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  Em Defesa de Israel
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Perguntas mais frequentes
   
 

Como explicar as ações de Israel em Gaza?

Pergunta:
Sou o único judeu em meu trabalho, portanto o único a ter que encarar diariamente uma porção de perguntas sobre a ação de Israel em Gaza. Não sei quem me apontou como porta-voz de Israel e não estou preparado para fornecer as respostas. Poderia me ajudar?

Resposta:
Por Aron Moss – Sydney, Australia

Em épocas como esta, cada um de nós torna-se um embaixador de Israel. Mesmo que você não concorde com tudo que Israel faz, qualquer pessoa decente deve frisar o direito de Israel de agir em auto-defesa.
Podemos deixar as questões militares e políticas para os especialistas, mas devemos estar todos muito bem informados sobre questões morais levantadas nesta Guerra. Vejamos algumas das questões mais comuns neste conflito.

P: Como Israel pode justificar a matança de civis se o alvo é atingir o Hamas?
R:
A morte de inocentes é uma tragédia inevitável em uma Guerra. Nossos corações lamentam todos inocentes mortos em meio a esta batalha. O fato mais triste e lamentável é que o povo palestino está sendo feito refém pelo Hamas. Da mesma forma que está claro que qualquer dano e agressão que for infringido ao soldado Gilad Shalit o Hamas será o único responsável por isto, também são culpados pela morte de palestinos inocentes por trás dos quais tentam se esconder. Membros de uma nação que está sendo feita refém ao ser usada por terroristas como escudo humano é vítima dos terroristas, e não do exército israelense, que não busca como alvo pessoas inocentes.

P: Isral não estaria dando uma resposta desproporcional?
R:
Se Israel estivessse buscando uma revanche, então talvez a questão “desproporcional” se aplicasse neste caso. Mas Israel está promovendo uma guerra defensiva. Em uma guerra, você não mede a resposta ao inimigo pelo que fizeram a você no passado, mas pelo o que é necessário fazer para que parem de atacá-lo. Israel precisa destruir o arsenal que fornece capacidade ao Hamas de continuar atacando, jogando seus foguetes constantemente sobre cidades israelenses, contra alvos civis. A ofensiva de Israel é uma resposta proporcional hoje e no futuro a todos que o atacarem.

P: Israel não entende que estará apenas incitando a criação de mais terroristas? O ódio e fúria a Israel como resultado do bombardeio sobre Gaza somente fará com que mais pessoas desejem associar-se ao Hamas.
R:
Sentimentos de frustração, ódio, medo e fúria não fazem de você um terrorista. Uma cultura de morte e uma educação de ódio sim, o tornarão um. Israel não precisa fazer nada para criar mais terroristas; os extremistas islâmicos já o fazem, mas Israel precisa agir a fim de destruir aqueles que ameaçam seu povo.

P: O Hamas possui um braço militar, mas também pratica boas ações; promovem programas sociais, projetos educativos e trabalho humanitário em Gaza. Destruindo o Hamas, Israel também destruirá o bem que ele faz. Não estaremos demonizando um grupo que não é de todo mal?
R:
Um assassino em série que por acaso também é um voluntário em um hospital local, doa dinheiro a um orfanato, e cuida de sua avó doente, continua sendo um assassino em série, e ele e a ameaça que representa devem ser combatidos. O perigo que representa é muito superior a qualquer “bem” que possa praticar.

P : Ao usar de violência como Israel pode ser melhor que seus inimigos terroristas?
R:
Isto é tão ridículo quanto dizer que uma mulher que luta contra seu atacante não é melhor que seu atacante. Israel não tocaria no Hamas se o Hamas parasse de atirar seus foguetes e de enviar homens bombas a Israel. Israel deseja viver em paz com seus vizinhos; enquanto o Hamas e seus aliados desejam destruir Israel, não importa o que Israel faça.

Há um mundo de diferenças entre os terroristas do Hamas e os soldados de Israel. Os terroristas do Hamas procuram a violência como meio de vida; seu objetivo é disseminar a guerra e morte. Para os soldados de Israel, a guerra é necessária e um dever moral, quando cidadãos israelenses estão sendo atacados e vidas inocentes estão sendo ameaçadas. O Hamas deseja maximizar as perdas civis; os soldados israelenses fazem tudo que estiver ao seu alcance para minimizá-las.

Os terroristas do Hamas temem tempos de paz, pois com a paz perderão o sentido da própria existência. O soldado isralense sonha com uma época em que reinará a paz. Quando a IDF se encherá de júbilo, assim como “uma nação não levantará a espada contra outra nação, e não aprenderão mais a travar guerras.”

 
Libertar os palestinos do Hamas
  Por Bernard-Henri Lévy
Filósofo e escritor francês Bernard-Henri Lévy é o autor dos livros "American Vertigo" e "Ce Grand Cadavre à la Renverse"
13/01/2009 - 00h41 – Direto da Fonte
 

Não sendo um especialista militar, vou me abster de julgar se os bombardeios israelenses sobre Gaza poderiam ter sido mais bem mirados, menos intensos.

Não tendo, há décadas, jamais me decidido a distinguir entre os bons e os maus mortos, ou como dizia Camus, entre "vítimas suspeitas" e "carrascos privilegiados", evidentemente eu também estou abalado pelas imagens de crianças palestinas mortas.

Dito isso, e levando em conta o vento de loucura que parece, mais uma vez, como sempre quando se trata de Israel, tomar conta de certas mídias, eu gostaria de relembrar alguns fatos.

1. Nenhum governo do mundo, nenhum outro país fora esse Israel vilipendiado, arrastado na lama, endemoniado, tolera ver milhares de mísseis caírem, durante anos, sobre suas cidades: o mais notável na questão, o verdadeiro motivo de espanto, não é a "brutalidade" de Israel - é, literalmente, seu longo castigo.

2. O fato de que os Qassam do Hamas e agora seus mísseis Grad tenham feito tão poucos mortos não prova que eles sejam artesanais, inofensivos etc., mas que os israelenses se protegem, que eles vivem isolados nos porões de seus prédios, abrigados: uma existência de pesadelo, em condicional, ao som de sirenes e de explosões - eu estive em Sderot, eu sei.

3. O fato de que os mísseis israelenses fazem, por outro lado, o mesmo tanto de vítimas, não significa, como bradariam os manifestantes de plantão, que Israel se entrega a um "massacre" deliberado, mas que os dirigentes de Gaza escolheram a atitude inversa e expõem suas populações: velha tática do "escudo humano" que faz com que o Hamas, assim como o Hezbollah há dois anos, instale seus centros de comando, seus estoques de armas, seus bunkers, nos subsolos de prédios, de hospitais, de escolas, de mesquitas - eficaz, mas repugnante.

4. Entre a atitude de uns e de outros existe, qualquer que seja, uma diferença importante e que não pode ser ignorada por aqueles que se consideram justos, e a tragédia, e os meios de terminá-la: os palestinos atiram sobre cidades, ou seja, sobre civis (o que em direito internacional se chama "crime de guerra"); os israelenses apontam para alvos militares e fazem, sem mirar, terríveis estragos civis (o que em jargão de guerra leva um nome - "estrago colateral" - que, mesmo que seja horrível, remete a uma verdadeira assimetria estratégica e moral).

5. É preciso colocar os pingos nos "is": lembremos ainda um fato que estranhamente a imprensa francesa pouco repetiu, e sobre o qual não conheço, no entanto, nenhum precedente, em nenhuma outra guerra, da parte de nenhum outro exército: as unidades de Tsahal telefonaram de forma sistemática (a imprensa anglo-saxã fala de 100 mil chamadas), durante a ofensiva aérea, aos habitantes de Gaza que vivem perto de um alvo militar para convidá-los a evacuarem o local; é claro que isso não muda em nada o desespero das famílias, suas vidas destruídas, o massacre; mas que as coisas se passem assim não é, entretanto, um detalhe totalmente sem sentido.

6. E quanto ao famoso bloqueio integral, enfim, imposto a um povo esfomeado, desprovido de tudo e lançado a uma crise humanitária sem precedentes (sic), ele também não é factualmente exato: os comboios humanitários nunca deixaram de passar, até o início da ofensiva terrestre, no ponto de passagem Kerem Shalom; só para a jornada do 31 de dezembro, foram 100 caminhões de mantimentos e remédios que puderam, segundo o New York Times, entrar no território; e só estou puxando pela memória (pois é desnecessário dizer - ainda que, lendo e ouvindo alguns, talvez isso fique melhor dito...) o fato de que os hospitais israelenses continuam, neste momento em que escrevo, a receber e cuidar, todos os dias, dos feridos palestinos.

Muito em breve, é o que esperamos, os combates cessarão. E muito rápido, é o que também esperamos, os comentadores se recuperarão. Eles vão descobrir, nesse dia, que Israel pode ter cometido erros ao longo dos anos (chances perdidas, longa recusa da reivindicação nacional palestina, unilateralismo), mas os piores inimigos dos palestinos são esses dirigentes extremistas que nunca quiseram a paz, nunca quiseram um Estado e nunca conceberam outro estado para seu povo que não fosse de instrumento e de refém (imagem sinistra de Khaled Mechaal que, no sábado 27 de dezembro, enquanto se determinava a iminência do contra-ataque israelense tão desejado, só sabia incitar sua "nação" a "oferecer o sangue de outros mártires" - e isso a partir de seu confortável exílio, seu esconderijo, em Damasco...).

Hoje, de duas coisas, uma: ou os Irmãos Muçulmanos de Gaza restabelecem a trégua que eles romperam e, na sequência declaram inválida uma carta baseada sobre a pura recusa da "entidade sionista": eles reunirão esse vasto partido do acordo que não cessa, graças a D'us, de progredir na região - e a paz se fará. Ou senão eles teimarão em só ver no sofrimento dos seus um bom combustível para suas paixões requentadas, seu ódio louco, niilista, sem palavras - e não é somente Israel, mas os palestinos, que deverão ser libertados da sombria influência do Hamas.

 
Israel na mídia
   
 

De olho na mídia publicou

Desproporcional? E Desde Quando Guerra Virou Prova De Aritmética?
Desde o início da ofensiva de Israel contra o Hamas, na Faixa de Gaza, no último sábado, dia 27 de dezembro, a mídia ocidental vem relatando as operações israelenses com base em pressupostos flagrantemente aparvalhados. Coincidentemente, estes pressupostos são os mesmos que pautaram as primeiras manifestações oficiais de condenação moderada lançadas contra Israel, por governos de nações importantes, logo no primeiro dia ofensiva, quando pouca ou quase nenhuma informação sobre a real dimensão das operações israelenses eram conhecidas. As manifestações da França, Rússia, Japão e China, logo exortavam Israel a interromper suas ações em Gaza. Ao invés de condenarem os ataques do Hamas, que iniciaram ainda em novembro e quebraram o cessar-fogo, a retórica destes países partia de duas premissas equivocadas: Israel estava respondendo aos ataques de forma desproporcional e, por isso, elevando o número de vítimas civis. Assim, a linguagem protocolar criava o mantra da desproporcionalidade, adotado também pelo Secretário Geral da ONU, o senhor Ban Ki-moon, na última segunda-feira, dia 29. Ki-moon convocou a imprensa mundial para expressar seu repúdio ao uso da “força excessiva” por parte de Israel em seus ataques à Faixa de Gaza. O secretário-geral da ONU foi mais longe: ele apelou “às partes” para que interrompessem as hostilidades e reiniciassem negociações para um novo cessar-fogo.

