O inferno na terra | ||||
"Em
1942, os grandes crematórios foram completados, e o processo inteiro
passou a ser realizado nos prédios novos. Novas vias férreas
levavam ao crematório. As pessoas eram selecionadas como antes,
com a única exceção de que os incapazes de trabalhar
iam para o crematório, em vez de serem conduzidas às casas
de fazenda. Era um prédio grande e moderno; havia salas de despir
e câmaras de gás subterrâneas, e um crematório
acima da superfície, mas tudo no mesmo prédio. Havia quatro
câmaras de gás subterrâneas; duas grandes, cada uma
acomodando duas mil pessoas, e duas menores, cada uma acomodando 1.600
pessoas. As câmaras de gás eram construídas com uma
instalação de chuveiro, com duchas, canos de água,
algumas instalações hidráulicas e um sistema de ventilação
elétrico moderno, de modo que, após o envenenamento por
gás, o aposento fosse arejado por meio do dispositivo de ventilação
elétrico. Os corpos eram trazidos por elevadores até o crematório
acima. Havia cinco fornos duplos. Trecho do relato de Leon Goldensohn, médico e psiquiatra da prisão de Nuremberg, de uma conversa em 8 de abril de 1946 com Rudolf Hoess, comandante de Auschwitz (não confundir com Rudolf Hess). Fonte: The Nuremberg Interviews, edição brasileira Companhia das Letras. |
||||