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5294-5332; 1534-1572)
Rabi Isaac Halevi Luria se tornou famoso como o "Ari",
o leão sagrado; Ari representa as iniciais de "Ashkenazi Rabi
Isaac". Como seu nome indica, sua família originalmente viveu
na Alemanha, de onde foi para Jerusalém. Ali nasceu o homem que
desempenharia um papel magnífico não apenas naquele século
de revoluções culturais e espirituais, mas até os
dias de hoje.
Rabi Isaac Luria perdeu o pai ainda muito cedo e foi para o Egito onde
Mordechai Frances, o rico irmão de sua mãe, cuidou de sua
educação e criação. Ele freqüentou a
yeshivá de Rabi David ben Zimri, o Rabino Chefe do Egito, famoso
como autor de muitos comentários notáveis e responsas sob
o nome de Radbaz. O brilhante jovem tornou-se um dos discípulos
mais chegados ao Radbaz, e seus estudos do Talmud logo o promoveram às
alturas da erudição. A única obra sua em Guemara
e Halachá a sobreviver é um comentário a Zevachim.
Quando Rabi Mordechai Frances viu o grande sucesso de seu jovem sobrinho,
deu-lhe a filha como esposa e tratou de assegurar-lhe os meios necessários
para a subsistência.
Túmulo de Isaac Luria - Cemitério de Safed |
Porém a natureza
profunda e introspectiva de Rabi Isaac Luria não estava satisfeita
somente com o estudo da Halachá. Ele adquiriu conhecimento da Cabalá
e devotou sua vida inteira ao seu estudo e disseminação.
Ainda muito jovem ele começou as suas longas estadias na solidão
do Rio Nilo. Durante sete longos anos ele viveu sozinho, imerso no estudo
do Zôhar, a obra magna da Cabalá, e outros escritos cabalistas
de menor importância, e voltava somente uma vez por semana, no Shabat,
para sua família no Cairo.
Possuidor de uma alma ardente e nobre, ele foi totalmente atraído
ao universo da sabedoria mais profunda e buscava a interpretação
significativa de todas as fases da vida, a natureza e a prece. Passava
muitos dias em jejum, oração e estudo. Em seus esforços
incansáveis para penetrar os recessos mais recônditos da
Torá, ele descobriu muito do verdadeiro significado da fé
judaica. Foi capaz de criar todo um sistema de uma doutrina cabalista
sobre o mundo, e no papel da Torá e seus mandamentos na vida do
homem.
Animado pelo fogo da inspiração e do entusiasmo, ele esforçou-se
para purificar o mundo do espírito de impureza e substituir o domínio
do mal pelo reconhecimento de D'us. Em torno do ano 1569, emigrou com
sua família para Jerusalém e de lá para Safed, o
centro de todo o estudo e prática da Cabalá. Logo formou-se
um grupo grande de discípulos ao seu redor, para ouvir suas interpretações
sobre o profundo significado de todos os acontecimentos e ocorrências
do mundo. Cada vez mais e mais homens acorriam a ele e aceitavam os dogmas
de uma vida sagrada e ascética que o Ari Hakadosh estabelecera
como exigência necessária para a participação
no seu círculo de seguidores. Sob sua inspirada orientação,
a prece assumiu um significado mais profundo, pois o significado de cada
palavra e frase era interpretado por ele. Os dias de jejum e os feriados
se transformaram em genuínos pontos altos da vida religiosa, e
o Shabat se tornou o pivô da experiência sagrada e da inspiração,
pois era devotado exclusivamente à atividade espiritual.
Cada refeição do Shabat, repleta de canções
de conteúdo sagrado, muitas delas escritas e compostas pelo próprio
Ari Hakodosh, era um oferecimento a D'us, e a Melavê Malca representava
um comovente tributo ao Shabat que se despedia.
De maneira semelhante, a maioria dos aspectos da vida e da fé judaica
receberam novo conteúdo e colorido. Os ensinamentos de Rabi Isaac
Luria era amplamente divulgados e chegaram a todos os cantos do mundo,
onde quer que vivessem judeus. Dentre os expoentes mais inflamados dos
ensinamentos do Ari estava seu discípulo e sucessor à liderança
dos cabalistas, Rabi Chaim Vital.
Rabi Chaim Vital registrou as revelações e as explicações
de seu notável mestre, e elas estão entre os livros mais
editados naqueles primeiros dias da imprensa. Outro discípulo importante
foi Rabi Israel Saruk.
A personalidade de Rabi Isaac Luria inspirou todos os grandes homens que
tinham penetrado mais profundamente no mundo da Cabalá que a maioria
dos mortais.
O Ari faleceu aos 38 anos, e foi pranteado por todo o povo judeu. Apesar
de sua curta vida, ele deixou uma impressão indelével sobre
a vida religiosa e o ensinamento judaicos. Ele introduziu muitos Minhagim
(costumes) sagrados, que se tornaram parte integrante de nossos serviços
e costumes. Suas canções e preces foram amplamente adotados
e parcialmente incorporados no Sidur. Comunidades inteiras se guiavam
pelo "Nussach HaAri" e muitos dos seus ensinamentos foram usados
para formar a base do grande Movimento Chassídico. Graças
à sua influência e inspiração, o Judaísmo
foi capaz de enfrentar o surgimento de muitos credos e idéias que
foram promovidos durante os séculos dezesseis e dezessete. Ele
certamente se enquadra dentre os líderes mais sagrados e mais importantes
do povo judeu.
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Yitschac Luria – o Santo Ari |