O coro foi reforçado pelo primeiro-ministro inglês Gordon Brown, também no dia 29. “Estou horrorizado (ênfase aqui) com a violência dos bombardeios”, disse. “Reiteramos nosso apelo a Israel e ao Hamas (ênfase aqui) para que declarem o imediato cessar-fogo e prevenir a perda de mais vidas inocentes. Não há uma solução militar para esta situação. É preciso redobrar os esforços internacionais para assegurar que tanto Israel quanto a Palestina tenham terra, direitos e segurança para viverem em paz”, finalizou Brown.

Ao mesmo tempo, seguiram-se manifestações de repúdio previsivelmente mais radicais, vindas de países muçulmanos e grupos extremistas, como o Hezbollah, que passaram a percorrer o planeta: massacre, genocídio, holocausto, crimes de guerra, crimes contra a humanidade. Enfim, surradas acusações disputavam espaço na mídia internacional com cenas de passeatas e aglomerações de rua pipocando na Europa e no mundo islâmico, em protesto contra a nova “barbárie” cometida por Israel. Enquanto isto, a quantidade de vítimas dos bombardeios parecia dar a impressão de amparar a fórmula da desproporcionalidade: já passam de 150 mortos, muitos deles civis, já ultrapassam os duzentos, entre eles mulheres e crianças; agora são mais de 300, entre os quais inúmeros inocentes. Agora, quando escrevo (terça-feira, 30 de dezembro), os mortos chegavam a 360. Horrível.

A mídia apropriou-se do mantra protocolar, tomando-o como axioma para sua cobertura. E, por mídia, não estou nomeando nenhuma abstração. Refiro-me à CNN, à BBC, à Sky News, à France 24, para não mencionar a Al-Jazirah em Inglês e os diários New York Times, The Guardian e Le Figaro, que podem ser todos acessados on-line. Também não estou me referindo aos analistas de prontidão, sempre rápidos no gatilho quando se trata de comparar o “desproporcional” confronto entre a potência militar israelense e a pobre capacidade de resistência dos palestinos. Restrinjo-me ao que se chama de “noticiário”, aquele texto informativo que, recomenda-se, deve ser feito com imparcialidade e um mínimo de cautela e caldo de galinha. Pois é nele que constato a desproposital incursão, em nome do imediatismo, no domínio da estupidez e da má fé.

Ora, o que se espera de um noticiário é que ele informe e não desinforme ou deforme os fatos. E quais são os fatos?
Um: no primeiro dia da ofensiva, Israel apenas reiterou publicamente uma decisão que vinha sendo anunciada desde o final do frágil cessar-fogo de seis meses, mediado pelos egípcios, que entrara em vigor em junho último e se encerrara em 19 de dezembro. Por que frágil? Porque o Hamas, há oito anos, vinha despejando diariamente seus foguetes contra Israel. Os ataques diários haviam matado nove pessoas, ferido outras tantas, danificado prédios e vinham configurando uma situação de permanente insegurança nas cidades que se encontram num raio de 20 quilometro da fronteira com Gaza.

Durante oito anos, Israel tentou tratar do problema de modo restrito: incursões rápidas de comandos no norte de Gaza para destruir bases de lançamentos de foguetes instaladas no norte do território, bloqueio marítimo para evitar a entrada de armamento enviado pelo Irã e pela Síria ao Hamas e Jihad Islâmica, bloqueio terrestre, para impedir a infiltração de terroristas suicidas nas grandes cidades israelenses, cortes esporádicos no suprimento de energia elétrica para a Faixa de Gaza (70 por cento desta energia é fornecida por Israel até hoje) com a finalidade de retardar a fabricação dos tais foguetes “caseiros” (na verdade, são foguetes produzidos em fábricas erguidas em meio a bairros densamente povoados da Cidade de Gaza, Dayir al Balah, Khan Yunis e Rafah).

De qualquer modo, findo o cessar-fogo - e diante das saraivadas diárias dos foguetes contra o Sul de Israel-, o governo israelense anunciou que terminaria definitivamente com os ataques que ameaçavam seus cidadãos. Esta decisão foi, inclusive, comunicada, no dia 23 de dezembro, pela ministra do exterior israelense, Tzipi Livni, no Cairo, após um encontro com o presidente Hosni Mubarak. Livni, ainda no Cairo, não deixou dúvidas: Israel desencadearia a operação militar necessária para destruir a capacidade do Hamas de atingir Israel.

Nos últimos dez anos, o Hamas construiu, com o apoio logístico e financeiro do Hesbollah, da Irmandade Muçulmana (baseada no Egito), da Síria e, sobretudo do Irã, uma estrutura policial e militar na Faixa de Gaza, a tal ponto organizada, que lhe permitiu, no primeiro semestre de 2007, dizimar completamente as forças do Fatah (o braço armado da AP) que ainda restavam no território palestino. Com isso, ele consolidou suas instalações militares, estocagem de armas e munição, seus campos de treinamento e suas bases de ataque contra Israel em toda a Faixa de Gaza. Hoje, o Hamas (que é sunita) conta com 15 mil homens no seu “exército regular”, e ainda com cinco mil membros armados da milícia xiita Jihad Islâmica. Esse pequeno exército dispõe, além de armamento pessoal pesado, de mísseis antiaéreos, mísseis antitanques, mísseis de médio alcance do tipo Katiusha e minas espalhadas por toda a fronteira com Israel. Tudo isto é do conhecimento dos chefes de governo que emitiram o mantra protocolar da desproporcionalidade. Os senhores Gordon Brown e Nicholas Sarkozy sabem disto, certamente. Mas a mídia faz de conta que não sabe.

Ora, o panorama é bem nítido: Israel desencadeou a ofensiva para defender a integridade de seus habitantes, ameaçados constantemente pelo movimento fundamentalista militarmente organizado que controla toda a Faixa de Gaza desde junho de 2007. Mais ainda, o Hamas e seus associados menores, como a Jihad Islâmica e outros grupelhos, não representam a Autoridade Nacional Palestina (AP). Eles são terroristas, não aceitam a existência do Estado de Israel e estão comprometidos explicitamente com a sua extinção total. Como então podem os líderes da Inglaterra e da França, ou o Secretário-geral da ONU, apelarem para que “as partes” retornem a um cessar fogo. Que partes? Israel, um estado nacional soberano e membro da ONU, por um lado, e o Hamas, um movimento terrorista que usurpou à força, da AP, o controle sobre a Faixa de Gaza, por outro? Se a China não conversa sequer com o Dalai Lama, líder político e espiritual do Tibet ocupado (exilado, obviamente), por que Israel deve dialogar com o Hamas? Pelo que se sabe, o Dalai Lama defende apenas uma autonomia para o Tibet e jamais pregou a extinção da China. Por que Israel deveria “dialogar” com um movimento que objetiva abertamente a sua destruição? Ou por que o senhor Ban Ki-moon não apela para que a Espanha dialogue com o ETA, a Colômbia dialogue com as FARC, a Turquia dialogue com o PKK curdo, que quer criar um estado independente no Curdistão? Ou para que os Estados Unidos da América deixem o Afeganistão e dialoguem com o Talibã? Ou para que os senhores muçulmanos da guerra que governam o Sudão interrompam imediatamente a carnificina que já matou 300 mil cristãos e animistas e deslocou quase três milhões de refugiados para a zona de Darfour? Onde estão as passeatas na Europa contra esse massacre? Ou os protestos contra a tirania assassina de Ruanda. Onde estão os apelos para o diálogo entre as trezentas tribos que se entredevoram na muçulmana Somália? O termo médio de comparação é suficiente, para quem possui mais de dois neurônios. Talvez, dois neurônios e meio. Por isso paro por aqui.

Dois: Israel não está, como apregoa aos berros Hassan Nasrallah (em vídeo e de seu bunker em Beirute), cometendo um “genocídio” em Gaza. Ao contrário, é o líder do Hesbollah, hoje quase um segundo exército dentro do Líbano, abastecido e financiado pelo Irã, que repete incansavelmente o objetivo político de seu partido: destruir, sem deixar pedra sobre pedra, Israel. A voz de Nasrallah é amplificada nas ruas de todo mundo árabe e encontra acolhida em alguns analistas ocidentais procurados pela mídia para que “possamos (nós, o público) entender o trágico cenário da Faixa de Gaza”.

Pensemos: se desejasse destruir a população de Gaza (isto é um despropósito descomunal naturalmente, mas só assim teríamos base para falarmos em genocídio) - e estou admitindo essa possibilidade apenas (ênfase aqui) para argumentar-, Israel o teria feito durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, (lembram, ela ocorreu!), ou durante a Guerra do Yom Kypur, em 1973 (lembram, ela também ocorreu), ou durante a ocupação israelense de Gaza, que se estendeu de 1967 a 2000, ano em que unilateralmente (ou seja, sem qualquer pré-condição) Israel deixou a Faixa de Gaza na sua totalidade.

O que é fato: a ofensiva israelense tem objetivos militares e políticos definidos. Os militares estão sendo plenamente atingidos, até agora. E com um baixíssimo custo em termos de vidas humanas. É isso mesmo. Baixíssimo! Afinal, depois de quatro dias de centenas de incursões aéreas e marítimas, depois de ter despejado sobre Gaza mais de 500 toneladas de explosivos, apenas, repito, apenas, 360 pessoas morreram! E destas, cerca de 60, segundo as informações do próprio Hamas e da ONU, são civis. Ora, isto quer dizer que o restante fazia parte do exército terrorista, logo um alvo militar.

A operação israelense impressiona, mas não pelas razões do senhor Nasrallah ou dos desavisados apedeutas de boa fé (admitamos), que usam a palavra “genocídio” sem saber o que ela significa. O conceito se aplica quando um governo deliberadamente promove o extermínio de povos ou populações inteiras, encontrem-se elas em seu próprio país ou em outros. Os turcos foram genocidas com relação aos armênios, os nazistas, com relação aos judeus, os comunistas stalinistas com relação aos russos, os maoístas com relação aos chineses, os japoneses com relação aos chineses e, hoje, os sudaneses muçulmanos com relação aos sudaneses não muçulmanos. Nem os cubanos castristas, que nos primeiros cinco anos após a revolução de 59, exterminaram 95 mil pessoas, praticaram um genocídio. Eles cometeram assassinatos em massa, uma ação sem dúvida abjeta e execrável, um crime contra a humanidade. Mas não cometeram genocídio. E atentarmos para as diferenças ainda é fundamental.

Por que a operação israelense impressiona? Por duas constatações que saltam aos olhos. A primeira: a ofensiva está se processando em uma das áreas mais densamente povoada do planeta (1,5 milhão de habitantes em 360 quilômetros quadrados); a segunda: o Hamas ergueu intencionalmente toda a sua infra-estrutura policial e militar nos centros urbanos, justamente os locais mais densamente povoados deste território já muito densamente povoado (a hipérbole é proposital). Ora, se é para destruir alvos militares, é preciso atingi-los onde se encontram. E Israel está fazendo isto, de forma quase milimétrica, cirúrgica, mesmo correndo o risco, inevitável nesta situação, de atingir civis. Repito: e o faz de forma impressionante, pois as baixas civis, nesse contexto, são aquém de mínimas.

