismo se faz imparcialmente, 
        deixando as opiniões para o editorial?
 
 Por que os "humanistas" de plantão, especialistas em 
        diabolizar Israel, que surgem como técnicos de futebol em ano de 
        Copa do Mundo, e políticos em época de eleições, 
        não alertam para as “areias movediças” do mundo 
        selvagem, como a divulgação de fotos deturpadas, informações 
        manipuladas e declarações teatralizadas ? Você sabia, 
        por exemplo, que o canal France 2 divulgou mortes que aconteceram no dia 
        05 de Janeiro de 2009, teoricamente provocadas pelo Exército de 
        Israel, quando, comprovadamente, elas ocorreram no dia 23 de setembro 
        de 2005, como resultado da explosão acidental de um caminhão 
        que transportava armamentos do Hamas? A France 2 admitiu que foi enganada 
        pela propaganda palestina... Você se lembra da morte da menina Huda 
        Ghaliya - que na mídia foi atingida por Israel e na realidade por 
        armas terroristas?
 
 Quantas gerações serão necessárias para os 
        palestinos entenderem a histórica frase de Golda Meir: "Não 
        odeio os árabes por tentarem matar nossas crianças; os odeio 
        por nos fazer matar suas crianças. Não haverá paz 
        com os árabes enquanto eles nos odiarem mais do que amam suas crianças".
 Quando o Irã e o Hamas vão implementar algo parecido com 
        a declaração de independência de Israel, que desde 
        1948 é taxativa: “Nós estendemos a mão da amizade, 
        da paz e da boa vizinhança a todos os Estados que nos avizinham 
        e a seus povos”. E quando alguém vai passar uma borracha 
        na frase “Israel continuará existindo até que o Islã 
        o apague”, que consta em letras maiúsculas no “Pacto 
        do Hamas” desde a sua criação?
 
 Quando a ONU vai entender que Israel é um país a ela filiado 
        e o Hamas um dos grupos que aterrorizam a ordem mundial?
 
 Será que a ONU tem tamanha ingenuidade a ponto de acreditar que 
        o terrorismo contra Israel é tão somente por um pedaço 
        no mapa mundi? Será que ela realmente não percebe que, por 
        trás de tudo isto, há o doentio e incontrolável desejo 
        de eliminar o único Estado Judeu, custe o que custar, e a intenção 
        de criar mais uma fanática e opressora República Islâmica? 
        Até quando a ONU vai fingir que não ouve as ameaças, 
        verbais e expressas, neste sentido, feitas diariamente pelo Irã 
        e pelo Hamas? Quando o mundo vai repreender de fato este terror psicológico, 
        e físico, com eficazes sanções comerciais, diplomáticas 
        etc? Quando vai proibir que poderosos armamentos bélicos sejam 
        contrabandeados por seus filiados a grupos considerados terroristas? Quando 
        vai publicar uma resolução para que o Sudão interrompa 
        imediatamente a carnificina que já matou 300 mil cristãos, 
        que dê um basta à tirania assassina de Ruanda e encerre de 
        vez com os conflitos entre as 300 tribos que se entredevoram na muçulmana 
        Somália? Enfim, quando vai transformar propostas inócuas 
        e paliativas em uma solução de paz definitiva?
 
 Quantas vezes a ONU criticou publicamente ataques antissemitas que vem 
        ocorrendo há décadas contra entidades judaicas em vários 
        países – muito antes do atual conflito ? Ou será que 
        Israel será sempre declarado culpado pelo simples fato de existir 
        e isto autoriza/justifica pichações, incêndios e é, 
        por si só, um sinal verde para aterrorizar e matar judeus em sinagogas 
        e cemitérios no mundo inteiro? A “Noite dos Cristais” 
        começou assim...
 
 Por que a ONU não reconhece publicamente que o Hamas está 
        cometendo três crimes simultaneamente: disparando foguetes contra 
        alvos civis, utilizando sua população como escudo e pregando 
        a destruição de um país membro de sua própria 
        entidade?
 
 O mundo da inteligência precisa encontrar urgentemente o mundo da 
        ação – e da conciliação. Que o mundo 
        da paz possa comemorar algum acordo definitivo no Oriente Médio 
        e que as palavras “Shalom” e “Salam” sejam realmente 
        sinônimas de harmonia, convivência e civilidade no mundo do 
        futuro.
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