Como a aviação e a marinha israelenses conseguem fazer isto? Empregando altíssima tecnologia, mísseis inteligentes e alvos previamente selecionados. Caso contrário, estaríamos diante de um massacre. E. É necessário que se reafirme: não estamos sequer a milhões de milhas próximos disto. O Secretário-geral da ONU, que jamais reuniu uma conferência de imprensa para falar sobre a situação no Sudão, deveria saber disto. Ele, desta forma, ficaria calado. Obviamente, eu não esperaria que o senhor Ki-moon aplaudisse a operação de Israel. O Secretário-geral da ONU deve, por princípio, lamentar todas as guerras. Mas ele deveria, também por obrigação, calar-se, porque esta é uma guerra legítima, sobretudo defensiva, com objetivos militares e políticos claros, de um país soberano contra um grupo terrorista que prega o seu aniquilamento e contra os governos que apóiam este grupo.

Três: Falei que a guerra possui objetivos políticos claros. Ei-los: Israel quer expulsar o Irã da Faixa de Gaza. O Irã? Isso mesmo, o Irã. O Hamas e a Jihad Islâmica nada mais são do que uma extensão do governo de Teerã e de seu potencial bélico virtualmente no interior de Israel. E todos sabem o quê mais almejam os aiatolás iranianos: destruir o que eles chamam de entidade sionista. Assim, ao eliminar a capacidade do Hamas de atacar seu território, Israel, além de retomar o controle sobre sua segurança imediata, desfere também um golpe mortal nas pretensões iranianas de penetrar em sua fronteira sul. Com isso ainda pretende isolar política e militarmente o Irã, travestido de Hezbollah, na sua fronteira norte. Ao mesmo tempo, forja uma situação mais favorável para negociar com a Síria, também enfraquecida com a derrota do Hamas, um tratado de paz entre os dois paises. Esta é uma meta de médio prazo.

Por essa razão o senhor Nasrallah esbraveja contra o Egito de Mubarak e a AP, de Machmud Abas, chamando-os de traidores do Islã. Nasrallah sabe que, sem o Hamas e a Jihad Islâmica em Gaza, o Hezbollah, ou seja, o Irã, se enfraquece, enquanto o Egito, a AP e a Jordânia se fortalecem e, pior (para o Irã), Israel recupera a posição geopolítica decisiva para sua existência na região.

A ofensiva ainda torna explicita a disposição de Israel de não tolerar que o iranianos consigam obter armamento nuclear. Ou seja, Israel está preparando o terreno para uma intervenção direta no Irã. Como Barak Obama assume a presidência dos EUA em janeiro, Israel envia uma mensagem inequívoca para Washington: não há diálogo com o Hamas, nem com Teerã. Os Estados Unidos devem se preparar para apoiar irrestritamente a ação militar direta de Israel contra os iranianos. E essa ação não deve tardar, pelo que se depreende do palco desenhado por Jerusalém. Quer dizer: trata-se de uma ação já planejada e montada pela inteligência militar israelense, que deve ser deflagrada em breve. Pergunta oportuna: o que é “breve”? Resposta: Israel certamente sabe. E, creio agora, Barak Obama também. No fim das contas, Israel não está fazendo mais do que colocar seu destino em suas próprias mãos. E isto ele sempre fez, sob o preço de simplesmente deixar de existir. Dúvidas? Consultem a História.

Finalizando: e a mídia com relação a esse quadro? Nada informa, nada analisa, nada investiga. Pelo contrário, submete-se ao superficialismo, mistifica, embrulha-se toda no mantra da desproporcionalidade e mergulha de cabeça no noticiarismo demagógico e pretensamente humanitário. É um crime contra a lucidez e a razão. Mas, que diabos, isso lá importa?

Escrito por: Luis Milman, Jornalista e Doutor em Filosofia
Publicado no site em: 05/01/2009

Ação Militar Israelense é Legítima
A ação militar israelense em Gaza é totalmente justificada de acordo com o direito internacional, e Israel deveria ser elogiado por seus atos de defesa contra o terrorismo internacional. O Artigo 51 da Carta da ONU reserva às nações o direito de agir em defesa própria contra ataques armados. A única limitação é a obediência ao princípio de proporcionalidade. As ações de Israel certamente atendem a esse princípio.

Quando Barack Obama visitou a cidade de Sderot no ano passado viu as mesmas coisas que eu vi em minha visita de março. Nos últimos quatro anos, terroristas palestinos dispararam mais de 2 mil foguetes contra essa área civil, na qual moram, na maior parte, pessoas pobres e trabalhadores. Os foguetes destinam-se a fazer o máximo de vítimas civis. Alguns por pouco não acertaram pátios de escolas, creches e hospitais, mas outros atingiram seus alvos, matando mais de uma dúzia de civis desde 2001. Esses foguetes lançados contra alvos civis também feriram e traumatizaram inúmeras crianças.

Os habitantes de Sderot têm 15 segundos, desde o lançamento de um foguete, para correrem até um abrigo. A regra é que todo mundo esteja sempre a 15 segundos de um abrigo. Os abrigos estão em toda parte, mas idosos e pessoas com deficiências muitas vezes têm dificuldade para se proteger. Além disso, o sistema de alarme nem sempre funciona. Disparar foguetes contra áreas densamente povoadas é a tática mais recente na guerra entre os terroristas que gostam da morte e as democracias que amam a vida. Os terroristas aprenderam a explorar a moralidade das democracias contra os que não querem matar civis, até mesmo civis inimigos.

Em um incidente recente, a inteligência israelense soube que uma casa particular estava sendo usada para a produção de foguetes. Tratava-se evidentemente de alvo militar. Mas na casa morava também uma família. Os militares israelenses telefonaram, então, para o proprietário da casa para informá-lo de que ela constituía um alvo militar e deram-lhe 30 minutos para que a família saísse. O proprietário chamou o Hamas, que imediatamente mandou dezenas de mães com crianças no colo ocupar o telhado da casa.

Nos últimos meses, vigorou um frágil cessar-fogo mediado pelo Egito. O Hamas concordou em parar com os foguetes e Israel aceitou suspender as ações militares contra os terroristas. Era um cessar-fogo dúbio e legalmente assimétrico. Na realidade, era como se Israel dissesse ao Hamas: se vocês pararem com seus crimes de guerra matando civis inocentes, nós suspenderemos todas as ações militares legítimas e deixaremos de matar seus terroristas. Durante o cessar-fogo, Israel reservou-se o direito de empreender ações de autodefesa, como atacar terroristas que disparassem foguetes.

Pouco antes do início das hostilidades, Israel apresentou ao Hamas um incentivo e uma punição. Israel reabriu os postos de controle que haviam sido fechados depois que Gaza começou a lançar os foguetes, para permitir a entrada da ajuda humanitária. Mas o primeiro-ministro de Israel também fez uma última e dura advertência ao Hamas: se não parasse com os foguetes, haveria uma resposta militar em escala total. Os foguetes do Hamas não pararam, e Israel manteve sua palavra, deflagrando um ataque aéreo cuidadosamente preparado contra alvos do Hamas.

Houve duas reações internacionais diferentes e equivocadas à ação militar israelense. Como era previsível, Irã, Hamas e outros que costumam atacar Israel argumentaram que os ataques do Hamas contra civis israelenses são totalmente legítimos e os contra-ataques israelenses são crimes de guerra. Igualmente prevista foi a resposta da ONU, da União Européia, da Rússia e de outros países que, quando se trata de Israel, veem uma equivalência moral e legítima entre os terroristas que atingem civis e uma democracia que responde alvejando terroristas.

A mais perigosa dessas duas respostas não é o absurdo alegado por Irã e Hamas, em grande parte ignorado pelas pessoas racionais, e sim a resposta da ONU e da União Europeia, que coloca em pé de igualdade o assassinato premeditado de civis e a legítima defesa. Essa falsa equivalência moral só encoraja os terroristas a persistir em suas ações ilegítimas contra a população civil.

Proporcionalidade
Alguns afirmam que Israel violou o princípio da proporcionalidade matando um número muito maior de terroristas do Hamas do que o de civis israelenses vitimados. Mas esse é um emprego equivocado do conceito de proporcionalidade, pelo menos por duas razões. Em primeiro lugar, não há equivalência legal entre a matança deliberada de civis inocentes e a matança deliberada de combatentes do Hamas. Segundo as leis da guerra, para impedir a morte de um único civil , é permitido eliminar qualquer número de combatentes.

Em segundo lugar, a proporcionalidade não pode ser medida pelo número de civis mortos, mas pelo risco de morte de civis e pelas intenções dos que têm em sua mira esses civis. O Hamas procura matar o maior número possível de civis e aponta seus foguetes na direção de escolas, hospitais, playgrounds. O fato de que não tenha eliminado tantos quanto gostaria deve-se à enorme quantidade de recursos que Israel destinou para construir abrigos e sistemas de alarme. O Hamas recusa-se a construir abrigos, exatamente porque quer que Israel mate o maior número possível de civis palestinos, ainda que inadvertidamente.

Enquanto ONU e o restante da comunidade internacional não reconhecerem que o Hamas está cometendo três crimes de guerra - disparando contra civis israelenses, usando civis como escudos e buscando a destruição de um país membro da ONU - e Israel age em legítima defesa e por necessidade militar, o conflito continuará. Se Israel conseguir destruir a organização terrorista Hamas, poderá lançar os alicerces de uma verdadeira paz com a Autoridade Palestina. Mas se o Hamas se obstinar a tomar como alvo cidadãos israelenses, Israel não terá outra opção senão persistir em suas operações de defesa. Nenhuma outra democracia do mundo agiria de maneira diferente.


Alan Morton Dershowitz é advogado, jurista e professor da Universidade Harvard

Sim Ou Não À Existência de Israel? Essa É A Primeira Questão.Eu Digo ''Sim''
O Hamas rompeu a trégua com Israel — a rigor, nunca integralmente respeitada —, e aqueles que ora clamam pelo fim da reação da vítima — e a vítima é Israel — fizeram um silêncio literalmente mortal. Hipócritas, censuram agora o que consideram a reação desproporcional dos israelenses, mas não apontam nenhuma saída que não seja o conformismo da vítima. É desnecessário indagar como reagiria a França, por exemplo, se seu território fosse alvo de centenas de foguetes. É desnecessário indagar como responderia o próprio Brasil. O Apedeuta e seus escudeiros no Itamaraty — que vive o ponto extremo da delinqüência política sob o comando de Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães — aceitam, de bom grado, que Evo Morales nos tungue a Petrobras, mas creio que defenderiam uma resposta militar se o Brasil passasse a ser alvo diário de inimigos. Há dias, Lula afirmou que o Brasil precisa ser uma potência militar se quiser ser respeitado no mundo. Confesso que, dada a moral ora vigente no Planalto e na diplomacia nativa, prefiro que o país tenha, no máximo, aqueles fogos Caramuru, os únicos que, no nosso caso, não podem dar xabu... Lula merece, no máximo, ter um rojão ou aqueles fósforos coloridos de São João para brincar.

É dever de todo governo defender o seu território e a sua gente. Mas, curiosamente (ou nem tanto), pretende-se cassar de Israel o direito à reação. Por quê? O que grita na censura aos israelenses é a voz tenebrosa de um silêncio: essa gente é contra a existência do estado de Israel e acredita que só se obteria a paz no Oriente Médio com a sua extinção. Mas falta a essa canalha coragem para dizer claramente o que pretende. Nesse estrito sentido, um expoente do fascismo islâmico como Mahamoud Ahmadinejad, presidente do Irã, é mais honesto do que boa parte dos hipócritas europeus ou brasileiros. Ele não esconde o que pretende. Aliás, o Hamas também não: o fim da Israel é o segundo item do seu programa, sem o qual o grupo terrorista julga não cumprir adequadamente o primeiro: a defesa do que entende por fé islâmica.

Será que exagero? Que outra consideração estaria na origem da suposição de que um país deve se quedar inerme diante de uma chuva de foguetes em seu território? “Não, Reinaldo, o que se censura é o exagero, a reação desproporcional”. Tratarei desse argumento, essencialmente mentiroso e de ocasião, em outro post. Neste artigo, penso questões mais profundas, que estão na raiz do ódio a Israel. Como se considera que aquele estado é essencialmente ilegítimo, cobra-se dele, então, uma tolerância especial. Aliás, exigem-se dos judeus duas reações particulares, de que estariam dispensados outros povos.

Como os hipócritas do silêncio consideram que a criação de Israel foi uma violência, cobram que esse estado viva a pedir desculpas por existir e jamais reaja. Seria uma espécie de suicídio. Israel faria por conta própria o que várias nações islâmicas — em grupo, em par ou isoladamente — tentaram sem sucesso em 1956, em 1967 e em 1973: eliminar o país do mapa. Dói na consciência e no orgulho dos inimigos do país a constatação de que ele adquiriu o direito de existir na lei e na marra, na diplomacia e no campo de batalha.

A segunda reação particular guarda relação com o nazismo. Porque os judeus conheceram o horror, estariam moralmente proibidos de se comportar como senhores: teriam de ser eternamente vítimas. Ao povo judeu seria facultado despertar ódio ou piedade, mas jamais temor. Franceses, alemães, espanhóis, chineses, japoneses e até brasileiros cometeram ou cometem suas injustiças e violências — e todos esses povos souberam ou sabem ser impressionantemente cruéis em determinadas ocasiões e circunstâncias. Mas os judeus?! Eles não!!! Esperam-se passividade e mansidão pouco importa se são tomados como usurpadores ou vítimas. O anti-semitismo ainda pulsa, eis a verdade insofismável.

Tudo seria mais fácil se as posições fossem aclaradas. Acatar ou não a legitimidade do estado de Israel ajudaria muitas nações e muitas correntes político-ideológicas a se posicionar e a se pronunciar com clareza: “Sim, admito a existência de Israel e penso que aquele estado, quando atacado, tem o direito de se defender”. É o que pensa este escriba. Ou: “Não! Fez-se uma grande bobagem em 1948, e os valentes do Hamas formam, na verdade, uma frente de resistência ao invasor; assim, quando eles explodem uma pizzaria ou um ônibus escolar ou quando jogam foguetes, estão apenas defendendo um direito”. Mas os hipócritas não seriam o que são se não cobrissem o vício com o manto da virtude. Como não conseguem imaginar uma solução para alguns milhões de israelenses que não o mar — e, desta feita, sem Moisés para abri-lo —, então disfarçam o ódio a Israel com um conjunto pastoso de retóricas vagabundas: “pacifismo”, “antimilitarismo”, “reação proporcional”, “direito à resistência”, etc.

Na imprensa brasileira, um jornalista como Janio de Freitas chegou a chamar o ataque aéreo a Gaza de “genocídio”, dando alguma altitude teórica à militância política anti-Israel — embora o próprio Hamas admita que a maioria das vítimas seja mesmo composta de militantes do grupo. Trata-se, claro, de uma provocação: sempre que Israel é acusado de “genocida”, pretende-se evocar a memória do Holocausto. Em uma única linha, sustenta-se, então, uma farsa gigantesca:

A) maximiza-se a tragédia presente dos palestinos;

B) minimiza-se a tragédia passada dos judeus:

C) apaga-se da história o fato de que o Hamas é a força agressora, e Israel, o país agredido;

D) equiparam-se os judeus aos nazistas que tentaram exterminá-los, o que, por razões que dispensam a exposição, diminui a culpa dos algozes;

E) cria-se uma equivalência que aponta para uma indagação monstruosa: não seria o povo vítima do Holocausto um tanto merecedor daquele destino já que incapaz de aprender com a história?

E pouco importa se os que falam em genocídio têm ou não consciência dessas implicações: o mal que sai da boca dos cínicos não vira virtude porque na boca dos tolos.

Em junho de 2007, esse mesmo Hamas foi à guerra contra o Fatah na Faixa de Gaza. E venceu. O grupo preferiu não fazer prisioneiros. Os que eram rendidos ou se rendiam eram executados com tiros na cabeça — muitas vezes, as mulheres e filhos das vítimas eram chamados para presenciar a cena. “O que ocorreu no centro de segurança [as execuções] foi a segunda liberação da Faixa de Gaza; a primeira delas foi a retirada das tropas e dos colonos de Israel da região, em setembro de 2005", disse então Sami Abu Zuhri, um membro do Hamas. “Estamos dizendo ao nosso povo que a era do passado acabou e não irá volta. A era da Justiça e da lei islâmica chegou", afirmou Islam Shahawan, porta-voz do grupo. Nezar Rayyan, também falando em nome dos terroristas, não teve dúvida: “Não haverá diálogo com o Fatah, apenas a espada e as armas". Desde 2006, quase 700 palestinos foram assassinados por rivais... Palestinos.

Ódio a Israel
O ódio a Israel espalhado em várias correntes de opinião no Ocidente é caudatário da chamada “luta contra o Império”. O apoio ao país nunca foi tão modesto — em muitos casos, envergonhado. Não é coincidência que assim seja no exato momento em que se vislumbra o que se convencionou chamar de “declínio americano”. Israel é visto como uma espécie de enclave dos EUA no Oriente Médio. As esquerdas do mundo caíram de amores pelos vários sectarismos islâmicos, tomados como forças antiimperialistas, de resistência. Eu era ainda um quase adolescente (18 anos)— e de esquerda! — quando se deu a revolução no Irã, em 1979, e me perguntava por que os meus supostos parceiros de ideologia se encantavam tanto com o tal aiatolá Khomeini, que me parecia, e era, a negação, vejam só!, de alguns dos pressupostos que deveriam nos orientar — e o estado laico era um deles. Mas quê... A “luta antiimperialista” justificava tudo. O que era ruim para os EUA só poderia ser bom para o mundo e para as esquerdas. No poder, a primeira medida de Khomeini foi fuzilar os esquerdistas que haviam ajudado a fazer a revolução...

É ainda o ódio ao “Império” que leva os ditos “progressistas” do mundo a recorrer à vigarice intelectual a mais escancarada para censurar Israel e se alinhar com as “vítimas” palestinas. Abaixo, aponto alguns dos pilares da estupidez.

Mas o que é terrorismo?
Pergunte a qualquer “progressista” da imprensa ou de seu círculo de amizades se ele considera o Hamas um grupo “terrorista”. A resposta do meliante moral virá na forma de uma outra indagação: “Mas o que é terrorismo?” A luta “antiimperialista” torna esses humanistas uns relativistas. Eles dirão que a definição do que é ou não terrorismo decorre de uma visão ideológica, ditada por Washington, pela Otan, pelo Ocidente, pelo capitalismo, sei lá eu...

Esses canalhas são capazes de defender o “direito” que os ditadores islâmicos têm de definir os seus homens viciosos e virtuosos — “democracia não se impõe”, gritam —, mas, por qualquer razão que não saberiam explicar, acreditam, então, que Washington, a Otan, o Ocidente e o capitalismo não podem fazer as suas escolhas. E essas escolhas, vejam que coisa!, costumam ser justamente aquelas que garantem as liberdades democráticas. Se você disser que explodir bombas num ônibus escolar ou num supermercado, por exemplo, é terrorismo, logo responderão que isso não é diferente da ação de Israel na Faixa de Gaza, confundido a guerra declarada (e reativa!!!) Com a ação insidiosa contra civis. Para esses humanistas, a ação contra Dresden certamente igualou os Aliados aos nazistas... Falei em nazistas? Ah, sim: os antiisraelenses gostam de comparar as ações do Hamas, do Hezbollah ou das Farc aos atos heróicos dos que lutaram contra o nazismo. Ao fazê-lo, não só igualam, então, os vários “terrorismos” como também os vários “estados da ordem”. No caso, o nazismo não se distinguiria dos governo de Israel, da Colômbia ou de qualquer outro estado que sofra com a ação terrorista.

Só querem a paz
Aqui e ali, leio textos indignados em nome da “paz”. E penso que o pacifismo pode ser uma coisa muito perigosa. Chamberlain e Daladier, que assinaram com Hitler o Acordo de Munique, que o digam. Como observou Churchill, entre a desonra e a guerra, escolheram a desonra e tiveram a guerra. Argumentos que remetem ao nazismo, sei disto, costumam desmoralizar um tanto o debate porque apelam sempre a uma situação extrema, que se considera única, irreproduzível. A questão, então, é como Israel pode fazer a paz com quem escolheu o caminho da guerra e só aceita a linguagem das armas e da morte. O Hamas é o inimigo que mora ao lado — e, com freqüência, dentro de Israel. Mas há os que estão um pouco mais distantes, como o Irã por exemplo. O que vocês acham que acontecerá quando (e se) os aiatolás estiverem prestes a ter uma bomba nuclear? Em nome da paz, senhores pacifistas, espero que Israel escolha a guerra. E ele escolherá, fiquem certos, concordem os EUA ou não.

A ação de Israel só fortalece o Hamas
Israel deixou o Sul do Líbano, e o Líbano foi entregue — sejamos claros — aos xiitas do Hezbollah. Israel deixou a Faixa de Gaza, e o Hamas expulsou de lá os corruptos moderados da Fatah, não sem antes fuzilar todos os que foram feitos prisioneiros na guerra civil palestina. Isso indica um padrão, pouco importa a vertente religiosa dos sectários. A guerra desastrada contra a facção xiita no Líbano, muito mais poderosa do que o inimigo de agora, significou, de fato, uma lição amarga aos israelenses: se a ação militar não cumpre o propósito a que se destina, ela, com efeito, só fortalece o inimigo. Na prática, é o que pedem os que clamam pela suspensão dos ataques à Faixa de Gaza: querem que Israel dispare contra a sua própria segurança.

O argumento de que os ataques só fortalecem o Hamas porque fazem do grupo heróis de uma luta de resistência saem, não por acaso, da boca de intelectuais palestinos ou de esquerda. Cumpre perguntar se, no status anterior, havia algum sinal de que os palestinos de Gaza estavam descontentes com os terroristas que os governam. Mais uma vez, está-se diante de uma leitura curiosa: a única maneiras de Israel não fortalecer o Hamas seria suportar os foguetes disparados pelo... Hamas! Como se vê, os argumentos passam pelos mais estranhos caminhos e todos eles cobram que os israelenses se conforme com os ataques.

A volta a 1948
Aqui e ali, leio que o estado de Israel só é defensável se devolvido à demarcação definida pela ONU em 1948. Digamos, só para raciocinar, que se possa anular a história da região dos últimos 60 anos... Os inimigos do país considerariam essa condição suficiente para admitir a existência do estado judeu? A resposta, mesmo diante de uma hipótese improvável, é “NÃO”. Mesmo as facções ditas moderadas reivindicam a volta do que chamam “os refugiados”, que teriam sido “expulsos” de suas terras — terras que, na maioria das vezes, foram compradas, é bom que se lembre. Tal reivindicação é só uma maneira oblíqua de se defender que Israel deixe de ser um estado judeu — e, pois, que deixe de ser Israel. E isso nos devolve ao começo deste texto.

Aceita-se ou não a existência de um estado judeu? Israel está muito longe, no curtíssimo prazo, dos perigos que, com efeito, viveu em 1967 e em 1973. Não obstante, sustento que nunca correu tanto risco como agora. Desde a sua criação, jamais se viu tamanha conspiração de fatores que concorrem contra a sua existência:

- a chamada “causa palestina” foi adotada pela imprensa ocidental — mesmo a americana, tradicionalmente pró-Israel, mostra-se um tanto tímida;

- o antiamericanismo, exacerbado pela reação contra a guerra no Iraque, conseguiu transformar o terrorismo em ação de resistência;

- os desastres da era Bush transferem para os aliados dos EUA, como Israel, parte da reação negativa ao governo americano;

- os palestinos dominam todo o ciclo do marketing da morte e se tornaram os “excluídos” de estimação do pensamento politicamente correto: o que são 300 mil mortos no Sudão e 3 milhões de refugiados perto de 500 mortos na Faixa da Gaza, a maioria deles terroristas do Hamas? A morte de qualquer homem nos diminui, claro, claro, mas a de alguns homens excita mais a fúria justiceira: a dos sudaneses não excita ninguém...;

- um estado delinqüente, como é o Irã — que tem em sua pauta a destruição de Israel —, busca romper o isolamento internacional aliando-se a inimigos estratégicos dos EUA;

- a Europa ensaia dividir a cena da hegemonia ocidental com os EUA sem ter a mesma clareza sobre o que é e o que não é aceitável no que concerne à segurança de Israel;
- atribui-se ao próprio estado de Israel o fortalecimento dos seus inimigos, num paradoxo curioso: considera-se que o combate a seus agressores só os fortalece, ignorando-se o motivo por que, afinal, ele decidiu combatê-los...

Sim ou não à existência de Israel? Sem essa primeira resposta, não se pode começar um diálogo. Ou romper de vez o diálogo. Sem essa resposta, o resto é conversa mole.

Sobre a dita reação desproporcional
De todas as coisas estúpidas que se podem dizer na censura a Israel, a maior é a que aponta a chamada “reação desproporcional”. Então é preciso definir o que é “proporcionalidade”. O que deveria fazer um estado organizado? Jogar alguns foguetes em Gaza? Dada a densidade demográfica da região, um único mataria certamente mais palestinos do que todos aqueles disparados pelo Hamas contra Israel, fazendo quatro vítimas. A guerra viraria uma espécie de jogo de salão. E Israel seria sempre um caudatário das escolhas dos terroristas. E o mundo, incluindo o Brasil, ficaria em silêncio. Quatro mortos aqui? Quatro lá. Cinco aqui? Cinco lá. O estado agredido ficaria sempre à espera do recrudescimento da ação do adversário. Bem, há uma lógica implícita aí, não? Adivinhem quem morreria primeiro.

Não fosse o veto dos EUA, a ONU teria emitido uma resolução cobrando de Israel a imediata suspensão da ação militar. O texto, acreditem, não fazia menção aos foguetes disparados cotidianamente pelo Hamas. Nessas circunstâncias, parece que os críticos da chamada “reação desproporcional” censuram menos os quase 500 mortos da Faixa de Gaza do que os poucos mortos do lado Israelense. Para essa gente — incluindo o governo brasileiro —, uma guerra justa precisa ter mais judeus mortos do que os havidos até agora. Mais ainda: censuráveis parecem ser a competência de Israel para se defender e a incompetência do Hamas para atacar. Na prática, pedem que Israel permita primeiro que seu inimigo cresça o bastante para poder matar com mais eficiência. E tudo seria ético e justo.

Quimioterapia em Gaza
Jornalista Osias Wurman
O terror é como um câncer social. Como tal, deve ser tratado da mesma forma que a doença: terapia radical com os indesejáveis efeitos colaterais. O objetivo principal é salvar o paciente, mesmo que, durante o tratamento, tenha que sofrer perdas físicas, algumas definitivas e mutilantes.

No caso do ataque de Israel contra o Hamas, muitos tem falado em desproporcionalidade, mas cabe esclarecer : 1- O Estado Soberano de Israel está respondendo, em apenas uma semana, aos 8 anos de ataques de foguetes do Hamas contra sua população civil, num desrespeito à sua soberania, fato que não seria tolerado por nenhum dos governos que criticam atualmente o Estado de Israel.

2- Para sermos justos, temos que considerar o número acumulado de baixas israelenses neste período, além dos danos morais a sua população atingida. Não podemos ignorar que crianças de 12 anos, que sofreram choque na explosão dos foguetes Qassam, urinam à noite na cama e recusam-se a ir à escola. São muitas as pessoas que necessitaram de tratamento psiquiátrico para tentar voltar ao normal.

3- Vale lembrar que Ariel Sharon retirou, em 2005, todos os 7.500 colonos que habitavam em Gaza e cerca de 20 mil soldados israelenses. Em resposta, Israel recebeu foguetes e ataques terroristas em seu território, inclusive com o seqüestro do soldado Gilad Shalit, preso há cerca de 900 dias em cativeiro. O DNA do corpo terrorista do Hamas é o mesmo dos que atacaram as Torres Gêmeas em Manhattan, os trens em Madrid, o metrô em Londres, e mais recentemente, a cidade de Bombaim na Índia. Assim como na quimioterapia, matam-se células sadias para alcançar as malignas. No final, quando bem sucedido o tratamento, salva-se o mais importante de tudo : a vida da vítima. No caso de Gaza, muitas mortes deploráveis, mas para salvar o corpo e a alma de todo o povo palestino.

 
Israel x Hamas
  Por Luis Milman
 

Jornalista, professor da pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sobre a atual situação do Oriente Médio e as atitudes da mídia mundial em relação a Israel.

Poucos (e não me refiro apenas ao Brasil) possuem o necessário discernimento para compreender o que ocorre hoje no Oriente Médio. O pensamento medíocre de nossos jornalistas, sociólogos, historiadores e palpiteiros fabula uma mítica vitimização dos palestinos e julga, a partir de falsas premissas, que Israel é o país mais forte da região. Erro crasso. É precisamente o contrário.
Israel é o único, por ser o mais vulnerável dentre todos os países do Planeta, que não pode perder uma guerra. Por quê?

Ora, porque a derrota, para Israel, é o mesmo que a extinção. Não é preciso fazer uma incursão histórica ou sociológica muito profunda para que se chegue a esta conclusão. Basta olhar o Mapa Mundi e enxergar.

Qual é o tamanho daquele país? 20 mil quilometros quadrados! Onde ele está? Espremido entre o Mediterrâneo e a Cisjordânia (sua fronteira oriental), o Líbano e a Síria (sua fronteira setentrional), Gaza e o Egito (sua fronteira sul). Entre Tel Aviv e Ramalah, a distância é de 60 km (quase a mesma distância existente entre Porto Alegre e Nova Hamburgo, no Rio Grande do Sul). Entre Jerusalém e Belém, é de 3 km!

Que outro país do mundo pode se dizer viável, do ponto de vista de sua segurança (e esta é a questão existencial de Israel ao longo de todas as guerras que lutou no século XX) com um território destes? E com uma população de apenas 6 milhões de pessoas (incluindo 1 milhão de árabes que se dizem palestinos)! Além do mais, todas as suas fronteiras são hostis. E Israel é que é forte?

Bem, outro ponto. Quando Hitler estava em seu bunker em Berlim, quando a Alemanha já estava devastada e derrotada, quando os russos já estavam na Polônia e os aliados na fronteira sul da Alemanha, a máquina genocida nazista continuava, em ritmo mais do que acelerado, a matar judeus (milhares por dias) em vários campos de extermínio. Por quê? Quem pode responder?

Quando a ONU anunciou, em 1948, a partilha em dois estados - um árabe e outro judeu - no que restara da antiga (antiga nos tempos modernos, sob o mandato dos ingleses) Palestina (a maior parte, a Transjordânia, havia sido entregue ao rei hashemita Abdalah, pela Inglaterra, em 1922), por que cinco países árabes, além dos árabes da Cisjordânia, não aceitaram a partilha e invadiram o recém criado Estado de Israel? Por quê?

Por que Israel, depois de vencer a Guerra de 1973 contra o Egito, a Síria, a Jordânia e o Líbano, com a apoio de todo mundo árabe, devolveu toda a Península do Sinai, que ele conquistara na Guerra de 1967, (assim novamente estreitando sua profundidade estratégica), em troca apenas de um tratado de paz com o Egito?

Que outro país do mundo faria isto? Que outro país do mundo devolve território conquistado depois de uma guerra defensiva?

Por que, em 1990, quando os Estados Unidos invadiram o Iraque de Sadam Hussein pela primeira vez, o então tirano iraquiano lançou dezenas e dezenas de mísses de longo alcance, os scuds, contra Israel?

Por que, depois de 7 anos decorridos da assinatura dos acordos de Oslo em Camp David (em 1993), ou seja, já em 2000, Arafat - o líder de uma organização que até 1992 era totalmente terrorista - não aceitou a oferta oficial de Ehud Barak, então primeiro-ministro israelense, em troca tão somente de paz, oferta que consistia no seguinte: (a) a criação de um estado palestino (que jamais existiu antes na História) em 98% da Cisjordânia e 100% da Faixa de Gaza; (b) a entrega de 55% da cidade de Jerusalém para os palestinos instalarem sua capital; (c) a admissão de retorno de milhares de refugiados palestinos para Israel e uma indenização financeira para aqueles que não poderiam retornar e, (d) o desmantelamento de todas colônias judaicas na Cisjordânia. Por que Arafat não aceitou?

Por que, desde a assinatura dos acordos de Oslo, o Fatah (que em teoria passou a aceitar a existência de Israel), o Hamas, a Jihad Islâmica, e outra dezena de pequenos grupos terroristas, mataram mais de mil civis israelenses em Israel, em toda sorte de atentados alucinados?

Por que Israel deixou totalmente a Faixa de Gaza em 2005, de forma unilateral? Por que o Hamas, depois da retirada total israelense de Gaza, transformou aquele pedaço de terra numa frente de batalha contínua contra Israel, treinando e equipando um pequeno exército de 20 mil homens, preparando homens, mulheres e jovens-bomba e fixando bases de lançamento de mísseis de pequeno alcançe para atingir Israel, justamente nos centros urbanos densamente povoados e nas fazendas judaicas desocupadas no norte da faixa de Gaza?

Por que, finalmente, o Mundo Ocidental sempre se calou diante disto tudo e agora, mais uma vez, em voz uníssona (menos os Estados Unidos e a Austrália) condenam uma operação que visa liquidar o Hamas de uma vez por todas e com isso impedir que o Irã, que subsidia financeiramente e fornece armamento para aqueles terroristas assassinos, se instale a 30 km do maior porto de Israel, Ashdod?

Por que o Mundo Ocidental não condena, com veemência, os aiatolás iranianos e seu manda-chuva Ajmadinejad, o presidente daquele país de delirantes anti-semitas, quando este afirma, todos os dias, que o Holocausto não existiu e que a decisiva, maior e definitiva meta do Irã e do Islam é destruir Israel e os yahud (os judeus)?

Por que o Mundo Ocidental observa complacentemente estes mesmos tarados construírem usinas nucleares para fabricarem bombas atômicas?

Por que o presidente francês Nicolas Sarkozi se dá o trabalho de afirmar que a reação de Israel aos ataques dos terroristas do Hamas é "desproporcional"?

Está falando a França de Vichy que enviava judeus aos campos de extermínio? E a Alemanha, que ousou condenar a ofensiva israelense contra o Hamas? A Alemanha!!!! Ou a Rússia de Putin (ela também pediu o fim imediato da operação de Israel), que promove, quando lhe dá na telha, massacres indiscriminados de civis em "sua área de influência", arrancando apenas um módico "Oh!, que feio" do Mundo Ocidental?

E o Conselho de Segurança da ONU, que já se reuniu a pedido da Líbia, aquele exemplo de democracia e respeito aos direitos humanos, para comunicar que exige o fim da violência de ambas as partes no conflito? Mas como? Que partes? O Hamas é membro da ONU? Quando mandava seus assassinos ou remete seus foguetes contra Israel, não há "partes para serem chamadas"? Ou o Conselho de Segurança pediu à China para que parasse com o recente massacre no Tibet? Claro que não! Afinal, Um protesto da "Comunidade Internacional" poderia atrapalhar aquela majestosa Olimpíada. Como, de resto, foram também majestosas as Olimpíadas de 1936, promovidas pela Alemanha Nazista, e a de 1980, pelos soviéticos.

A Comunidade Internacional não gosta de comprometer competições esportivas com questões menores! Mas, enfim, por que Israel?

Fica a pergunta!

 
Israel x Haman
   
 

Troque o “n” pelo “s” e dará no mesmo.
Primeiro é preciso esclarecer, para quem ainda não está familiarizado com este personagem da história judaica, a história de Purim, ocorrida na Pérsia, quem foi Haman para os judeus. Descendente direto de Agag, o rei dos Amalequitas poupado pelo Rei Saul (porém que mais tarde foi posto à morte pelo profeta Samuel) este é Haman. A maior transgressão do Rei Saul foi que ele teve misericórdia sobre o líder dos amalequitas, dando-lhe assim uma oportunidade de procriar muitos mais amalequitas como ele próprio. Haman foi um deles, como enfatiza muitas vezes o Livro de Ester. Quando o Rei Saul falhou, seu descendente Mordechai o sucedeu. Porém, com a queda de Haman o fim dos amalequitas não fora cumprido. Muitos deles sobreviveram até nossos dias, e continuam a nos criar muitos problemas. Hitler foi um dos piores amalequitas que jamais viveram, e embora ele também, como Haman, tivesse o que mereceu, muitos menores que ele, infelizmente, ainda estão à solta.

Em Purim, durante o Serviço Matinal, lemos a Porção da Torá onde a história do ataque de Amalec é relatada (Shemot 17:8). No Shabat antes de Purim lemos uma Porção especial e adicional da Torá (Devarim 25:17) começando com: "Lembra-te o que Amalec fez a ti," e este Shabat é denominado Shabat Parashá Zachor (que significa "Lembre-se").

Por que devemos nos lembrar daquilo que Amalec nos fez? Por que não devemos perdoar e esquecer neste caso? Isso não é vingança, proibida pela Torá? Certamente a Torá nos proíbe a vingança: "Não deves odiar teu irmão no coração... Não deves tomar vingança, nem guardar qualquer queixa contra os filhos de teu povo, mas deves amar teu próximo como a ti mesmo: Eu sou o Senhor!" (Vayicrá 19:17, 18).
Somos proibidos de alimentar ressentimento contra nosso próximo. Somos proibidos, não apenas de ferir, insultar ou envergonhar quem quer que seja, como também de odiar qualquer pessoa em nosso coração, mesmo que não demonstremos abertamente.
Por que, então, somos ordenados a relembrar o que Amalec nos fez? E como se não confiando em nossa natureza boa e clemente, a Torá repete a ordem outra vez: "Não se esqueça!"
De fato, não existe no mundo nação mais misericordiosa que o povo judeu, apesar do fato, ou talvez por causa dele, de que tenhamos sido perseguidos e torturados por muitos séculos, e até agora tenhamos, infelizmente, mais inimigos que amigos.

A razão é que Amalec, Haman, Hamas são a encarnação do mal. Jamais devemos fechar os olhos ao mal. Nunca devemos perdoar um assassino, um terrorista, um homem-bomba. Se o fizermos, o mundo não será um bom lugar para se viver. Isso nada tem a ver com vingança. É a lei elementar da sociedade humana. Clemência a quem não a merece é pior que a crueldade.

Se qualquer um pode perdoar prontamente um assassino, não é porque seja bom e misericordioso, como muitos “humanitaristas” alegam, mas exatamente o contrário: porque ele não valoriza a vida humana. Estes são os tipos de pessoas que não erguem uma palavra em defesa da vítima desamparada, mas clamam por "misericórdia" para com o pobre, "mal-orientado" assassino.

Não podemos reformar um assassino que tenha matado repetidas vezes perdoando-o. Nem permitir que entre em ação livremente quando sua intenção é causar o maior número de vítimas possível. O Ocidente é seu inimigo, e hoje eles se encontram infiltrados, implantados como células cancerosas em países ocidentais que os acolheram. Fechar os olhos, e ter compaixão significa ser cruel com a humanidade.

Eis porque somos ordenados a nos lembrar o que Amalec nos fez.

Amalec deve ser combatido, porque o mal não pode ser tolerado. E Haman, hoje vestido de Hamas e outros grupos terroristas faz parte de sua descendência.

Purim este ano será comemorado dia 10 de março, quando nossos recos recos farão muito barulho quando o nome de Amalec for pronunciado em certos trechos da Meguila Ester, recordando nossa história.

Por enquanto, façamos barulho em defesa de Israel mostrando ao mundo que o Hamas, ou o Haman de hoje é o único responsável pela miséria, morte e desproteção da população civil palestina. Eles os colocam como seus escudos, enquanto Israel protege seus cidadãos, Tudo diz respeito a origem do caráter, moral e de educação. Que eles aprendam que ao não respeitarem a autonomia e existência de Israel, atirando durante anos e ininterruptamente seus foguetes contra o território israelense, Israel não baixará sua guarda nem abaixará sua cabeça; lutará contra seus inimigos e contra o mal até exterminá-lo.

Am Israel chai, o povo de Israel vive, e continuará existindo eternamente, quer gostem ou não.

 
O Globo
   
 

Um olhar sobre Gaza
Por Ali Kamel

O Globo -13/01/09
Publicado por “Notícias da Rua Judaica” -
Jornalista Osias Wurman

Eu acredito em eleições. E acredito que o povo sempre tem a capacidade de julgar o que considera bom para si. Isso não quer dizer que o povo acerte sempre: não são poucas as vezes em que a decisão mostra-se errada no futuro. Não importa, no momento em que comparece às urnas, certo ou errado, o povo é responsável por suas escolhas.

Por que essa conversa? Porque isso não me sai da mente quando vejo, chocado, os bombardeios em Gaza. Em 2006, houve eleições para escolha do primeiro-ministro palestino. Era um contexto em que os EUA clamavam pela democratização do mundo árabe. Quando o Hamas saiu-se vitorioso, muita gente, diante dos lamentos dos americanos, riu, dizendo algo assim: "Ora, não queriam democracia? Agora o povo vota, escolhe o Hamas e os EUA lamentam? Então democracia só vale quando ganham os aliados?"

Na época, escrevi que a simples presença do Hamas nas eleições mostrava que aquilo não era uma democracia: porque democracia não é o regime em que todas as tendências disputam o voto; democracia é o regime em que todas as tendências que aceitam a democracia disputam o voto. Como o Hamas prega uma teocracia, um sistema político que o aceita como legítimo aspirante ao poder não pode ser chamado de democracia. Seja como for, tendo sido democráticas ou não, aquelas eleições expressaram a vontade do povo: observadores internacionais atestaram que o pleito transcorreu sem fraudes.

E o que pregava o Hamas na campanha de 2006?
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Antes, para entender o linguajar, é importante lembrar que o Hamas não aceita a existência do Estado de Israel, chamado de "Entidade Sionista". Assim, quando se refere à "Palestina", o Hamas engloba tudo, inclusive Israel. Destaco aqui três pontos do programa eleitoral (na disputa, o grupo deu-se o nome de "Mudança e Reforma"): "A Palestina é uma terra árabe e muçulmana"; "O povo palestino ainda está em processo de libertação nacional e tem o direito de usar todos os meios para alcançar esse objetivo, inclusive a luta armada"; "Entre outras coisas, nosso programa defende a 'Resistência' e o reforço de seu papel para resistir à Ocupação e alcançar a liberação. A 'Mudança e Reforma' vai também construir um cidadão palestino orgulhoso de sua religião, terra, liberdade e dignidade; e que, por elas, esteja pronto para o sacrifício."

Deu para entender? O Hamas propôs um programa segundo o qual não há lugar para judeus na "Palestina", o uso da luta armada deve ser reforçado para se livrar deles, e os cidadãos comuns devem estar preparados para se sacrificar (morrer) pela religião, pela terra, pela liberdade e pela dignidade.

Havia alternativa? Sim, apesar da ambiguidade eterna, o Fatah do presidente Mahmoud Abbas (e, antes, de Yasser Arafat), na mesma eleição, pregava a saída de Israel dos territórios ocupados em 1967, a criação de um Estado Palestino com sua capital em Jerusalém e uma solução para os refugiados de 1948 com base em resoluções da ONU, uma agenda que só parece moderada porque é comparada à do Hamas. Embora estimulasse e declarasse legítima a resistência à ocupação, a novos assentamentos judaicos e à construção do muro de proteção que Israel ergue entre a Cisjordânia e seu território, o Fatah declarava expressamente: "Quando o imortal presidente Arafat anunciou em 1988 a decisão do Conselho Nacional Palestino, reunido naquele ano, de adotar a 'solução histórica', que se baseia no estabelecimento de um Estado independente Palestino lado a lado com Israel, ele estava de fato declarando que o povo palestino e suas lideranças tinham adotado a paz como uma opção estratégica."

E qual foi a decisão dos palestinos?

Num sistema eleitoral que adota o voto distrital misto, o Hamas ganhou tanto no voto proporcional quanto nos distritos, abocanhando 74 dos 132 assentos do Parlamento. Ou seja, diante do desgaste de 40 anos do Fatah, e das denúncias de corrupção que pairavam sobre o movimento, os palestinos deixaram a paz de lado e optaram pela promessa de pureza divina e dos foguetes do Hamas. Meses depois, uma luta interna feroz entre os dois grupos teve lugar e resultou numa divisão territorial: o Fatah ficou com a Cisjordânia, onde a situação é de calma, e o Hamas ficou com Gaza, de onde continuou pregando o programa aprovado pelos eleitores: enfrentamento armado, mesmo tendo consciência do que isso acarretaria.

Diante disso, dá para dizer que os palestinos de Gaza são inocentes vítimas do jugo do Hamas e de uma reação desproporcional dos israelenses?

Olha, eu deploro a guerra, lamento profundamente a morte de tanta gente, especialmente de crianças, vítimas de uma guerra de adultos. Vejo as bombas, e fico prostrado, temendo que o bom senso nunca chegue. Mas isso não me impede de ver que a guerra, com suas consequências, foi uma escolha consciente também dos palestinos de Gaza. Retratá-los como despossuídos de todo poder de influir em seus destinos não é mais uma verdade desde 2006.

Parecerá sempre simplificação qualquer coisa que se diga num espaço tão curto, em que é preciso deixar de lado as raízes desse conflito e a trama tão complicada que distribuiu culpa e vítimas por todos os lados. Mas não consigo terminar este artigo sem dizer: para que haja paz, os dois lados têm de ceder em questões tidas como inegociáveis, o apelo às armas tem de ser abandonado, o Estado Palestino deve ser criado ao lado de Israel, cujo direito a existir não deve ser questionado. Se isso acontecer, muitos árabes e israelenses daquela região não se amarão, terão antipatias mútuas, mas viverão lado a lado.

Utopia?

 
Joao Pereira Coutinho, em seu Blog
  Por Joao Pereira Coutinho
 

Jornalista Folha On Line
12/01/2009


“…Mas divago. Dizia que é impossível trabalhar em casa porque moro a dois passos da embaixada israelense em Lisboa. E as ruas foram tomadas de assalto por manifestantes pró-palestinos que gritam há duas horas as maiores obscenidades. Lá pelo meio, existem cartazes onde "nazismo" e "holocausto" são ostentados sem um pingo de vergonha. Ou, melhor, sem um pingo de conhecimento histórico. Porque é sobretudo a ignorância histórica que perturba nos conflitos recorrentes do Oriente Médio. Na cabeça das brigadas, os judeus aterraram em 1948 na Palestina, roubaram a terra dos árabes e até hoje oprimem as populações de Gaza e da Cisjordânia. Nada do que sucedeu realmente antes de 1948, no próprio ano de 1948, em 1967 ou em 1973 os perturba. Camp David, no ano 2000, é um mistério para eles.

Talvez por isso eu evite discutir o assunto. Nos últimos dias, convidaram-me para vários debates sobre a situação em Gaza. Debates públicos, alguns televisivos. Recusei todos: quando perguntava pelos nomes dos outros membros do painel, descobria que havia sempre um fanático anti-semita lá pelo meio e eu, com honestidade, não tenho tempo nem cabeça para aturar lunáticos. E escrevo "fanático anti-semita" no sentido próprio do termo. Podemos discordar das ações do governo israelense. Eu discordo de várias, a começar pela construção de colonatos, que cheguei a visitar "in loco".

Mas o "fanático anti-semita" não é aquele que critica Israel. O anti-semita é, como qualquer anti-semita, aquele que mente e deturpa para promover a destruição de judeus.

A mentira e a deturpação estão nos "Protocolos dos Sábios do Sião", o documento forjado pelas autoridades czaristas que "comprovava" as intenções judaicas de dominação do mundo, um excelente pretexto para perseguir e matar judeus ainda no século 19. A mentira e a deturpação, dois séculos depois, estão agora na negação da natureza genocida do Hamas, uma força terrorista financiada e treinada pelo Irã que tem como propósito, constitucionalmente assumido, o extermínio de Israel. Quem discute o problema de Gaza e omite este fato basilar, ou seja, o fato de uma das partes nem sequer admitir a existência da outra, peço desculpa, não passa de um reles anti-semita. “

 
Um mundo surdo, gago e miope
 
Por Mauro Wainstock –
Diretor do Jornal ALEF
 


O mundo do terror que Israel está enfrentando não é apenas físico mas ocorre, principalmente, em duas áreas distintas: a da psicologia e a da educação, que estão intimamente ligadas. Em um mundo pluralista, com raízes, cultura e interesses próprios, cada opinião é emitida de acordo com valores prévios, informações convenientes e modismos efêmeros. O desafio está em explicar o diferente; em conciliar com o desconhecido; em negociar com o estranho.

Mas quando lidamos com o mundo gago, repetitivo, que fala em genocídio e desproporcionalidade, de maneira tão constante quanto hipócrita; tão convincente quanto cínica, e que reluta em ouvir as palavras paz e justiça, ele se transforma no mundo surdo, mais pela inércia e pelo desconhecimento, do que pela deturpação proposital da inegável racionalidade. Que apelida o terrorismo de resistência, e qualifica a morte como bênção divina. É o verdadeiro mundo míope. Vencer a guerra é conseguir fazer com que o mundo da paz acorde o mundo consciente e, juntos, eliminem o mundo irracional.
Mundo míope: educação para o terror

Alguns questionamentos sobre o conflito
Com quem Israel deve negociar a paz? Com o Hamas... que não reconhece a sua existência, ou com o Irã, que quer “apagá-lo do mapa” ? Você já presenciou uma negociação do presidente Lula com narcotraficantes de alta periculosidade no Palácio do Planalto? Enquanto representantes brasileiros tentam "importar" a guerra para o mundo pacífico, o diplomata brasileiro Sergio Vieira de Melo é explodido em um atentado com um caminhão-bomba islamita na embaixada da ONU e outro brasileiro, o engenheiro João José Vasconcelos, foi sequestrado e assassinado covardemente pelos êmulos do Hamas - apenas para citar dois exemplos recentes. O justo seria terrorismo de estado ou terrorismo contra estados legitimamente constituídos, como o Brasil e Israel?

Por que o mundo não apela para que a Espanha dialogue com o ETA, a Colômbia com as FARC, a Turquia com o PKK curdo, os EUA com Bin Laden...

Em quem Israel deve confiar?
No Hamas, que ainda não cumpriu o acordo feito sob as bênçãos da ONU para devolver o soldado Gilad Shalit, sequestrado há mais de dois anos na fronteira com Gaza?

Ou no Hamas que, durante os seis meses do cessar-fogo, continuou disparando milhares de foguetes contra cidades israelenses, leia-se civis, e que não aceitou prorrogar a trégua?

Ou no Hamas, que nunca teve piedade ao explodir restaurantes e ônibus lotados em Tel-Aviv, Haifa e Jerusalém e que também é inimigo de inocentes cidadãos palestinos e dos árabes moderados - que são impingidos a não concretizar a paz com Israel ?

Interesses eleitorais na guerra? O que os dirigentes de um país de bom senso devem fazer quando cerca de um milhão de cidadãos estão diariamente, há vários anos, sob a mira de milhares de foguetes? Quais são os interesses eleitorais que podem existir quando o governo e a oposição estão em consenso quanto à importância de silenciar o terror imediatamente? Quando o mundo vai perceber que, quando se trata de Israel, a única política que vigora é a preservação do único Estado Judeu, aprovado pela ONU há apenas 60 anos? Como dizia David Ben Gurion, “Israel pode ganhar 50 guerras e nada acontecerá a seus inimigos. Mas, perdendo uma, esta será a última”.

Interesses comerciais com a guerra?

Israel gasta US$ 560 milhões por semana com o conflito. E perde outros milhões com o turismo. Outros milhões com a segurança. E tudo isto em plena crise financeira internacional... Mais: Israel perde vidas, o que é para ele é inconcebível. Por outro lado, a indústria do terror produz uma infinidade de mártires, ganha milhares de adeptos com o pseudo-marketing, mobiliza bilhões de dólares em todo o mundo, enche o bolso de líderes corruptos...

Um Holocausto?
Só se for de críticas orquestradas contra Israel. Será que, ao realizar experiências mórbidas e exterminar milhões de inocentes, apenas para criar a suposta “raça pura”, a Alemanha nazista realmente estava apenas se defendendo - como Israel faz hoje? Você soube de algum judeu que lançou um foguete sequer contra cidades alemãs antes, durante ou depois da ascensão do nazismo? Conheceu algum judeu que, algum dia, declarou que tinha como objetivo exterminar todo o povo alemão? Ou que pretendia doutrinar as crianças judias para terem ódio mortal e eterno dos alemães? Ou que atacou algum alemão em qualquer lugar do mundo? Alemão é diferente de nazista!

Por que, quando se fala de palestinos, a mídia não distingue claramente cidadãos inocentes de terroristas sanguinários, mas fala sempre em “causa palestina”? A “causa” é um legítimo Estado seguro e em paz, ou é a constante matança gratuita, ordenada por seus líderes, e ainda não condenada pelo mundo, com o único propósito de eliminar Israel? Palestino é diferente de terrorista!
"O bom Deus, que limitou a inteligência humana, bem que poderia ter limitado também a estupidez"
Konrad Adenauer, ex-primeiro-ministro alemão.

Quanto tempo os judeus tiveram que esperar para o mundo dito civilizado se mobilizar durante a II Guerra Mundial?
O tempo necessário para exterminarem 6 milhões de inocentes vidas judaicas. É “proporcional” esperar de novo este tempo? É “proporcional” que civis israelenses esperem ainda quanto tempo para que os foguetes que hoje atingem suas casas acertem seu coração - apenas para o jogo terminar empatado ? É “proporcional” que o Exército israelense invista bilhões em armamentos de precisão cirúrgica e avise previamente sobre os ataques que vai realizar, tentando com isto evitar a morte de civis palestinos, enquanto os sádicos terroristas aproveitam estas mesmas informações para enfileirar propositadamente inocentes na frente dos canhões, guardar bombas em quartos de hospitais, armamentos em mesquitas e granadas em cheches? É “proporcional” que Israel eduque seus filhos para o futuro, enquanto os terroristas construam o futuro de mais uma geração... de suicidas?

Você sabia que 10 mil projéteis foram lançados pelo Hamas contra cidades israelenses desde 2001? E que, desses, 6,5 mil foram disparados depois de Israel ter saído totalmente da Faixa de Gaza, em 2005, na esperança de obter a paz ? Como crescerão as crianças israelenses que, sob tensão, tiveram que aprender a usar pagers para serem alertados várias vezes por dia sobre um iminente ataque de foguetes? Quanto tempo ainda milhares de civis israelenses, muitos dos quais bebês e idosos, vão correr apavorados para tentar chegar em 15 segundos aos bunkers e rezar por sua sobrevivência ? Quantos civis israelenses serão obrigados a abdicar do trabalho, do estudo, do lazer, da normalidade do dia-a-dia para poderem ser chamados pela mídia de vítimas, pelo menos esporadicamente, ao invés de serem os permanentes vilões? Israel deve aceitar quantas mortes e sequestros de civis para começar a reagir? E quantos foguetes devem cair, mesmo sem vítimas fatais, para ser o momento de se manifestar... com justiça?

Por que até agora nenhum país que critica Israel abriu suas portas para acolher, com todo carinho, estes “indefesos” terroristas? Alô, Hugo Chavez!

Por que o Egito, quando assinou o tratado de paz com Israel, não aceitou o território de Gaza como parte do acordo?

Por que os palestinos não aceitaram a oferta de Israel de um Estado independente, com o controle total de Gaza, proposto por Ehud Barak a Yasser Arafat?

Por que o mundo custa tanto a admitir que Israel não inicia guerras, mas mesmo assim está sempre disposto a negociar e a ceder – como fez com o Egito e com os próprios palestinos liderados por Arafat?

Por que o mundo não contabilizou diariamente quantos civis palestinos e membros do oposicionista Fatah foram torturados e assassinados brutalmente quando o Hamas assumiu o poder em Gaza? E quantos membros do Hamas - acusados de traição - são assassinados ainda hoje pelos seus próprios companheiros, sem a contagem aritmética pela mídia?

O que o Hamas faz com os milhões de dólares despejados em Gaza, já que sua população não possui condições mínimas de sobrevivência? Adquire mais e mais armamentos e premia as famílias dos homens-bomba?

Quando a mídia vai perceber que jornalismo se faz imparcialmente, deixando as opiniões para o editorial?

Por que os "humanistas" de plantão, especialistas em diabolizar Israel, que surgem como técnicos de futebol em ano de Copa do Mundo, e políticos em época de eleições, não alertam para as “areias movediças” do mundo selvagem, como a divulgação de fotos deturpadas, informações manipuladas e declarações teatralizadas ? Você sabia, por exemplo, que o canal France 2 divulgou mortes que aconteceram no dia 05 de Janeiro de 2009, teoricamente provocadas pelo Exército de Israel, quando, comprovadamente, elas ocorreram no dia 23 de setembro de 2005, como resultado da explosão acidental de um caminhão que transportava armamentos do Hamas? A France 2 admitiu que foi enganada pela propaganda palestina... Você se lembra da morte da menina Huda Ghaliya - que na mídia foi atingida por Israel e na realidade por armas terroristas?

Quantas gerações serão necessárias para os palestinos entenderem a histórica frase de Golda Meir: "Não odeio os árabes por tentarem matar nossas crianças; os odeio por nos fazer matar suas crianças. Não haverá paz com os árabes enquanto eles nos odiarem mais do que amam suas crianças".
Quando o Irã e o Hamas vão implementar algo parecido com a declaração de independência de Israel, que desde 1948 é taxativa: “Nós estendemos a mão da amizade, da paz e da boa vizinhança a todos os Estados que nos avizinham e a seus povos”. E quando alguém vai passar uma borracha na frase “Israel continuará existindo até que o Islã o apague”, que consta em letras maiúsculas no “Pacto do Hamas” desde a sua criação?

Quando a ONU vai entender que Israel é um país a ela filiado e o Hamas um dos grupos que aterrorizam a ordem mundial?

Será que a ONU tem tamanha ingenuidade a ponto de acreditar que o terrorismo contra Israel é tão somente por um pedaço no mapa mundi? Será que ela realmente não percebe que, por trás de tudo isto, há o doentio e incontrolável desejo de eliminar o único Estado Judeu, custe o que custar, e a intenção de criar mais uma fanática e opressora República Islâmica? Até quando a ONU vai fingir que não ouve as ameaças, verbais e expressas, neste sentido, feitas diariamente pelo Irã e pelo Hamas? Quando o mundo vai repreender de fato este terror psicológico, e físico, com eficazes sanções comerciais, diplomáticas etc? Quando vai proibir que poderosos armamentos bélicos sejam contrabandeados por seus filiados a grupos considerados terroristas? Quando vai publicar uma resolução para que o Sudão interrompa imediatamente a carnificina que já matou 300 mil cristãos, que dê um basta à tirania assassina de Ruanda e encerre de vez com os conflitos entre as 300 tribos que se entredevoram na muçulmana Somália? Enfim, quando vai transformar propostas inócuas e paliativas em uma solução de paz definitiva?

Quantas vezes a ONU criticou publicamente ataques antissemitas que vem ocorrendo há décadas contra entidades judaicas em vários países – muito antes do atual conflito ? Ou será que Israel será sempre declarado culpado pelo simples fato de existir e isto autoriza/justifica pichações, incêndios e é, por si só, um sinal verde para aterrorizar e matar judeus em sinagogas e cemitérios no mundo inteiro? A “Noite dos Cristais” começou assim...

Por que a ONU não reconhece publicamente que o Hamas está cometendo três crimes simultaneamente: disparando foguetes contra alvos civis, utilizando sua população como escudo e pregando a destruição de um país membro de sua própria entidade?

O mundo da inteligência precisa encontrar urgentemente o mundo da ação – e da conciliação. Que o mundo da paz possa comemorar algum acordo definitivo no Oriente Médio e que as palavras “Shalom” e “Salam” sejam realmente sinônimas de harmonia, convivência e civilidade no mundo do futuro.

 

 

 
Gaza: hora de golpear o terrorismo
  Por Gustavo Ioschpe – mestre em desenvolvimento econômico pela
Universidade Yale Articulista da revista “Veja
 


A cobertura do conflito entre Israel e Hamas surpreende pela omissão de dois fatos simples e indispensáveis. Primeiro: Israel não ocupa Gaza desde 2005. Segundo: o Hamas é uma organização terrorista. Não são “milicianos”, “radicais”, “fundamentalistas”. O que diferencia o Hamas é o uso de métodos terroristas para alcançar seus objetivos. Objetivos, aliás, públicos e antigos: constam de sua carta de fundação, de 1988, solenemente ignorada pela imprensa.

Em seu documento, o Hamas declara “trabalhar para impor a palavra de Alá sobre cada centímetro da Palestina” (art. 6º). Aqui, “Palestina” é a histórica: território que hoje inclui Israel, Gaza e Cisjordânia. Essa formulação prega a destruição de Israel criação de um Estado islâmico, governado pela sharia (a lei muçulmana). No artigo 7º, o Hamas cita “o profeta [Maomé]: “o julgamento final não virá até que os muçulmanos lutem contra os judeus e os matem’”. No artigo 11, declara que a Palestina é um “Waqf”: terra sagrada e inalienável para os muçulmanos até o Dia da Ressurreição e que, pela origem religiosa, não pode, no todo ou em parte, ser negociada ou devolvida a ninguém.

Há outros trechos interessantes -o Hamas deixa claro o papel dos intelectuais e das escolas, que é de doutrinamento para a jihad; das mulheres (”fazedora de homens” e administração do lar) e até determina o que é arte islâmica ou pagã -que permitem ao leitor antever o paraíso de liberdade em que se tornaria a Palestina caso a sua visão fosse concretizada. Também há artigos em que o antissemitismo do grupo acusa a comunidade judaica internacional de dominar a mídia e as finanças internacionais e de ter causado a Segunda Guerra Mundial, em que 6 milhões de judeus foram assassinados.

O documento flerta tanto com o ridículo que ele mesmo esclarece, no artigo 19, que “tudo isso é totalmente sério e não é piada, pois a nação comprometida com a jihad não conhece a jocosidade”. Quanto à seriedade do Hamas, não resta a menor dúvida, e seria bom que a comunidade internacional deixasse de tratá-los como pobres coitados e os visse como o que são: genocidas que só não implementam sua visão por inabilidade. A realidade no Oriente Médio mudou, mas a imprensa brasileira não se deu conta. Passou tanto tempo atacando Israel por sua ocupação contra os pobres palestinos que continuam a dirigir sua sanha acusatória três anos depois do fim da ocupação.

Qual é a justificativa do Hamas para disparar foguetes contra a população civil israelense? Nenhuma. Para alguns, seria uma reclamação contra o bloqueio da fronteira. Essa é uma maneira totalmente ilegítima e inaceitável de protestar. Para notar o absurdo, basta imaginar se o Uruguai resolvesse lançar foguetes sobre a Argentina quando esta bloqueou suas fronteiras por causa da “guerra das papeleiras”. Pode-se realmente exigir de Israel que abra suas fronteiras a uma organização que deseja destruí-lo? Por que o Egito também bloqueia sua fronteira com o Hamas (apesar de ninguém protestar por isso)? Será por que o grupo usa a fronteira para contrabandear armas?

Quaisquer que sejam as razões do Hamas para a campanha de pirotecnia -campanha assustadora, que já lançou mais de 3.500 foguetes contra Israel-, nenhum Estado pode tolerar essa agressão contra seus cidadãos. Comentaristas sugerem a resolução do problema por vias pacíficas, mas ninguém menciona exatamente como se daria a negociação, já que o Hamas não reconhece a existência de Israel. Aqueles que reconhecem o direito de resposta de Israel o fazem com duas condicionantes: que a resposta seja proporcional ao ataque e que civis não sejam vitimados.

A exigência de proporcionalidade é uma sandice. Levada ao pé da letra, significa pedir que um Estado democrático constitucional lance foguetes a esmo contra uma população civil indefesa. Outra “saída” seria a morte de mais soldados israelenses. Ou, melhor ainda, civis. Ninguém menciona que, na Segunda Guerra, morreram 22 vezes mais civis alemães do que ingleses. O dado é ignorado com razão. A contabilidade é irrelevante. Hitler precisava ser derrotado.

É certo que a morte de qualquer civil é uma tragédia. Uma vida é uma vida. Mas, quando os acusadores se espantam que 20% ou 25% dos mortos sejam civis, eu me espanto pelo contrário: é preciso enorme controle e apreço pela vida de inocentes para que, em uma região densamente povoada e contra um inimigo que se esconde em regiões urbanas, o índice de acerto seja de 75% a 80%. Os membros do Hamas se escondem em áreas residenciais, em prédios cheios de crianças. Agem de tal maneira que, em seu confronto com as democracias ocidentais, nós sempre saímos perdendo: ou pagamos com as vidas de nossos civis ou com um pouco da nossa civilidade.

Não há maneira militar de derrota-los em definitivo. A melhor saída é drenar o pântano: chegar a um Estado palestino com os moderados do Fatah e investir para que o atraso econômico e a sensação de derrota e humilhação de muitos países árabes sejam amenizados. Fazer com que o caminho da paz e da prosperidade seja mais atraente que o terrorismo. Enquanto isso não acontece, é preciso mão forte para combater o terrorismo que já nos atinge. Ontem em Nova York, hoje em Gaza, amanhã provavelmente em outras capitais do mundo civilizado.
 

 

 
O elefante e a formiga
  Por Osias Wurman – em Notícias da Rua Judaica - 08/02/09
 

 

Durante os combates da guerra em Gaza o Estado de Israel foi vitima de todos os tipos de difamação orquestrada pela imprensa internacional, que deixou-se iludir pela propaganda terrorista do Hamas. Até setores da comunidade judaica mundial ficaram “impressionados” com as notícias de “matança desproporcional” promovida pelas forças israelenses, segundo alardeado em letras maiúsculas nos jornais e nos telejornais.

Esqueceram de dizer que reação desproporcional foi a invasão de um Estado recém criado, em 1948, por cinco países árabes vizinhos que tinham a intenção de “afogar os judeus no Mediterrâneo”.
Um dos episódios mais chocantes desta trama foi a denuncia de diretores da ONU que acusaram o exército de Israel de ter bombardeado uma escola da ONU, que abrigava refugiados, provocando, segundo os informantes, mais de 40 vítimas fatais.

Agora, após ouvir testemunhas oculares que estavam no interior da escola mencionada, e evidencias colhidas pela imprensa internacional, a ONU aparece para desmentir a culpabilidade de Israel no episódio, acrescentando que os foguetes caíram fora da escola, numa área onde existiam lançadores de morteiros do Hamas.

Na verdade, as acusações foram do tamanho de um elefante, e as desculpas da estatura de uma formiga. Fica na memória dos desavisados que o exercito de Israel cometeu, deliberadamente, atrocidades que agora mostram-se inverídicas.

Fatos acontecidos nos últimos dias mostram a verdadeira face do Hamas. A tortura e morte de seguidores do partido inimigo Fatah, o roubo de mantimentos e agasalhos dos caminhões da UNRA e o reinicio da chuva de foguetes Qassam lançados sobre o sul de Israel, não deixam dúvidas de que os fundamentalistas do Hamas desejam perverter a ordem e a paz, a qualquer custo, mesmo usando os meios mais indignos e desrespeitosos à verdade e a vida humana.

Na semana que se inicia teremos eleições em Israel, cujo resultado será o reflexo da opinião pública sobre a guerra em Gaza. Os partidos de direita crescem em função de um consenso geral de que a segurança nacional está em perigo, e que é preciso “mão forte” para lidar com o terror e a mentira.

Que vença o melhor; o melhor para Israel, para o povo judeu, para o mundo civilizado e para a PAZ.

Shalom, salam, paz!

 

 

 
   
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